
As Autarquias não querem perder a receita fixa que arrecadavam e afirmam que deviam ser criadas alternativas para pagar o serviço prestado, que pode passar pela subida do preço do metro cúbico da água.
O deputado socialista que tomou iniciativa de propor a lei dos serviços essenciais, Renato Sampaio, defende que será preferível aumentar o preço da água, penalizando os clientes que gastam mais. Solução simples a coberto da poupança! Não nos parece, porém, intelectualmente séria!
Mais uma vez a discussão se centra em como arrecadar receitas sem que a maioria das autarquias, incluida a Câmara de Silves, se preocupem em investir na eficiência e poupanças do sistema de distribuição, e em prestar aos seus clientes um serviço de qualidade, cobrando então um preço justo que reflicta os custos do funcionamento daquele.
Infelizmente o regulador não tem autoridade sobre as autarquias, pelo que os preços praticados pela maioria das câmaras municipais e serviços municipalizados não têm qualquer justificação económica, pecando uns por excesso e outros por defeito.
Ainda estamos recordados da resposta dada pela Dr.ª Isabel Soares quando questionada na sessão de câmara em que foi discutido o plano e orçamento para 2008 quando alertada para a possibilidade de vir a perder esta receita, em vez de aproveitar esta oportunidade para iniciar as mudanças necessárias ao desenvolvimento e sustentabilidade do sistema, como seria seu dever, meteu, uma vez mais a cabeça na areia, refugiando-se na retórica como é seu hábito, empaleando o essencial e nada decidindo. A sua incapacidade revelada para as responsabilidades que tem, é por de mais, evidente!

Por outro lado, cerca de 1/3 da receita fixa arrecadada pela Câmara de Silves designada como o “aluguer do contador” é arrecadada na freguesia de Armação de Pêra. Seria, por conseguinte de esperar que os consumidores que utilizam o sistema de abastecimento de água nesta freguesia tivessem uma qualidade de serviço compatível, até porque sendo esta uma receita fixa e dado o facto de muitas das habitações na freguesia terem uma utilização sazonal, este valor, como defende a Associação Nacional de Municípios, corresponderia à tarifa de disponibilidade.
Mas a realidade em Armação de Pêra é bem diferente!
Mesmo pagando todo o ano a tal tarifa de disponibilidade, quando chega o verão em certos períodos do dia, a água nas torneiras sai só a conta-gotas!

Contrariamente, em determinados locais de Armação de Pêra, basta que o edifício tenha mais de 4 pisos, para que, não existindo bombagem, a água seja fornecida verdadeiramente à míngua.
Não podemos estar mais de acordo com as declarações do vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Campos, citando a Lei das Finanças Locais, quando diz que os preços dos serviços prestados pelos municípios têm de ser reais. Mas é curto, pois a realidade é uma equação com várias incógnitas.Resolver tudo pelo preço é uma solução para os de pouca competência ou os de má-fé!
Assim, como cidadãos-consumidores-utentes-contribuintes-eleitores, exigimos que esses serviços sejam realmente disponibilizados

A eficiência dos serviços públicos e o seu custo tão reduzido quanto possível é um dever politico, de cidadania, de transparência, de moral e de honestidade por parte da classe politica!
Não é, de certeza, um favor ou uma concessão que fazem aos cidadãos que lhes garantem a sustentabilidade(precária) do seu sistema de emprego!