O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O que mudou com a situação aflitiva das finanças publicas?

Gostava de partilhar algumas impressões e reflexões com os amigos do Blog Cidadania. Se acharem que tem sentido, agradeço a publicação:


Há dois meses atrás, os então partidos da oposição, os media a eles favoráveis e o próprio PR, mais ou menos explicitamente consoante os casos, diziam o seguinte:

- Que, dadas as dificuldades da situação financeira, impunha-se falar verdade aos portugueses;

- Que a campanha eleitoral deveria decorrer com seriedade e verdade, pelas mesmas razões;
- Que os problemas do país eram resultado da desastrosa gestão do governo Sócrates, de modo que, de pouco ou nada adiantaria criticar as agências e os mercados e muito menos diabolizá-los. Aqueles agiam racionalmente e apenas faziam o seu trabalho !
- Que a oposição resolveu derrubar o governo reprovando o PEC 4 já que ele "apenas apontava ao aumento dos impostos sendo a redução da despesa apresentada em medidas de carácter geral e não concretas."

- Na sua tomada de posse, o PR fez um ataque cerrado ao Governo não se poupando em adjectivos, qualificando a situação como insustentável e que "não se podia pedir mais sacrifícios aos portugueses".

- PPP na campanha eleitoral, até para justificar o chumbo do PEC 4, disse que não aumentaria os impostos e que o défice do Estado teria que ser resolvido na vertente da despesa e não pela da receita.

Particularmente chegou a afirmar que afectar o 13º ou 14º mês era um "disparate".


- Enfim, em geral a oposição explicita ou implícita, afirmava que o Governo de Sócrates e os seus boys não eram transparentes e sérios e estavam sempre envolvidos com grupos de interesses.

Dois meses depois o que aconteceu?


Contrariamente ao que assegurou, assinou um acordo que desmentia tudo o que afirmou!
- Não contente com esta incoerência, o Governo avançou como 1ª medida o aumento dos impostos, atingindo 50% do 13º mês, medida esta, dada a sua raridade, quase inédita.


A ideia era "antecipar-se aos mercados" e ir para além do acordo com a troika, como um verdadeiro “menino bem comportado” herdeiro da política cavaquista dos "bons alunos" da europa, a qual conduziu ao que chegámos: depois de vender a pesca e as embarcações, assim como a agricultura, pede hoje o PR aos portugueses para consumirem português para bem da balança comercial.


Todavia, em contraste com o que se propor fazer quanto à despesa, limitou-se a apresentar apenas intenções e não factos concretos e ainda "chutou" as medidas para as novas leis orgânicas dos ministérios para "daqui a 3 ou 4 meses".


Adiantou ainda que iria reestruturar o Estado e mesmo fundir e/ou abolir institutos públicos. No entanto, afirmou na AR que não fará despedimentos na função pública!
Não se percebe portanto como irá reduzir a despesa.


Ou seja, um PEC 5 com ainda maiores sacrifícios que o PEC 4 e com a solução clássica, basicamente do lado da receita.


O que era altamente criticável e má gestão, com Sócrates, passou em dois meses a chamar-se "coragem" !


- O Snr PR agora já acha que afinal se pode pedir mais sacrifícios e ainda diz que os portugueses têm que apoiar a solução política que sufragaram.


- As agências de rating mandaram ás malvas a "antecipação" do governo.


- Apesar da transparência e da honestidade que se pretende aplicar á política em contraste com o governo anterior o país assistiu á escolha e depois "despedimento" de um secretário de estado em virtude das pressões se sectores interessados na privatização da RTP e mesmo de SMS enviados pela Dra Moura Guedes ao 1º Ministro!!!


No entanto, exceptuando o Expresso ninguém atribuiu grande importância a este assunto.

Imagina-se bem o que teria sucedido com o Sócrates como protagonista!!!


- O coro de indignação sobre a questão dos mercados e da Moody´s, significa também que dois meses depois já é a crise económica e os mercados que têm a culpa de tudo.


A racionalidade dos mercados defendida apenas há apenas dois meses foi substituída por tqualificativos do tipo: "injustiça, murro no estômago, instituições ao serviço de especuladores, ataque ao euro, etc"
O imaginoso Rebelo de Sousa diz que é um ataque do dólar ao euro, etc!!!!


- O Governo português decidiu acabar com as golden shares!

No entanto, em nosso entender, tal atitude significa esbulhar o património do Estado.

Essas acções não deveriam ser vendidas (enquanto a UE o permitisse) já que a inexistência das golden shares na posse do estado, concede o domínio integral aos accionistas do destino destas empresas estruturais e estruturantes nesta frágil economia portuguesa. (Se não fossem a golden share a PT já era espanhola ou francesa e, em breve, provavelmente acontecerá isso mesmo á EDP).


O Governo voltou a "antecipar-se" anunciando que iria proceder ás privatizações antes do previsto no acordo com a troika e avançaria com outras não previstas.
Com a redução do rating, o Estado irá vender por dez reis de mel coado e os investidores (alguns amigos) irão comprar barato!

São estes os grandes negócios da elite económica nacional.

É assim que se faz política em Portugal! Estamos entregues a garotos, arrivistas e incompetentes. Ou mais correctamente: garotos incompetentes, ingénuos e paroquiais e ainda por cima arrivistas.
Critica-se, derruba-se o governo e após chegar-se ao poleiro faz-se exactamente a mesma coisa.Insultar a inteligência dos cidadãos faz parte do ADN da classe política nacional!

Entretanto o país continua a definhar e os portugueses cada vez mais pobres! Na verdade já são destinatários da maior carga fiscal entre os europeus.
Finalmente a UE continua a correr para a implosão. A falta de dirigentes à altura das necessidades não é, infelizmente, um mal exclusivamente português!
Os ratings da Espanha foram descidos em Abril e os da Itália este mês o que obrigou a novos PEC.
A Bélgica é a próxima na lista.
Não tarda......

Entretanto toda a gente já percebeu que pacotes de medidas de austeridade sem serem acompanhadas de estímulos á economia não funcionam e atiram os países para o incumprimento e a pobreza.
Será que a Moody´s estará assim tão errada?


Américo Azevedo

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Rating das Agências americanas de Rating é LIXO!


Os tempos que correm são, na realidade, convulsivos e esta fase financeira do capitalismo revela-se bem à altura das piores preocupações de Vladimir Ilyitch Uliánov e digna do seu rol de terapias.

Na verdade sabemos que as agências de “rating” não dispõem hoje da dados mais preocupantes sobre a situação portuguesa daqueles que dispunham antes da assinatura do memorandum com a Troika.

De então para cá, ocorreram um conjunto de factos cuja observação objectiva e subjectiva, impediria o comum dos mortais considerá-la, um grau que fosse, pior que aquela que se verificava à data da entrada da troika em jogo.


Foi a própria assinatura do memorandum, em resultado do compromisso das três principais forças politicas, representando a larga maioria da população, foram as eleições e a criação de uma maioria absoluta que gera a óbvia espectativa de estabilidade para a legislatura, foi a intenção manifestada do primeiro-ministro de ir mais além das medidas constantes daquele documento, foi a criação de um imposto extraordinário, enfim tudo medidas, discutíveis intramuros, mas todas elas no sentido de agradar e garantir aos credores, quer uma séria intenção de cumprir, quer evidenciar, no concreto, que tal intenção não é só uma intenção.


Porquê então a actual classificação da divida portuguesa com LIXO?


O porquê não sabemos especificamente, mas a conduta das agencias de rating permite algumas conclusões, ainda que, por hora, especulativas.


Destacam-se duas:


O Banco Central Europeu não pode continuar a servir-se destas agencias americanas para sustentar as suas opções, em matéria de credito a conceder a países do euro.

Primeiro porque as instituições europeias competentes, e até o FMI (vide as declarações da sua nova presidente acerca da “coragem” da Irlanda e de Portugal no enfrentamento dos seus défices), como o ministro das Finanças Alemão, têm meios mais objectivos para avaliar a situação portuguesa que as agencias de rating, delas podendo prescindir perfeitamente sem se das mesmas sintam qualquer falta.


Segundo porque, se tudo isto, entre outras coisas, também são batalhas contra o Euro, aquelas instituições europeias, todas elas, não podem nem devem encontrar-se objectivamente ao serviço do seu “inimigo”.

Por outro lado, esta diatribe das agencias de rating também podem prenunciar o canto do cisne das mesmas.


Todos se lembram da grande consultora multinacional Arthur Andersen (uma das big five) e do seu colapso em consequência da desonestidade dos relatórios que fazia sobre a Enron Corporation até à sua falência.


Tal monstro da consultadoria e auditoria não resistiu face à bronca que a sua cliente deu com a falência, verificando-se que as auditorias de tal Arthur Andersen não passavam de mistificações da realidade empresarial que auditava, visando com o seu prestigio e credibilidade ludibriar os accionistas, os fornecedores, os credores, etc., etc., etc.


Foi voluntariamente que cessou a sua actividade no mundo em consequência da descredibilização gerada e foi objecto dos adequados processos criminais.


Com as agencias de rating, que objectivamente já fizeram o mesmo (recorde-se o rating do Lehman Brother no dia anterior à falência que foi a maior da história americana), surpreende-nos que ainda não tenham tido o destino que merecem, mas parece-nos que, depois de uma vida de vício, querem agora parecer a mulher de César, e serem mais papistas que o Papa!


Sendo este portanto um destino previsível para as agências de rating, nestes tempos conturbados que atravessamos, resta-nos a convicção que o peso dos ratings destas agencias americanas sejam tidos, na Europa e nas instituições europeias, como elementos de análise de credibilidade reduzida ou mesmo suspeita, na zona do LIXO!


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Durante o dia de hoje veio o BCE a desvalorizar as notações das agências de "rating" afirmando claramente que apesar da mesma relativamente a Portugal, não irá deixar de aceitar as garantias do Estado Português para conceder crédito à Banca nacional.


Decisão sensata que aplaudimos e confirma a nossa opinião precedente.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

DO QUE NÓS GOSTÁVAMOS!.....

Gostávamos que o sistema democrático e partidário do nosso pais fosse sólido, harmonioso, bem estruturado e visasse no essencial servir o pais, a república e os seus cidadãos, propiciando a participação dos cidadãos e estimulasse a geração de uma classe politica de elevada competência e nível de responsabilidade social.

Gostávamos que os cidadãos do nosso pais soubessem exigir à classe politica a satisfação das expectativas que geram, o cumprimento de todas as obrigações que assumem por inerência dos respectivos cargos ou por promessas feitas, a realização de todos os direitos de que gozam perante a lei e a administração, como condição prévia para o cumprimento rigoroso de todas as suas obrigações resultantes do contrato social e contrato de cidadania.

Gostávamos que as elites sociais, económicas e culturais do nosso pais estivessem à sua altura e justificassem plenamente a sua qualificação como tal, designadamente concebendo e executando relevantes programas de desenvolvimento estratégico para Portugal.

Gostávamos que no nosso pais se concebessem e executassem reformas tendentes a fazer evoluir as estruturas do antigo estado instrumento autocrático que persistem, para um estado-dos-cidadãos.

Gostávamos que no nosso pais governassem Estadistas, porque queremos que o executivo governe para uma geração e não só para uma legislatura, na mira duma reeleição.

Gostávamos de políticas capazes de gerar consensos que, pela sua importância e mérito “percorressem” legislaturas sobre legislaturas e, suficientemente divulgadas, estimulassem os seus destinatários para melhor se atingirem os seus desideratos.

Gostávamos que alguns sectores, por o serem e sem prejuízo do desenvolvimento de quaisquer outros, fossem declarados prioritários e por isso, fossem objecto de uma concentração específica por parte do governo, que lançasse as bases regulamentares com carácter de estabilidade, que a todos permitissem organizar os seus investimentos com segurança e previsibilidade.

Gostávamos que o nosso pais fosse bem administrado por Estadistas competentes, zelosos e prudentes, através de uma administração pública eficiente sob suas ordens ao serviço da comunidade dos cidadãos.

Gostávamos de uma administração transparente e participativa que aportasse a todos os cidadãos a certeza de que, enfermada de valores e princípios, não é instrumentalizada por interesses particulares, é exercida com justiça, equidade, adequação e proporcionalidade, encontrando-se ao serviço daqueles, da economia e do bom senso e não para justificação da sua existência própria, conservação e sustentabilidade.

Gostávamos de uma administração pública que usasse da autoridade legalmente atribuída somente quando se torna necessário e nunca do autoritarismo que não consta de qualquer atribuição ou competência legalmente prevista.

Gostávamos que o nosso pais fosse sustentável, económica e ambientalmente, onde os seus cidadãos gostassem de viver e suportassem com as suas contribuições fiscais a despesa estritamente necessária, executada com elevado grau de eficiência e adequação, proporcionada à riqueza que o pais consegue gerar, estabelecida com base em critérios de proporcionalidade, optimização, oportunidade, adequação, sustentabilidade e desenvolvimento estratégico.

Gostávamos que o nosso pais constituísse, depois de ter evidenciado sérias dúvidas sobre a sua capacidade para ser independente, um exemplo de sustentabilidade económica em democracia, mesmo inserido num mercado global.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Armação de Pêra: Uma árvore a menos na nossa vila...


EUROPA: a melhor defesa é o ataque!

Angela Merkel e Nicolas Sarkozy estão sempre a repetir que o euro e a União Europeia são indivisíveis. O seu objectivo é o de assegurar que a Alemanha e a França irão proteger a moeda única porque o seu fracasso implicaria o colapso do projecto europeu.

A análise dos dois líderes poderá estar certa, mas a retórica, as hesitações e as indecisões crónicas dos últimos anos suscitam outra possibilidade - as causas e os efeitos estão a ir em direcções opostas.

Além disso, o euro está com problemas porque a Europa está com problemas. A crise da dívida soberana é simultaneamente um sintoma e uma causa. O despesismo grego, o ‘boom' imobiliário irlandês e os implacáveis bancos estatais alemães desempenharam um papel importante.

Os governos europeus podem salvar o euro se assim o desejarem. A dívida pública da Grécia, Irlanda e Portugal ascende a acerca de 680 mil milhões de euros, ou seja, apenas 7% da receita da zona euro. Assumir a dívida através da emissão de ‘Eurobonds' acabaria com o pânico dos mercados financeiros.

Em suma, a resolução do problema é politicamente dolorosa mas perfeitamente viável em termos económicos. Os ingredientes em falta são a confiança e a vontade política. Os eleitores alemães não estão convencidos que a sua prosperidade está ligada à sobrevivência do euro; e os eleitores das nações mais endividadas precisam de ver uma luz ao fundo deste túnel.

Numa pequena conferência, organizada pela Fundação Oriente em Portugal, apresentei um discurso com o título "O regresso da Europa à Vestefália". A ideia desta tese é a de que a União está a retroceder umas centenas de anos ao voltar a sucumbir à pressão dos nacionalismos.

O estado moderno europeu nasceu do tratado de paz de Vestefáfia em 1648. A doutrina da soberania estatal substituiu a decrescente autoridade supranacional da Igreja. Este sistema manteve-se até meados do século XX, quando a devastação causada pela Segunda Guerra Mundial acabou por demonstrar aos líderes do continente de que os custos em manter a ordem europeia através do equilíbrio de poderes se tinham tornado demasiado elevados.

Hoje em dia, os Europeus acreditam que o poder cedido à União é autoridade retirada aos governos nacionais que, perante a exigência de maior segurança por parte dos seus cidadãos, respondem "enfrentando" Bruxelas e recusando ajudar os seus vizinhos.

Isto não tem qualquer lógica. À medida que o centro gravitacional global se desloca rapidamente para as nações emergentes, a fragmentação da Europa apenas irá acelerar o seu declínio.

Philip Stephens, Colaborador do "Financial Times"

Tradução de Carlos Jerónimo

ALERTA DR. SERPA!

O relato de verificação interna da conta de gerência de 2007, do Município de Silves, elaborado pelo Tribunal de Contas e tornado público, recentemente, pelo Vereador Dr. Serpa, é um documento interessante que devia ser do conhecimento sério de cada cidadão do concelho.


Se assim fosse, outro galo cantaria, na hora das urnas!


Sem nos pronunciarmos sobre algumas batalhas que o Vereador Serpa parece estar a travar, em torno e a propósito do dito relato e publicação, cuja essência desconhecemos uma vez que o posts do blog daquele não fazem luz sobre a mesma, não podemos deixar de ver naquele relato uma confirmação tecnicamente séria e insuspeita acerca do zelo leviano com que a autarquia tem administrado as suas despesa, receita e crédito.


Também faz entender bem, a quem não souber ou não tenha estado atento, porque Armação de Pêra tem sido de há anos a esta parte a “vaca sagrada e leiteira” do orçamento municipal, assim como o consequente estado deplorável do urbanismo da Vila.


As contas e o seu tratamento são, muitas vezes, coisa fastidiante, mas são também uma fonte histórica cada vez mais, imprescindível à compreensão dos factos históricos.


Esperamos que o Dr. Serpa leve por diante a sua cruzada contra os inimigos da sustentabilidade financeira da autarquia. Estamos com a sua luta, mas esperamos também que o Dr. Serpa esteja atento a qualquer tentativa de alienação do imóvel do Casino de Armação de Pêra, qual lenha para fogueira, e à mesma se oponha frontalmente, denunciando publicamente qualquer tentativa nesse sentido, POR MUITO DISSIMULADA QUE SE APRESENTE.

domingo, 3 de julho de 2011

IV Poder corrompido, não é solução! É problema!

Por razões que, à priori, desconhecemos, não simpatizamos com o snr. secretário de estado da cultura, cujo nome nem sequer nos ocorre depois de um esforço sério.

É uma figura que nunca nos suscitou empatia! Apesar da sua comunicação aparentemente doce parece-nos sempre esconder uma personalidade genuinamente amarga. Temo-lo por um dissimulado portanto. Caracterização feia em resultado de um acto não menos feio. Por conseguinte, è aquele snr. vitima de uma nossa percepção condicionada por uma componente alucinatória cuja origem e razões a existirem não tiveram “pernas” para achegar até hoje, sobretudo por não realizarmos um facto que o sustente. É mesmo caso para um psicólogo desvendar...


Sucedeu que aquele senhor, recentemente, foi figura central de uma noticia que denunciava uma fuga ao fisco na ordem dos quarenta e dois mil euros. Foi assim que foi entendida pela generalidade da população.


Mais recentemente a noticia pareceu evoluir, concretizando que o contribuinte em causa tinha um contencioso com o fisco por ter um entendimento diverso acerca da matéria colectável sobre a qual incidia a liquidação do imposto, diverso portanto daquele que a administração tributária pretende reclamar.


A denuncia torpe que a noticia constitui, pensamos nós, produziu o seu efeito. Para a generalidade da população o snr. secretario de estado deve ao fisco e não paga, é por conseguinte um agente da fuga fiscal.

Acusa-se não tantas vezes quantas as justificáveis e necessárias, as elites económicas, financeiras e politicas, por esse mundo fora e em Portugal também, de não terem retirado da crise de 2008 as devidas ilações. E mais gravosamente de não agirem em conformidade.


Até quando permitirão os cidadãos do planeta serem representados por gente tão pouco qualificada para as funções que desempenham? Tão irresponsável no seu desempenho? Tão autista perante o devir histórico?

Nos séculos XIX e XX a imprensa foi muitas vezes representando o contraponto daquelas elites, expressando o pensamento dos representantes informais dos cidadãos que, com maior ou menor liberdade de expressão, faziam questão de influenciar os acontecimentos, julgar a acção dos poderes informais ou instituídos, condenar os abusos, prevenir injustiças, enfim defender valores e princípios universais que a todos se aplicam, em resultado da evolução humana e civilizacional.


Chegou mesmo assim a ser justamente tida por: IV PODER!


Ao longo das ultimas décadas do sec. XX e até hoje os “mass média”, com um poder crescente que se dissolveu, cresceu e reforçou na sociedade da informação e da comunicação, foram evoluindo mais como fábrica de noticias e manipulador da opinião pública, do que propriamente baluarte e veiculo da expressão dos cidadãos não comprometidos com os poderes informais ou instituídos em permanente dialéctica com os mesmos. Mantendo no entanto a “respeitabilidade” que a sua origem justifica, apesar da deriva, a opinião publicada, confunde-se ainda, habitualmente, com a opinião pública.


A metamorfose desse poder (dos cidadãos)que justamente prosseguiu uma ambição de intrusão legitima, no baile dos poderes (Legislativo, Executivo e Judicial) como um genuíno e de resto, natural e verdadeiro parceiro na lógica dos “cheks and balances” (conquista da Revolução americana) numa vocação genética de autêntico “IV Poder”, a pretexto da sua sustentabilidade económica, cedeu à vertigem do poder e da lógica empresarial, como se de uma vulgar indústria se tratasse.


No estado a que o mundo chegou e, tal como dizíamos acerca das incorrigíveis elites, é hora de, no tribunal de turno dos factos que motivam a noticia: os “mass media”, pensarem em mudar de vida, se não quiserem ficar no tribunal da história, essencialmente, como vulgares “serial killers”.


Voltando ao nosso Secretario de Estado da Cultura, que parece estar a exercer um direito que lhe assiste de sustentar, quanto ao seu rendimento, a medida do imposto que julga ser o correcto, num pais cuja má gestão (abuso ilegítimo) da despesa determinou uma carga fiscal que o insuspeito Dr. Medina Carreira, considera já (antes do confisco de parte do 13º mês) a mais elevada da Europa, no mesmo pais onde o contencioso fiscal apresenta sessenta por cento (60%) das decisões judiciais, como favoráveis aos contribuintes, uma noticia desta natureza (que uma vez tornada pública equivale a uma condenação imediata na opinião publicada e na opinião pública) constitui objectivamente um crime de difamação (sem que preencha os elementos objectivos do tipo de crime) evidencia claramente que os “mass media” não olham a meios para alcançar audiência (volume de negócios), ao arrepio da sua vocação original e ao abrigo do conceito histórico de que a mesma beneficia (até quando?).


Neste caso, como infelizmente em inúmeros outros, quem se encontra em situação de incumprimento são os assumidos delatores (desta verdadeira denuncia caluniosa) e não o contribuinte que por acaso é secretario de estado e exerce os seus direitos num estado de direito democrático.


Provavelmente o nosso secretario de estado, se tiver sabedoria politica ( no sentido mais corriqueiro do termo) manter-se-á calado, pois naquela ciência também o povo tem alta qualificação: “quanto mais se mexe na merda, mais ela cheira mal!”, daí que o silêncio seja de ouro, sem prejuízo de manobrar junto dos acólitos da imprensa para, já estando o mal feito, promoverem noticia mais correcta, como, de resto, parece já ter acontecido, com a segunda versão da mesma, já referida.


Sem pôr, naturalmente, em causa a sua existência e apesar da utilidade para a cidadania de muitas denúncias veiculadas pelos “mass media”, estamos em crer que a deriva da sua vocação histórica, constitui para os cidadãos, tal como se apresenta, mais um problema, que uma verdadeira solução.

sábado, 2 de julho de 2011

Sobre a origem de algumas expressões comuns...

Com origem num sitio privado brasileiro encontrámos explicações plausíveis sobre a origem de um conjunto largo de expressões vulgares na língua portuguesa.
Depois de ajustado o texto ao português europeu, aqui vai:


JURAR A PÉS JUNTOS:
Ele jurou a pés juntos que não foi ele!
A expressão surgiu através das torturas perpetradas pela Santa Inquisição, durante as quais o acusado de heresia tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) sendo torturado para confessar a verdade.
Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA:
Podes ir tirando o cavalinho da chuva porque hoje não sais!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva".
Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

DAR COM OS BURROS NA ÁGUA:
Ele deu com os burros na água!
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, deslocavam-se da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. Sucedia que muitas vezes esses burros, percorrendo caminhos muito difíceis e regiões alagadas, morriam afogados.
Daí em diante o termo passou a ser usado para designar o insucesso de alguém que faz um grande esforço para atingir um objectivo sem o conseguir.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Reza uma estória não comprovada que, após trair Jesus, Judas se terá enforcado numa árvore, sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

ANDAR À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.

SEM EIRA NEM BEIRA:
Fulano, não tem eira nem beira!
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes arquitectónicos que conferiam status ao dono do imóvel, chegando a servir de critério para aferir o montante do imposto a pagar.
Assim possuir eira e beira era sinal de riqueza e de posição social.
Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, sem rendimentos.

DOURAR A PÍLULA:
Escusas de dourar a pílula!
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remédio amargo.
A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

FICAR A VER NAVIOS:
Ficou a ver navios!
Dom Sebastião, rei de Portugal, tinha morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo recusava-se a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar a chegada do rei.
Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

CASA DA MÃE JOANA:
Pensas que isto é a casa da mãe Joana?
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do DomPedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam encontrar-se num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinónimo de lugar em que ninguém manda.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja, esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.


O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de nome Angel.
A intervenção foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via.
Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos.
O caso terá acabado no tribunal de Paris e no Vaticano.
Angel ganhou a causa e entrou para história como o cego que não quis ver.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficava lamentando-se e pensando na morte da bezerra.
Após alguns meses o garoto morreu.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado..

quinta-feira, 30 de junho de 2011

VENDER O CASINO? NEM PENSE NISSO DRA ISABEL!

A campanha de recolha de assinaturas que tende à classificação do CASINO como imóvel de INTERESSE MUNICIPAL, depois de um período de alguma estagnação voltou a engrenar a todo o vapor.

Ter constado que a autarquia se inclinava para vir a criar condições para aceitar vender o imóvel à iniciativa privada, não deixou indiferentes aqueles que se propõem alcançar um número recorde de assinaturas, com vista a confrontar o poder autárquico com o amor da população àquele edifício armacenense que reclama justamente pela sua classificação patrimonial.

Na verdade dificilmente poderíamos esperar algo de bom daquele cenário que, esperamos, se conserve apenas virtual.

A conjuntura é propícia à alienação de património, quer este se encontre na alçada do governo, quer esteja no domínio das autarquias, neste caso, sobretudo naquelas que se encontram a braços com défices escandalosos, como é o caso de Silves.

Mas atenção Dra. Isabel Soares, da fama de má gestora nunca mais se livrará, da de maior incrementadora da construção desmesurada, desqualificada, abusiva e desproporcionada na Vila também, por isso será melhor não querer ficar na história como o INIMIGO PÚBLICO Nº 1 de Armação de Pêra, se se propuser ameaçar o imóvel que reúne maior simbolismo na Vila.

Para que conste e não restem dúvidas, pensamos que o investimento privado é bem vindo a Armação de Pêra! Mas não pensamos o mesmo de todo e qualquer investimento privado.

Vender o imóvel adiantaria muito pouco à triste sina do orçamento municipal nas mãos desta gestão, porquanto o preço que será possível alcançar na presente conjuntura, para a ocupação que apresenta, é curto e de pouco ou nada contribui para alterar o cenário aterrador que o orçamento apresenta. Sabemos no entanto que, se lhe for licenciada uma viabilidadezita de construção, não prosseguindo um efeito significativamente maior em razão do monstro orçamental, pode gerar lucros avultados a uma iniciativa privada sem qualificação.

Daqui que nunca poderá ser justificada a venda do edifício, seja qual for a maquilhagem que uma imaginação criminosa lhe possa colocar.

Em síntese, o raciocínio pode fazer-se da seguinte forma:
Sem darem ao edifício um licenciamento abusivo e criminoso, o imóvel nenhum interesse reúne para a especulação imobiliária, razão pela qual não pode gerar rendimento significativo.
Se lhe derem tal viabilidade, apesar do acto criminoso que tal facto determinava, o rendimento que potencialmente poderia gerar continuaria a não constituir uma receita milagrosa para salvar o défice cancerígeno do orçamento municipal. O mesmo não se poderia dizer dos benefícios que o/os investidores privados poderiam arrecadar com tal aquisição em resultado de uma gestão danosa dos bens públicos, materiais e imateriais.
Claro que, uma alienação do imóvel do CASINO, que é de interesse municipal de facto, apesar de ainda não classificado como tal, constituiria um, mais um, atentado à história da Vila, ao pouco património de que dispõe, à amputação séria na sua genuína vocação turística na vertente cultural de que carece claramente para a complementaridade da sua oferta e um acto de terrorismo administrativo absolutamente imperdoável.

Nem sequer pense nisso Dra Isabel Soares, é o mínimo que, para já, podemos dizer-lhe.

Se pretende amenizar os efeitos da crise no concelho, o que só lhe ficaria bem, mesmo depois de para ela ter contribuído decisivamente, pense seriamente na redução da despesa, ainda antes do governo central a obrigar a isso.

Aliás tal como, de algum modo, o seu querido líder Passos Coelho se propõe, relativamente ao que a troika lhe impõe.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

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