O Mar o leva o Mar o traz…
Nesta época balnear, a areia foi a banhos para outras paragens.
Neste Verão, como já vimos noutros, o areal não nos vai priveligiar em extensão. É o ciclo magro que alinha com a depressão económica, para não destoar.
Mesmo com menor afluência(?se assim vier a suceder?)um areal escasso irá colocar ainda mais a nú a má gestão na distribuição do espaço para toldos, nas áreas concessionadas.
Esperemos que o bom senso impere e que, nessa matéria, venham os concessionários e a fiscalização aos mesmos, a agir em conformidade com a escassez do espaço.
O desconforto para os banhistas que não optam pelo aluguer de um toldo,que são muitos como sabemos, em ciclos abastados de areal é grande, porquanto as áreas concessionadas exorbitam a sua ocupação do espaço disponível.
Imaginamos o que será, se persistirem no abuso, em ano de areal minguado, sem fiscalização que os acantone no seu devido lugar.
O prejuizo será, para já, para o conforto desejável dos utentes. Para futuro, o prejuizo será para Armação de Pêra e sua economia dependente, no essencial, desses mesmos banhistas que se continuam a tratar como se deles não dependessemos.
Resultam estas preocupações não só dos direitos dos consumidores do espaço público que o areal constitui, mas também das recentes estatisticas acerca do declineo do turismo algarvio.
De facto, apesar da oferta do Algarve ter melhorado entre 2001 e 2009, verificou-se uma quebra de dormidas de estrangeiros na ordem de mais de três milhões, das quais os ingleses são responsáveis por cerca de um milhão e meio.
Dizem alguns observadores atentos que o Algarve tem falta de estratégia e capital humano. Mais apontam que tudo no Algarve continua muito atávico, embrionário e confuso. Referem ainda que, cá dentro perdemos para o Douro e lá fora para Espanha. Não podemos estar mais de acordo. Basta-nos ser Armação de Pêra, Municipio de Silves e não sermos trouxas de todo para sabermos isso, de há muito...
É também de há muito que Armação de Pêra constitui um bom exemplo da degenerescência da qualidade desta oferta algarvia.Os sinais começaram há muito e as evidências também. Só não viu quem não quis. Literalmente: quem não quis ver!
Aqui, como em muitas outras sedes, os responsáveis só podem ser aqueles que têm os poderes para fazer diferente e não fizeram ou fazem.E não fazem porque não querem ou não sabem, ou, pior ainda, porque não sabem nem querem!
A Câmara Municipal de Silves e as suas Presidencias,especialmente a última, dada a tentacular e excessiva betonização, num tão curto (e extenso) lapso de tempo, são as responsáveis pela quase total despersonalização, desqualificação, vulgarização e consagração do Kitch suburbano nesta Vila.
Tudo isto como se o turismo, que vende 7.000 milhões de euros anuais, não fosse a maior "empresa" exportadora de Portugal, cuja economia, como todos sabemos, é de uma insipiência preocupante.
E se estes dados - incontestáveis - são tremendamente importantes para o país, são-no ainda mais esmagadoramente importantes para a economia de Armação de Pêra.
Falta de estratégia e de capital humano, se são apontáveis ao turismo do Algarve, são-no muito mais à C.M.Silves em geral e no que lhe compete em matéria de turismo, designadamente na competência exclusiva que lhe cabe no urbanismo aberrante que converteu a sede deste extraordinário património natural, numa Vila suburbana de 3ª categoria.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 17 de abril de 2010
Armação de Pêra. O ciclo do Areal...e a Linearidade da Falta de Estratégia e de Capital Humano. Que Futuro?
Etiquetas:
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6 comentários:
Infelizmente as afirmações contidas neste pequeno texto, são assertivas e verdadeiras. Temos sido governados por incompetentes arrivitas, cujo único objectivo tem sido a concessão de favores e de contrapartidas pessoais, degradando e destruindo o pitoresco natural do nosso património, que é público. Alguns agentes da vida comercial e turística desta terra, preocupam-se mais com o ganhar fácil e se possível muito, do que com a preservação, defesa e melhoramento das características ímpares das belezas naturais que felizmente Armação de Pêra foi dotada, que todos os dias são cada vez mais degradadas, por incúria, por ganância, por ignorância e por uma selvajaria brutal que na procura do lucro fácil, não olham a meios para satisfação das suas ávidas contas bancárias e património pessoal, tendo como incentivos na sua sanha destruidora as autoridades locais, municipais e regionais, que deveriam ser os primeiros a entravar os desmandos dos interesses ilegítimos. Por tanta coincidência e junção de esforços, até julgamos que os interesses são comuns e que se partilham tão afincadamente na destruição das belezas naturais desta terra, será suposto até pensarmos que os lucros provenientes de tão nefastas acções, também sejam comuns! Mas isto somos só nós a pensar!! pois se uma das maiores obrigações das autoridades locais seria a defesa intransigente do património Natural, Cultural e Humano, da nossa terra. Se não o fazem e até atentam contra ele, beneficiando interesses privados, ou é carente de culturas e saberes elementares para exercer funções autárquicas, ou então outros interesses mais obscuros estarão por de traz de tão criminosas atitudes e decisões.
Só Balelas
Este Anónimo é que um balela de primeira... Deve se rever na parte alusiva aos sanguessugas e aproveitamento exclusivo de bens públicos para beneficio privado!
Desta vez não estou inteiramente de acordo com o sr.J.J.J.,pois se há acusação que não podemos fazer ao actual executivo, é a de falta de estratégia.
A estratégia teve os resultados que estão à vista, 12+4 anos de poleiro.
Uma estratégia assente no desrespeito aos valores ambientais em beneficio dos interesses imobiliários,que destruiu, quase na totalidade,o extraordinário património natural que Armação de Pêra representa.
O declinio do turismo Algarvio é a consequência natural das estratégias erradas , da incompetência e da irresponsabilidade das entidades responsáveis.
O turista, cada vez mais,procura férias memoráveis,o autêntico,a proximidade a realidades diferentes,culturas diferentes.Tudo isso se está a perder pelo caminho que os nossos politicos nos estão a levar.
O turista que vêm a Armação de Pêra encontra o caos,falta de estacionamentos,inexistência de espaços publicos, uma multidão sem rumo.Só têm a praia,como todos sabemos,praia que, começam a ter de pagar.
A oferta em Armação de Pêra não melhorou,piorou,quem conseguir ver algum progresso neste contexto que mo diga.
Eu digo o oposto,apesar de toda a zona do rio de Armação de Pêra se encontrar sob o regime juridico de reserva ecológica natural(protegida???),de poder ser aproveitada,visando um enquadramento equilibrado das actividades humanas,com o objectivo de melhorar a oferta a quem visita Armação de Pêra,mais 200 ou 300 apartamentos vão ser construidos naquela zona.
Continuam as estratégias erradas,continua o desrespeito pelos valores ambientais.
As estratégias erradas estão a condenar o turismo no Algarve.Apesar das estatisticas apontarem para uma quebra,considerável,na entrada de turistas no país,os nossos politicos não mudam as estratégias,as consequência ficam para depois.
A nova realidade politica no concelho de Silves,pouco mudou a realidade em Armação de Pêra,mais não fez que aumentar o rol de culpados pelo descalabro a que somos obrigados a assistir.
Se for feita uma reavaliação, daqui até aos Salgados, talvez haja espaço para meter mais 3.000 apartamentos. Trezentos é coisa de pouca monta. Não desperdiçem espaço.
Olhe que não...olhe que não...
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