O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

UM CIDADÃO, MIJA FORA DO PENICO, AS VEZES QUE FOREM NECESSÁRIAS!

Depois da declaração pública de Carneiro Jacinto, ficou tudo claro como água cristalina.
O aparelho venceu, como habitualmente, a “temeridade” de quem exerceu o seu direito de cidadão (ao candidatar-se), de indignação (reagindo ao status quo, à mediocridade da conduta pública dos eleitos, à gestão opaca e controversa da coisa pública do concelho), de oposição (ao opor-se pública, aberta, frontal e lealmente, à líder do PSD no concelho e Presidente da Câmara de Silves), de rotura (com a aura mediocritas), de quem arriscou a pensar pela sua cabeça e a agir em conformidade. “Mijou fora do penico”!
Na classe política não há lugar para gente imprevisível e independente (leia-se:fora de um controlo).
Não há lugar para cidadãos plenos!

domingo, 7 de dezembro de 2008

UTOPIA?

CADA VEZ MAIS LONGE?

No pressuposto, por confirmar decisivamente, de que o PS de Silves não irá apoiar a candidatura de Carneiro Jacinto à Câmara, tal circunstância constituiria, quanto a nós, mais uma evidência da habitual opção, nos partidos, pelos candidatos “Yes Men” que emergem dos respectivos aparelhos, em detrimento de outros, com ideias próprias e motivações genuínas de participação e contribuição para a coisa pública, ainda que melhor posicionados face ao mercado dos eleitores, por, de algum modo, serem potenciais portadores do vírus da MUDANÇA, (filho da independência)o qual, alastrando, ameaça de morte a coesão e os pilares do exército partidário – o aparelho – cuja vocação última consiste em perpectuar o status quo das condições e das regras do jogo, viciado e mediocre, na ascensão da classe politica, do nada ao poder, e da conservação do mesmo na órbita das autênticas nomenclaturas que dominam cada um dos partidos políticos.

Este cenário, e sobretudo a indignação que determina, permite-nos recordar uma crónica de Clara Pinto Correia, a qual escalpeliza as raízes da frustração de tantos que, generosamente, se galvanizam para a participação, crentes na substância da actividade politica e que cedo a abandonam, bem como de outros tantos que nem sequer ousam experimentar tal frustração.

A Nova Atlantis


John Adams, o segundo presidente dos Estados Unidos, era um puritano de convicções inabaláveis e de uma erudição esmagadora, um herdeiro convicto e batalhador das grandes ideias do Iluminismo que se congregaram nos alicerces da Revolução Americana, e logo a seguir da Revolução Francesa.

Benjamin Franklin, um dos outros grandes pais dos grandes desígnios delineados para o Novo Mundo, personificou a outra vertente desta linhagem iluminada, o grande inventor, engenheiro e filósofo, que recusa os dogmas religiosos para incensar a liberdade feliz do Deísmo, onde, como escreveu Locke, “os trabalhos da Natureza por toda a parte bastam para evidenciar a existência de uma Divindade”, e não precisamos de andar todos acirrados em seitas à procura do nome e dos mandamentos que havemos de atribuir a esta Divindade.

Há uma noite histórica, ainda no tempo do domínio britânico, em que estes dois gigantes da mudança, no processo de atravessarem o país puxados a cavalos cansados para reunirem e agitarem as massas, se encontravam a partilhar o quarto numa estalagem minúscula, tão minúscula que não foi só o quarto que partilharam, foi a própria cama, que era só uma e era muito estreita. Em camisolão e de barrete, estes dois génios passam a noite em claro a discutir com fervor e convicção.

O tema de tão intenso debate? Se a janela devia ficar aberta ou fechada. Com toda a sua postura calvinista de homem condenado a viver num mundo de sofrimentos e perigos, Adams quer a janela fechada para não se constiparem os dois. Com o seu amor inabalável pela Natureza, Franklin quer a janela aberta para que os zéfiros nocturnos possam tonificar-lhes os pulmões.

Têm saudades dos tempos em que os políticos defendiam mesmo os seus ideais e lutavam mesmo pelas suas causas eleitas? Num tempo de desagregação e embrutecimento como o que estamos a viver, enquanto assistimos ao espectáculo triste dos grandes partidos a tentarem todos colarem-se de tal maneira ao centro que já mal conseguimos distingui-los uns dos outros, quando já tomámos como ponto assente que nenhum autarca tem qualquer poder que não seja o que lhe é conferido pelos construtores de mamarrachos da sua área, com toda a gente a quem demos os nossos votos a querer tão desesperadamente sacar os votos dos outros que já não percebemos como é que vamos falar aos nossos filhos de valores e de questões de princípios, é apenas humano e legitimo cedermos a uma nostalgia enorme das Idades do Ouro em que a politica era uma forma de filosofia. Agora, embora isto também continue a ser humano, o ruído de fundo nascido desta insatisfação é que já me parece de legitimidade mais discutível.

Aqui há tempos li uma crónica do Vasco Pulido Valente que estava construída com imensa sabedoria para nos encaminhar até à conclusão lógica do autor: se nos repugna esta gente que aceita entrar nos “reality shows”, se nos horrorizam estas maiorias subeducadas que consomem avidamente os “reality shows”, então por que é que continuamos a achar que o voto delas vale tanto como o nosso? Não é evidente que quem consome “reality shows” não está em estado de controlar os destinos políticos do pais? Arranje-se uma democracia representativa, que diabo.

E este senhor não terá razão? Escutem-se os grandes pensadores do passado e aprenda-se com os seus sonhos. Nunca ninguém inventou uma sociedade justa e fraterna sem os “grandes homens” que o transcendentalista gentil Ralph Waldo Emerson incensou tão bem no seu “Heroísmo”. A “Utopia” de More tinha um conselho de sábios para tomar decisões. Só o carisma de François Leguat é que manteve viável por dois anos a República de Deus que oito hugenotes construíram em solidão absoluta num rochedo isolado no meio do Índico.

A “Nova Atlantis” de Bacon partia da vontade férrea de um déspota iluminado. Alguns destes déspotas eram mesmo tão iluminados que até podiam convocar forças ocultas, como atesta o episódio em que Thomaso Campanella executa rituais mágicos diante do papa Júlio III para o persuadir a dar-lhe apoio na construção da Cidade do Sol. Exemplos destes há muitos, até às aventuras de Jesus, ou mesmo às de Moisés. Deus não fala com toda a gente. Por conseguinte, nem toda a gente tem igual poder de decisão.

Mas agora pensem no que aconteceu a todas estas Novas Atlantis, e por favor ponham-se a pau. Lembrem-se das seiscentas pessoas que se mataram por ordem do Reverendo Jones, se precisam de caricaturas. Isto está mau, está péssimo, isso é verdade. Mas a soma de duas coisas más raramente resulta numa coisa boa. E eu, por conseguinte, aproveito para anunciar que decidi votar no João Soares e apoiar abertamente a sua candidatura.

Clara Pinto Correia in “ Visão” de 7 de Junho de 2001

sábado, 6 de dezembro de 2008

FINALMENTE...no FARWEST!

Decorridos largos anos sobre a primeira promessa e alguns actos eleitorais vencidos à sua conta, as obras chegaram a Armação de Pêra, nos primeiros dias de Dezembro, para beneficio das infraestruturas, suadas de estopinhas e esgotadas há muito, e para reduzir o impacte negativo resultante de uma ausência de politica urbanística, através do alindamento da frente-mar, na medida do possível(?).

Que sejam benvindas e os fundos europeus que o permitem...

O nosso muito obrigado ao contribuinte europeu!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O Dia de São Nunca

Tal como prevíamos, as obras não irão ter inicio antes de Dezembro.
E ainda vamos ver em que dia de Dezembro será lançada a primeira pedra.
Como se vê, durante a ultima semana, limitaram-se a colocar os gradeamentos de delimitação da zona de obras.
A esta velocidade,lá para 2010, teremos os trabalhos concluídos.
Podemos esperar sentados!




sábado, 29 de novembro de 2008

OBRAS SIM! INCOMPETÊNCIA NÃO!

Depois de conhecida, através de post no sítio da Câmara Municipal de Silves, a comunicação da autarquia acerca da consignação da obra de requalificação da Frente de Mar de Armação de Pêra/Nascente e Poente, à empresa Mota-Engil, no passado dia 17 de Novembro e sobretudo a antevisão realizada sobre a obra e as suas consequências, não podemos deixar de fazer alguns comentários.

Em primeiro lugar confirmar as razões da nossa apreensão (revelada no post de 29 de Setembro de 2008 (OBRAS ESTRUTURAIS EM ARMAÇÃO: MIRAGEM OU REALIDADE? (I))) acerca do montante em que, na versão tornada pública entre Agosto e Setembro de 2008, se cifravam as obras em questão, o qual “andava” pelos 2,5 milhões de euros, quando hoje vemos que a consignação das obras foi por 6 milhões de euros.

Não temos informação suficiente para “responsabilizar” quem quer que seja sobre esta “distorção” do montante inicial (?), razão pela qual nos abstemos de o fazer.
Na conjuntura económica-financeira que atravessamos porém, não podemos deixar de manifestar uma profunda preocupação quanto à qualidade e rigor na informação tornada pública, sobretudo no que respeita à aplicação da receita pública, seja ela oriunda do contribuinte nacional ou europeu.

Em segundo lugar corrigir e completar o nosso post de 23 de Novembro (JULHO/AGOSTO: UM ESTALEIRO PELA CERTA! Triste sina a de Armação, na época balnear de 2009), porquanto falámos em 8 meses de obras (com base na notificação da CMS de 28-10-08, aos comerciantes da Vila, assinada pelo Senhor Vice-Presidente da edilidade) e afinal o site da CMS, em post de 30-11-08, assinado por sm, informa que, afinal, o prazo previsto para a conclusão das obras é de 9 meses.

Independentemente do facto de, entre 28-10 e 30-11, a CMS, através de meios idóneos de comunicação oficial (uma notificação e o site oficial), ter fornecido aos cidadãos da Vila, comerciantes ou não, informação relevante, contraditória, a qual constituiu, objectivamente, a primeira prorrogação, sub-reptícia, do prazo tornado público, o que já não é pouco, em termos de concreta violação do dever de informação fidedigna aos mais directamente interessados – os cidadãos da Vila -sobre tão importante acontecimento de repercussões tão significativas na economia local, ainda acresce a exemplar evidência do rigor das previsões da CMS acerca do seu principal mister.
Não esquecendo, naturalmente, a omissão e negligência daquela mesma Autarquia quanto aos deveres de reduzir o impacte negativo deste investimento na actividade económica da Vila, ao mínimo, isto é: iniciando os trabalhos tão cedo quanto possível, por forma a que se concluíssem antes do período de ouro 15 de Julho/15 de Agosto.

O que é facto é que, meus amigos, podemos, hoje com maior propriedade, prever que os trabalhos não se concluirão antes de 30 de Setembro de 2009, por todas as razões já referidas no nosso post já citado, acrescidas da prorrogação sub-reptíca de 8 para 9 meses e antever a enormidade do prejuízo que tal circunstância determinará para todos os que têm no turismo o seu meio principal de sustentação.

Por último, mas não por fim e para que a nossa posição seja tão clara quanto possivel, queremos afirmá-la de forma inequívoca:

As obras de requalificação propostas são de uma importância estrutural e profunda para a Vila e seu futuro e justificam algum sacrifício transitório da população!
Todos os pesos e medidas avaliados apontam inequivocamente em seu favor!

As questões que se suscitam com as mesmas e sobre as quais insistimos em “pôr o dedo na ferida”, prendem-se, uma vez mais com as evidências, sobre os mais variados défices, deixadas pela administração do concelho.

DÉFICE DE RIGOR na comunicação pública de despesa relevante, o qual permite subentender um défice, muito mais grave, de rigor na administração e gestão da despesa, o que inevitavelmente é corrigido pelo lado da receita, isto é, histórica e inevitavelmente, à custa do cidadão-contribuinte.

DÉFICE DE ORGANIZAÇÃO E PLANEAMENTO na execução do investimento porquanto, num espaço de trinta dias imediatamente anteriores ao inicio das obras, a previsão do prazo de execução dos trabalhos é, sem qualquer explicação adicional, prorrogado de 8 para 9 meses. As faltas de organização e planeamento podem bem ser responsáveis por despesa excessiva e desnecessária, malbaratando-se os recursos o que inevitavelmente é corrigido pelo lado da receita, isto é, histórica e inevitavelmente, à custa do cidadão-contribuinte.

DÉFICE DE RESPONSABILIDADE no dever de minimização do impacte negativo na economia da Vila, dando-se o inicio aos trabalhos com a antecedência necessária e suficiente a reduzir os seus efeitos, desprezando-se a saúde económica dos agentes económicos.

DÉFICE DE CAPACIDADE para zelar, implementar e executar politicas económicas tendentes à sustentabilidade do concelho, em favor da conservação do subdesenvolvimento e em oposição ao seu desenvolvimento económico.

DÉFICE POLÍTICO no incumprimento dos deveres de comunicação rigorosa, competente e convenientemente atempada, quer do inicio dos trabalhos, quer do prazo da sua execução, fazendo especial e infeliz referência aos deveres contributivos com os novos licenciamentos para ocupação da via pública, tratando a população como súbditos e não como cidadãos.

DÉFICE DEMOCRÁTICO na comunicação demagógica da natureza e importância da obra fazendo ressaltar os benefícios da forma e do “entertainment” e reduzindo os benefícios estruturais ao nível da modernização das infraestruturas a: “melhores condições de higiene e conforto” quando na realidade se trata de realizar obras com mais de vinte anos de atraso, as quais, esperamos embora sem grande convicção, possam vir a “esbater” as atrocidades urbanísticas até aqui permitidas, tratando os cidadãos como verbos de encher e não como seres inteligentes e seus mandantes.

DÉFICE ESTÉTICO, HISTÓRICO E CONCEPTUAL quando se propõe invocar, com evidente mau-gosto e falta de rigôr histórico, o passado e a natureza da Vila de Armação de Pêra, colocando no pavimento junto ao Casino “baralhos de cartas e roletas”, quando qualquer autócne sabe que nunca existiu uma roleta naquele estabelecimento, nem o jogo foi, alguma vez, a sua actividade principal, tratando a memória colectiva e os cidadãos como meros figurantes da sua visão “ALLGARVE iana” e totalmente desmemoriados, como se a Vila tivesse nascido consigo e o seu futuro fosse Hollywoodesco!

A lembrar folclore eleitoral(de má-nota)!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

EXERCÍCIO DO CONHECIMENTO E AUTOESTIMA

Um teste/passatempo, à sua cultura

A Internet trás, algumas vezes, coisas bem interessantes.

Diz-nos quem nos remeteu este quadro que, se for capaz de identificar um número superior a vinte personalidades, poderá “massajar” a sua auto-estima, considerando-se uma pessoa culta.

(carregue sobre a imagem para ver em tamanho maior)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

AMOR À ...GRAMÁTICA!

O amor à gramática conduziu um nosso visitante à inspiração suprema de escrever o texto que transpomos.

Obrigado ao José Luís Correia, pela lembrança.Aqui vai então:

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, ilábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante.

Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se e viram que isso era referível, a uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, meu Deus.

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

FÓRUM OLHÃO


Da cidade de Olhão, da Restauração, chegou-nos a noticia de ter sido criado um espaço independente de debate na web sobre o Município de Olhão.

O http://forumolhao.org é o resultado de tertúlias olhanenses que viram neste meio uma forma de ampliar o debate e a participação da sociedade civil na coisa pública.

Pois que seja bem-vindo e aos seus propósitos!

domingo, 23 de novembro de 2008

A POLITICA DO ABATE!

Recebemos algumas manifestações de indignação relativamente ao corte de uma palmeira enorme, em plena Fortaleza.

Desconhecendo a razão que motivou o abate, os habitantes interrogam-se ou condenam o sucedido, perplexos sobre a causa do facto.

O mesmo sucede connosco!

Será mais um raid devastador de árvores decanas ou mesmo quase centenárias, que tem caracterizado a gestão da Dra Isabel Soares?

Será que representa o início das obras, à laia de primeira demolição?

Ou será que, tão só, a existência da Palmeira ameaçava alguma construção próxima?

Em qualquer dos casos, não seria de elementar consideração pela população dar a conhecer as razões que levaram ao abate?

Os será que a administração do concelho continua - em 2008 - a considerar as árvores e a relação das pessoas com as mesmas, perfeitamente dispensáveis?

ANTES..........................................................................................DEPOIS

JULHO/AGOSTO: UM ESTALEIRO PELA CERTA!

Triste sina a de Armação, na época balnear de 2009

Apesar de previstas para Novembro, as tão ansiadas obras de requalificação urbana da frente-mar de Armação de Pêra, certo é que até ao dia de hoje, 22/11/08, as obras ainda não se iniciaram.

Para além de uns contentores plantados dentro do perímetro do Casino, nenhuns outros vestígios do inicio das obras se podem verificar.

Não será temerário afirmar que o inicio das obras não ocorrerá antes de chegado o mês de Dezembro.

Se se estenderem por oito meses, como foi anunciado pela C.M.S. e notificado aos comerciantes, e não ocorrerem quaisquer dilações no prazo – o que constituiria uma verdadeira excepção nas obras públicas - terminarão em 31 de Julho de 2009.

Porém, se se atrasarem pelo prazo mínimo de um mês, o que seria, em condições normais, um pequeno atraso, concluir-se-ão em 31 de Agosto.

Mesmo na mouche!

Quer terminem em 31 de Julho, na melhor das hipóteses, quer se concluam durante Agosto, na hipótese mais provável, as obras vão “atravessar” o período crucial do Verão, que é, como sabemos aquele que decorre entre 15 de Julho e 15 de Agosto.

A CMSilves, não poderia ter sido mais certeira, no prejuízo a causar à economia da Vila, em resultado do atraso no inicio dos trabalhos!

Inqualificável a negligência da CMS na gestão de interesses nevrálgicos desta Vila e da economia do concelho, principal contribuinte do Orçamento Municipal.

O que, afinal, constitui um lugar comum na administração do concelho!

Mas as consequências no contexto da economia nacional, a braços com a recessão internacional de cuja economia, em tanto, depende, constituem uma atitude de grave irresponsabilidade e evidenciam à exaustão as totais incapacidade e impreparação da actual administração do concelho para enfrentar os dias que, como todas as administrações mundiais receiam, podem vir por aí...

O que, afinal, não constitui uma novidade acerca da administração do concelho!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

2 Anos de CIDADANIA



Encontrando-se decorridos dois anos sobre a data do post inaugural - 21 de Novembro de 2006 - esta iniciativa que começou por ser uma intenção, constitui hoje uma pequena realidade local.
Uma realidade pela sua idade, pela regularidade crescente dos posts – 8 em 2006, 73 em 2007 e já 117 em 2008 – pelo número significativo de páginas ( cerca de 50.000) e diversidade dos visitantes (29.000).
Para aqueles que vêm neste Blog, um submarino de interesses inconfessados, podemos informar que até a nós surpreende a regularidade com que temos militado neste sítio, sem ter em vista satisfazer qualquer interesse egoístico !
E, sem termos esperado de facto grande participação da sociedade civil, a qual é no entanto inferior à esperada, quer na quantidade, quer sobretudo na qualidade, não sentimos pelo facto qualquer esmorecimento ou desmotivação.
Para frustração dos que nos abominam e estimulo para os que nos aprovam.
A qualquer desses grupos porém, o nosso obrigado, porque sem uns e outros não teríamos existência.

Para já, continuamos!...
Participar sistematicamente pode tornar-se tão estimulante quanto necessário!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O PSD E OS SEUS EXPOENTES FEMININOS

SOBRE A DRA ISABEL SOARES todos sabem o que pensamos acerca da sua total falta de perfil para assumir qualquer responsabilidade politica ao nível concelhio.



De Manuela Ferreira Leite, não sabem, porquanto nunca nos pronunciamos acerca da Senhora.

A SUA RECENTE “BOUTADE” porém justifica um pequeno comentário.

A apologia da terapia da suspensão do regime democrático, por seis meses, para curar os males nacionais, permitem-nos, para além da rejeição liminar e absoluta da cura proposta, desde logo por razões de principio, permitem-nos duas outras conclusões:

1ª Acreditamos que, ao “sair-lhe” o que saiu, a Senhora disse REALMENTE o que pensa, o que é grave e representativo da natureza do seu pensamento politico. Um ponto em comum com a nossa Presidenta.

2ª O que afirmou é igualmente evidência do facto de nunca ter REALMENTE assumido a presidência do segundo maior partido democrático português, e, muito menos, de ter ASSUMIDO que o seu partido, presentemente e com a sua liderança, possa constituir ALTERNATIVA válida ao partido do governo. Ponto onde diverge da nossa Presidenta pois mesmo sem qualificação politica para o cargo não deixa de se agarrar a ele “com unhas e dentes”.

Lamentável este episódio da novela triste que representa, em geral, a classe politica nacional, agora no feminino.

Saudosa é a recordação de uma mulher do PSD por cuja competência a mediocridade da classe politica nacional fez passar as passas do Algarve: Leonor Beleza!

sábado, 15 de novembro de 2008

PAGA O QUE DEVES!

Ou o manual de como tratar um Gigante como Anão, e minguar com ele!

Ser actor no palco desta economia é obra para gigantes!

Constou-se que o Governo decidiu pagar o que deve aos fornecedores do Estado. Dizem uns, bem intencionados, que se trata de uma atitude politica, com vista a minorar os efeitos da conjuntura económica internacional – a recessão – pela via da solução Keynesiana da despesa pública; dizem outros , mais cépticos, de que o anuncio é igual a tantos outros, visando mais o efeito propagandístico da promoção de uma ideia de eficácia governativa, a bem, quer do clima psicológico positivo, quer da reeleição de Sócrates, do que propriamente de uma intenção clara de efectivamente colocar, realmente, os 2.500 milhões de euros no mercado, em que importam os pagamentos em atraso do Estado aos seus fornecedores.

Quer tenham razão os primeiros, quer a tenham os segundos e sem prejuízo do resultado para a economia de estarmos perante um facto ou perante mais uma ilusão, uma realidade que se impõe e precede qualquer uma destas é a que é constituída pelo facto de termos um Estado cujo consumo é tão importante para a manutenção de tantas micro, pequenas, médias e grandes empresas por um lado e por outro, mesmo assim sendo, termos um Estado que, por ineficiência, mantêm todos aqueles agentes no mercado em estado de patente agonia, sôfregos pelo cumprimento das obrigações por parte do seu cliente dominante, de cuja ciclotimia dependem a sua estabilidade ou desespero em geral, e a vida ou a morte nalguns casos em particular.

A exiguidade desta economia é também caracterizada pela exiguidade da economia e capacidade de risco e empreendimento dos seus agentes mais destacados.

Na verdade, as elites económicas deste país, sempre muito mais sensibilizadas para conservar a sua riqueza, aumentando o seu volume à custa da pobreza dos seus concidadãos, do que para criar riqueza, nunca foi grande amiga do risco empresarial e do crescimento económico.

De facto, as elites económicas, grosso modo, continuam a dar um bom exemplo da sua natureza ancestral, proliferando a riqueza gerada pela especulação financeira e imobiliária, insuficientes continuam a ser – patentemente - os exemplos de investimento criador de riqueza, como exuberantemente os dados demonstram, (facto reconhecido expressamente pelo Engº Sócrates, quando referiu que, sem o Estado não iríamos lá…), não sendo menos certo que, por isso mesmo, o Estado tem de prosseguir decididamente a sua inevitável vocação de investidor.

O mesmo não se pode dizer das micro, pequenas e medias empresas nesta economia.

O panorama das outras (o grande numero) empresas portuguesas é exíguo, desprovido, na generalidade, de capitais próprios e vocacionadas, e mal, para o mercado doméstico – igualmente exíguo - insuficiente para satisfazer a manutenção saudável da oferta empresarial, nos moldes em que se encontra organizada e na especificadade da sua oferta.

A globalização só contribuiu para dobrar a finados o que a abertura à CEE já tinha começado.

A empresa portuguesa resistente, PME típica, reunindo a importância económica e social acima da média europeia, é “certificada” pelos dados do INE, reportados a 2003, os quais permitem concluir que o número de sociedades com mais de 250 trabalhadores é ínfimo: As PME’s representam, de acordo com aquele indicador, 99,73% do número de sociedades, responsáveis por 73,15% do volume do emprego e por 65,95% do volume de negócios do total nacional.

A qualquer nível dos patamares de decisão porém, como até ao nível dos mass média, a realidade das PME’s portuguesas, é relevada para a opacidade.

Os jornais económicos ou as secções económicas dos jornais generalistas dão aos seus leitores, quanto a nós, uma visão completamente distorcida da realidade da nossa economia.
As OPA’s ou equivalentes preenchem (preenchiam...) as páginas económicas como se se tratassem tais movimentações financeiras do essencial da nossa economia, imitando o jornalismo económico internacional, doutras economias, cuja competência e assertividade na análise da quota real da economia virtual, ficou bem patente com a crise financeira internacional.

Neste desnorte gerado pelas ilusões que concorrem com a realidade moldando-a cada vez mais, muitas das medidas tomadas pelos governos, parecem subentender que os seus destinatários são a média das grandes empresas nacionais, tão poucas e tão pouco significativas no contexto económico global, como no nacional.

Na verdade essas realidades, sobre as quais parecem assentar boa parte das medidas tomadas – em muito motivadas pela frenética contenção do défice orçamental - e na generalidade impostas para o exclusivo beneficio da eficiência fiscal, são dirigidas a entidades que não podem nem devem suportar os custos administrativos (cerca de 5% da sua facturação) da cobrança fiscal a que involuntariamente se encontram adstritas.

É patente, por conseguinte, que o modelo sobre o qual a Administração fiscal pondera, generaliza e impõe, é do das grandes empresas e para as grandes empresas, as quais reúnem um conjunto de meios que são absolutamente distintos da realidade económica e financeira dos das PME’s.

É também já comum, o Estado, ora em nome da diminuição da burocracia, ora visando exclusivamente retirar trabalho aos seus funcionários, transferir para os particulares um conjunto de actos que lhe eram tradicionalmente incumbidos, nem sempre justificadamente, ora dividindo com os particulares e empresas a burocracia e parte dos seus custos, agravando os custos de exploração destes, sem que se veja reduzida a despesa no orçamento daquele.

A gestão pública, nesta sede, é tão susceptível à desfocagem que as secções económicas dos jornais dão da economia real, como o público em geral aos pretensos ícones do “jet set” de meia tigela do jornalismo cor-de-rosa nacional.

Agora, em sentido contrário, vem, dizem os bem intencionados, a boa intenção do Estado de pagar o que deve aos seus fornecedores, como se tivesse entendido a importância – finalmente – das políticas que tenham como objectivo a manutenção e porque não o reforço das condições de sustentabilidade das PME, que é como dizer, da sustentabilidade desta economia.

Só que os cépticos acham que é sol de pouca dura, que o Estado não acredita firmemente nessa política, que se limita a “afinar o diapasão” pelo discurso europeu, que sabe muito bem o que diz (registe-se que, mesmo na Alemanha, as PME são responsáveis por mais de 60% do emprego), e que o diz sinceramente por conhecer bem da importância, não só ao nível do emprego e, naturalmente, da proporcional importância na sustentabilidade do sistema de segurança social, das PME para a sua economia e a da Europa.

Mais consideram que o Estado português, fá-lo sem interiorizar bem a importância deste paradigma, o que continuará a fazer no futuro.
O Estado, face ao estado estrutural da nossa economia, é sempre mais galvanizado por projectos que possam trazer resultados súbitos, ainda que só nos livros, de preferência antes do termo de cada legislatura.

Capazes, mesmo que aparentemente, desses feitos, só os grandes grupos, nacionais ou internacionais, dai que sejam os seus interlocutores priveligiados.

Entretanto um e outros (No caso do Estado: só uma empresa assumiu colocar-se na lista pública de credores do Estado. No caso das Grandes Empresas: é conhecido como a SONAE/Continente trata os seus fornecedores), tratam as PME, de forma arrogante e intimidatória, como de súbditos se tratassem e não de cidadãos.

Sem capitais próprios, num mercado exíguo e sujeitos herbívoros neste paradigma de carnívoros, as PME vivem atrás do dinheiro para manterem, pelo menos as vias respiratórias à tona de água, não lhes restando tempo para trabalhar, competir, inovar, enfim, construírem de vez o que mais falta faz à sustentabilidade desta economia, produção, eficiência e produtividade.

E, sendo aqueles que menos peso trazem ao Estado e seus principais contribuintes, gozam de facto de um poder incomensurável de GIGANTES, que o individualismo decorrente da interiorização de uma miséria ancestral, que a democracia, por si só, não saneou, converte na fragilidade de ANÕES.

Dos carnívoros não devem esperar contemplação, mas do Estado-dos-cidadãos, sem o sobrecarregar pela via da despesa pois não é esse o seu perfil, nem o seu percurso, bem podiam ter muito mais!
E, se aquele de mais não for capaz, ocupado que se encontra em sustentar privilégios de autênticas nomenclaturas, pelo menos que pague o que deve atempadamente, por hábito!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A minha cidade, o meu cão, e eu e os outros!


Os animais, cada vez mais reconhecidos como "humanoides" e tratados como tal, por virtude da sua susceptibilidade para a companhia, os afectos, a fidelidade, sem que com tais atributos percam a sua personalidade, são cada vez mais insubstituíveis no contexto de solidão para o que este sistema de desenvolvimento remete, inexoravelmente, o homem.
Ter animais é, por conseguinte, já quase uma necessidade! Porém, ter animais é também uma responsabilidade para com o próprio animal em primeiro lugar e para com os outros, os ditos racionais.
A higiene, ela própria, não é um exclusivo do homem, mas também daqueles que têm o homem como responsável. É o caso dos animais de companhia!
Outros municípios, como é o caso do de Almada, de entre outros, sensibiliza a população à higiene pública no que aos animais diz respeito, disponibilizando meios para o levantamento dos seus excrementos depositados na via pública.
Será um bom exemplo a seguir, por todas as razões de higiene e conforto públicos, acrescidas das razões especificas duma economia quase exclusivamente vocacionada para o turismo e dele absolutamente dependente, como é o caso de Armação de Pêra.
Uma sugestão que fica para a gestão autárquica, um dever que a mesma tarda a cumprir, um direito dos que usam a via pública, uma oportunidade de investir no futuro.

Entretanto, enquanto tal não sucede, é nosso dever cívico sensibilizar o público para algumas condutas desejáveis: Utilize a trela

Quando levar o seu cão a passear utilize a trela

Ensine o seu cão a utilizar a berma do passeio

Os cães tem necessidades naturais que necessitam de satisfazer.
Ensine-o desde pequeno a utilizar a berma do passeio: é a única forma de contribuir para a limpeza das ruas.

Deixe os passeios limpos

Se o seu cão defecou no passeio ou noutro local, limpe-o.
Muna-se de um saco de papel ou plástico estanque para apanhar as fezes.

Eduque o seu cão

Recompense o seu cão cada vez que ele faça as necessidades na berma do passeio, nem que seja com uma caricia.
Caso contrário é ineficaz corrigi-lo, isso não vai contribuir para que ele perca os maus hábitos.
Não deixe o seu cão ladrar ou morder aos outros cidadãos.

o Estima-se que em Armação de Pêra durante o Verão, para uma população flutuante de 50 000 habitantes, deverão existir 5.000 cães (1 cão por cada 10 habitantes)
o Segundo as mesmas estimativas os passeios da nossa Vila recebem cerca de 2 toneladas de fezes caninas por dia.
o As árvores e os espaços verdes, assim como a praia não são os WC dos nossos cães. Pense nas crianças e na higiene publica!
o Eduque para utilizar a berma do passeio
o Na maioria das cidades os dejectos caninos são considerados como infracções. Os donos dos cães que não respeitem os regulamentos podem ser penalizados.
o Coloque uma coleira no seu animal, com placa donde conste o seu nome e morada. Utilize sempre a trela!
o Coloque no seu cão um microchip com um número de identificação único no mundo, registado numa base de dados que tem o seu contacto.
o Atenção às mordidelas! Se considera que o seu cão pode morder alguém, não hesite em utilizar um açaime!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

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