O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

AMOR À ...GRAMÁTICA!

O amor à gramática conduziu um nosso visitante à inspiração suprema de escrever o texto que transpomos.

Obrigado ao José Luís Correia, pela lembrança.Aqui vai então:

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, ilábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante.

Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisto a porta abriu-se repentinamente.

Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se e viram que isso era referível, a uma metáfora por todo o edifício. Que loucura, meu Deus.

Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

8 comentários:

Anónimo disse...

Que mão gosto

Anónimo disse...

Pois, pois Adelina, tocaram-te no ponto fraco.
Só destilas ódio e do amor não só nada sabes, como te sentes sempre desconfortável.
Arranja um homem, mulher...

Anónimo disse...

Adelina eu sei que tu és uma mulher católica e crente por isso aconselhava-te a seguir as palavras do pastor do Texas, Ed Young, que recomendou aos crentes, casados, um tratamento de sete dias seguidos de sexo. Começa hoje, vais ver que no final da semana és outra mulher e se levares a sério as palavras do pastor nem vais ter tempo de vir aqui destilar a tua raiva.
Mas tens que deixar de usar aquelas cuecas de gola alta que costumas estender na corda. Passa pela loja do Pragana, compra um lingerie à maneira.

Anónimo disse...

"Se levares a sério (...)", diz o FVieira à Adelina.

E há outra forma de levar sem ser a sério?

Anónimo disse...

Dr.ª Isabel Soares

Ouviu como eu na reunião de segunda-feira a Dr.ª Manuela Ferreira Leite falar sobre a necessidade da revisão urgente da lei do IMI por existirem graves injustiças.

Espero que impere o seu bom senso e reduza as taxas para o ano de 2009. Essa medida ajudava muita gente, que hoje passa por graves dificuldades.

Anónimo disse...

Escola Secundária de Silves "constrói" Casa Limpa preparada para produzir energia eléctrica



Uma Casa Limpa preparada para produzir energia eléctrica está a ser construída na Escola Secundária de Silves, um projecto pioneiro em Portugal, segundo os mentores, que visa sensibilizar para a utilização de energias renováveis.

A casa pré-fabricada de madeira produzirá energia eléctrica limpa através da instalação de painéis fotovoltaicos, que captarão a energia solar, e de um aerogerador, que captará a energia eólica (vento).

Segundo o coordenador do projecto, os dois sistemas em conjunto poderão produzir energia na ordem dos 500 watts, o que permitirá assegurar a iluminação da casa e o funcionamento de uma televisão e de um computador.

Um sistema térmico permitirá ainda aquecer a água da casa - de tipologia T0 e sem casa de banho, mas com pontos de água -, acrescentou Luís de Abreu, mentor do projecto "Casa Limpa - Autonomia Energética".

A ideia é que parte da energia produzida seja lançada na rede pública, embora em quantidade pouco significativa, explicou o professor de Electrotecnia, que começou a desenhar o projecto há mais de um ano.

Ladeada por um jardim com rega monitorizada e com acessos feitos em calçada portuguesa, a casa, que ficará instalada no pátio daquela escola, ao lado de uma nora, deverá poder ser visitada a partir de Maio.

Por enquanto pouco se vê no terreno, apenas algumas tubagens e pequenos blocos a delimitar a área, pois o projecto começou a ser implementado há menos de um mês, apesar de já despertar a curiosidade da comunidade escolar.

O projecto é considerado pioneiro pelo seu mentor, por ser feito numa escola e pelo facto de o objectivo ser produzir energia para que possa ser utilizada não só na casa, como eventualmente lançada na rede.

Envolve os professores do grupo de Electrotecnia e cerca de duas dezenas de alunos, que serão envolvidos na actividade, com a missão principal de sensibilizar para a utilização de energias renováveis.

Rui Quintas, também professor daquele grupo, diz que a grande batalha deste tipo de projectos é mostrar que o futuro "está aqui, nestas tecnologias" ligadas às energias renováveis.

O professor, que estudou numa Escola Industrial, tal como era a de Silves quando foi criada, em 1959, lamenta que a partir da Revolução de 25 de Abril, se tenha criado no país uma mentalidade de "doutores".

"A partir dessa altura começou a pensar-se que Portugal só precisava de doutores e senti que a minha escola estava a morrer", recorda, sublinhando que o mercado de trabalho precisa muito de técnicos como os que são formados na escola de Silves.

A obra começou com um orçamento de cerca de 15 mil euros, mas a fasquia já terá atingido os 50 mil euros, apesar da construção da estrutura e todos os equipamentos tenham sido cedidos por empresas.

A Câmara de Silves também tem prestado algum apoio, assim como o Instituto Superior Técnico (IST), e o departamento de Geografia, Geofísica e Energia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que têm dado apoio científico ao projecto.

Numa fase posterior, a escola quer estender a produção de energia limpa a todo o perímetro escolar, com a colocação de mais painéis fotovoltaicos e outros sistemas.

Anónimo disse...

Condenada a 5 anos

Foi sem conseguir reprimir as lágrimas que Dinelsa dos Santos ouviu ontem à tarde, no Tribunal de Silves, a sentença que a condenou, em cúmulo jurídico, a cinco anos e dois meses de prisão efectiva pelos crimes de extorsão e de falsificação de que foi vítima Sandra P., uma comerciante de Armação de Pêra, a quem a arguida propôs ‘bruxaria’ para a ajudar a reconquistar namorado. Ao longo de cerca de ano e meio, extorquiu-lhe, de acordo com o Tribunal, "pelo menos 25 mil euros".


Dinelsa dos Santos, de 27 anos, foi ainda condenada a pagar uma indemnização de 30 mil euros à ofendida, por danos patrimoniais e morais. A arguida respondia ainda pelo crime de coacção, do qual foi absolvida pelo tribunal.

O presidente do Colectivo, o juiz Manuel Sequeira, fez questão de salientar que "o Tribunal não tem qualquer tipo de dúvida sobre a veracidade do que aconteceu, tal como foi relatado por Sandra P." "Depois da ‘bruxaria’ inicial, a arguida passou a ameaçar a ofendida, nomeadamente através do telemóvel. Isso não se faz", adiantou.

Além das ameaças, o colectivo de juízes deu como provado que a arguida entrou na posse do BI de Sandra P. e que falsificou uma nota de dívida onde constava a expressão manuscrita: "Estou devendo a Dinelsa 8370€". A ortografia e a própria sintaxe, de português do Brasil, denunciaram a arguida neste caso.

O juiz-presidente sublinhou ainda que as penas a que a arguida foi condenada (quatro anos e dois meses por extorsão qualificada e nove meses por falsificação) "não são para suspender, até porque Dinelsa não mostrou qualquer arrependimento". O advogado da arguida, Rogério Reis, disse ao CM que tenciona recorrer da sentença.

Anónimo disse...

Recebi o um planfleto de propaganda politica da Dr.ª Isabel Soares que utiliza as obras de requalificação de Armação de Pêra para fazer campanha politica para as próximas autárquicas...

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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