O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
Mostrar mensagens com a etiqueta consumo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta consumo. Mostrar todas as mensagens

sábado, 22 de abril de 2017

Alguém tem de pôr ordem no saudável negócio das comunicações, porque os consumidores sozinhos não conseguem!

A Meo também foi multada, em 120 mil euros, por não ter publicado informação adequada sobre um tarifário

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) multou a NOS em 210 mil euros por esta ter prestado "informações falsas" e por os funcionários do call center [centro de atendimento] terem assediado uma cliente idosa e doente com diversas ofertas.

De acordo com informação da Anacom sobre contraordenações, foi aplicada à NOS uma "coima única de 210.000 euros" por "se ter provado que a arguida prestou, por escrito, a seis clientes e, oralmente, a um cliente, informações falsas, designadamente sobre a exigência de penalizações por incumprimentos de período de fidelização em situações em que tais incumprimentos não se verificavam, sobre a cobrança de mensalidade do serviço prestado que deveria ser gratuita e sobre a falta de assinatura de formulário de denúncia que não era verdadeira".

Também ficou provado que "funcionários do call center'da arguida, agindo em seu nome e por sua conta, assediaram com diversas ofertas comerciais uma cliente idosa e doente", bem como funcionários de lojas e do centro de atendimento, "agindo em seu nome e por sua conta, desrespeitaram procedimentos definidos pela Anacom para a cessação dos contratos por iniciativa dos assinantes", refere o regulador.

Foi ainda aplicada uma coima de 158.650 euros à NOS e uma pena de admoestação por não ter cumprido o regulamento da portabilidade.

Por sua vez, a Meo, da PT Portugal, viu ser aplicada pela Anacom uma coima de 120 mil euros por não ter publicado informação adequada e completa sobre o tarifário aplicável às chamadas para o 1896 na Internet.

In: DN de 21.04.2017

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Os Spread, a Euribor, a Banca e o lucro que "não pode deixar de existir"! É o lucro por decreto! Que outras actividades gozam deste privilégio?

PEDRO ANDERSSON
In: “Expresso” de 1.4.2017

Se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e o indexante é a Euribor a 3 meses, o banco devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa

Sim, parece muito estranho. Afinal de contas, fui eu que pedi um empréstimo ao banco – e não o contrário. Mas vivemos em dias estranhos. Veja se está nesta situação: se o seu spread é de 0,3% (há quem tenha essa sorte) ou inferior e tem Euribor a três meses, então de certeza que o banco neste momento devia estar a amortizar por si uma parte do dinheiro que você lhe pediu para pagar a sua casa. Não é normal, mas é o que está muito provavelmente escrito no contrato assinado por si e pelo seu banco.

Vamos por partes. A larga maioria do contratos em Portugal (propostos pelos bancos) dizem que o juro que pagamos é a soma aritmética do spread com o indexante (a Euribor). Como em milhares de casos a Euribor está mais negativa do que o spread, o juro resultante é negativo.
O problema é que quando isso acontece, os bancos páram no zero. É verdade que nunca pagámos tão pouco pelos empréstimos à habitação, mas a verdade é que devíamos estar a pagar ainda menos.

Há casos em que a média da Euribor a três meses já está a -0,316%. Pela lógica, como lhe disse, o banco devia estar a pagar-lhe uma parte do empréstimo que lhe concedeu.

Um cliente bancário confrontou o banco referindo o aviso do Banco de Portugal de 30 de março de 2015 que diz claramente que o que conta é a média dos dois valores, mesmo que sejam negativos. A resposta do banco foi esta: “O juro aplicável ao contrato não pode ser inferior a zero, ainda que a soma aritmética do indexante e do spread conduza a uma taxa negativa.” E a justificação é simples: fazer isso ia “desvirtuar um dos princípios basilares em que assenta o negócio dos bancos, em que o lucro é a sua essência comercial”.

Portanto, no caso deste banco, chegando a zero, daí não passa. Mesmo que o contrato não esteja a ser cumprido.

O que é que o cliente pode fazer? Pode rescindir o contrato. Pois. Mas onde é que eu consigo um spread de 0,3% nesta altura? É com isso que os bancos contam. Têm a faca e o queijo na mão.

No ano passado, o governador do Banco de Portugal voltou ao Parlamento em abril de 2016 e acrescentou que chegando a zero os bancos não deviam assumir os juros negativos. Mas até hoje não há nada escrito do Banco de Portugal sobre esse assunto. Enquanto jornalista, pedi uma declaração por escrito sobre a posição atual do Banco de Portugal – e não recebi nenhuma resposta.

Vamos a contas. Vamos imaginar que uma pessoa tenha pedido 150 mil euros ao banco para comprar casa, com spread de 0,3%. Há dias, a Euribor estava a -0,329%. Pelo que está no contrato, a média aritmética da taxa de juro deveria ser de 0,029% negativa. Ou seja, o banco devia pagar-lhe 43,50 euros por ano. E quanto mais negativa ficar a Euribor mais o banco lhe deverá.

Não é um valor elevado, mas há aqui uma questão de princípio. Se fosse eu a faltar a uma vírgula do meu contrato com o banco, já tinha os advogados dele à perna. E lembre-se deste pormenor quando os bancos vierem com juros negativos nas contas a prazo (há países onde já estão). Aí, a justificação já vai ser diferente e “os princípios basilares” já vão ser outros, digo eu.

Em resumo, de facto não é normal que seja o banco a suportar o nosso empréstimo, mas alguém tem de clarificar esta situação. É que os contratos assinados entre nós e os bancos não estão a ser cumpridos.

Para já, só quem tem Euribor a três meses é que já está nesta situação no mínimo estranha. Mas daqui a alguns meses todos os que têm Euribor a seis meses podem estar também abrangidos. São a grande maioria em Portugal. Se não há limites quando a Euribor sobe, também não devia haver limites quando desce. Ou então mudem as regras.

Veja qual é a sua situação e reclame, se assim o entender, junto do seu banco e do Banco de Portugal. Para memória futura. Pelo menos ficam a saber que está atento.

sexta-feira, 11 de março de 2016

A frugalidade do multimilionário dono do IKEA e a pedagogia do seu exemplo!



Ingvar Kamprad, o multimilionário que fundou a Ikea, conhecida multinacional sueca de venda de mobiliário e acessórios de decoração, só compra roupa na feira da ladra e em segunda mão. A revelação foi feita pelo próprio num documentário que será emitido na televisão sueca, conta o jornal britânico The Guardian.

Kamprad, que faz 90 anos no próximo dia 30 de março, será dono de uma fortuna estimada em 65,5 mil milhões de euros, segundo relatos recentes da imprensa sueca, e foi considerado pela Forbes a quarta pessoa mais rica do mundo em 2006. No entanto, e conforme recorda o Guardian, os seus gastos parcimoniosos têm chegado várias vezes às páginas dos jornais. O estilo de vida austero que tanto lhe agrada está plasmado no código de conduta da empresa que fundou: a "Bíblia da Ikea", como é conhecida, decreta que "desperdiçar recursos é um pecado mortal" e um dos maiores males da humanidade.

De origens humildes, Kamprad garante que é da natureza dos habitantes de Smaland, a região sueca onde nasceu, ter um comportamento frugal, e no documentário que será exibido pela TV4 da Suécia garante que foi mesmo essa avareza que lhe permitiu fazer da Ikea uma das marcas mais conhecidas em todo o mundo. O Dagens Industri, um diário de Estocolmo que teve acesso ao documentário em questão, avança mesmo uma citação do multimilionário, referindo-se à sua indumentária: "Julgo que não estou a usar nada que não tenha sido comprado numa feira da ladra. Significa que quero dar um bom exemplo", sublinha.

No documentário, sabe-se ainda que Kamprad frequenta o mercado local de Älmhult, onde fica a sede da Ikea (o nome da empresa é um acrónimo das iniciais do seu nome, Ingvar Kamprad, juntas com
Elmtaryd, a quinta onde cresceu, e Agunnaryd, a sua terra natal). É lá que se abastece e faz questão de comprar os iogurtes que estão quase no limite do prazo de validade - e por isso mais baratos. A sua filosofia contra o desperdício leva-o a poupar mesmo no barbeiro: desde que, na Holanda, pagou 22 euros por um corte de cabelo, prefere tratar da sua imagem quando viaja, sobretudo para países em desenvolvimento. "A última vez foi no Vietname", admite.

Até há pouco tempo, o fundador da Ikea conduzia um Volvo 240 de 1993, que só abandonou porque a idade obrigou-o a deixar de se sentar ao volante. Já quando viaja de avião, prefere a classe turística e privilegia sempre os transportes públicos. Chegaram a recusar-lhe a entrega de um prémio porque o viram chegar de autocarro e duvidaram da sua identidade.
Sempre à procura de cortes nos gastos, em 1973, Kamprad saiu da Suécia para a Dinamarca, onde conseguiu obter impostos mais baixos para a Ikea, e foi o mesmo motivo que o levou a mudar-se para a Suíça anos depois.

Só em 2010 o multimilionário começou a retirar-se progressivamente da administração da Ikea e da fundação que constituiu em nome familiar para administrar a cadeia de lojas - que tem sede no Luxemburgo, conhecido como o paraíso fiscal da Europa: entregou a direção aos filhos - tem quatro - e regressou definitivamente à Suécia em 2014, depois da morte da mulher.

in DN de 10 de Março 2016

sábado, 6 de julho de 2013

Luisinho...Luisinho! já te tenho dito que não é bonito andares a enganar-me!


Ontem falamos da situação escandalosa que se vive ao assistir-se à resposta das autoestradas face à redução da procura em resultado da crise.

Ora se é certo que uma asneira é sempre uma asneira, e que uma asneira pública ou na órbita pública, assume, invariavelmente, uma dimensão expressiva porquanto, em geral, tem como destinários uma enormidade de gente (habitualmente o público), diversamente de uma asneira privada, a qual se destina a um segmento muito menor de consumidores.

Outras diferenças existem, não de menor importância; Enquanto os custos de uma asneira privada são, em principio e se não for enorme como o BPN, suportados pelos asnos que gerem o seu negocio, os custos de uma asneira pública são suportados pelos asnos que somos todos nós, que o permitimos.

Sendo certo que uma asneira privada, vive em concorrência, com outras ofertas, melhores, piores ou iguais e confere ao cidadão-consumidor uma possibilidade de escolha que lhe dá alguma margem de defesa, contrariamente a uma asneira pública que, habitualmente imposta, reduz muito a capacidade de escolha do cidadão-utente.

Enfim, entre asneira pública e privada venha o diabo e escolha!

Vem isto a propósito de um email que nos foi dirigido por um visitante frequente com pedido de publicação depois de ser dada à noticia um tratamento jornalístico.

Como estamos em plena época balnear o assunto tem muita atualidade e não resistimos em trata-lo, uma vez que nos parece revelar, em concurso, comportamentos comerciais aberrantes e outros estimulantes.

Mais se nos impôs por vermos que Armação, neste concurso, ficou com a “fava” e Albufeira com o “brinde”.

O nosso visitante vive em Armação de Pêra e é cliente frequente, de há anos, da concessão de praia da Rocha da Palha (Rochinha do Luisinho).

Assistindo como assiste aos telejornais, se outras razões não existissem, que existem, convenceu-se que o preço das sombrinhas, este ano, não aumentaria, mantendo-se no €12,00/dia, do ano passado, preço este que já era desajustado em 2012 face à crise que então se sentia claramente.

Qual não foi a sua surpresa quando verificou que este ano, o famigerado 2013 da era cristã, de crise profunda, o preçário era outro. É hoje de €16,00, ao invés dos€12,00 de 2012. Repare-se que, mantendo-se o custo dos factores de produção, se é que alguns não se reduziram, registou-se um aumento de 33,33%! Extraordinário!!!

Ainda se poderia fundar numa melhoria no serviço? Não é claramente o caso! O serviço é prestado por amadores, nalguns caso muito pouco simpáticas, que parecem menores (se for esse o caso numa relação contratual de legalidade, pelo menos questionável);
Ainda se poderia fundar no aumento do IVA? Não é claramente o caso! O IVA o ano passado já era de 23% (do que não temos a certeza) mas ainda que fosse de 13%, não justificaria um aumento superior a 10%, enquanto o que se verificou foi de 33,33%!
Ainda poderia fundar-se no aumento do horário do usufruto e serviço à sombrinha? Não, o nosso visitante foi corrido às 18horas!
Ainda se poderia fundar num aumento desmesurado da procura? A procura não aumentou mantendo-se muitas sombrinhas por alugar!

O que justifica então o aumento do preço das sombrinhas na concessão da Rocha da Palha? A titularidade de uma concessão que dá ao concessionário a tez de pequeno imperador no reino do “beautiful people” do subúrbio em que ele pensa viver, sem enxergar que aquilo que nunca foi, já deixou de o ser e não voltará mais!

Danado, o nosso visitante decidiu procurar em Albufeira novo poiso.

Dá por si à primeira com um cartaz na praia informando que a sombrinha custava €12,00/dia, que quem alugasse sombrinha teria 25% de desconto nas bebidas, que havia uma “happy hour” com reduções substanciais do preço das bebidas, e um horário muito mais alargado.


Em Albufeira estamos numa economia de mercado e os agentes da mesma agem em conformidade.
Em Armação parece que se vive no espartilho da antiga economia de plano, tristemente celebre e inevitavelmente desaparecida por ter tentado ser alternativa e ter soçobrado aos vícios que gerou e procriou. É que só se dá bem com capelinhas e sem concorrência!

É bem conhecida a preferência do Luisinho por Albufeira para se divertir. Percebe-se bem porque nunca preferiu Albufeira para montar um negocio!

Provavelmente porque nunca se deu com a economia de mercado!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Contra os abusos bancários marchar, marchar... Adere à petição da DECO


Conseguir que os legisladores proíbam a “cobrança abusiva” de comissões bancárias de manutenção de contas à ordem é o objetivo de uma petição promovida pela DECO. Com base num estudo que deixou à vista um aumento daqueles encargos em mais de 40 por cento nos últimos seis anos, além da penalização de “quem tem rendimentos inferiores”, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor quer forçar o debate na Assembleia da República.
Porque os bancos, denuncia a estrutura, estão a “cobrar duas vezes pelo mesmo serviço”.
Desde 2007, concluiu a DECO, houve um acréscimo de 41 por cento, “em média”, nas despesas de manutenção que os bancos a operar em Portugal impõem aos titulares de contas à ordem.

Em causa está uma situação de “cobrança abusiva”, na perspetiva da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

“Não é possível ter um crédito sem ter uma conta à ordem, não é possível ter um cartão sem ter uma conta à ordem, não é possível fazer transferências, etc., etc. Hoje em dia, até para pagar impostos é necessário ter uma conta à ordem”, assinalou o jurista da DECO Joaquim Rodrigues da Silva, em declarações recolhidas pelo jornalista da Antena 1, João Vasco.

Sublinhando que “as contas à ordem são imprescindíveis à gestão básica da vida financeira de qualquer cidadão”, a Associação avança agora para uma “campanha de recolha de assinaturas pelo fim das comissões de manutenção”. Para ser discutida no Parlamento, a petição da DECO terá de juntar pelo menos quatro mil nomes.

Não tem grande nexo para nós que se esteja a cobrar pelo suporte essencial daquilo que são, de facto, outros serviços que os bancos prestam aos clientes, até porque aí o que acabamos muitas vezes por constatar é que existiriam duplas cobranças pelo mesmo serviço”, sustentou Joaquim Rodrigues da Silva, que é também diretor da revista da DECO Dinheiro & Direitos.

Uma distorção clara

Outra das constatações da DECO prende-se com a desigualdade de tratamento para clientes com baixos rendimentos e titulares de património mais expressivo. Os primeiros pagam “até cinco vezes mais”. A Associação frisa, neste plano, que os custos de manutenção de contas à ordem visam, por definição, remunerar o trabalho das entidades bancárias com a gestão patrimonial.

“Segundo o estudo que nós realizámos, apurámos que quem tem rendimentos inferiores, na ordem dos 500 euros ou menos, paga até cinco vezes mais do que aqueles que têm rendimentos mais altos”, assinalou à rádio pública Joaquim Rodrigues da Silva.

“Portanto, há aqui uma distorção clara daquilo que seria normal, digamos, numa cobrança do que quer que fosse, admitindo que estas comissões fossem legítimas”, concluiu.

A DECO salienta ainda que, com o advento do denominado homebanking, os consumidores passaram a realizar operações outrora a cargo dos bancários, nomeadamente transferências, pagamentos ou consultas de movimentos e saldos. O que reforça, no entender da estrutura, a necessidade de pôr termo às comissões de manutenção.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

As vítimas da TDT , por Fernando Madrinha, in “Expresso” de 9 de Fevereiro.


 O modo como se implantou a televisão digital terrestre (TDT) em Portugal foi mais um caso de sucesso da modernidade e do progresso tecnológico. Para quem vê o país a partir do seu cadeirão em Lisboa, olhando para o ecrã de um computador, tudo correu sobre rodas. A realidade, porém, foi e é bem diferente.

A introdução da TDT traduziu-se num negócio chorudo para as operadoras de TV por cabo e num tormento para boa parte da população habitualmente votada ao desprezo porque desprovida de voz e de poder reivindicativo. Primeiro, na iminência de ficarem sem acesso a TV gratuita, as pessoas foram pressionadas pelas operadoras a subscreverem os seus rendosos pacotes por cabo. Só não cedeu a essa pressão quem de forma alguma conseguia suportar os custos. Deste conjunto, alguns milhares terão deixado pura e simplesmente de ver televisão.

Basta imaginar um casal de idosos iletrados vivendo sós num monte alentejano ou noutro lugar recôndito de interior a tentar instalar um adaptador no seu velho aparelho de TV para se poder avaliar quantos terão desistido logo à primeira tentativa. Outros não puderem sequer suportar o custo desse adaptador e muito menos a contratação de um técnico para o instalar.

Aqueles que acabaram por aderir queixam-se agora, porque a Deco lhes perguntou, da má qualidade do serviço. Ora, quanto pior for esse serviço, mais depressa os desiludidos que ainda tiverem essa possibilidade acabarão por render-se ao cabo e ao jogo das operadoras. É neste pé que estamos. Nos outros países europeus, a TDT trouxe aos utilizadores mais canais e melhor qualidade de imagem. Em Portugal deixou muitos sem televisão e muitos outros com uma televisão pior do que a que tinham antes. Entretanto, muitos milhões entraram nos bolsos de uns quantos.

Quase sempre as inovações tecnológicas fazem as suas vítimas, mas, entre nós, as vítimas ficam entregues a si próprias. Perante a denúncia da Deco, a Anacom contrapõe, para a desvalorizar, o argumento de que as queixas são irrisórias. Não admira. Os portugueses lesados não têm sindicatos, nem advogados, nem grupos de pressão que os representem. São os mais pobres, os mais velhos, os mais abandonados no interior desertificado de um país que se resigna a ver prevalecer sobre o interesse dos cidadãos o interesse das grandes empresas, não raro em mancomunação com o Estado. Já não se queixam, pois não. Estão habituados a que ninguém os oiça.



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A DECO confirma o que todos nós já sabiamos. A TDT é uma trampa e serve os interesses das Operadoras por Cabo!




Um estudo conduzido pela DECO durante o mês de novembro de 2012, em Portugal Continental, permitiu apurar que 62 por cento das casas com Televisão Digital Terrestre experimentam “problemas de receção do sinal”. Um ano após o início do processo de migração do sistema analógico para a TDT, a Associação para a Defesa do Consumidor denuncia o que considera ser um “panorama desolador” reconhecido “tarde e a más horas” pela Autoridade Nacional de Comunicações.
É “intolerável”, nos termos de um comunicado da DECO, a situação retratada pelo estudo agora conhecido. Levado a cabo em novembro do ano passado no território de Portugal Continental, o trabalho da Defesa do Consumidor “apresenta um cenário de graves problemas na operação de mudança do sinal analógico para a TDT”, lê-se no mesmo texto.

“Quebras de imagem, chuva, falta de som e mesmo a não visualização” foram algumas das deficiências apuradas no estudo, segundo explicou à Antena 1 Ana Cristina Tapadinhas, porta-voz da DECO.

O processo de migração, lembra a Associação, foi concessionado à Portugal Telecom pela estrutura ICP-ANACOM (Instituto das Comunicações de Portugal-Autoridade Nacional de Comunicações). Salienta a DECO que a entidade reguladora “não tinha admitido, até agora, que a transição provocou mais do que problemas residuais aos consumidores”.

“Contrariando esta análise, 62 por cento dos inquiridos que permanecem no acesso terrestre gratuito disseram não receber o sinal de televisão em condições e 13 por cento afirmam que não conseguem seguir o normal desenrolar das emissões”, indica a DECO.

“Os números do estudo da DECO denunciam uma situação intolerável que a entidade reguladora do setor, a ICP-ANACOM, só tardiamente reconheceu, ao lançar uma consulta pública em busca de opiniões e soluções para resolver o problema de falta de qualidade do sinal terrestre. O prazo para reagir terminou a 1 de fevereiro e a DECO fê-lo de forma crítica por considerar tratar-se de uma tentativa de desresponsabilização das entidades com obrigações nesta matéria”, aponta a Defesa do Consumidor.

“Panorama desolador”

No seu comunicado, a DECO fala mesmo de um “panorama desolador” que “foi admitido pela ICP-ANACOM tarde e a más horas”: “O processo, antes classificado como globalmente positivo no relatório e balanço final da operação, é hoje descrito como a rede TDT não estava preparada para suportar as circunstâncias normais e expectáveis inerentes ao seu desempenho. Não sendo alcançado o nível de qualidade exigível, surge o debate público”.

“A DECO não pode deixar de salientar que muitos dos problemas hoje admitidos poderiam ter sido evitados se tanto a ICP-ANACOM como a PT tivessem tido em conta os alertas e as recomendações desta associação, no âmbito do seu acompanhamento do processo. Houve um deficiente planeamento da rede pela PT e uma ausência de fiscalização e monitorização pela ICP-ANACOM”, denuncia-se no texto.

A DECO encara também como “imoral” o facto de as deficiências de imagem da TDT estarem a impulsionar os contratos com as operadoras de televisão paga, tendo em conta as dificuldades financeiras de muitos consumidores. “Foram tantos os consumidores que reclamaram e que não conseguiram ver a sua situação resolvida que não tiveram outra alternativa se não recorrer à subscrição de televisão paga”, sublinhou a porta-voz da DECO Ana Cristina Tapadinhas, em declarações recolhidas pela rádio pública.


“Cumprimento integral”

A Associação para a Defesa do Consumidor, indicou a mesma porta-voz, está a disponibilizar na Internet um formulário para que os consumidores relatem eventuais problemas com a televisão digital terrestre.

A DECO reclama “o cumprimento integral do contrato de concessão” e sustenta que a Portugal Telecom “deve fazer o que for preciso para respeitar as condições da licença que lhe foi atribuída, sem que tal resulte num sobrecusto para o consumidor ou o contribuinte em geral”. Frisa ainda que “a solução a adotar deve garantir ao consumidor o acesso a um serviço de televisão com qualidade, independentemente da região onde se encontre”.

“Face ao histórico de falta de transparência revelado tanto pela ICP-ANACOM como pela PT em todo este processo, e para salvaguarda dos legítimos interesses e expectativas dos consumidores”, a DECO, conclui o comunicado, “solicitou formalmente ao regular um conjunto de informações, ao abrigo do princípio da colaboração da administração com os particulares”. E adverte que “não abdica de outras medidas para apuramento de eventuais responsabilidades, nomeadamente do próprio regulador pelo não cumprimento da primeira das suas obrigações: a defesa dos interesses dos consumidores”.

“Os consumidores utilizarão o formulário, sendo certo que imediatamente será reencaminhado para a PT, dando conhecimento à ANACOM. Esperamos que esta situação seja resolvida de forma imediata por parte destas entidades, uma resolvendo imediatamente no terreno, outra fiscalizando, de uma vez por todas”, afirmou à Antena 1 Ana Cristina Tapadinhas.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Um ‘ganda’ 31…

por Luísa schmit in expresso de 26/1/2013


Segunda-feira, 31 de dezembro de 2012. Tolerância de ponto; quase tudo fechou. Tudo? Não! Os serviços de atendimento ao público da EDP estavam abertos e filas quilométricas, com muitos idosos, esperavam com angústia a vez de serem atendidas. Vá-se lá saber por ordem de quem, gerou-se a ideia de que era preciso mudar o contrato de fornecimento de energia elétrica antes de 1 de janeiro de 2013, se não podia haver multas ou até corte de luz... A EDP, ‘muito carinhosamente’, em vez de explicar às pessoas que não se preocupassem e voltassem para o ano caso a escolhessem a ela, não. Mobilizou o pessoal de atendimento para aquele dia de angústia e apanhou uma bela carteira de clientes. Sem fazer de propósito, claro...

Este fenómeno, que tem mais de caricato do que de suspeito, expõe eloquentemente o nível de desrespeito com que neste, como noutros casos, se trata o cidadão.

Nos últimos tempos, deram-se profundas transformações no mercado da energia, nas empresas de produção, transporte e distribuição da eletricidade e nos seus mercados. Agora chegou a vez de cumprir esta cerimónia comercial chamada “liberalização do mercado” da eletricidade para os consumidores domésticos. Com esta liberalização, os cidadãos não só podem como são mesmo obrigados a escolher entre vários fornecedores, uma vez que os contratos antigos (afinal!) cessam todos até ao final de 2014. Benefícios claros que daqui resultam para o consumidor são muito difíceis de explicar. De tal modo assim é, que as empresas não fazem o mínimo esforço competitivo. Mesmo que não competissem a nível dos preços cuja margem de manobra é muito baixa, até porque uma parte substancial da fatura tem preço fixo, poderiam fazê-lo na qualidade do serviço, oferecendo, por exemplo, contadores inteligentes que ajudariam a entender e racionalizar o consumo de energia doméstica.

Mas até agora nada disto se viu. A não ser o equívoco que se criou no dia 31. Na verdade ninguém se sentiu no dever de comunicar convenientemente sobre este importante assunto. E quando dizemos convenientemente, pensamos, por exemplo, na exuberância com que se comunica um novo sabão em pó, ou as promoções dos supermercados, ou a glória de mais um cartão de crédito. Como foi então possível que ninguém achasse que uma mudança destas exigia grande atenção comunicativa dirigida ao cidadão consumidor? Como foi possível que não se explicasse o que implica esta liberalização, que existe um ‘período transitório’ para o novo contrato até 2015, mas que até lá, sabe-se lá porquê, existem “tarifas transitórias” que alteram os preços de 3 em 3 meses, e quais as vantagens e desvantagens de mudar, ou não, a curto prazo.



A questão da energia está longe de ser secundária. Com o mercado liberalizado, ou não, o peso da fatura já é enorme. Some-se eletricidade, gás e combustíveis e veja-se a percentagem do orçamento mensal em energia. Pense-se também, que, haja o que houver, e seja com quem for, a subida será inevitável. O Governo não tem dúvidas sobre isto, razão pela qual mandou elaborar uma estratégia de segurança energética, e tem uma Direção-Geral de Energia, uma agência nacional e várias locais de energia promotoras de eficiência energética, e sobretudo uma Entidade Reguladora dos Serviços de Energia (ERSE) com competência e obrigação explícitas de defender e informar os consumidores, neste e noutros casos.

Mas... e o cidadão? Já deu por estas instituições? Já sentiu que lhe foram de alguma utilidade agora que está entregue aos mercados, aos preços e aos novos contratos? Já deu por alguma vantagem ‘oferecida’ pelo mercado liberalizado? E a diferença entre mercado regulado e o mercado livre? Já lhe explicaram como pode melhorar a eficiência energética? Conhece e discutiu a estratégia de segurança energética?

A resposta a estas perguntas está patente no caricato episódio do réveillon aos balcões da EDP.



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Duo Maravilha Gaspassos e Companhia prá Fundação Francisco Manuel dos Santos já!

As auto-estradas perderam 245 mil carros por dia durante o mês de Setembro, em comparação com período idêntico de 2011.

De acordo com o Jornal de Notícias, com a crise, os portugueses estão a evitar as auto-estradas e, mais do que isso, optam por manter os carros estacionados.

Há um ano, Maria Silva visitava os pais em viatura própria todos os meses, apesar dos custos elevados em gasolina e portagens. Desde o Verão, partilha a viagem Lisboa-Cantanhede com o irmão. Afinal, fica mais caro do que ir passar o fim-de-semana a Londres ou mesmo Copenhaga.

Só o combustível e a despesa com a auto-estrada custam acima de 90 euros. Resultado: o seu automóvel foi um dos que se eclipsaram da circulação, um dos 245 mil desaparecidos das auto-estradas nacionais.

Foi este o número de carros a menos contabilizado diariamente durante o mês de Setembro, em comparação com período idêntico de 2011, de acordo com o Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias (Inir).

Não surpreende nenhum cidadão-automobilista (categoria do grupo cidadão-contribuinte especialmente perseguida e sacrificada ) o numero de “desertores” das auto estradas.

Perguntará qualquer observador estrangeiro: Para que servem estas infraestruturas de que Portugal se equipou, promovendo uma cobertura do território para além da média europeia, se não se destinam a serem utilizadas em beneficio da economia do pais?

Encarreguemos o “Duo Maravilha Gaspassos e Companhia” da resposta. Este duo é capaz disso e muito mais!

É que esta gentinha, como qualquer predador fiscal do nível mais rasteiro, está permanentemente convencida que cada cidadão-contribuinte dispõe sempre de um baú pleno de libras de ouro enterrado no quintal, argumento a que recorrem sistematicamente quando algum dos presentes, durante as suas sessões conspirativas visando novo assalto aos cidadãos, num acesso de racionalidade faz de advogado do Diabo e diz:

-“A malta não aguenta mais carga!”.
-“Aguenta! Que vão ao baú!” responde ligeiro o “Duo Maravilha Gaspassos e Companhia”.

De parabéns encontram-se os cidadãos-automobilistas que decidiram não pactuar com os aumentos das autoestradas e, ou, scuts!
Deram uma resposta à altura e fazem deste modo pedagogia, Senão vejamos:

Sempre tivemos a noção de que Portugal não constituiu nunca, apesar de a própria constituição dizer o contrário, um mercado perfeito!
Por um conjunto de razões, as quais, umas não fazem agora sentido, pois detalhar não constitui o objecto deste post, outras, pelas mesmas razões acrescidas do facto de serem matéria que não dominamos.

O que é facto é que, o comportamento de cidadãos-consumidores conscientes e proactivos, lamentavelmente, nos portugueses, só raramente os move.

Por isso esta resposta dos cidadãos-automobilistas pode constitutir, e cremos que vai constituir, a primeira de muitas outras de natureza e motivação idênticas.

Pois, meus senhores, aqui está uma resposta do Mercado!

A resposta dos portugueses foi uma resposta perfeita da procura do mercado interno à oferta, tal como esta se apresentou, desenfreada e desajustada.

É que estes senhores só são liberais na ideologia que pensam ter perfilhado e nalguns discursos.

Por aqui se vê o que estes senhores percebem de Mercados!

Quando lidam com o mercado, ou são estatistas acorrendo com os meios do Estado ao privado em stress (vide o caso Banif), ou agem como cartel (coligação de várias entidades em favor próprio)(no caso o Estado e o oligopólio[ (do grego oligos (poucos) + polens (vender) ou seja, um grupo de empresas tem o domínio de determinada oferta de produtos ou serviços. Para acontecer o oligopólio, alguns elementos são necessários como a existência de poucas firmas, a homogeniedade dos produtos e a presença de barreiras para a entrada de novos concorrentes)] das autoestradas.

Tiveram uma resposta do mercado à sua politica. Se a respeitarem como respeitam os restantes mercados só tem a fazer uma de duas:

- Por a GNR nas estradas a fazer a vida negra a quem ousou furtar-se às portagens, obrigando-os a pagar um valor muito superior em multas e coimas, como num verdadeiro Estado Policial que ambicionam; ou
- Em coerência com o neoliberalismo de que se arrogam professar, baixam os preços até ao limite que a procura entenda razoável ou acabam com as portagens pura e simplesmente. Ou ainda:
- Adoptam politicas de supermercado: promoções, combustível lowcost, happy hours, etc., etc., etc.

Se não o souberem fazer, concessionem as autoestradas ao Pingo Doce depois de irem fazer uns estágios na Fundação Francisco Manuel dos Santos que edita livrinhos baratos e cheios de conteúdo.

Quem sabe de mercado é realmente esta organização de Mercearia, vencedora da guerra da concorrência, sector para que os históricos multimilionários portugueses estiveram e estão realmente talhados. E isso, nunca devíamos ter esquecido!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Requiem pela KUBATA do Ricardo e pelo acesso público a qualquer Praia!


Grupo compra praia por 200 mil euros notícia do CM

Duzentos mil euros foi o preço que uma sociedade ligada ao grupo alemão Vila Vita Hotels pagou por cerca de três hectares de praia privada, em Armação de Pêra.

“O negócio, ao que o CM apurou, foi efectivado no dia 18 de Dezembro e a parcela de terreno será agora cedida ao Estado, depois de ser assinado, no próximo ano, um protocolo de permuta com o representante do grupo alemão, que entre vários investimentos em Portugal é proprietário do luxuoso resort Vila Vita Parc, na Senhora da Rocha, em Lagoa.
A extensa parcela de terreno, em plena praia dos pescadores, pertencia aos herdeiros da família Santana Leite. "Assumimos o papel do Estado, que ia avançar para a expropriação, e comprámos o terreno. Agora estamos dispostos a cedê--lo a favor da comunidade", confirmou ao CM Manuel Cabral, administrador do grupo Vila Vita. Além dos 200 mil euros, o investidor está ainda disponível a oferecer mais 300 mil para " requalificar a zona envolvente à praia, com a construção de um jardim ou um parque de estacionamento, e ajudar à transferência do clube Armacenenses para o novo campo", explicou o mesmo responsável.
Em contrapartida, apenas exige a concessão do restaurante de praia Kubata e o reconhecimento da praia da Vila Vita, junto ao resort de luxo.

POSSE PRIVADA FOI RECONHECIDA HÁ 99 ANOS
O terreno, com três hectares, está no Domínio Público Marítimo, mas a sua propriedade foi reconhecida a um privado em 1913. Mais tarde, um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão. Indiferentes a todo este imbróglio, os banhistas continuaram a encher a praia todos os anos. Em 2011, o Estado equacionou a expropriação do terreno, com o pagamento de 200 mil euros ao proprietário, de forma a efectuar a requalificação da zona, prevista no Plano de Ordenamento da Orla Costeira. Mas a intenção nunca se concretizou.”


Esta noticia publicada hoje no Correio da Manhã deixa-nos perplexos.

Ocorrem-nos desde logo algumas questões:

Por que carga de água uma empresa do grupo Vila Vita “Assume o papel do Estado”?
Quem lhe encomendou tal sermão? Como se pode, lucidamente, arrogar a tal pretensão? Por ser Alemã e o nosso Estado Português?

Se a parcela de terreno iria ser objecto de expropriação, porque razão um grupo privado se antecipa ao Estado para de seguida o ceder em favor da comunidade?
Em mera benfeitoria?

E, naturalmente, um conjunto de comentários:

O objecto de qualquer sociedade comercial tem por fim a obtenção do lucro ou o crescimento. Em que fim empresarial assentará esta “doação”?

Peculiar é também o facto de vir o administrador daquela empresa afirmar publicamente que está disponível para oferecer ainda mais 300 mil euros, para além dos 200 mil euros dispendidos na aquisição do terreno, com vista à requalificação da zona envolvente, à construção de um parque de estacionamento ou um jardim e ajudar à transferência do campo de jogos do Armacenense.

Mais peculiar ainda é o facto de, através desta promessa pública, exigir (sic) a concessão do restaurante Kubata e o “reconhecimento” da praia da Vila Vita, junto ao Resort de luxo.

Acrescentando um “APENAS” o administrador da benemérita empresa quer fazer crer que as contrapartidas exigidas constituem um bom negocio para o Estado, tentando gerar no público a ideia que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.

Se o “APENAS” é da responsabilidade do jornalista, este tenta fazer crer que as contrapartidas exigidas são aceitáveis, tentando gerar no público a ideia de que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.

Em qualquer dos casos, quer tenha origem no interessado, quer tenha origem no jornalista o caso é grave e no mínimo indecoroso.

O negocio é, pelo menos, incomum, convenhamos.

Alguém que visa o lucro ou o crescimento, sabendo de antemão que o terreno vai ser objecto de expropriação, intromete-se no meio adquirindo o terreno, propagando desde logo a intenção de o ceder a favor da comunidade.

Ora, as acções beneméritas ou mecenáticas são sempre bem vindas na comunidade.

Mas tratar-se-á esta de uma acção verdadeiramente benemérita ou mecenática?

Estamos seguros que não!

Sabendo de antemão que o terreno iria ser expropriado, aproveitando-se das dificuldades financeiras do Estado cujos meios têm hoje outras prioridades, razão do atraso na aquisição pública, investiu 200 mil euros na mira de ver satisfeitas dois objectivos que persegue há longos anos:

1.- a “ privatização” da praia já chamada da Vila Vita, este sim o seu objectivo primeiro e
2.- a concessão da Kubata, (cujo edificio, tanto quanto se sabe é propriedade do Ricardo que a tem explorado com competência nos últimos anos dando-lhe uma vocação que reúne a preferência da procura da generalidade do visitante de Armação: a sardinha assada ao ar livre).

Enquanto a concessão da Kubata parece a todos coisa pouca ( se nos esquecermos momentaneamente dos direitos e legitimas expectativas do seu actual possuidor, Ricardo, que estão a ser trilhados há muitos meses por formas diversas), o mesmo não se pode dizer da privatização (uso exclusivo, acesso impedido a não convidados, reserva do direito de admissão, ou qualquer outra designação mais traiçoeira como: reconhecimento) da Praia da Vila Vita.

O objectivo subjacente não é por conseguinte benemérito mas visa a prossecução dos fins empresariais que a Vila Vita prossegue de há muito.

Sucede que isso, apesar de ínvio como é patente, não nos causa particular comoção.

O que realmente aqui estará em causa é saber se o Estado se vai pôr a jeito para mais uma desconsideração, a exemplo de outras noutros palcos europeus.

Se tal inimaginável propósito vier a suceder terá certamente a oposição firme da população e a nossa!

Estamos convencidos que o Estado não se deixará enredar nesta teia de interesses egoísticos que, tudo indica, estão a tecer à roda de objectivos indesejáveis (privatização da praia dita da Vila Vita) e ilegais, por meios que denotam verdadeira afronta ao Estado Português.

Somos amigos do investimento virtuoso. Admiramos a inteligência, a perseverança, o crescimento sustentável. Mas todos eles sujeitos à regra da transparência e às demais que se impõem num Estado de Direito.

Defendemos este conjunto de princípios quer nos negócios públicos ou com intervenção pública, quer, na medida em que forem aplicáveis, nos negócios privados.

Na verdade, enquanto cidadãos temos esse direito inalienável que nos confere tal legitimidade, porquanto nos primeiros e segundos há sempre intervenção indirecta do cidadão contribuinte, nos últimos a intervenção directa do cidadão consumidor.

Qualquer investidor tem a nossa admiração directamente proporcional à qualidade da sua oferta, ao emprego que gera e mantém, ao activo regional ou nacional que representar, à riqueza que produzir, à receita publica que motivar.

Sucede é que qualquer empresa inserida no mercado nacional não pode nem deve comportar-se socialmente como certos poderes económicos típicos dos Westerns de Holywood, no Farwest, do final do sec. XIX.

É que Portugal, declaradamente em crise, revelando pouca perícia no zelo pela sua sustentabilidade e futuro, e muito pouco orgulhoso da sua classe politica, apesar de tudo isso não é o Farwest, nem está à venda, mesmo que muitos dos seus “amigos” assim o entendam.

Enganam-se!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A trapeira de Job.


Texto atribuido a José António Barreiros, advogado, pretensamente com o titulo "A trapeira do Job", remetido por email para este blogue, com pedido de publicação.
Sem podermos confirmar a sua autoria, podemos confirmar o seu interesse e utilidade na sua divulgação...

Isto que eu vou dizer vai parecer ridículo a muita gente.
Mas houve um tempo em que as pessoas se lembravam, ainda, da época da infância, da primeira caneta de tinta-permanente, da primeira bicicleta, da idade adulta, das vezes em que se comia fora, do primeiro frigorífico e do primeiro televisor, do primeiro rádio, de quando tinham ido ao estrangeiro.

Houve um tempo em que, nos lares, se aproveitava para a refeição seguinte o sobejante da refeição anterior, em que, com ovos mexidos e a carne ou peixe restante, se fazia "roupa velha". Tempos em que as camisas iam a mudar o colarinho e os punhos do avesso, assim como os casacos, e se tingia a roupa usada, tempos em que se punham meias-solas com protectores. Tempos em que ao mudar-se de sala se apagava a luz, tempos em que se guardava o "fatinho de ver a Deus e à sua Joana".

E não era só no Portugal da mesquinhez salazarista. Na Inglaterra dos Lordes, na França dos Luíses, a regra era esta. Em 1945 passava-se fome na Europa, a guerra matara milhões e arrasara tudo quanto a selvajaria humana pode arrasar.
Houve tempos em que se produzia o que se comia e se exportava. Em que o País tinha uma frota de marinha mercante, fábricas, vinhas, searas.

Veio depois o admirável mundo novo do crédito. Os novos pais tinham como filhos uns pivetes tiranos, exigindo malcriadamente o último modelo de mil e um gadgets e seus consumíveis, porque os filhos dos outros também tinham. Pais que se enforcavam por carrões de brutal cilindrada para os encravarem no lodo do trânsito e mostrarem que tinham aquela extensão motorizada da sua potência genital. Passou a ser tempo de gente em que era questão de pedigree viver no condomínio fechado, e sobretudo dizê-lo, em que luxuosas revistas instigavam em couché os feios a serem bonitos, à conta de spas e de marcas, assim se visse a etiqueta, em que a beautiful people era o símbolo de status como a língua nos cães para a sua raça.

Foram anos em que o Campo se tornou num imenso ressort de Turismo de Habitação, as cidades uma festa permanente, entre o coktail party e a rave. Houve quem pensasse até que um dia os Serviços seriam o único emprego futuro ou com futuro.

O país que produzia o que comíamos ficou para os labregos dos pais e primos parolos, de quem os citadinos se envergonhavam, salvo quando regressavam à cidade dos fins de semana com a mala do carro atulhada do que não lhes custara a cavar e às vezes nem obrigado.

O país que produzia o que se podia transaccionar, esse, ficou com o operariado da ferrugem, empacotados como gado em dormitórios, e que os víamos chegar mortos de sono logo à hora de acordarem, as casas verdadeiras bombas-relógio de raiva contida, descarregada nos cônjuges, nos filhos, na idiotização que a TV tornou negócio.

Sob o oásis dos edifícios em vidro, miragem de cristal, vivia o mundo subterrâneo de quantos aguentaram isto enquanto puderam, a sub-gente. Os intelectuais burgueses teorizavam, ganzados de alucinação, que o conceito de classes sociais tinha desaparecido. A teoria geral dos sistemas supunha que o real era apenas uma noção, a teoria da informação substituía os cavalos-força da maquinaria pelos megabytes de RAM da computação universal. Um dia os computadores tudo fariam, o Ser-Humano tornava-se um acidente no barro de um oleiro velho e tresloucado que, caído do Céu, morrera pregado a dois paus, e que julgava chamar-se Deus, confundindo-se com o seu filho e mais uma trinitária pomba.

Às tantas, os da cidade começaram a notar que não havia portugueses a servir à mesa, porque estávamos a importar brasileiros, que não havia portugueses nas obras, porque estávamos a importar negros e eslavos.

A chegada das lojas-dos-trezentos já era alarme de que se estava a viver de pexibeque, mas a folia continuava. A essas sucedeu a vaga das lojas chinesas, porque já só havia para comprar «balato». Mas o festim prosseguia e à sexta-feira as filas de trânsito em Lisboa eram o caos e até ao dia quinze os táxis não tinham mãos a medir.

Fora disto, os ricos, os muito ricos, viram chegar os novos ricos. O ganhão alentejano viu sumir o velho latifundário absentista pelo novo turista absentista com o mesmo monte mais a piscina e seus amigos, intelectuais, claro, e sempre pela reforma agrária, e vai um uísque de malte, sempre ao lado do povo, e já leu o New Yorker?

A agiotagem financeira, essa, ululava. Viviam do tempo, exploravam o tempo, do tempo que só ao tal Deus pertencia, mas, esse, Nietzsche encontrara-o morto em Auschwitz. Veio o crédito ao consumo, a Conta-Ordenado, veio tudo quanto pudesse ser o ter sem pagar. Porque nenhum Banco quer que lhe devolvam o capital mutuado, quer é esticar ao máximo o lucro que esse capital rende.
Aguilhoando pela publicidade enganosa os bois que somos nós todos, os Bancos instigavam à compra, ao leasing, ao renting, ao seja como for desde que tenha e já, ao cartão, ao descoberto-autorizado.

Tudo quanto era vedeta deu a cara, sendo actor, as pernas, sendo futebolista, ou o que vocês sabem, sendo o que vocês adivinham, para aconselhar-nos a ir àquele Balcão bancário buscar dinheiro, vendermos-nos ao dinheiro, enforcarmos-nos na figueira infernal do dinheiro. Satanás ria. O Inferno começava na terra.

Claro que os da política do poder, que vivem no pau de sebo perpétuo do fazer arrear, puxando-os pelos fundilhos, quantos treparam para o poder, querem a canalha contente. E o circo do consumo, a palhaçada do crédito servia-os. Com isso comprávamos os plasmas mamutes onde eles vendiam à noite propaganda governamental e, nos intervalos, imbelicidades e telefofocadas, que entre a oligofrenia e a debilidade mental a diferença é nula. E, contentes, cretinamente contentinhos, os portugueses tinham como tema de conversa a telenovela da noite, o jogo de futebol do dia e da noite e os comentários políticos dos "analistas" que poupavam os nossos miolos de pensarem, pensando por nós.
Estamos nisto.

Este fim-de-semana a Grécia pode cair. Com ela a Europa.
Que interessa? O Império Romano já caiu também e o mundo não acabou. Nessa altura, em Bizâncio, discutia-se o sexo dos anjos. Talvez porque Deus se tivesse distraído com a questão teológica, talvez porque o Diabo tenha ganho aos dados a alma do pobre Job na sua trapeira. O Job que somos grande parte de nós.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Combustivel: É possivel abastecer com "ciência"! Ganha o consumidor.


Um post de um engenheiro de segurança que trabalha há 31 anos numa refinaria está a ser uma das sensações no Facebook. O seu post é um dos mais partilhados e comentados. Tudo devido ao tema escolhido: truques de poupança na hora do abastecimento de um veículo.
O post na íntegra:


«1.º Truque:

Encher o tanque sempre pela manhã, o mais cedo possível.
A temperatura ambiente e a do solo são mais baixas. Todos os postos de combustíveis têm os seus depósitos debaixo terra.
Ao estar mais fria, a terra, a densidade da gasolina e do diesel é menor.
O contrário se passa durante o dia, quando a temperatura do solo sobe, e os combustíveis tendem a expandir-se.
Por isso, se você enche o tanque ao meio dia, pela tarde ou ao anoitecer, o litro de combustível não será um litro exactamente.
Na indústria petrolífera a gravidade específica e a temperatura de um solo tem um papel muito importante.
Onde eu trabalho, cada carregamento de combustível nos caminhões é cuidadosamente controlada no que diz respeito à temperatura.
O objectivo é o de que, cada litro vertido no depósito (cisterna) do camião seja exacto!

2.º Truque:

Quando for pessoalmente encher o tanque, não aperte a pistola ao máximo (pedir o mesmo ao abastecedor no caso de ser servido).
A pressão que se exerçe sobre a pistola determina a velocidade que pode ser lenta, média ou alta.
Prefira sempre o modo mais lento e poupará mais dinheiro.
Ao encher mais lentamente, cria-se menos vapor e, a maior parte do combustível vertido converte-se num cheio real, eficaz.
Todas as mangueiras vertedoras de combustível devolvem o vapor para o depósito.
Se encherem o tanque apertando a pistola ao máximo uma percentagem do precioso líquido que entra no tanque do seu veículo transforma -se em vapor do combustível, já contabilizado, volta pela mangueira de combustível (surtidor) ao depósito da estação. Isso faz com que, os postos consigam recuperar parte do combustível vendido, e o cliente acaba pagando como se tivesse recebido a real quantidade contabilizada, menos combustível no tanque, pagando mais dinheiro.

3. º Truque:

Encher o tanque antes que este baixe da metade. Quanto mais combustível tenha no depósito, menos ar há dentro do mesmo.
O combustível evapora-se mais rapidamente do que você pensa.
Os grandes depósitos cisterna das refinarias têm tectos flutuantes no interior, mantendo o ar separado do combustível, com o objectivo de manter a evaporação ao mínimo.

4.º Truque:

Não encher o tanque quando o posto de combustíveis estiver sendo reabastecido e nem imediatamente depois.
Se você chega ao posto de combustíveis e vê um camião tanque que está abastecendo os depósitos subterrâneos do mesmo, ou os acaba de reabastecer, evite, se puder, abastecer no dito posto nesse momento.
Ao reabastecer os depósitos, o combustível é jorrado dentro do depósito, isso faz com que o combustível ainda restante nos mesmos seja agitado e os sedimentos assentes no fundo acabam ficando em suspensão por um tempo.
Assim sendo você corre o risco de abastecer o tanque com combustível sujo»


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A EDP UMA VEZ MAIS: APELO À RESISTÊNCIA DOS CIDADÃOS MILITANTES

Solicitaram-nos a publicação de um apelo de cidadãos com vista à multiplicação da sua difusão.

Não precisarão os seus promotores de solicitá-lo segunda vez porquanto desde já se encontra publicado e assinado por baixo por todos os colaboradores deste Sítio.




Passem a todos os vossos Contactos: Vamos exercer o nosso PODER de cidadãos consumidores! 


PROPOSTA:



Começar DIA 20 DE NOVEMBRO ÀS 15 HORAS e continuar todos os domingos… 
 
a nível nacional, vamos, todos nós consumidores domésticos, desligar TUDO durante uma hora (os nossos congeladores aguentam mais do que isso quando há uma "anomalia" na rede que nos deixa sem energia e as baterias dos nossos portáteis também);



- vamos repetir a acção até a EDP ter de nos PEDIR para parar com a coisa.

Na qualidade de bons cidadão, que todos somos, pararemos mas só se os preços forem ajustados de forma a que os lucros da EDP se acertem pelo razoável, pelo socialmente justo e pelo moralmente correcto. 



A EDP já teme os prejuízos desta medida na escala dos vários milhões de portugueses, que estão conscientes do abuso a que estão sujeitos.

Já recebi este email 17 x nos últimos dias...CONTINUEM A PARTILHAR 
 


A EDP mantém um nível de lucros totalmente incompatível com o estado do país e com os sacrifícios exigidos a todos nós.

A EDP tem mais poder que o Governo de Portugal e conseguiu (vá-se lá saber por que vias...) impedir uma medida que visava minorar os brutais aumentos da energia que se estão a verificar e que vão, certamente, aumentar ainda mais os ditos lucros.

A EDP mantém um monopólio (não de jure, mas de facto) uma vez que a concorrência não oferece aos consumidores domésticos (por exemplo) taxas bi-horárias. 


Espalhem a ideia ... veremos no que dá... Os cidadãos em geral que pouco ou nada tiveram que ver com a causa da situação económica que vivemos, poderão ter um papel fundamental na gestão das consequências da mesma e sobretudo na RESISTÊNCIA aos aproveitamentos de alguns, sobretudos daqueles que gozam de posição dominante no mercado de bens de primeira necessidade, a coberto da austeridade que a crise determina.

Foi e é à conta da omissão dos cidadãos exercerem o seu papel na comunidade que chegamos onde nos encontramos!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Automóvel e a sustentabilidade do sistema

Decidimos fazer uma escuta ilegal. Escolhemos uma conversa entre um jovem contribuinte que pretende dar os seus primeiros passos motorizado, montado em quatro rodas, uma vez que os transportes públicos no Algarve são escassos, e o Estado que, pretensamente, a todos assegura condições elementares de existência.


Contribuinte - Gostava de comprar um carro.

Estado - Muito bem. Faça o favor de escolher.

Contribuinte - Já escolhi. Além do preço, tenho que pagar alguma coisa mais?

Estado - Sim. Imposto sobre Automóveis (ISV) e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Contribuinte - Ah... Só isso.

Estado - ... e uma "coisinha" para o pôr a circular. O selo.

Contribuinte - Ah!..

Estado - ... e mais uma coisinha na gasolina necessária para que o carro efectivamente circule. O ISP.

Contribuinte - Mas... sem gasolina eu não circulo.

Estado - Eu sei.

Contribuinte - ... Mas eu já pago para circular...

Estado - Claro!...

Contribuinte - Então... vai cobrar-me pelo valor da gasolina?

Estado - Também. Mas isso é o IVA. O ISP é outra coisa diferente.

Contribuinte - Diferente?!

Estado - Muito. O ISP é porque a gasolina existe.

Contribuinte - ... Porque existe?!

Estado - Há muitos milhões de anos os dinossauros e o carvão fizeram petróleo.. E você paga.

Contribuinte - ... Só isso?



Estado - Só. Mas não julgue que pode deixar o carro assim como quer.

Contribuinte - Como assim?!

Estado - Tem que pagar para o estacionar.

Contribuinte - ... Para o estacionar?

Estado - Exacto.

Contribuinte - Portanto, pago para andar e pago para estar parado?

Estado - Não. Se quiser mesmo andar com o carro precisa de pagar seguro.

Contribuinte - Então pago para circular, pago para conseguir circular

e pago por estar parado.

Estado - Sim. Nós não estamos aqui para enganar ninguém. O carro é novo?

Contribuinte - Novo?

Estado - É que se não for novo tem que pagar para vermos se ele está

em condições de andar por aí.

Contribuinte - Pago para você ver se pode cobrar?

Estado - Claro. Acha que isso é de borla? Só há mais uma coisinha...

Contribuinte - ...Mais uma coisinha?

Estado - Para circular em auto-estradas

Contribuinte - Mas... mas eu já pago imposto de circulação.

Estado - Pois. Mas esta é uma circulação diferente.

Contribuinte - ... Diferente?

Estado - Sim. Muito diferente. É só para quem quiser.

Contribuinte - Só mais isso?

Estado - Sim. Só mais isso.

Contribuinte - E acabou?

Estado - Sim. Depois de pagar os 25 euros, acabou.

Contribuinte - Quais 25 euros?!

Estado - Os 25 euros que custa pagar para andar nas auto-estradas.

Contribuinte - Mas não disse que as auto-estradas eram só para quem quisesse?

Estado - Sim. Mas todos pagam os 25 euros.

Contribuinte - Quais 25 euros?

Estado - Os 25 euros é quanto custa o chip...

Contribuinte - ... Custa o quê?

Estado - Pagar o chip. Para poder pagar.


Contribuinte - Não percebo ...

Estado - Sim. Pagar custa 25 euros.

Contribuinte - Pagar custa 25 euros?

Estado - Sim. Paga 25 euros para poder pagar.

Contribuinte - Mas eu não vou circular nas auto-estradas.

Estado - Imagine que um dia quer...tem que pagar.

Contribuinte - Tenho que pagar para poder pagar porque um dia posso querer?

Estado - Exactamente... Você paga para poder pagar o que um dia pode querer.

Contribuinte - E se eu não quiser?

Estado - Paga multa.


Contribuinte - O que dá muito jeitinho...

Estado - Não percebo!

domingo, 20 de março de 2011

Aguardente de medronho

Uma nova forma de comercializar este precioso néctar



Com o objectivo de divulgar a aguardente de medronho, pequenos produtores de São Marcos da Serra unem-se para implementarem uma forma diferente de distribuição deste precioso néctar.

Actualmente em testes na praia de Armação de Pêra onde no período de Verão a aguardente de medronho vai ser comercializada.

Por cinco euros os apreciadores podem “mamá-la” ao natural ou como cachaça.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A necessidade gera o Engenho! À atenção do consumidor!

A Turquia tem, desde 1 de Janeiro de 2007 uma nova moeda, a “nova Lira Turca” (Yeni Turk Lirasi), a qual substituiu a estafada Lira antiga a quem retiraram nada menos que 6 (seis) zeros.

Olhando a nova Lira, estranhamente ou não, vemos que se assemelha, à milionésima, com a moeda de 2 Euros europeia.

De facto, têm exactamente a mesma aparência (uma parte de cobre central rodeada por um anel de níquel) e, não só, mas também, sensivelmente, a mesma medida.

A face principal da moeda reproduz a figura do seu herói nacional Ataturk, tal qual muitos euros apresentam os seus: Rei de Espanha, da Bélgica, etc..

A diferença mais evidente é que, em lugar dos 2 Euros, tem 1, em tudo semelhante ao 1 da moeda europeia.

Segundo os especialistas a Lira Turca é uma imitação juridicamente inatacável da moeda de 2 Euros, sendo certo e sabido que o valor da mesma é de apenas 0,4 euros (quarenta cêntimos) se fosse aceite na Europa o que, de todo em todo, não sucede, pelo que o seu valor efectivo é zero.

Os amigos do alheio porém, estão deliciados com o facto, uma vez que os pagamentos em máquina ou os trocos geram receita significativa se se dedicarem a ludibriar o próximo.

A circulação destas Liras vai sendo detectada na Europa, sobretudo nos países de maior imigração turca, o que, não sendo o caso de Portugal, não nos dá qualquer garantia de defesa.

Na verdade nada impede um Xico-Esperto de importar uma tonelada destas Liras, por “tuta e meia” e fazer um negocio da China!

Atenção portanto!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve