O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Google vai ter de entregar ao FBI emails de clientes guardados fora dos EUA


Uma ordem judicial quer obrigar a Google a entregar ao FBI informação privada de um utilizador guardada em servidores localizados fora dos Estados Unidos. A decisão é inédita.


Num caso semelhante, apreciado pela justiça no verão passado, a Microsoft esteve na mesma posição e a justiça acabou por ficar ao lado da empresa na decisão. Considerou que as pretensões da agência norte-americana, que como agora solicitava acesso a emails privados no âmbito de uma investigação local, não deviam ser atendidas, tendo em conta que a informação em questão estava guardado noutro país onde a legislação que cobre essa possibilidade nos EUA não produz efeitos.

Neste novo caso, o juiz não seguiu o mesmo princípio, embora o pedido do FBI seja feito ao abrigo do mesmo Stored Communications Act, uma legislação aprovada em 1986, que a generalidade das empresas de TI tem considerado ultrapassada. No texto que justifica a decisão o juiz admite que “recuperar dados eletrónicos dos múltiplos centros de dados da Google no estrangeiro tem o potencial de uma invasão de privacidade”, cita a Reuters.

No entanto, acrescenta que “essa potencial infração é feita numa altura em que a mesma informação é divulgada nos Estados Unidos”. Mais à frente, na mesma decisão, explica que, neste caso em concreto, o acesso aos dados em questão não representa “uma interferência significativa” à conta do utilizador, nem aos seus interesses.

A decisão está tomada mas o caso pode não estar encerrado, uma vez que a Google já garantiu que vai recorrer. Acredita-se que o facto de existir um caso semelhante com uma decisão judicial diferente – no episódio que envolveu a Microsoft, os dados em questão estavam guardadas na Irlanda - pode acabar por alterar o sentido da decisão agora tomada.

Por outro lado, a decisão pode ser vista como alinhada com a ordem executiva do novo presidente norte-americano para a segurança pública, que vem colocar em causa acordos como o da privacidade entre Estados Unidos e Europa e os direitos de privacidade de cidadãos estrangeiros, quando estão em causa questões de segurança pública.

06.02.2017, in: Sapotek

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Filme de Terror: "A Morte da Intimidade", em exibição num Grande Sistema perto de si!(Contém cenas absolutamente chocantes)



Telefonista: Pizza Hut, boa noite!
Cliente: Boa noite, quero encomendar Pizzas…
Telefonista: Pode-me dar o seu NIF?
Cliente: Sim, o meu Número de Identificação Nacional é o 6102 1993 8456 5463 2107.
Telefonista: Obrigada, Sr. Lacerda. O seu endereço é na Avenida Paes de Barros, 19, Apartamento 11, e o número do seu telefone é o 215494236, certo?
O telefone do seu escritório na Liberty Seguros é o 21 574 52 30 e/ou o 21 574 52 30 e o seus telemóveis são o 962662566 e o 964756690, correcto?
Cliente: Como é que conseguiu todas essas informações?
Telefonista: Porque estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central…
Cliente: Ah, sim, é verdade! Quero encomendar duas Pizzas: uma Quatro Queijos e outra Calabresa…
Telefonista: Talvez não seja boa ideia…
Cliente: O quê…?
Telefonista: Consta na sua ficha médica que o senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alto. Além disso, o seu seguro de vida, proíbe categoricamente escolhas perigosas para a saúde.
Cliente: Claro! Tem razão! O que é que sugere?
Telefonista: Por que é que não experimenta a nossa Pizza Superlight, com Tofu e Rabanetes? Prometo, o senhor vai adorar!
Cliente: Como é que sabe que vou adorar?
Telefonista: O senhor consultou a página ‘Receitas Gulosas com Soja da Biblioteca Municipal, no dia 15 de Janeiro, às 14:27h e permaneceu ligado à rede durante 39 minutos o que me leva a pensar que gostou do que viu e daí a minha sugestão…
Cliente: Ok, está bem! Mande-me então duas Pizzas tamanho familiar!
Telefonista: É a escolha certa para o senhor, a sua esposa e os vossos quatro filhos, pode ter a certeza.
Cliente: Quanto é?
Telefonista: São 49,99.
Cliente: Quer o número do meu Cartão de Crédito?
Telefonista: Não é preciso, mas lamento, pois o senhor vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu Cartão de Crédito foi ultrapassado.
Cliente: Tudo bem. Posso ir ao Multibanco levantar dinheiro antes que chegue a Pizza.
Telefonista: Duvido que consiga já que a sua Conta de Depósito à Ordem está com o saldo negativo.
Cliente: Meta-se na sua vida! Mande-me as Pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?
Telefonista: Estamos um pouco atrasados. Serão entregues em 45 minutos. Se estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar
duas Pizzas na moto, não é lá muito aconselhável. Além de ser perigoso…
Cliente: Mas que história é essa? Como é que sabe que eu vou de moto?
Telefonista: Peço desculpa, mas também reparei aqui que não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado, entretanto, como a sua moto está paga, pensei que fosse utilizá-la.
Cliente: Fod…!
Telefonista: Gostaria de pedir-lhe para não ser mal educado… Não se esqueça de que já foi condenado em Julho de 2006 por desacato em público com um Agente da Autoridade
Cliente: (Silêncio)…
Telefonista: Mais alguma coisa?
Cliente: Não. É só isso… Ah, espere… Não se esqueça de mandar os 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção.
Telefonista: O regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 095423/12, proíbe a venda de bebidas com açúcar a pessoas diabéticas…
Cliente: Ah! Vou atirar-me pela janela!
Telefonista: Cuidado que pode torcer um pé, já que o senhor mora no rés-do-chão…!



terça-feira, 30 de agosto de 2016

Contentores de recolha de roupa: solidariedade ou business?

Estão espalhados pelo nosso país milhares de contentores onde as pessoas podem depositar a roupa usada, que supostamente vai para a caridade, mas na realidade, na esmagadora maioria dos casos apenas uma pequena parte dessa roupa chega às pessoas carenciadas.

Quase toda a roupa usada que depositamos gratuitamente nos contentores passa a formar parte de um negócio muito lucrativo desconhecido pela maioria das pessoas, que é o negócio da roupa usada.

A cada ano depositamos no nosso país uma média de 30 milhões de quilos de roupa usada, a maior parte em Junho e em Outubro. A roupa que não queremos colocar no lixo levamos para um dos milhares de contentores de recolha de roupa colocados em pontos estratégicos como colégios, centros comerciais, etc.

Todos já depositamos ou pelo menos já vimos algum dos contentores de roupa usada, com mensagens de teor social que apelam à caridade, mas em muitos casos estes contentores são de empresas privadas que se aproveitam da nossa boa vontade para obter um produto gratuitamente e vender posteriormente obtendo um lucro desmesurado, que a maioria das pessoas ignora.


Este é um problema que afecta a maioria dos países desenvolvidos, no nosso país não existem denúncias e tudo funciona às mil maravilhas para estas empresas, mas no país vizinho, um canal de televisão chamado “La Sexta” decidiram fazer uma investigação e comprovar para onde vai a roupa depositada nos contentores, fazem por isso guarda junto a um contentor para ver quem vai fazer a recolha da roupa e conseguiram fazer uma reportagem que prova que mais de 90% dessas roupas não vai parar às mãos dos necessitados como nós pensamos, mas sim a empresas que fazem negócio com elas usando o disfarce da caridade. Uma das empresas mais conhecidas que opera em dezenas de países, assim como no nosso é a Humana, que tem lojas de roupa usada, que precisamente provém dos contentores onde nós depositamos gratuitamente a roupa que não queremos, não fazendo ideia de que ela vai ser usada para enriquecer pessoas mais ricas que nós. Esta empresa Humana com aqueles contentores verdes que todos vemos perto de nós, segundo a reportagem feita por este canal de tv, a empresa entrega apenas pouco mais de 10% dos lucros a uma ONG, o resto dos milhões de euros que facturam ao ano é segundo eles para despesas de logística da empresa, incluíndo o bolso deles… Mas esta empresa é apenas uma delas e das menos graves, porque existem muitas outras que vendem a roupa e nem entregam nada para a caridade.

As roupas melhores vão para lojas e feiras por cá. No entanto, chegam até ao cúmulo de enviar a roupa que não conseguem vender aqui, para Africa, mas não é gratuitamente, eles fazem pacotes de roupa com 100kg cada um, metem em contentores e vendem em Africa para que seja vendida las lojas e feiras de lá.

Devemos ter mais atenção onde colocamos a nossa roupa, apenas devemos entregar a verdadeiras ONG para não alimentarmos este negócio sujo que se aproveita da nossa caridade para fazer dinheiro em vez de ajudar quem verdadeiramente precisa.
Partilhe a informação para que todas as pessoas conheçam esta realidade cada vez mais comum no nosso país.

domingo, 13 de abril de 2014

Grande Prémio de Romance e Novela da APE (Alexandra Lucas Coelho). Tudo fica mais claro...

Com pedido de publicação recebemos o texto que se segue:
 
"O que vem escrito abaixo é de leitura obrigatória uma vez espelha bem o que se passa no Portugal de hoje, dirigido (?) por uma cáfila de meninos, comandados a partir de Belém por um Sr. que acabou com quase tudo o que de produtivo Portugal tinha, que beneficiou da batota provocada por aqueles que, hoje em liberdade, nos obrigam a pagar os seus roubos, e que, paulatinamente mas sem decoro, nos vão subtraindo aquilo que nós, com o nosso trabalho, conseguimos amealhar ao longo de uma vida...

Tudo isto vem a propósito do prémio atribuído a Alexandra Lucas Coelho pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), na sala 2 da Fundação Gulbenkian, em 7 de Abril, onde em representação do presidente da República esteve presente o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Alexandra Lucas Coelho
Não há gravações do que se passou durante a entrega do Grande Prémio de Romance e Novela da APE, na sala 2 da Fundação Gulbenkian, a 7 de Abril. Havia jornalistas presentes mas não em trabalho, a tomar notas. Por isso não há forma de citar ipsis verbis o que disse o Secretário de Estado da Cultura (SEC), Jorge Barreto Xavier. Mas há algumas dezenas de testemunhas que podem acrescentar ou corrigir o que vou tentar resumir agora aqui, por tudo se ter passado numa cerimónia pública.

 Sendo este prémio tradicionalmente entregue pelo Presidente da República, decidiu o actual presidente, Cavaco Silva, à semelhança de anos anteriores, fazer-se representar. Neste caso, pelo seu Consultor para Assuntos Culturais, Diogo Pires Aurélio. Isto era o que eu sabia quando escrevi o discurso para a ocasião.

 Já no átrio da Gulbenkian, perto da hora marcada, 18h, a APE comunicou-me que a cerimónia estava um pouco atrasada porque esperavam o Secretário de Estado da Cultura.

Quando Barreto Xavier chegou e entrámos todos para a sala, o protocolo sentou-o ao centro da mesa, junto a Diogo Pires Aurélio. Nas pontas, Gulbenkian (representada por Rui Vieira Nery), APE (José Manuel Mendes, José Correia Tavares), júri (representado por Isabel Cristina Rodrigues) e eu. Vieira Nery abriu, sucintamente; seguiram-se discursos da APE; Isabel Cristina Rodrigues leu o texto em que o júri justifica a atribuição do prémio a "E a Noite Roda". Diogo Pires Aurélio e eu levantámo-nos para que ele me entregasse o sobrescrito do prémio, um minuto de formalidade, sem palavras, para a fotografia. Chegou a minha vez de discursar, li as páginas que trazia. No fim, houve uma ovação de pé. Digo isto para dar conta da atmosfera que os representantes do poder político tinham diante de si.

A APE convidou então o SEC a intervir. Ele escolheu falar sentado, sem se deslocar ao púlpito. Uma das coisas que disse, na parte, digamos, cultural da intervenção, foi que eu bem podia declarar que não fazia ficção porque claro que fazia ficção porque é isso que um escritor faz, ficção. Foi o primeiro arroubo dirigista, que nos devia ter preparado para o que aí vinha.

Na parte, digamos, política, destaco quatro coisas: o SEC disse que eu devia estar grata por estarmos em democracia e eu poder dizer o que dissera; que durante anos os portugueses se tinham endividado acima das suas possibilidades; que, ao contrário do que eu dissera, ninguém saíra de Portugal por incentivo deste governo; e, sobretudo, que eu tinha dito que não devia nada a este governo mas que isso não era verdade porque este governo também subsidiava o prémio.

Referia-se ele, assim, a um prémio com décadas de existência; atribuído a alguns dos mais extraordinários escritores de língua portuguesa; cujo montante em dinheiro resulta de vários patrocínios, sendo que os públicos resultam do dinheiro dos contribuintes; e que tem atravessado os mais variados governos, sem que nunca, que me recorde, algum governante o tenha tentado instrumentalizar. Foi a mais escancarada confusão de Estado com Governo que já presenciei, para além do tom chantagista ao nível de jardim de infância das ditaduras. E, apesar dos apupos, de quem lhe gritava da plateia "Mentira!" e "O Estado somos nós!", o SEC insistia.

Como cabe ao Presidente da República, ou seu representante, encerrar a cerimónia, a APE instou Diogo Pires Aurélio a falar. O representante do Presidente da República declinou e encerrou a sessão. No fim, cumprimentou cordatamente todos os presentes na mesa e retirou-se.

Já Barreto Xavier, aproximou-se de mim na confusão da retirada. Julguei que se vinha despedir, depois de dizer o que tinha a dizer. Nada disso. Queria dizer-me, visivelmente irritado, que o que eu fizera tinha sido de um grande "primarismo". Respondi-lhe que então devia ter dito isso mesmo ao microfone, que eu já dissera o que tinha a dizer e não lhe ia dizer mais nada. Fui andando, para contornar a mesa e acabar com a cena, mas o SEC insistia: que eu tinha sido “primária”.

O Público pediu-me o discurso para publicar online na tarde do dia 8. Quatro horas depois, 89 mil pessoas tinham lido o texto. Ontem, o post no FB do "Público" tinha sido visto por 170 mil. Obrigada a todos pela partilha.

O que disse então a escritora Alexandra Lucas Coelho :


O meu país não é do orgulhosamente só. Não sei o que seja amar a pátria. Sei que amar Portugal é voltar do mundo e descer ao Alentejo, com o prazer de poder estar ali porque se quer. Amar Portugal é estar em Portugal porque se quer. Poder estar em Portugal apesar de o Governo nos mandar embora. Contrariar quem nos manda embora como se fosse senhor da casa. Eu gostava de dizer ao actual Presidente da República, aqui representado hoje, que este país não é seu, nem do Governo do seu partido. É do arquitecto Álvaro Siza, do cientista Sobrinho Simões, do ensaísta Eugénio Lisboa, de todas as vozes que me foram chegando, ao longo destes anos no Brasil, dando conta do pesadelo que o Governo de Portugal se tornou: Siza dizendo que há a sensação de viver de novo em ditadura, Sobrinho Simões dizendo que este Governo rebentou com tudo o que fora construído na investigação, Eugénio Lisboa, aos 82 anos, falando da “total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página”.

Este país é dos bolseiros da FCT que viram tudo interrompido; dos milhões de desempregados ou trabalhadores precários; dos novos emigrantes que vi chegarem ao Brasil, a mais bem formada geração de sempre, para darem tudo a outro país; dos muitos leitores que me foram escrevendo nestes três anos e meio de Brasil a perguntar que conselhos podia eu dar ao filho, à filha, ao amigo, que pensavam emigrar. Eu estava no Brasil, para onde ninguém me tinha mandado, quando um membro do seu Governo disse aquela coisa escandalosa, pois que os professores emigrassem. Ir para o mundo por nossa vontade é tão essencial como não ir para o mundo porque não temos alternativa. Este país é de todos esses, os que partem porque querem, os que partem porque aqui se sentem a morrer, e levam um país melhor com eles, forte, bonito, inventivo. Conheci-os, estão lá no Rio de Janeiro, a fazerem mais pela imagem de Portugal, mais pela relação Portugal-Brasil do que qualquer discurso oco dos políticos que neste momento nos governam. Contra o cliché do português, o português do inho e do ito, o Portugal do apoucamento. Estão lá, revirando a história do avesso, contra todo o mal que ela deixou, desde a colonização, da escravatura.
Este país é do Changuito, que em 2008 fundou uma livraria de poesia em Lisboa, e depois a levou para o Rio de Janeiro sem qualquer ajuda pública, e acartou 7000 livros, uma tonelada, para um 11.º andar, que era o que dava para pagar de aluguer, e depois os acartou de volta para casa, por tudo ter ficado demasiado caro. Este país é dele, que nunca se sentaria na mesma sala que o actual Presidente da República.
E é de quem faz arte apesar do mercado, de quem luta para que haja cinema, de quem não cruzou os braços quando o Governo no poder estava a acabar com o cinema em Portugal. Eu ouvi realizadores e produtores portugueses numa conferência de imprensa no Festival do Rio de Janeiro contarem aos jornalistas presentes como 2012 ia ser o ano sem cinema em Portugal. Eu fui vendo, à distância, autores, escritores, artistas sem dinheiro para pagarem dívidas à Segurança Social, luz, água, renda de casa. E tanta gente esquecida. E, ainda assim, de cada vez que eu chegava, Lisboa parecia-me pujante, as pessoas juntavam-se, inventavam, aos altos e baixos.
Não devo nada ao Governo português no poder. Mas devo muito aos poetas, aos agricultores, ao Rui Horta, que levou o mundo para Montemor-o-Novo, à Bárbara Bulhosa, que fez a editora em que todos nós, seus autores, queremos estar, em cumplicidade e entrega, num mercado cada vez mais hostil, com margens canibais.
Os actuais governantes podem achar que o trabalho deles não é ouvir isto, mas o trabalho deles não é outro se não ouvir isto. Foi para ouvir isto, o que as pessoas têm a dizer, que foram eleitos, embora não por mim. Cargo público não é prémio, é compromisso. Portugal talvez não viva 100 anos, talvez o planeta não viva 100 anos, tudo corre para acabar, sabemos. Mas enquanto isso estamos vivos, não somos sobreviventes.
Este romance também é sobre Gaza. Quando me falam no terrorismo palestiniano confundindo tudo, Al-Qaeda e Resistência pela nossa casa, pela terra dos nossos antepassados, pelo direito a estarmos vivos, eu pergunto o que faria se tivesse filhos e vivesse em 40km por seis a dez de largura, e antes de mim os meus antecedentes, e depois mim os meus filhos, sem fim à vista. Partilhei com os meus amigos em Gaza bombardeamentos, faltas de água, de luz, de provisões, os pesadelos das meninas à noite. Depois de eu partir a vida deles continuou. E continua enquanto aqui estamos. Mais um dia roubado à morte."

domingo, 30 de dezembro de 2012

Requiem pela KUBATA do Ricardo e pelo acesso público a qualquer Praia!


Grupo compra praia por 200 mil euros notícia do CM

Duzentos mil euros foi o preço que uma sociedade ligada ao grupo alemão Vila Vita Hotels pagou por cerca de três hectares de praia privada, em Armação de Pêra.

“O negócio, ao que o CM apurou, foi efectivado no dia 18 de Dezembro e a parcela de terreno será agora cedida ao Estado, depois de ser assinado, no próximo ano, um protocolo de permuta com o representante do grupo alemão, que entre vários investimentos em Portugal é proprietário do luxuoso resort Vila Vita Parc, na Senhora da Rocha, em Lagoa.
A extensa parcela de terreno, em plena praia dos pescadores, pertencia aos herdeiros da família Santana Leite. "Assumimos o papel do Estado, que ia avançar para a expropriação, e comprámos o terreno. Agora estamos dispostos a cedê--lo a favor da comunidade", confirmou ao CM Manuel Cabral, administrador do grupo Vila Vita. Além dos 200 mil euros, o investidor está ainda disponível a oferecer mais 300 mil para " requalificar a zona envolvente à praia, com a construção de um jardim ou um parque de estacionamento, e ajudar à transferência do clube Armacenenses para o novo campo", explicou o mesmo responsável.
Em contrapartida, apenas exige a concessão do restaurante de praia Kubata e o reconhecimento da praia da Vila Vita, junto ao resort de luxo.

POSSE PRIVADA FOI RECONHECIDA HÁ 99 ANOS
O terreno, com três hectares, está no Domínio Público Marítimo, mas a sua propriedade foi reconhecida a um privado em 1913. Mais tarde, um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão. Indiferentes a todo este imbróglio, os banhistas continuaram a encher a praia todos os anos. Em 2011, o Estado equacionou a expropriação do terreno, com o pagamento de 200 mil euros ao proprietário, de forma a efectuar a requalificação da zona, prevista no Plano de Ordenamento da Orla Costeira. Mas a intenção nunca se concretizou.”


Esta noticia publicada hoje no Correio da Manhã deixa-nos perplexos.

Ocorrem-nos desde logo algumas questões:

Por que carga de água uma empresa do grupo Vila Vita “Assume o papel do Estado”?
Quem lhe encomendou tal sermão? Como se pode, lucidamente, arrogar a tal pretensão? Por ser Alemã e o nosso Estado Português?

Se a parcela de terreno iria ser objecto de expropriação, porque razão um grupo privado se antecipa ao Estado para de seguida o ceder em favor da comunidade?
Em mera benfeitoria?

E, naturalmente, um conjunto de comentários:

O objecto de qualquer sociedade comercial tem por fim a obtenção do lucro ou o crescimento. Em que fim empresarial assentará esta “doação”?

Peculiar é também o facto de vir o administrador daquela empresa afirmar publicamente que está disponível para oferecer ainda mais 300 mil euros, para além dos 200 mil euros dispendidos na aquisição do terreno, com vista à requalificação da zona envolvente, à construção de um parque de estacionamento ou um jardim e ajudar à transferência do campo de jogos do Armacenense.

Mais peculiar ainda é o facto de, através desta promessa pública, exigir (sic) a concessão do restaurante Kubata e o “reconhecimento” da praia da Vila Vita, junto ao Resort de luxo.

Acrescentando um “APENAS” o administrador da benemérita empresa quer fazer crer que as contrapartidas exigidas constituem um bom negocio para o Estado, tentando gerar no público a ideia que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.

Se o “APENAS” é da responsabilidade do jornalista, este tenta fazer crer que as contrapartidas exigidas são aceitáveis, tentando gerar no público a ideia de que este Estado paupérrimo “só pode” aproveitar.

Em qualquer dos casos, quer tenha origem no interessado, quer tenha origem no jornalista o caso é grave e no mínimo indecoroso.

O negocio é, pelo menos, incomum, convenhamos.

Alguém que visa o lucro ou o crescimento, sabendo de antemão que o terreno vai ser objecto de expropriação, intromete-se no meio adquirindo o terreno, propagando desde logo a intenção de o ceder a favor da comunidade.

Ora, as acções beneméritas ou mecenáticas são sempre bem vindas na comunidade.

Mas tratar-se-á esta de uma acção verdadeiramente benemérita ou mecenática?

Estamos seguros que não!

Sabendo de antemão que o terreno iria ser expropriado, aproveitando-se das dificuldades financeiras do Estado cujos meios têm hoje outras prioridades, razão do atraso na aquisição pública, investiu 200 mil euros na mira de ver satisfeitas dois objectivos que persegue há longos anos:

1.- a “ privatização” da praia já chamada da Vila Vita, este sim o seu objectivo primeiro e
2.- a concessão da Kubata, (cujo edificio, tanto quanto se sabe é propriedade do Ricardo que a tem explorado com competência nos últimos anos dando-lhe uma vocação que reúne a preferência da procura da generalidade do visitante de Armação: a sardinha assada ao ar livre).

Enquanto a concessão da Kubata parece a todos coisa pouca ( se nos esquecermos momentaneamente dos direitos e legitimas expectativas do seu actual possuidor, Ricardo, que estão a ser trilhados há muitos meses por formas diversas), o mesmo não se pode dizer da privatização (uso exclusivo, acesso impedido a não convidados, reserva do direito de admissão, ou qualquer outra designação mais traiçoeira como: reconhecimento) da Praia da Vila Vita.

O objectivo subjacente não é por conseguinte benemérito mas visa a prossecução dos fins empresariais que a Vila Vita prossegue de há muito.

Sucede que isso, apesar de ínvio como é patente, não nos causa particular comoção.

O que realmente aqui estará em causa é saber se o Estado se vai pôr a jeito para mais uma desconsideração, a exemplo de outras noutros palcos europeus.

Se tal inimaginável propósito vier a suceder terá certamente a oposição firme da população e a nossa!

Estamos convencidos que o Estado não se deixará enredar nesta teia de interesses egoísticos que, tudo indica, estão a tecer à roda de objectivos indesejáveis (privatização da praia dita da Vila Vita) e ilegais, por meios que denotam verdadeira afronta ao Estado Português.

Somos amigos do investimento virtuoso. Admiramos a inteligência, a perseverança, o crescimento sustentável. Mas todos eles sujeitos à regra da transparência e às demais que se impõem num Estado de Direito.

Defendemos este conjunto de princípios quer nos negócios públicos ou com intervenção pública, quer, na medida em que forem aplicáveis, nos negócios privados.

Na verdade, enquanto cidadãos temos esse direito inalienável que nos confere tal legitimidade, porquanto nos primeiros e segundos há sempre intervenção indirecta do cidadão contribuinte, nos últimos a intervenção directa do cidadão consumidor.

Qualquer investidor tem a nossa admiração directamente proporcional à qualidade da sua oferta, ao emprego que gera e mantém, ao activo regional ou nacional que representar, à riqueza que produzir, à receita publica que motivar.

Sucede é que qualquer empresa inserida no mercado nacional não pode nem deve comportar-se socialmente como certos poderes económicos típicos dos Westerns de Holywood, no Farwest, do final do sec. XIX.

É que Portugal, declaradamente em crise, revelando pouca perícia no zelo pela sua sustentabilidade e futuro, e muito pouco orgulhoso da sua classe politica, apesar de tudo isso não é o Farwest, nem está à venda, mesmo que muitos dos seus “amigos” assim o entendam.

Enganam-se!

domingo, 23 de dezembro de 2012

O Rei vai nú!!!!!!!!


Não há pior cego, surdo ou mudo que aquele que não quer ver, ouvir ou falar.



O que diz Artur e o Governo não ouve
Por  Nicolau Santos in "Expresso" de  22.12.1 2

Artur Baptista da Silva é um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses. Mas não devia ser um ilustre desconhecido para o Governo. Em primeiro lugar, porque coordena a equipa de sete economistas que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, decidiu criar para estudar o risco geopolítico e social na Europa do Sul como resultado dos programas de ajustamento. E em segundo, porque é ele que ficará encarregado do Observatório Económico e Social das Nações Unidas para a Europa do Sul, a instalar em Portugal a partir de 2013.

Quais são as razões que levam a ONU a estar preocupada com o ajustamento nos países do Sul? Por um lado, a Europa, que tem sido uma grande zona de paz social, está agora a ser confrontada com uma mancha de descontrolo no Sul que pode gerar a passagem, “por osmose, dos problemas do Sul para o Norte”. E a tal mancha de descontrolo assenta no aparecimento, em países catalogados como ricos, de bolsas de pobreza, que atingem milhões de pessoas. Segundo as contas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUP), em Portugal existem dois milhões de pessoas que vivem com menos de 7 euros por dia, o limiar da indigência. E no limiar da pobreza, menos de 14 euros por dia, estão três milhões de pessoas.

Por outro, os sete economistas passaram, todos eles, por países onde processos de ajustamento semelhantes foram levados a cabo, “com resultados tenebrosos”, na opinião do Artur Baptista da Silva.
Uma Troika de Abéculas...

Tendo por pano de fundo estas razões, a ONU propõe então a renegociação da dívida acumulada pelos países sob intervenção externa e que os está a asfixiar. Nesse sentido, os sete economistas analisaram os fundos estruturais a que estes países tiveram acesso, mas que obrigavam a um cofinanciamento nacional, e chegaram à conclusão que 41% do total da dívida soberana portuguesa, que de 1986 a 2011 soma €121 mil milhões, resultam precisamente dessa obrigatoriedade e não de decisões políticas internas ou de políticas económicas erradas. Defendem assim que o Banco Central Europeu refinancie esta parte da dívida a vencer à taxa de 0,25% por um prazo de dez anos, bem como a suspensão do artigo 123 dos estatutos do BCE por uma década para que a instituição possa comprar dívida soberana no mercado primário. Portugal pouparia assim €3,1 mil milhões com esta operação.

A segunda proposta é que a troika aceite um desconto global de 15% sobre o total dos juros a pagar, na casa dos €34,4 mil milhões, pelo empréstimo que nos foi concedido de €78 mil milhões. Este montante de juros é superior a 40% do total do empréstimo, o que “é um absurdo para um fundo que se diz de assistência.”

Finalmente, a parte do FMI no empréstimo a Portugal usa os Direitos de Saque Especiais (DSE), que estão indexados à cotação de quatro moedas. A penalização cambial de Portugal entre 2012 e 2015 é estimada em 12%, devido à valorização do euro em relação àquelas moedas (dólar, euro, iene e libra esterlina), num total de mais de €2 mil milhões. A ONU propõe a renegociação com o FMI desta penalização cambial.

Conclusão: a ONU, que suponho não pode ser acusada de estar contra o Governo, defende que Portugal tem de renegociar a sua dívida, pois de outra maneira o processo de ajustamento terá consequências devastadoras para a economia e para a sociedade portuguesas. Será pedir muito a Passos Coelho, Vítor Gaspar e Carlos Moedas que leiam a entrevista que Artur Baptista da Silva deu ao caderno de Economia do Expresso a 15 de dezembro? 


Pessoas com necessidades especiais, como é o caso da Troika, carecem de meios alternativos de comunicação.

1.    O Expresso publicou na sua edição de 15 de dezembro no caderno de Economia uma entrevista com Artur Baptista da Silva, suposto membro do PNUD e supostamente encarregue pela ONU de montar em Portugal um Observatório dos países da Europa do sul em processos de ajustamento.
2.    O primeiro contacto entre Artur Baptista da Silva e eu próprio ocorreu a pedido dele para me apresentar as linhas gerais da conferência que iria proferir no Grémio Literário a 4 de dezembro, o que aconteceu, tendo sido introduzido pela presidente do American Club, Anne Taylor.
3.    O Expresso, e eu em particular, errámos ao dar como adquirido que a informação que nos estava a ser prestada era fidedigna e não carecia de confirmação. Pelo facto, peço desculpa aos leitores e aos espectadores por este falhanço profissional inadmissível ao fim de 32 anos de jornalismo.
4.    É na sequência desse encontro que o Expresso entrevista Artur Baptista da Silva e a publica a 15 de dezembro. A 21 de dezembro, a meu convite, Artur Baptista da Silva participa no programa Expresso da Meia-Noite da SIC Notícias.
5.    A entrevista ao Expresso tem repercussão internacional e a Reuters traduz uma grande parte para inglês. O jornal norte-americano "Chicago Tribune" dá também relevo à entrevista.
6.    Tudo indica que Artur Baptista da Silva não exerce os cargos e as responsabilidades que dizia ocupar e que as declarações que fez não vinculam nem a ONU nem o PNUD. Investigações conduzidas pelo Expresso e por outros órgãos de comunicação social indicam que Artur Baptista da Silva não faz nem nunca fez parte dos quadros de nenhuma daquelas organizações.
7.    Artur Baptista da Silva intitula-se também professor em "Social Economics", na Milton Wisconsin University, nos Estados Unidos da América. Consultados os sites alusivos aquela universidade constata-se que ela encerrou em 1982.
8.    O Expresso e eu próprio assumimos este erro e iremos reforçar os mecanismos que permitam um controlo acrescido sobre a credibilidade das fontes com que lidamos diariamente.

 



terça-feira, 6 de novembro de 2012

O "rating" que os parta! Tribunal com eles!

 É verdadeiramente interessante a noticia precedente sobre a justiça Australiana e a Standard & Poor’s. E não devia sê-lo!

De facto estas acções judiciais deviam “chover” nos tribunais de todo o mundo, desde muito antes de 2008, mas sobretudo depois de 2008 – com a bolha do imobiliário-!

Muitas instituições poderão ter deixado de pagar os seus serviços por deles terem prescindido. É claramente uma penalização dos mercados. Mas...terá sido suficiente?

Pensamos que não!

Os países e as instituições que carecem das notações das empresas de rating, pois carecem das mesmas para recorrerem ao crédito internacional “mantendo-se em jogo”, deixando de recorrer a tais fontes de “abastecimento” (saindo de jogo), deixaram de precisar das notações daquelas entidades e denunciaram os contratos.

Mas, não deviam ficar por aqui as consequências de uma actividade que, até podemos reconhecer a sua utilidade num sistema financeiro tal como se apresenta, não sendo exercida com o zelo e isenção necessárias, pode revelar-se autenticamente criminosa.

Todos sabemos das notações AAA que entraram rapidamente em insolvência ao primeiro abanão forte da crise do subprime.

Também ouvimos o que se diz acerca dos sócios das agências de rating e da diversidade dos interesses de que são titulares no mercado financeiro, muitas vezes cruzados quando não contraditórios e não menos vezes alavancados pelas notações daqueles ainda prestigiados faróis dos mercados do crédito planetário.

O que diríamos de um excelente cirurgião que insistisse em operar os seus pacientes bêbado ou drogado?

Diríamos que, em caso de fatalidade, deveria responder pelo resultado de uma acção culposa e indemnizar!
Podemos até sofisticar o exemplo: a operação era a um órgão vital e ninguém poderia garantir o seu sucesso! Sucederia o mesmo caso ele não zelasse por se apresentar na sala de operações na totalidade das suas capacidades técnicas e cognitivas.

Em que diferirá o caso do cirurgião adito a um qualquer vicio que lhe diminua as competências ao agir no âmbito da sua actividade especializada e o caso destas empresas que concedem notações de rating que determinam decisões de investimento pelo mundo fora exactamente baseadas naquelas informações privilegiadas?

As agências, enquanto sobreviver este sistema de desenvolvimento (e vamos lá ver se sobrevive...) são instrumentos necessários ao mercado financeiro global.
As agências em causa, através de uma enormidade de casos de notações levianas, senão de burla, causaram prejuízos incomensuráveis.

Agir sobre as agências de imediato retirando-as do mercado, ou manifestando a sua evidente incapacidade face às teias que as tecem, seria num caso, tarefa impossível pois pressupunha a capacidade politica global e concertada de o fazer e a capacidade técnica e económica de o poder fazer, ou criar um sistema alternativo que delas não carecesse, ou de as substituir por outras impolutas que teriam de recorrer aos mesmos meios humanos e técnicos que o sistema gerou.

Deste modo, os políticos do mundo, pouco ou nada se referiram ao contributo objectivo que as empresas de rating deram à crise de 2008 e aos seus episódios seguintes.

Medo de mexer nesta Caixa de Pandora que é o mercado financeiro global, foi o que foi...
Pudera! não fazem a mínima ideia de como a consertar ou sequer de como a regular.

Porém, os tribunais a quem qualquer um pode recorrer, podem e devem avaliar situações, com mais certeza quanto mais evidentes, geradoras do dever de indemnizar.

Os tribunais não estão condicionados pelos mercados, nem são objecto de notações. Acresce que são onde, com maior propriedade se aplica a lei dos cidadãos e não a lei do mercado, a do mais forte ou a da selva, constituindo por excelência o lugar onde é obrigatório fazer justiça.

A justiça civilizada da comunidade e dos seus valores, perante quem renunciou a servi-la dentro dos cânones, que conhecem o risco, a tolerância e a razoabilidade mas também a ganância, a burla e o embuste!

Seriam difíceis de executar as sentenças que viessem a ser condenatórias das agências de rating em causa? , diria um céptico. E depois? Sem prejuízo de não se dar por adquirida tal “impunidade”, não se contribuiria claramente para outro patamar de responsabilidade e competência para as funções dessas empresas, tornando tais decisões alavancas das opiniões públicas para outras exigências e pressão para uma futura regulação mais apertada e consentânea com o interesse global e comum.

Alguém acredita que o Tribunal Penal Internacional só se destina a prender um ditador louco e facínora? E o efeito preventivo e inibidor que gera nas condutas das bestas que se candidatam a serem por eles julgados?

Por tudo isso se estranha a falta de mais reações, em tribunal, como a do caso australiano! Quer seja em Portugal quer seja noutros países e, ou, instituições lesadas.

Ou talvez não!

É que, desse modo, pela omissão, não podemos saber que instituições gestoras dos dinheiros dos cidadãos, foram lesadas e em quanto!

Mas se assim for, teremos nesses putativos interessados verdadeiros cúmplices da acção potencial ou evidentemente criminosa daquelas agências!



sábado, 26 de novembro de 2011

CASINO: Na encruzilhada de um Orçamento devorador, vale tudo menos tirar olhos!

A despesa indómita subjuga o Orçamento municipal como lhe dá na real gana e permanece sem ninguém que lhe ponha rédeas

O senhor Vereador Fernando Serpa denunciou através do seu blog, no passado dia 24.11, um facto recente, aquele de ter tido conhecimento, directamente da Dra Isabel Soares, ser intenção da edil vir a propôr à respectiva Câmara, a venda do ANTIGO CASINO DE ARMAÇÃO DE PÊRA.

Mais tornou público que, quanto a si, reconhece que tal espaço é pertença dos Armacenenses!

Ainda manifestou a expectativa de que a Junta de Freguesia venha, oportunamente, a defender essa “propriedade” perante o município, antes que aquela senhora se encarregue de, sem mais, pôr em marcha aquela venda.


Tais afirmações constituem uma promessa pública de apoio à conservação do edifício no domínio público dado o seu relevante INTERESSE MUNICIPAL, e mais especificamente à consagração do seu destino à vontade dos armacenenses, valendo por isso dizer que, dada a integração, significado e simbolismo do imóvel, o seu empenho enquanto Vereador irá no sentido de conservar a vocação inicial, embora reorientada de acordo com uma consulta pública, para a utilidade pública.

Tomamos nota, com agrado e não esqueceremos!

Mas não só, é também um desafio sério à Junta de Freguesia para que “se mexa” se tem amor ao Casino e sobretudo que o comunique formal e urgentemente à Câmara!

Esperamos sinceramente que o Vereador Fernando Serpa não reduza a vontade dos armacenenses aquilo que a Junta de Freguesia expressa perante a Câmara. Se assim for padecerá de miopia grave uma vez que armação não se reduz a tão fraca representação e o que aqui se passa e releva excede largamente a capacidade de apreensão e, ou, atenção do senhor Presidente da referida Junta.


No entanto não esquecemos que a Junta e o seu Presidente existem e têm as suas atribuições e competências!

Daí que daqui apelemos ao primeiro subscritor da Petição para a classificação do imóvel como de INTERESSE MUNICIPAL, LUIS PATRICIO RICARDO, para que, enquanto membro da ASSEMBLEIA DE FREGUESIA, promova nessa instância, a análise e discussão desta matéria, em ordem a que a Junta tome uma posição quanto ao futuro do Casino e a comunique à Câmara com a maior brevidade.

Ainda apelamos ao mandato politico do Vereador Fernando Serpa, que com os votos de Armação de Pêra também foi eleito e que os tem justificado na atenção que à Vila tem dado, designadamente no que ao caso concreto diz respeito, no qual tem sido singular (com o pedido de desculpas a qualquer outro Vereador que o tenha feito sem que disso tenhamos registo), para se conservar atento e fiel à promessa pública que registámos e agradecemos.

Por nós, vamos coligir as listas de assinaturas recolhidas, sem que se dê conclusão ao processo de recolha em curso, porquanto, face aquela ameaça da Madame VALE TUDO, todos nunca seremos demais!

Nota: Clicando na Etiqueta: Casino, ficam à sua disposição todos os posts sobre o assunto, permitindo maior esclarecimento aos menos informados sobre a Petição e o Casino.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Obras: qualidade da treta...

Há tão poucos meses executadas, as obras da frente-mar, evidenciam já os efeitos de uma execução negligente. Não é a primeira vez que nos referimos aos defeitos da obra.

Recordamos que, durante a execução das infraestruturas, depois de detectarmos práticas incorrectas e não aconselháveis, chegámos a receber de cidadãos que recolhiam imagens, denuncias acerca de tentativas de impedimento de fotografar, por parte de responsáveis intermédios da obra.

Hoje, pelo que está à vista, comprova-se, em parte, aquilo que se adivinhava com tal atitude de "censura" às imagens.
São os abatimentos da calçada, em resultado de deficiente compactação do solo, são as poças de àgua, consequência de falta de drenagem adequada, etc...

E isto é o que está à vista. O que lá irá por baixo, cujas más práticas várias vezes denunciámos, só Deus e o Empreiteiro, saberão!

A fiscalização da obra, para cuja minúcia várias vezes reclamámos, foi, no mínimo tímida, para os mais moderados. Para os mais inflamados, revelou, no mínimo, temor reverencial, pela sociedade empreiteira.

Seja o que fôr que tenha sido, uma coisa parece ser evidente, caso tivesse sido rigorosa e firme a fiscalização, não se verificavam à vista desarmada os defeitos que se constatam.

Para mal do orçamento municipal, quando Deus quiser que se preocupe com a adequada manutenção, para mal dos armacenenses e visitantes, certamente em qualquer dos casos e desde já.

Salvo se se reclamar e com veemência as garantias a que a empreiteira está obrigada. Mas será que, apesar de, patentemente, se justificar o accionamento das garantias, a C.M. de Silves (Dona da Obra) já o fez? Ou será que o irá fazer?


domingo, 12 de dezembro de 2010

A necessidade gera o Engenho! À atenção do consumidor!

A Turquia tem, desde 1 de Janeiro de 2007 uma nova moeda, a “nova Lira Turca” (Yeni Turk Lirasi), a qual substituiu a estafada Lira antiga a quem retiraram nada menos que 6 (seis) zeros.

Olhando a nova Lira, estranhamente ou não, vemos que se assemelha, à milionésima, com a moeda de 2 Euros europeia.

De facto, têm exactamente a mesma aparência (uma parte de cobre central rodeada por um anel de níquel) e, não só, mas também, sensivelmente, a mesma medida.

A face principal da moeda reproduz a figura do seu herói nacional Ataturk, tal qual muitos euros apresentam os seus: Rei de Espanha, da Bélgica, etc..

A diferença mais evidente é que, em lugar dos 2 Euros, tem 1, em tudo semelhante ao 1 da moeda europeia.

Segundo os especialistas a Lira Turca é uma imitação juridicamente inatacável da moeda de 2 Euros, sendo certo e sabido que o valor da mesma é de apenas 0,4 euros (quarenta cêntimos) se fosse aceite na Europa o que, de todo em todo, não sucede, pelo que o seu valor efectivo é zero.

Os amigos do alheio porém, estão deliciados com o facto, uma vez que os pagamentos em máquina ou os trocos geram receita significativa se se dedicarem a ludibriar o próximo.

A circulação destas Liras vai sendo detectada na Europa, sobretudo nos países de maior imigração turca, o que, não sendo o caso de Portugal, não nos dá qualquer garantia de defesa.

Na verdade nada impede um Xico-Esperto de importar uma tonelada destas Liras, por “tuta e meia” e fazer um negocio da China!

Atenção portanto!

sábado, 28 de agosto de 2010

Contra a barbárie e a selvajaria da REPÚBLICA ISLÂMICA DO IRÃO


"É urgente intervir pata impedir uma execução que os observadores das questões iranianas dizem estar prestes a acontecer", diz o apelo assinado pelo escritor checo Milan Kundera, pelo Nobel da literatura nigeriano Wole Soyinka, pela autora de BD iraniana Majane Satrapi (autora de (“Persépolis”), pelas actrizes Juliette Binoche e Mia Farrow.

Sakineh Mohammadi Ashtiani tinha sido condenada em 2006 por adultério (cometido quando já era viúva) e recebido um castigo em chibatadas. Mas mais tarde a acusação foi alterada para assassínio e Ashtiani foi então condenada à morte por lapidação. As autoridades iranianas admitiram rever o caso, mas a suposta confissão parece indicar que mantém a intenção de levar a cabo a execução.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Aberração "ambulante" em Armação de Pêra

A "barraca" das massagens muda de sítio em manifesto prejuízo dos utentes dos toldos.
Quem será o responsável por esta decisão?
Quem não consegue gerir uma porção de praia terá capacidade para presidir à Junta de Freguesia da Vila?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

"viejo gobierno de difuntos y flores"

A ditadura Cubana não desarma...

Guillermo Fariñas, que não se alimenta há um mês, tenciona levar protesto até ao fim


O jornalista e psicólogo Guillermo Fariñas, de 48 anos, vem de uma família de autênticos revolucionários cubanos. Seu pai lutou ao lado de Ernesto 'Che' Guevara na guerrilha no Congo em 1965. Sua mãe também participou da derrubada do regime de Fulgêncio Batista. Na juventude, Guillermo estudou na União Soviética e serviu ao Exército cubano. Ele diz já ter feito 23 greves de fome desde 1989, quando entrou para oposição.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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