O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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domingo, 31 de maio de 2020
quarta-feira, 20 de maio de 2020
terça-feira, 6 de agosto de 2019
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Armação de Pera: Mais um mergulho pela solidariedade!
Dar um mergulho no Natal e Ano Novo, contribui para uma boa causa.
O Holiday Inn Algarve, em Armação de Pêra, está a organizar uma manhã de banhos no mar em pleno inverno. E é tudo por uma boa causa. A 25 de dezembro e 1 de janeiro, entre as 11 e as 11h30, estão todos convidados a entrar na água para um mergulho — se quiser pode molhar só os pés, mas tem que se molhar. No Natal a sugestão é aparecer vestido de Pai Natal, no Ano Novo com o seu melhor pijama.
Nos dias dos mergulhos, traga o seu donativo e deixei-o no Holiday Inn Algarve. O dinheiro angariado vai ser entregue a duas instituições locais: Espaço Amigo, em Armação de Pêra; e A Gaivota, em Albufeira.
Para mais informações pode contactar o hotel através do telefone 282 320 260 ou do email info@hialgarve.com.
O Holiday Inn Algarve, em Armação de Pêra, está a organizar uma manhã de banhos no mar em pleno inverno. E é tudo por uma boa causa. A 25 de dezembro e 1 de janeiro, entre as 11 e as 11h30, estão todos convidados a entrar na água para um mergulho — se quiser pode molhar só os pés, mas tem que se molhar. No Natal a sugestão é aparecer vestido de Pai Natal, no Ano Novo com o seu melhor pijama.
Nos dias dos mergulhos, traga o seu donativo e deixei-o no Holiday Inn Algarve. O dinheiro angariado vai ser entregue a duas instituições locais: Espaço Amigo, em Armação de Pêra; e A Gaivota, em Albufeira.
Para mais informações pode contactar o hotel através do telefone 282 320 260 ou do email info@hialgarve.com.
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Solidariedade
domingo, 1 de janeiro de 2017
domingo, 25 de dezembro de 2016
Pais Natal mergulham em Armação de Pera para ajudar crianças
Os pais Natal mergulharam hoje mais uma vez no oceano, na praia de Armação de Pêra,com o objetivo de angariar dinheiro para comprar sapatos novos para crianças carenciadas no Algarve.
A iniciativa solidária "Nadar por Sapatos", realiza-se há mais de dez anos e reuniu dezenas de participantes, sobretudo estrangeiros, que se vestiram a rigor com o fato de Pai Natal.
A ação volta a repetir-se no dia 1 de janeiro, com o mesmo propósito de angariar dinheiro para comprar sapatos a crianças desfavorecidas.
O mergulho acontece em frente a um hotel Holiday In, que promove o evento, envolvendo os hóspedes e a comunidade local.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Mergulho pela solidariedade em Armação de Pêra nos dias de Natal e Ano Novo
Nos dias de Natal e Ano Novo, pelas 11:00 horas da manhã, o hotel Holiday Inn Algarve vai promover dois mergulhos de solidariedade na praia de Armação de Pêra, no concelho de Silves.
Estes mergulhos solidários cheios de diversão fazem parte de uma campanha de solidariedade que pretende angariar dinheiro para ajudar crianças carenciadas.
Os interessados devem trazer o fato de banho e toalha, entrando na água para um mergulho ou, para os menos aventureiros, apenas para molhar os pés.
A seguir, pode recuperar no bar do Holiday Inn Algarve, que oferece a todos uma bebida para aquecer.
A organização pede aos participantes para levarem o seu donativo, ajudando a angariar dinheiro para duas instituições locais: Espaço Amigo, em Armação de Pêra, e A Gaivota, em Albufeira.
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quinta-feira, 11 de junho de 2015
Necessidade/ Solidariedade: Um acto de comércio como outro qualquer!
Em Inglaterra, a cadeia de supermercados Waitrose,
oferece uma moeda (uma chapa) a cada cliente que faz compras acima dum
determinado valor.
O cliente, à saída, tem, normalmente, três caixas,
cada uma em nome duma instituição social sediada no município, para receber as
referidas moedas, de acordo com a opção do cliente.
Periodicamente, são contadas as moedas de cada caixa
e a empresa entrega em dinheiro, à respectiva instituição, o valor
correspondente, donativo esse que, diminui os seus lucros mas, também, tem o
devido tratamento em termos de fiscalidade.
Em Portugal, as campanhas de solidariedade custam ao
doador uma parte para a instituição, outra parte para o Estado e mais uma boa
parte para a empresa que está a “operacionalizar” (?!...) a acção.
Um país de espertos... até a ajuda aos mais
necessitados não escapa.
Entretanto nós ficamos quietos e calados, ou então,
estupidificamos voluntariamente...
Triste, muito triste, mas é bom saber...
Leiam s.f.f. e repassem.
Programa
de luta contra a fome. Nada é o que parece.
Ora vejamos:
Decorreu num destes fins de semana mais uma ação,
louvável, do programa da luta contra a fome mas,....atentem no seguinte e façam
o vosso juízo!
A recolha em hipermercados, segundo os telejornais, atingiu
cerca de 2.644 toneladas! Ou seja 2.644.000 Kilos.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto com
vista à doação e lhe custou, digamos, 0.50 € (cinquenta cêntimos), faça a
seguinte conta:
-2.644.000 kg x 0,50 € dá 1.322.000,00 € (Um milhão,
trezentos e vinte e dois mil euros), total pago, à vista, nas caixas dos
hipermercados.
Conclusões:
a) Este “excesso” de consumo não ocorreria sem a
campanha; Daí que constitua, pelo dito “excesso”, sempre um “bom negocio” para
os supermercados.
b) Sem este consumo, exclusivamente motivado pelo
binómio: necessidade/solidariedade, o Estado não auferiria o respectivo IVA daquelas
transações “a mais”, assim como o IRC gerado nas contas dos supermercados, uma
vez que, tal aumento de facturação, influencia obviamente o seu resultado anual,
na medida do lucro liquido respectivo.
c) Mas...quanto auferiram, “à priori” o Estado e os
Supermercados?
1. o Estado, pelo menos: 304.000,00 € (23% iva),acrescendo
o IRC(?);
2. o Hipermercado, brutos: 396.600,00 € (margem de
lucro de cerca de 30%).
3. Ora :1.+2.= €700.000,00 (setecentos mil euros).
Recorde-se que o volume do “negocio” motivado pela
necessidade versus solidariedade, que as péssimas condições económicas dos
destinatários ocasionam, foi de: €1.322.000,00 (Um milhão, trezentos e vinte e
dois mil euros), logo:
Mais de 50% daquilo que você dá aos necessitados
(mais precisamente: 52,95%) fica-se pelo Estado e Hipermercados...
Poucos reparam, tal como eu, em quem mais,
comprovadamente, engorda com estas campanhas...
A ação da recolha e os milhares de
voluntários que realizaram esta tarefa, são dignos da maior consideração
social. Por parte de qualquer cidadão e não menos por parte do Estado! Mas que
Estado?
O legislador (assembleia da República e, ou,
Governo) (mandatário do cidadão-eleitor que lhe paga o salário) continua
deslealmente distraído porquanto, face a tamanho desmando, apesar da sua
estrutural verborreia legislativa, mantem uma lei do Mecenato cujo contributo é
absolutamente inexistente, quando se lhe impunha ocupar-se da realidade que a
todos entra pelos olhos adentro, concedendo ao binómio
necessidade/solidariedade, os benefícios fiscais adequados ao mesmo, não o
fazendo, ao serviço do confisco e seus apaniguados, num estado de direito
formal, materialmente amputado, no seio do qual, cada vez com mais frequência,
vai valendo tudo...
Na verdade, enquanto o Estado Social vai definhando,
o Estado Cobrador de Impostos que o neoliberalismo vai impondo, conserva-se
insensível às movimentações sociais de solidariedade promovidas pela iniciativa
privada, típicas dos estados liberais, que pretende ser, na busca, pela via do
absurdo, de soluções sociais de um “tipo novo” absolutamente invisíveis aos
olhos dos mais atentos observadores e historiadores.
Na senda da receita e do negócio à boleia da
necessidade/solidariedade do povo é útil voltar a recordar a catástrofe da
Madeira – exemplo das circunstâncias especialmente propícias à verificação, destas
mais valias - pela via da desgraça alheia, sendo sempre bom não esquecer:
- Porque é que os madeirenses, receberam apenas dois
milhões de euros (2.000.000,00) da solidariedade nacional, quando o que foi
doado foram dois milhões e 880 mil euros (2.880.000,00)?
Querem saber para onde foi esta "pequena"
parcela de 880.000,00 € ???
A campanha a favor das vítimas do temporal na
Madeira, através de chamadas telefónicas constituiu um atentado à solidariedade
e um insulto à necessidade que a determina.
Pelas televisões, a promoção rezava assim: Preço da
chamada 0,60 € + IVA.
Perfazendo 0,72 € no total.
O que dolosamente não se disse, é que o donativo que
chegou (!!!) ao beneficiário madeirense foi de apenas 0,50 €.
Assim, oferecemos 0,50 € a quem carece da
solidariedade, mas cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 €, ou seja, 30%.
Quem beneficiou com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 € (17%), isto é, a diferença dos
50 para os 60.
2º - o Estado com 0,12 € (20%), referente ao IVA
sobre 0,60 €.
Através duma campanha de solidariedade motivada por
uma catástrofe - as chamadas/doação - a PT manteve a sua margem de lucro, como
se nada de socialmente relevante se passasse e o Estado, pela via do IVA, encaixou
cirurgicamente a sua receita, fazendo vista grossa sobre a solidariedade
efectiva como se duma chamada telefónica se tratasse, o que, convenhamos,
constitui uma evidência inquestionável sobre a natureza da moral oficial e a sensibilidade
dos colectores de impostos e da lei que os move e enquadra.
Ora, a RTP anunciou, com imensa satisfação, que o
montante doado atingiu os 2.000.000,00 €.
Esqueceu-se, sintomaticamente, de informar que o povo
solidário suportou mais 44%, ou seja, mais 880.000,00 €, repartidos entre a PT (400.000,00
€) e o Estado (480.000,00 €).
Assim, enquanto a PT, manteve a sua margem de lucro
de 17%, num puro acto de solidariedade, o Estado, fez incidir o IVA, sobre um
produto da mais pura generosidade, como se de um acto comercial se tratasse!!!
TRATAR A SOLIDARIEDADE COMO UM ACTO DE COMÉRCIO É
UMA IMORALIDADE TOTALMENTE INACEITÁVEL E INDIGNA DE UM ESTADO DE DIREITO EM
CONFESSADO ESTADO DE NECESSIDADE.
PARA ALÉM DE UM TRISTE ESBULHO À BOLSA DOS CIDADÃOS,
CONSTITUI UMA AVILTANTE E PERIGOSA AMEAÇA Á SOLIDARIEDADE DO POVO PORTUGUÊS, o
único activo de muitos de nós!
É dever de qualquer um de nós: DENUNCIAR!
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Mais um mergulho pela solidariedade!
Solidariedade, companheirismo e muita, muita alegria, são os requisitos da ação «um mergulho por sapatos», que o Holiday Inn Algarve, em Armação de Pera, realiza todos os anos no dia de Natal e Ano Novo. O hotel desfia os residentes da zona e turistas, para um mergulho na praia de Armação de Pera pelos sapatos. Esta campanha de solidariedade pretende ajudar A Gaivota, da Santa Casa da Misericórdia em Albufeira, a adquirir sapatos para todas as crianças. O objetivo é que todas iniciem um ano novo com sapatos novos.
Basta aparecer na praia de Armação de Pêra em frente ao hotel, às 11 horas, nos dias, 25 de dezembro e 1 de janeiro, com uma toalha.
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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Corações quentes apoiam familias carenciadas
Uma sala completamente cheia de corações quentes acolheram o apelo da Casa do Povo de Alcantarilha, Pera e Armação de Pera.
Uma noite de Fado Solidário que permitiu angariar produtos alimentares para distribuir junto das famílias mais carenciadas.
Uma noite de Fado Solidário que permitiu angariar produtos alimentares para distribuir junto das famílias mais carenciadas.
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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Armação de Pera: Mergulho Solidário no dia de Natal e no primeiro dia de 2014
Sob o mote da solidariedade, do companheirismo e da alegria, a unidade hoteleira faz um desafio aos residentes da zona e aos turistas, para darem um mergulho na praia de Armação de Pêra.
Para isso, basta aparecer na praia de Armação de Pêra em frente ao hotel, às 11:00 horas, nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro, com uma toalha. No dia de Natal deve vestir-se de Pai Natal e no dia de Ano Novo pode ir de pijama.
Após o mergulho, o Holiday Inn Algarve coloca ao dispor dos «mergulhadores», para se aquecerem, um «hot bomba», no próximo dia 25, e um chocolate quente, no dia 1 de janeiro.
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sábado, 23 de novembro de 2013
Pais Natal passeiam em Armação de Pêra
No sábado dia 7 de dezembro pelas 11H00, realiza-se pela segunda vez um passeio de Pais Natal ao longo da frente de mar de Armação de Pêra.
Para participar basta aparecer em Armação de Pêra em frente ao Holiday Inn Algarve (ex- Hotel Garbe) vestido com o seu fato de Pai Natal.
Faça uma caminhada saudável e ajude a angariar bens alimentares ou dinheiro para o Banco Alimentar de Portugal, que faz um trabalho meritório na recolha e distribuição de alimentos para os mais carenciados.
Para mais informações, favor contactar: Holiday Inn Algarve - 282 320 260 - info@hialgarve.com
Para participar basta aparecer em Armação de Pêra em frente ao Holiday Inn Algarve (ex- Hotel Garbe) vestido com o seu fato de Pai Natal.
Faça uma caminhada saudável e ajude a angariar bens alimentares ou dinheiro para o Banco Alimentar de Portugal, que faz um trabalho meritório na recolha e distribuição de alimentos para os mais carenciados.
Para mais informações, favor contactar: Holiday Inn Algarve - 282 320 260 - info@hialgarve.com
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Humanidade na história das crises: um caso português...
Depois da guerra, o paraíso era Portugal
CLÁUDIA SOBRAL 24/01/2013 in "Público"
Entre 1947 e 1952, 5500 crianças austríacas foram acolhidas por famílias portuguesas. Fugiam das marcas da II Guerra Mundial: a fome e o frio, o pai que tinha ficado na guerra. “Lá é o paraíso”, diziam-lhes as mães antes da partida. De regresso, já ninguém as entendia, já só falavam português.
Nunca na vida Fini Gradischnig tinha visto uma banana ou uma laranja. Nem imaginava que numa terra mais a Sul da sua, a Áustria, houvesse gente a comer sopa fria de tomate. Muito menos imaginava um país em que as crianças pudessem brincar despreocupadas um dia inteiro. Filha da II Guerra, nascida no Inverno de 1941, um dos mais rigorosos do século, sabia bem o que era passar fome ou não ter pai – o seu “foi para a Rússia e lá ficou”. É tudo o que sabe dele.
Um dia, numa aula, um professor perguntou quem queria passar umas férias fora do país, em casa de uma família, que poderia ser portuguesa, espanhola, suíça. Fini Gradischnig tomou logo a decisão. Até porque gostou muito de uma daquelas palavras: Portugal (não sabia ainda que nunca mais se separaria dela). Tinha oito anos e tratou de tudo, até dos papéis para a viagem e de conseguir a assinatura da mãe. “Era assim, éramos muito mais independentes, também fruto daquele tempo horrível.”
A família que a esperava em Lisboa era de Lagoa. E é daí, onde vive actualmente, que parte para Lisboa para nesta quinta-feira, às 18h30, no Centro Cultural de Belém, contar a sua história, no lançamento da “Acção Crianças Cáritas Portugal”, uma iniciativa que recorda o acolhimento de milhares de crianças austríacas por famílias portuguesas nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial. A exposição pode ser visitada até ao fim de Janeiro. Ao mesmo tempo, as Cáritas portuguesa e austríaca lançam uma campanha de angariação de fundos para ajudar famílias portuguesas carenciadas (a maior parte do dinheiro será recolhido na Áustria, num gesto de agradecimento a Portugal).
Como Fini, outras 5500 crianças austríacas foram acolhidas, entre 1947 e 1952, por famílias portuguesas, num programa da Cáritas. Fugiam à destruição e à miséria do pós-guerra. Em Viena, entravam num comboio com destino a Génova, em Itália, onde eram esperadas por um barco que as levaria ao destino final, Lisboa, numa viagem raramente calma, quase sempre horrível. Levavam uma mala e, ao pescoço, um cartão com o nome, um número e o apelido da família que os iria buscar no destino.
Uma viagem dura
A viagem era dura. Demoravam uma semana a chegar. Eram centenas de crianças, muito juntas. Há quem conte que veio a dormir debaixo dos bancos do comboio. Alguns ficavam doentes durante esses dias, no barco quase todos enjoavam, incluindo os funcionários da Cáritas que as acompanhavam até serem entregues às famílias, já depois de um banho que tomavam logo à chegada.
Mas Portugal seria “o paraíso”, tinham-lhes prometido. E é assim que Fini descreve o que encontrou. Depressa as casas semi-destruídas em que viviam nas grandes cidades austríacas dariam lugar a outras que lhes pareciam enormes, em aldeias ou pequenas vilas espalhadas pelo país. “Tudo era grande e bonito, de mais para mim, assustava-me um bocadinho”, contou esta austríaca ao PÚBLICO numa conversa ao telefone a partir de Lagoa, onde vive.
“Lembro-me que depois de chegar e de tomar banho a minha mami [mamã, em alemão] me vestiu um vestido com uns barquinhos bordados e eu senti: ‘Pronto, agora és uma princesa.’” Quase todas aquelas crianças passaram a tratar as pessoas que as receberam por pais – sem se esquecerem que havia uma família na Áustria à espera dela. Neste caso a mami era a filha mais velha do casal que a acolheu. Também essa "irmã" estará hoje no Centro Cultural de Belém.
Muitas das crianças ficaram em vilas e aldeias do Alentejo e do Algarve, outras foram para Norte. O sotaque do Alto Minho (e nada que se pareça com alemão) com que Hannelore Rodrigues Cruz atende o telefone fica explicado quando conta que nunca fez a viagem de regresso à Áustria.
Pouco se lembra dos anos que se seguiram à guerra. Nasceu em 1943 e chegou a Portugal com cinco anos. Recorda-se, isso sim, da infância na casa dos "pais adoptivos", uma casa senhorial numa quinta em Ponte de Lima. Da escola que ficava longe (três quilómetros a pé com o pai, que trabalhava na câmara, mais um autocarro), da quinta, de andar ao ar livre, de bicicleta, de passar tempo na casa dos caseiros. "Gostava deles, de ver a criação que eles tinham. E as vacas, eu adorava puxar por elas, trazia-as", recorda.
Uma aldeia junto a Espanha
Voltou a Viena já com 23 anos para conhecer a família, com quem toda a vida tinha trocado correspondência – e com todas as dificuldades de quem já não falava alemão. Nunca viu o pai que, como todos os pais, estava em combate. Ele viu-a uma vez, foram-na mostrar aos dois anos. Mas essa viagem a Viena não durou mais do que três meses. Voltou para Portugal para terminar o curso de canto no Conservatório, teve filhos e trabalhou sempre como professora de Educação Musical. O casal que a acolheu – a quem chama "pais adoptivos" apesar de nunca a terem chegado a adoptar – deixou-lhe parte dos bens em testamento.
Stefanie Wiedermann, que hoje tem 74 anos, é excepção. Primeiro, foi preciso convencerem-na de que seria bom ir para Portugal. Depois foi das poucas a não querer ficar. Quando chegou foi buscá-la um "senhor alentejano muito alto, muito magro, num desses [carros] dona-elvira". Chamava-se José Lourenço Ventura. Ela chamou-lhe "padrinho". "Fui parar ao Alentejo, junto à fronteira com Espanha, mas é muito bonito". E assim trocou Viena durante oito meses por uma aldeia em Portalegre, chamada Porto de Espada. "Cheguei e não percebia nada, mas fui aprendendo."
Era tudo demasiado diferente: numa aldeia tão pequena, todos os alunos da escola primária em que a inscreveram tinham aulas na mesma sala, juntos. Os meses passavam e as saudades da mãe apertavam. Ao contrário das outras crianças, ela não queria ficar em Portugal. Foi para a Áustria e esqueceu-se logo do português: não queria voltar a sair.
E como é que acabámos a ter esta conversa em Lisboa, numa casa em que Stefanie vive há 48 anos? Aos 20 anos veio visitar a família do "padrinho" a Portugal e decidiu que queria voltar a falar português. Foi para casa de uma amiga em Lisboa tirar um curso de Língua e Cultura Portuguesa na Faculdade de Letras (depois de a mãe ter enviado uma autorização de Viena porque o "padrinho" não via com bons olhos a ideia de ir "uma rapariga sozinha para Lisboa") e aí conheceu António. Conseguiu um emprego na secção comercial da embaixada e nunca mais voltou para a Áustria.
"Uma criança não se dá"
Até nas aldeias era comum haver mais do que uma família a acolher crianças ao mesmo tempo. E muitas perderam o contacto umas das outras quando regressaram às suas cidades na Áustria. Por isso, em 1998, Waltraud Hoffinger, que esteve por duas vezes em Portugal - acolhida pela família do "sr. dr. Lavadinho", um veterinário de Campo Maior - pediu listas à Cáritas, fez contactos, pôs anúncios em jornais à procura das pessoas que tinham estado em Portugal depois da II Guerra. Todos os meses há um encontro em que se juntam uns 30, da zona de Linz, onde vive. "E quando faço uma festa são 50 ou 60."
A partir desses contactos organizou, há 12 anos, uma viagem a Portugal de todas essas "crianças". Muitas já tinham perdido o contacto das famílias que as tinham acolhido e hoje é ela que lhes serve de tradutora e de intérprete. O português não esquece graças aos "amigos da RTP", a que está "sempre ligada", e à correspondência que nunca deixou de trocar com a família que deixou em Portugal.
Waltraud conta a sua história ao telefone, de Linz. Mas em Lisboa conversámos com a “irmã do coração”, Maria Beatriz, que sempre lhe chamou "Traudi". Quis falar sobre a chegada, sobre deslumbramento com as casas-de-banho de verdade, com os vestidos mandados costurar de propósito e os laços para as tranças. E os bibes com folhos que as meninas de Campo Maior usavam na altura.
Maria Beatriz mergulha nos recortes e nas páginas de jornais que ao longo dos anos foi guardando religiosamente, em envelopes etiquetados. Lê todos os títulos, explica as fotografias. E detém-se numa frase que quase todos repetem: ao fim daquele ano em Portugal ninguém queria voltar para casa. “Isto é muito triste, no final muitas crianças não quiseram voltar”, comenta Maria Beatriz. “E as famílias ficaram… tristes.” Ao fim da sua segunda temporada em Portugal – que durou mais de três anos – Fini tentou ficar para sempre. A avó não deixou, disse: “Uma criança não se dá”.
Voltou então. Mas "sempre com as saudades". Um dia, 26 anos depois, foi o marido que lhe disse: "Tens de ir para Portugal, deixaste lá metade do teu coração." E vieram os dois, para uma casa muito perto de onde passou quatro anos da infância, em Lagoa.
CLÁUDIA SOBRAL 24/01/2013 in "Público"
Knockin on heavens door
Entre 1947 e 1952, 5500 crianças austríacas foram acolhidas por famílias portuguesas. Fugiam das marcas da II Guerra Mundial: a fome e o frio, o pai que tinha ficado na guerra. “Lá é o paraíso”, diziam-lhes as mães antes da partida. De regresso, já ninguém as entendia, já só falavam português.
Nunca na vida Fini Gradischnig tinha visto uma banana ou uma laranja. Nem imaginava que numa terra mais a Sul da sua, a Áustria, houvesse gente a comer sopa fria de tomate. Muito menos imaginava um país em que as crianças pudessem brincar despreocupadas um dia inteiro. Filha da II Guerra, nascida no Inverno de 1941, um dos mais rigorosos do século, sabia bem o que era passar fome ou não ter pai – o seu “foi para a Rússia e lá ficou”. É tudo o que sabe dele.
Um dia, numa aula, um professor perguntou quem queria passar umas férias fora do país, em casa de uma família, que poderia ser portuguesa, espanhola, suíça. Fini Gradischnig tomou logo a decisão. Até porque gostou muito de uma daquelas palavras: Portugal (não sabia ainda que nunca mais se separaria dela). Tinha oito anos e tratou de tudo, até dos papéis para a viagem e de conseguir a assinatura da mãe. “Era assim, éramos muito mais independentes, também fruto daquele tempo horrível.”
A família que a esperava em Lisboa era de Lagoa. E é daí, onde vive actualmente, que parte para Lisboa para nesta quinta-feira, às 18h30, no Centro Cultural de Belém, contar a sua história, no lançamento da “Acção Crianças Cáritas Portugal”, uma iniciativa que recorda o acolhimento de milhares de crianças austríacas por famílias portuguesas nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial. A exposição pode ser visitada até ao fim de Janeiro. Ao mesmo tempo, as Cáritas portuguesa e austríaca lançam uma campanha de angariação de fundos para ajudar famílias portuguesas carenciadas (a maior parte do dinheiro será recolhido na Áustria, num gesto de agradecimento a Portugal).
Como Fini, outras 5500 crianças austríacas foram acolhidas, entre 1947 e 1952, por famílias portuguesas, num programa da Cáritas. Fugiam à destruição e à miséria do pós-guerra. Em Viena, entravam num comboio com destino a Génova, em Itália, onde eram esperadas por um barco que as levaria ao destino final, Lisboa, numa viagem raramente calma, quase sempre horrível. Levavam uma mala e, ao pescoço, um cartão com o nome, um número e o apelido da família que os iria buscar no destino.
Uma viagem dura
A viagem era dura. Demoravam uma semana a chegar. Eram centenas de crianças, muito juntas. Há quem conte que veio a dormir debaixo dos bancos do comboio. Alguns ficavam doentes durante esses dias, no barco quase todos enjoavam, incluindo os funcionários da Cáritas que as acompanhavam até serem entregues às famílias, já depois de um banho que tomavam logo à chegada.
Mas Portugal seria “o paraíso”, tinham-lhes prometido. E é assim que Fini descreve o que encontrou. Depressa as casas semi-destruídas em que viviam nas grandes cidades austríacas dariam lugar a outras que lhes pareciam enormes, em aldeias ou pequenas vilas espalhadas pelo país. “Tudo era grande e bonito, de mais para mim, assustava-me um bocadinho”, contou esta austríaca ao PÚBLICO numa conversa ao telefone a partir de Lagoa, onde vive.
“Lembro-me que depois de chegar e de tomar banho a minha mami [mamã, em alemão] me vestiu um vestido com uns barquinhos bordados e eu senti: ‘Pronto, agora és uma princesa.’” Quase todas aquelas crianças passaram a tratar as pessoas que as receberam por pais – sem se esquecerem que havia uma família na Áustria à espera dela. Neste caso a mami era a filha mais velha do casal que a acolheu. Também essa "irmã" estará hoje no Centro Cultural de Belém.
Muitas das crianças ficaram em vilas e aldeias do Alentejo e do Algarve, outras foram para Norte. O sotaque do Alto Minho (e nada que se pareça com alemão) com que Hannelore Rodrigues Cruz atende o telefone fica explicado quando conta que nunca fez a viagem de regresso à Áustria.
Pouco se lembra dos anos que se seguiram à guerra. Nasceu em 1943 e chegou a Portugal com cinco anos. Recorda-se, isso sim, da infância na casa dos "pais adoptivos", uma casa senhorial numa quinta em Ponte de Lima. Da escola que ficava longe (três quilómetros a pé com o pai, que trabalhava na câmara, mais um autocarro), da quinta, de andar ao ar livre, de bicicleta, de passar tempo na casa dos caseiros. "Gostava deles, de ver a criação que eles tinham. E as vacas, eu adorava puxar por elas, trazia-as", recorda.
Uma aldeia junto a Espanha
Voltou a Viena já com 23 anos para conhecer a família, com quem toda a vida tinha trocado correspondência – e com todas as dificuldades de quem já não falava alemão. Nunca viu o pai que, como todos os pais, estava em combate. Ele viu-a uma vez, foram-na mostrar aos dois anos. Mas essa viagem a Viena não durou mais do que três meses. Voltou para Portugal para terminar o curso de canto no Conservatório, teve filhos e trabalhou sempre como professora de Educação Musical. O casal que a acolheu – a quem chama "pais adoptivos" apesar de nunca a terem chegado a adoptar – deixou-lhe parte dos bens em testamento.
Stefanie Wiedermann, que hoje tem 74 anos, é excepção. Primeiro, foi preciso convencerem-na de que seria bom ir para Portugal. Depois foi das poucas a não querer ficar. Quando chegou foi buscá-la um "senhor alentejano muito alto, muito magro, num desses [carros] dona-elvira". Chamava-se José Lourenço Ventura. Ela chamou-lhe "padrinho". "Fui parar ao Alentejo, junto à fronteira com Espanha, mas é muito bonito". E assim trocou Viena durante oito meses por uma aldeia em Portalegre, chamada Porto de Espada. "Cheguei e não percebia nada, mas fui aprendendo."
Era tudo demasiado diferente: numa aldeia tão pequena, todos os alunos da escola primária em que a inscreveram tinham aulas na mesma sala, juntos. Os meses passavam e as saudades da mãe apertavam. Ao contrário das outras crianças, ela não queria ficar em Portugal. Foi para a Áustria e esqueceu-se logo do português: não queria voltar a sair.
E como é que acabámos a ter esta conversa em Lisboa, numa casa em que Stefanie vive há 48 anos? Aos 20 anos veio visitar a família do "padrinho" a Portugal e decidiu que queria voltar a falar português. Foi para casa de uma amiga em Lisboa tirar um curso de Língua e Cultura Portuguesa na Faculdade de Letras (depois de a mãe ter enviado uma autorização de Viena porque o "padrinho" não via com bons olhos a ideia de ir "uma rapariga sozinha para Lisboa") e aí conheceu António. Conseguiu um emprego na secção comercial da embaixada e nunca mais voltou para a Áustria.
"Uma criança não se dá"
Até nas aldeias era comum haver mais do que uma família a acolher crianças ao mesmo tempo. E muitas perderam o contacto umas das outras quando regressaram às suas cidades na Áustria. Por isso, em 1998, Waltraud Hoffinger, que esteve por duas vezes em Portugal - acolhida pela família do "sr. dr. Lavadinho", um veterinário de Campo Maior - pediu listas à Cáritas, fez contactos, pôs anúncios em jornais à procura das pessoas que tinham estado em Portugal depois da II Guerra. Todos os meses há um encontro em que se juntam uns 30, da zona de Linz, onde vive. "E quando faço uma festa são 50 ou 60."
A partir desses contactos organizou, há 12 anos, uma viagem a Portugal de todas essas "crianças". Muitas já tinham perdido o contacto das famílias que as tinham acolhido e hoje é ela que lhes serve de tradutora e de intérprete. O português não esquece graças aos "amigos da RTP", a que está "sempre ligada", e à correspondência que nunca deixou de trocar com a família que deixou em Portugal.
Waltraud conta a sua história ao telefone, de Linz. Mas em Lisboa conversámos com a “irmã do coração”, Maria Beatriz, que sempre lhe chamou "Traudi". Quis falar sobre a chegada, sobre deslumbramento com as casas-de-banho de verdade, com os vestidos mandados costurar de propósito e os laços para as tranças. E os bibes com folhos que as meninas de Campo Maior usavam na altura.
Maria Beatriz mergulha nos recortes e nas páginas de jornais que ao longo dos anos foi guardando religiosamente, em envelopes etiquetados. Lê todos os títulos, explica as fotografias. E detém-se numa frase que quase todos repetem: ao fim daquele ano em Portugal ninguém queria voltar para casa. “Isto é muito triste, no final muitas crianças não quiseram voltar”, comenta Maria Beatriz. “E as famílias ficaram… tristes.” Ao fim da sua segunda temporada em Portugal – que durou mais de três anos – Fini tentou ficar para sempre. A avó não deixou, disse: “Uma criança não se dá”.
Voltou então. Mas "sempre com as saudades". Um dia, 26 anos depois, foi o marido que lhe disse: "Tens de ir para Portugal, deixaste lá metade do teu coração." E vieram os dois, para uma casa muito perto de onde passou quatro anos da infância, em Lagoa.
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Um mergulho pela solidariedade!
Solidariedade, companheirismo e muita, muita alegria, são os requisitos da acção "um mergulho por sapatos", que o Holiday Inn Algarve, em Armação de Pêra, realiza todos os anos no dia de Natal e Ano Novo.
O hotel faz um desafio aos residentes da zona e turistas - um mergulho na praia de Armação de Pêra pelos sapatos. Esta campanha de solidariedade pretende ajudar A Gaivota, da Santa Casa da Misericórdia em Albufeira, a adquirir sapatos para todas as crianças. O objectivo é que todas iniciem um ano novo com sapatos novos.
"Mergulhe no Oceano Atlântico com um propósito, este é o grande desafio que colocamos a todos. Juntem-se a nós e nestes dias tão significativos dê do seu tempo e contribua para que todas as crianças de A Gaivota, em Albufeira, possam iniciar 2013 com um novo par de sapatos".
Para isso, basta aparecer na praia de Armação de Pêra em frente ao hotel, ás 11h, no dia 25 de Dezembro e 1 de Janeiro, com uma toalha. Após o mergulho, o Holiday Inn Algarve coloca ao dispor dos "mergulhadores", para se aquecerem, um "Hot Bomba" no dia de Natal e um chocolate quente no Ano Novo. Adultos e crianças são bem-vindos a participar, conhecendo que o fazem pelo seu próprio risco.
No dia de Natal vista-se de Pai Natal e mergulhe por uma causa.
Para mais informações por favor contacte Lidia Guia 282 320260
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domingo, 19 de agosto de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Armação de Pêra: No fim do ano mais um mergulho por sapatos…
Um mergulho por sapatos rende no dia de Natal 800 Euros, no dia 1 de Janeiro vamos ser ainda mais solidários, apareça e mergulhe connosco.
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