O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
Mostrar mensagens com a etiqueta Valores e Desvalores. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Valores e Desvalores. Mostrar todas as mensagens
sábado, 7 de janeiro de 2017
Coisas que o mundo inteiro deveria aprender com Portugal por Ruth Manus (blog no Estado de São Paulo)
26/11/2016, 13:39
Portugal é um país muito mais equilibrado do que a média e é muito maior do que parece. Acho que o mundo seria melhor se fosse um pouquinho mais parecido com Portugal.
Dentre as coisas que mais detesto, duas podem ser destacadas: ingratidão e pessimismo. Sou incuravelmente grata e otimista e, comemorando quase 2 anos em Lisboa, sinto que devo a Portugal o reconhecimento de coisas incríveis que existem aqui- embora pareça-me que muitos nem percebam.
Não estou dizendo que Portugal seja perfeito. Nenhum lugar é. Nem os portugueses são, nem os brasileiros, nem os alemães, nem ninguém. Mas para olharmos defeitos e pontos negativos basta abrir qualquer jornal, como fazemos diariamente. Mas acredito que Portugal tenha certas características nas quais o mundo inteiro deveria inspirar-se.
Para começo de conversa, o mundo deveria aprender a cozinhar com os portugueses. Os franceses aprenderiam que aqueles pratos com porções minúsculas não alegram ninguém. Os alemães descobririam outros acompanhamentos além da batata. Os ingleses aprenderiam tudo do zero. Bacalhau e pastel de nata? Não. Estamos falando de muito mais. Arroz de pato, arroz de polvo, alheira, peixe fresco grelhado, ameijoas, plumas de porco preto, grelos salteados, arroz de tomate, baba de camelo, arroz doce, bolo de bolacha, ovos moles.
Mais do que isso, o mundo deveria aprender a se relacionar com a terra como os portugueses se relacionam. Conhecer a época das cerejas, das castanhas e da vindima. Saber que o porco é alentejano, que o vinho é do douro. Talvez o pequeno território permita que os portugueses conheçam melhor o trajeto dos alimentos até a sua mesa, diferente do que ocorre, por exemplo, no Brasil.
O mundo deveria saber ligar a terra à família e à história como os portugueses. A história da quinta do avô, as origens trasmontanas da família, as receitas típicas da aldeia onde nasceu a avó. O mundo não deveria deixar o passado escoar tão rapidamente por entre os dedos. E se alguns dizem que Portugal vive do passado, eu tenho certeza de que é isso o que os faz ter raízes tão fundas e fortes.
O mundo deveria ter o balanço entre a rigidez e a afeto que têm os portugueses.
De nada adiantam a simpatia e o carisma brasileiros se eles nos impedem de agir com a seriedade e a firmeza que determinados assuntos exigem. O deputado Jair Bolsonaro, que defende ideias piores que as de Donald Trump, emergiu como piada e hoje se fortalece como descuido no nosso cenário político. Nem Bolsonaro nem Trump passariam em Portugal. Os portugueses- de direita ou de esquerda- não riem desse tipo de figura, nem permitem que elas floresçam.
Ao mesmo tempo, de nada adianta o rigor japonês que acaba em suicídio, nem a frieza nórdica que resulta na ausência de vínculos. Os portugueses são dos poucos povos que sabem dosar rigidez e afeto, acidez e doçura, buscando sempre a medida correta de cada elemento, ainda que de forma inconsciente.
Todo país do mundo deveria ter uma data como o 25 de abril para celebrar. Se o Brasil tivesse definido uma data para celebrar o fim da ditadura, talvez não observássemos com tanta dor a fragilidade da nossa democracia. Todo país deveria fixar o que é passado e o que é futuro através de datas como essa.
Todo idioma deveria carregar afeto nas palavras corriqueiras como o português de Portugal carrega. Gosto de ser chamada de miúda. Gosto de ver os meninos brincando e ouvir seus pais chama-los carinhosamente de putos. Gosto do uso constante de diminutivos. Gosto de ouvir “magoei-te?” quando alguém pisa no meu pé. Gosto do uso das palavras de forma doce.
O mundo deveria aprender a ter modéstia como os portugueses -embora os portugueses devessem ter mais orgulho desse país do que costumam ter. Portugal usa suas melhores características para aproximar as pessoas, não para afastá-las. A arrogância que impera em tantos países europeus, passa bem longe dos portugueses.
O mundo deveria saber olhar para dentro e para fora como Portugal sabe. Portugal não vive centrado em si próprio como fazem os franceses e os norte americanos. Por outro lado, não ignora importantes questões internas, priorizando o que vem de fora, como ocorre com tantos países colonizados.
Portugal é um país muito mais equilibrado do que a média e é muito maior do que parece. Acho que o mundo seria melhor se fosse um pouquinho mais parecido com Portugal. Essa sorte, pelo menos, nós brasileiros tivemos.
Ruth Manus é advogada e professora universitária e assina um blogue no Estado de São Paulo, Retratos e relatos do cotidiano
Etiquetas:
opinião,
turismo,
Valores e Desvalores
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Resposta a um jornalista desta "lixeira" (ou um voo breve à piolheira das nossas elites) por um amigo do blog Cidadania!
Meu caro João,
Desculpe chamar-lhe assim mas o meu amigo é meu companheiro ás vezes diário, mas pelo menos semanal no ??????? do qual sou leitor muito antes de você ser um adulto.
Embora este início pareça ser á primeira vista agradável, na verdade escrevo-lhe indignado pelo seu titulo: Não somos lixo mas merecíamos.
Decidi não ler o artigo mas pelo que é habitual, o meu amigo entende que este povo nada vale nem os seus dirigentes e entende que as agências de rating são o instrumento imparcial e objectivo para definir quem realmente vale alguma coisa.
Esta minha reacção é obviamente emotiva, mas disso não tenho qualquer complexo: a união das comunidades não é feita por razões económicas ou outras mas sobretudo por razões emocionais. Vocês jovens não sabem o que isto era no passado. Mesmo assim, este “lixo” existe qualquer dia há quase mil anos apesar de , estamos de acordo, como dizia o Eça, os nossos líderes são como as fraldas, devem ser mudados e pela mesma razão.
Mesmo assim, meu caro João, cá estamos, neste canto á beira mal plantado e ainda vivos, quem diria?
Mas a minha concepção de líderes é um pouco mais abrangente do que é habitual. Os nossos políticos são muito maus mas o mesmo se diz dos sindicatos, dos empresários, dos académicos e , é claro dos jornalistas.
Temos gente de categoria em todos os quadrantes mas não temos a massa critica para fazer a diferença e temos sobretudo uma de duas atitudes que definem os medíocres. Ou somos a favor do conformismo ou criticamos tudo e mais alguma coisa sem entendermos nada do assunto. Publicam-se notícias e definem-se teorias gerais porque se fala com um número diminuto de tipos que dizem os maiores disparates. E esses são ouvidos porque são quadros importantes de grandes empresas, portanto á primeira vista gente respeitável e indicada para serem fontes dos jornalistas. Porém muitos deles apenas obtiveram essas funções por nepotismo pessoal ou partidário, mas continuamos a ter que levar com eles e seus seguidores.
João, talvez não tenha reparado que esses “crâneos” são invariavelmente indivíduos que pela sua filiação partidária ocuparam cargos de grande relevo em empresas do Estado, entretanto privatizadas, que não teriam sido considerados sequer candidatos a quadros de empresas internacionais, a não ser como lobistas, claro.
Veja os Bava, Os Mexias, os Salgados todos considerados deuses.
Assim, ouço os maiores disparates sobre, por exemplo o investimento estrangeiro e o IRC.
A opinião dominante é que Portugal não oferece condições interessantes ao investimento estrangeiro porque (a) tem uma legislação laboral obsoleta e inflexível (b) custos laborais altos (c) impostos altos (d) baixa produtividade (e) custos indirectos altos e mais prosaicamente aqueles que definem que com um governo tipo geringonça não haverá confiança para investir.
Ou seja uma verdadeira desgraça! Quem ouve tal coisa, fica a pensar que os tipos da Mcdonalds, da Coca Cola ou da Siemens, Bosch, etc, são uma cambada de incompetentes para investirem e continuarem a investir em Portugal.
Vou dar de barato a maior parte e apenas falarei de 3:
A mais ridícula de todas mas nem por isso menos falada é que o investimento estrangeiro nunca acontecerá desde que a cor do governo não agrade aos investidores.
Uma empresa que faça um investimento numa fábrica precisa de mais de 20 anos para amortizar os seus investimentos. Durante esse período de muitos anos, essas empresas terão que viver com vários governos mais á esquerda ou mais á direita sem que isso os impeça de continuarem com o seu negócio, logo este argumento não é medíore, é péssimo! E nem merece mais discussão. Os nossos dossiers passavam de ministros para ministros e tínhamos que começar de novo com um novo ministro mas isso não obstou que tivéssemos crescido de 100 para 500 milhões e de 1000 para 6000 pessoas.
No nosso caso, ate fazemos parte da União Europeia o que é uma garantia do respeito pela propriedade privada que não existe em outras geografias no mundo, sem que as empresas tenham deixado de investir nesses países. Participei pessoalmente em investimentos em países da ex cortina de ferro, onde nem sequer havia um código de investimento estrangeiro, bancos comerciais, credito e nem por isso deixamos de investir. Falo da Rússia, da Republica Checa, Polonia, Roménia, etc, daí, como pode imaginar, tenho pouca paciência para discutir estas questões com certos “peritos” da nossa praça.
A segunda questão é que Portugal não é um país competitivo.
Ora aqui há alguma verdade, mas pelas razões erradas. O que todos falam incluindo a nossa CIP, são os salários. Ora Portugal é na Europa dos países onde se pagam salários mais baixos. O ordenado mínimo é pago a uma percentagem brutal dos nossos trabalhadores sem que o mesmo aconteça em qualquer país da EU.
Claro que os nossos empresários estão interessados em pagar os salários marroquinos ou até salários nenhuns. Para o investimento estrangeiro, no entanto, Portugal é um país extremamente competitivo a nível de salários!
Em segundo lugar, nos últimos anos houve uma transformação estrutural das actividades produtivas no país. Mais lentas que desejável, certamente, mas o país que antigamente apenas tinha actividades de mão de obra intensiva, passou a ter empresas de capital intensivo. Mesmo nas indústrias tradicionais como o têxtil ou o calçado!
Ora sendo assim, o peso das despesas do pessoal na conta de exploração reduziu-se brutalmente e portanto os salários passaram a ter um peso relativo significativamente menor, se bem que importante, apesar de tudo.
Para lhe dar uma ideia, o peso relativo dos salários numa indústria de ponta em Portugal (por exemplo a automóvel) é de apenas 6 a 10% do total dos custos! Em contrapartida, os custos em energia são entre 10 e 15% dependendo do produto em causa.
Os custos dos materiais (incluindo a logistica) são cerca de 50% em actividades de capital intensivo médio e mais de 70% em actividades de capital intensivo alto. E neste caso o peso dos salários é da ordem dos 3%.
Ora de aqui se pode concluir que os investidores que apenas reduzirem os custos de mão de obra, estão tramados! Uma redução de 10% em custos que significam 6% do total dos custos de exploração, é uma ridicularia que qualquer investidor estrangeiro nem sequer está disposto a discutir! São peanuts como diria o Jorge Jesus!
Em contrapartida, o Presidente da PSA, um português, como sabe, quando visitou Portugal afirmou que na fábrica de Mangualde (aliás uma fabriqueta de pequenas dimensões que funciona como satélite de Vigo que é a maior fábrica da PSA a nível mundial), pagava 20% mais de energia que em Paris!
Os espanhóis da Siderurgia Nacional afirmaram publicamente e até ameaçaram encerrar a fábrica do Seixal porque pagavam 15% mais de energia que em Espanha e afirmaram que só os salários baixos compensavam esse custo. Claro que o Governo arranjou uma solução: pagam os taxpayers á EDP! E a empresa não fechou.
Porém, toda a gente fala que a competitividade vem dos salários!! Não há paciência!
A segunda questão é a da legislação:
Ora as leis portuguesas mesmo antes das alterações feitas pelo Governo anterior era das mais flexíveis. Toda a gente fala que as empresas em Portugal têm dificuldades em despedir pessoas. Como diria Passos Coelho trata-se de um mito urbano!
Ora tal não é verdade porque o além dos despedimentos com justa causa (basta 7 dias de faltas injustificadas), há mil e uma maneiras de despedir pessoas desde logo o despedimento colectivo, os contractos a prazo e sobretudo os trabalhadores que são contratados pelas empresas de trabalho temporário cujos contractos podem ser finalizados a cada 30 dias de forma absolutamente legal. A Lei dos despedimentos portanto não constitui qualquer problema. Há empresas com cerca de 50% de empregados em regime temporário.
Depois diz-se que os salários são baixos mas depois temos pagamentos de horas extraordinárias a 100 e 200% e que os trabalhadores recebem 14 meses, etc.
Continuamos a dizer patetices, a saber: As horas extraordinárias são por definição e como o próprio nome indica actividades fora do normal e extraordinária e portanto têm incidência muito baixa nos custos totais. Até porque nas actividades industriais de capital intensivo, a necessidade de amortização dos investimentos leva á utilização intensiva das instalações e equipamentos, portanto a utilização de 3 turnos diários de 24 horas e de 7 dias semanais, logo não se compreende como poderá haver lugar a horas extraordinárias a não ser a certas actividades especificas como a conservação e manutenção.
As empresas que têm altos custos de trabalho extraordinário são geridas por incompetentes portanto são eles que são o problema.
Depois, receber 12 meses ou 14 meses é igual. Uma actividade industrial mede a tarifa horária anual o que interessa é o número de horas trabalhadas no ano divididas pela totalidade dos salários pagos, portanto é indiferente. Aliás nos últimos anos já há o hábito de dividir o salario anual por 12 meses, mas do ponto de vista dos custos não altera nada, tem apenas influência no plano de tesouraria.
Falemos agora do IRC:
Para começar é preciso desde logo considerar que 80% do IRC é pago por cerca de uma dúzia empresas no país, como sabe. Trata-se quase sempre das antigas empresas do Estado, entretanto privatizadas e da Banca.
As PME não pagam nada porque pura e simplesmente não têm lucros.
Então e as grandes multinacionais?
Meu amigo aqui vão várias variantes que individualmente e/ou em conjunto fazem com que paguem muito pouco, a saber:
(1) Roaylties
Pela utilização de tecnologias que são pertença da “casa mãe”, as empresas localizadas em todo o mundo têm que pagar as royalties. Note-se, tudo isto é absolutamente legítimo já que as empresas tiveram que investir em I&D para obter as tecnologias. O problema está na quantificação das royalties. Quem define o valor, qual o critério, quais os limites? Pois é João: não há!
Portanto são as próprias empresas a definir o que fazem de acordo com o seu “tax plan”. Desta forma há transferência de meios financeiros que reduzirão a matéria colectável, logo, os impostos, no país de produção e aumenta no país da casa mãe.
(2) Transfer price
A coisa é simples: a empresa mãe detém os contractos com os clientes, as empresas nos países fornecem a empresa mãe são portanto subcontratantes da casa mãe ou Tier 2 suppliers.
Assim, as empresas dos países vendem os produtos á casa mãe que por sua vez inflaciona o preço ao cliente final ficando com a parte de leão: deixam algum (pouco) dinheiro de lucro nos países mas o grosso da coluna vai todo para a casa mãe que normalmente está em sítios interessantes como o ….Luxemburgo.
De acordo com o Expresso, das maiores 250 empresas do mundo apenas UMA não estava localizada numa off chore.
(3) A casa mãe normalmente é responsável por actividades cross the board de toda a organização mundial. Actividades como Engenharia, Vendas, I&D e mera administração da sede têm que ser pagas pelas empresas dos países. Para tanto cada país acorda com a casa mãe a obrigatoriedade do pagamento anual de um determinado valor. Mais uma vez João, qual é o conceito, quais são os limites, etc. Resposta: nenhuns.
(4) Finalmente a lei portuguesa permite que empresas internacionais em território português paguem apenas 5% de IRC porque o risco do negócio está na casa mãe que tem os contractos com os clientes, etc.
Conclusão: A redução do IRC, mesmo que feita com a melhor das intenções, tem efeito zero no investimento estrangeiro.
É apenas minha intenção dar alguns elementos que não são opiniões, mas factos, e esperar que tenham utilidade. Sei do falo por experiencia própria.
E atenção, sou altamente favorável ao investimento estrangeiro sem reservas, porque fazem crescer os países e formatam as sociedades com nova tecnologia e cultura do mérito, mesmo que paguem zero de impostos. Apenas digo que a redução de IRC como uma medida favorável ao investimento estrangeiro apenas vai beneficiar as EDP e as REN, etc e é completamente inócua para o investimento estrangeiro e trata-se de propaganda dos políticos seja direita ou esquerda.
A finalizar queria perguntar-lhe afinal o que se passa com o Deutsche Bank, porque há uma semana era o fim do mundo em cuecas e agora desapareceu das notícias.
Claro que sei porquê. Numa coisa destas temos que estar caladinhos porque senão contribuímos para a desgraça. Os nossos jornalistas, e bem, compreenderam. Pena que não tenham o mesmo cuidado quando se fala do Banif ou da CGD.
E, finalmente eu vivi 17 anos fora de Portugal como expatriado de luxo (fui responsável pelas operações da Europa e da America do Sul da então maior empresa de do mundo no seu ramo) incluindo 11 na Alemanha, e, acredite, João este lixo português é apesar de tudo o melhor sítio para viver. E o povo português, é invejoso e egoísta, mas é também trabalhador e generoso, assim tenha líderes á altura. Tive empresas em 15 países diferentes, imagine quais eram as melhores? As do lixo, claro, senão como teria alguém reparado em mim?
Um Abraço
J C
Etiquetas:
Valores e Desvalores
terça-feira, 14 de junho de 2016
Lenda do Galo de Barcelos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Galo de Barcelos
A lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção milagrosa de
um galo morto na prova da inocência de um homem erradamente acusado. Está
associada ao monumento seiscentista
que faz parte do espólio do Museu Arqueológico, situado no Paço dos
Condes de Barcelos.
Um dia, os habitantes de Barcelos andavam alarmados
com um crime, do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso que o cometera.
Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram
prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, que estava apenas de
passagem em peregrinação
a Santiago de
Compostela, em cumprimento duma promessa.
Condenado à forca,
o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara.
Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse
momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua
inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado
que estava sobre a mesa e exclamou:
- "É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo
cantar quando me enforcarem."
O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o
peregrino estava a ser enforcado, o galo
assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para
a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito. O homem
foi imediatamente solto e mandado em paz.
Alguns anos mais tarde, o galego teria voltado a Barcelos para
esculpir o Monumento do Senhor do Galo em louvor à Virgem Maria e a Santiago Maior, monumento
que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos.
Etiquetas:
cultura,
história,
Justiça,
Valores e Desvalores
quarta-feira, 9 de março de 2016
Força e Coragem
É preciso
ter força para ser firme,
mas é preciso coragem para ser gentil.
É
preciso ter força para se defender,
mas é preciso coragem para baixar a guarda.
É
preciso ter força para ganhar uma guerra,
mas é preciso coragem para se render.
É
preciso ter força para estar certo ,
mas é preciso coragem para ter dúvida.
É
preciso ter força para manter-se em forma,
mas é preciso coragem para ficar de
pé.
É
preciso ter força para sentir a dor de um amigo,
mas é preciso coragem para
sentir as próprias dores.
É
preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para
demonstrá-los.
É
preciso ter força para suportar o abuso,
mas é preciso coragem para fazê-lo
parar.
É
preciso ter força para ficar sozinho,
mas é preciso coragem para pedir apoio.
É
preciso ter força para amar,
mas é preciso coragem para ser amado.
É preciso
ter força para sobreviver,
mas é preciso coragem para viver.
Etiquetas:
Valores e Desvalores
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Na sociedade das Troikas, importante é a imagem, o momento e a comunicação de ambos a qualquer preço
![]() |
Receita da Troika: Quem não tiver razões para rir, vai ter de ser ajudado. |
![]() |
O mais importante é o momento. Depois importante é comunicá-lo. Salvar o naufrago não é noticia. |
Etiquetas:
Comportamento,
Valores e Desvalores
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Competição, oportunidade e valores...
O atleta espanhol Ivan Fernández Anaya, de 24
anos, não venceu a prova de cross country de Burlada, Navarra, mas até
hoje não para de ser cumprimentado, elogiado, aclamado pela sua atitude de
honestidade durante a prova.
O atleta queniano, Abel Mutai, medalha de ouro
nos 3.000 m com obstáculos em Londres, estava prestes a ganhar a corrida.
Sucedeu que parou no local errado, pensando ter
alcançado a linha de chegada.
Ivan Fernández Anaya, na segunda posição,
aproximou-se e, em vez de o ultrapassar, alertou-o para o equívoco e conduziu-o
para confirmar sua vitória.
Noutras palavras Ivan negou-se a conquistar a
prova.
Ele estava a 10 metros da linha de chegada e não
quis aproveitar a oportunidade para acelerar e vencer.
Gesticulando, para que o queniano compreendesse a
situação e quase empurrando-o levou-o até o fim. Ivan Fernandez deixou o colega
vencer a prova como iria acontecer se ele não se tivesse enganado sobre o
percurso.
Ivan, que é considerado um atleta de muito futuro
(campeão da Espanha nos 5.000 metros, na categoria há dois anos) ao terminar a
prova, disse:
"Ainda que me tivessem dito que ganharia uma
vaga na Selecção Espanhola para disputar o Campeonato da Europa, eu não me
teria aproveitado da situação . Acho que é melhor o que eu fiz do que se
tivesse vencido nessas circunstâncias. E isso é muito importante, porque
hoje em dia, tal como estão as coisas na sociedade, no futebol, na política,
onde parece que vale tudo, um gesto de honestidade fica muito bem. "
Muitos dias depois do ocorrido, a história
continua a ser exaltada nos noticiários e nas redes sociais.
No passado Sábado, no seu blog, Fernández
comentou a repercussão de sua atitude, que continua a ser elogiada duas semanas
depois.
"Hoje está sendo um dia especial para mim -
ou melhor, muito especial- não podia imaginar que o meu gesto com Mutai
chegaria aonde chegou. Estou numa autêntica nuvem, são muitos os comentários,
entrevistas, reportagens sobre o sucedido. Quero agradecer a todos o que
fizeram por mim", escreveu.
O que
chamou a atenção de todos foi algo que podendo e devendo ser básico na conduta humana, não tem passado de excepção:
a
honestidade!
"Eu não merecia ganhar. Fiz o que tinha de
fazer", afirmou Fernández em declarações reproduzidas pelo jornal 'El
País', de Espanha.
Etiquetas:
Circulando na Net,
Valores e Desvalores
sábado, 24 de novembro de 2012
Uma queixa incompleta...
Responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia, são os cinco princípios básicos da boa governação, perfilhados por instituições supranacionais, consagrados nos manuais de ciência politica e comummente aceites como valores integrantes da constituição material de um Estado de Direito.
São assim de reter estes conceitos. Recordemo-los:
Responsabilidade: obrigatoriedade de cumprir princípios e deveres derivados de um cargo, assunção das consequências dos actos praticados;
Transparência: carácter do que deixa transparecer toda a realidade das coisas, do que exprime a verdade de um facto ou acontecimento sem o alterar;
Coerência: ligação, harmonia lógica, nexo entre diversos elementos de um conjunto de factos;
Eficiência: relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados;
Eficácia: medida em que as actividades planeadas foram realizadas e conseguidos os resultados planeados.
Digamos que a queixa que gentilmente nos chegou, via mail, foi bem estruturada, revela um posicionamento de cidadania e funda-se num leque de valores e princípios que têm pautado grande parte das intervenções deste Blog.
Não havia como, sabendo da sua existência, ignorá-la!
A limitação temporal para a prática do crime objecto da queixa, entre 1998 e 2011, porém, introduz um elemento de banalidade que contrasta vivamente com a elevação dos princípios e valores invocados para a sua fundamentação.
Na verdade, exclui propositadamente através daquela datação, por exemplo a gestão de Cavaco Silva, a qual, no entender de muitos, não só não correspondeu a uma “good governance”, como contribuiu decisivamente enquanto causa estrutural e geométrica do crescimento da despesa pública, bem como da degenerescência de sectores essenciais da nossa economia como a agricultura e pescas, por exemplo.
Ao sonegar expressamente o cavaquismo do folclore da gestão pública da classe politica portuguesa, o(s) autor(s) introduziu um vírus vulgar, muito comum na vida politica nacional: a partidarite, doença fatal desta democracia, que assume múltiplas formas, como a da partidocracia, que acantona os valores e os princípios do estado de direito nos livros de ciência politica e promove os desvalores do comércio eleitoral, dos postos institucionais, da desorçamentação e outros que tais, aos valores da democracia real!
Tendo a queixa dado entrada em 11 de Julho de 2012, excluiu também propositadamente, um conjunto de governantes com mais de um ano de governação que já tinham revelado suficientemente irresponsabilidade porquanto foram eleitos com base em propostas eleitorais que contrastaram com as medidas de gestão empreendidas, em absoluta incoerência.
Não constitui por conseguinte, uma queixa tão isenta quanto a natureza da sua fundamentação necessariamente exige!
São assim de reter estes conceitos. Recordemo-los:
Responsabilidade: obrigatoriedade de cumprir princípios e deveres derivados de um cargo, assunção das consequências dos actos praticados;
Transparência: carácter do que deixa transparecer toda a realidade das coisas, do que exprime a verdade de um facto ou acontecimento sem o alterar;
Coerência: ligação, harmonia lógica, nexo entre diversos elementos de um conjunto de factos;
Eficiência: relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados;
Eficácia: medida em que as actividades planeadas foram realizadas e conseguidos os resultados planeados.
Digamos que a queixa que gentilmente nos chegou, via mail, foi bem estruturada, revela um posicionamento de cidadania e funda-se num leque de valores e princípios que têm pautado grande parte das intervenções deste Blog.
Não havia como, sabendo da sua existência, ignorá-la!
A limitação temporal para a prática do crime objecto da queixa, entre 1998 e 2011, porém, introduz um elemento de banalidade que contrasta vivamente com a elevação dos princípios e valores invocados para a sua fundamentação.
Na verdade, exclui propositadamente através daquela datação, por exemplo a gestão de Cavaco Silva, a qual, no entender de muitos, não só não correspondeu a uma “good governance”, como contribuiu decisivamente enquanto causa estrutural e geométrica do crescimento da despesa pública, bem como da degenerescência de sectores essenciais da nossa economia como a agricultura e pescas, por exemplo.
Ao sonegar expressamente o cavaquismo do folclore da gestão pública da classe politica portuguesa, o(s) autor(s) introduziu um vírus vulgar, muito comum na vida politica nacional: a partidarite, doença fatal desta democracia, que assume múltiplas formas, como a da partidocracia, que acantona os valores e os princípios do estado de direito nos livros de ciência politica e promove os desvalores do comércio eleitoral, dos postos institucionais, da desorçamentação e outros que tais, aos valores da democracia real!
Tendo a queixa dado entrada em 11 de Julho de 2012, excluiu também propositadamente, um conjunto de governantes com mais de um ano de governação que já tinham revelado suficientemente irresponsabilidade porquanto foram eleitos com base em propostas eleitorais que contrastaram com as medidas de gestão empreendidas, em absoluta incoerência.
Não constitui por conseguinte, uma queixa tão isenta quanto a natureza da sua fundamentação necessariamente exige!
Etiquetas:
cidadania,
politica nacional,
Valores e Desvalores
terça-feira, 31 de maio de 2011
Dia 1 de Junho dia mundial da criança
Enquanto a umas crianças neste dia damos prendas, a outros oferecemos enxadas
Etiquetas:
Valores e Desvalores
quinta-feira, 3 de março de 2011
O Estatuto Sueco dos Deputados, já existe há muito. O exemplo é que demora a pegar por cá
O combate ao défice estrutural das contas do Estado Português passará inevitavelmente pela contenção das mordomias do emprego asilar, mas também pelo exemplo de parcimónia nos gastos públicos com a Classe Politica.
A economia sueca certamente que poderia suportar outros luxos para a sua classe politica, no entanto algo se impõe nos hábitos e costumes que impede o devaneio do laxismo "nouvelle riche": o peso esmagador dos princípios e dos valores duma moral pública que se impõe a todos os representam a comunidade dos cidadãos!
Enquanto por cá, o défice é "coberto" no essencial à conta do aumento da receita, sem que se veja, por parte dos principais responsáveis pelo mesmo - a classe politica - o esboço que seja de um exemplo de "moralidade" na despesa, designadamente naquela que de si depende directamente, pela Suécia, mesmo antes da crise, a despesa, designadamente com a classe politica, tem uma natureza bem mais séria.
Pudera, com que moral exigiria o Estado Sueco os impostos que exige? E com que ânimo aceitaria o povo, pagar os impostos que paga?
A crise quando nasceu, nasceu para todos, mas não admira que se encontre mais apropriada para uns que para outros!
A reportagem sobre o caso sueco que aqui se deixa, faz corar de vergonha qualquer politico português honesto.
A economia sueca certamente que poderia suportar outros luxos para a sua classe politica, no entanto algo se impõe nos hábitos e costumes que impede o devaneio do laxismo "nouvelle riche": o peso esmagador dos princípios e dos valores duma moral pública que se impõe a todos os representam a comunidade dos cidadãos!
Enquanto por cá, o défice é "coberto" no essencial à conta do aumento da receita, sem que se veja, por parte dos principais responsáveis pelo mesmo - a classe politica - o esboço que seja de um exemplo de "moralidade" na despesa, designadamente naquela que de si depende directamente, pela Suécia, mesmo antes da crise, a despesa, designadamente com a classe politica, tem uma natureza bem mais séria.
Pudera, com que moral exigiria o Estado Sueco os impostos que exige? E com que ânimo aceitaria o povo, pagar os impostos que paga?
A crise quando nasceu, nasceu para todos, mas não admira que se encontre mais apropriada para uns que para outros!
A reportagem sobre o caso sueco que aqui se deixa, faz corar de vergonha qualquer politico português honesto.
Etiquetas:
crise,
economia,
politica internacional,
Valores e Desvalores
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Correio para:
Visite as Grutas

Património Natural