O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O FUTURO DE UM GRANDE MUSEU OU UM GRANDE MUSEU SEM FUTURO?

Sobre o Encontro promovido pelo Dr. Manuel Ramos motivando uma reflexão sobre o futuro do Museu da Cortiça, nenhumas conclusões foram ainda publicamente difundidas, pela mão do próprio, razão pela qual não queremos pronunciar-nos.

Porém, por via do jornal público, soubemos que os senhores Presidentes quer da Comunidade Intermunicipal do Algarve, Engº Macário Correia, quer do Turismo do Algarve, senhor Nuno Aires, apesar de convidados, não compareceram.

Ficámos estupefactos e por isso fomos logo a correr procurar a Lei nº 45/2008 de 27 de Agosto (Estabelece o regime jurídico do associativismo municipal), não fosse tal associação de municípios estar estatutariamente arredada de quaisquer preocupações culturais, turísticas e económicas da Região.

Antes ainda de começar a ler a letra da lei, consultámos o site da AMAL e logo deparamos com aquilo que a mesma define publicamente como missão:

"Potenciar o desenvolvimento dos municípios e reforçar a identidade conjunta da Região, mediante a articulação de interesses e criação de sinergias.”

Ficamos animados! Daí prosseguimos até aquilo que a dita entidade define como visão:
"Ser o guia e impulsionador dos Parceiros Regionais, capaz de conciliar e harmonizar as estratégias para o desenvolvimento sustentado da região.
"

Ainda mais entusiasmados ficamos! Prosseguimos entusiasticamente para conhecer os seus objectivos estratégicos:

“Desenvolver e promover a Região”.

Sendo que, neste particular constituem estratégia da AMAL, por um lado: “Reforçar a capacidade de resposta a necessidades comuns dos associados” e por outro: “Aumentar a coesão intermunicipal”.


Quase entramos em verdadeiro delírio... o Museu da Cortiça e a sua salvação enquadravam-se que nem uma luva em todos os propósitos da AMAL!!!!!!!!!!!!!!!


Partimos para a leitura da Lei já esperando do seu texto autênticas “favas contadas” para grande parte das terapias que as maleitas de que o Museu da Cortiça padeçe, carecem.

E não é que vimos nas suas atribuições justificação mais que suficiente para que a AMAL pudesse intervir nesta causa regional e nacional?

Vamos ser positivos: O Presidente da AMAL não esteve no Encontro, porque o assunto já está a ser tratado em sede própria!

Na mesma perspectiva, o mesmo se diga, por maioria de razão do Turismo do Algarve e seu Presidente.

Ou não fosse o Algarve uma verdadeira Região Natural e os eleitos dos Algarvios não a tomassem como tal, agindo em conformidade!

A ver vamos se não temos razão! Veremos se as funções da AMAL não são mesmo as que constam da Lei!

2 comentários:

Corre Costas disse...

Mas para quê toda esta demagogia? não querem perceber que todo o processo está inquinado pela falência da Fábrica e da Alicoop. Ainda não perceberam, ou não o querem, que a má gestão, que era comum, hipotecou todos os bens para dar como garantia aos credores, banca e fornecedores. Que os dinheiros públicos, entregues a fundo perdido, tal como as participações accionistas foram completamente desbaratadas!!! Que a Câmara Municipal de Silves, gerida (mal) pelo o outro irmão maravilha!!! em tempo oportuno não salvaguardou o interesse municipal do referido Museu, porque o período era de vacas gordas, festas e ostentações!!. E agora o que querem? que o erário público gaste o que não tem para cobrir a de lapidação de que as empresas foram vítimas? pagando aos bancos, aos fornecedores, sócios e outros credores? Façam é executar a justiça!!! obrigando os responsáveis a assumir as suas responsabilidades!!! o património e valores desviados devem ter algum paradeiro!!! Isto não é só um caso de má gestão, é também de polícia!!
julgam que o presidente da AMAL, eng. Macário Correia se iria envolver com gente desta? Já basta o actual presidente da republica ter tido como mandatários nacionais, os snrs Dias Loureiro( escondido em Cabo Verde) e o José António Silva, é preciso ter azar, com tanta gente honesta por ai!!!!

Massena disse...

Concordo integralmente com o comentário anterior e limito-me a sublinhar que o museu é um non case, porque classificado o imóvel e o demais património cultural, bens que integram o museu, como há-de ser (mas, tendo um director diligente, já deveria estar feito há muito), o Estado e o Município ficam com direito de preferência em hasta pública... Num país com leis, e com cidadãos civilizados, o assunto resolve-se assim... credores são pagos e os bens culturais de interesse público salvos, passando para a sua titularidade, mediante o exercício da preferência... o resto são balelas e esquemas que vão apodrecendo este país até à falência total dos valores de Abril!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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