O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 17 de agosto de 2008

ABISSUS ABISSUM

Um deprimente epílogo em forma de entrevista

O Senhor Arthur Ligne vai continuar a defender a gestão de Isabel Soares até que a Voz (de Silves) lhe doa. Qual misto de Rei Arthur e Sir Lancelot na defesa da sua Rainha, contra os Blog -dragões!

É a mais evidente conclusão, retirada da iniciativa de uma edição extra do seu jornal, cuja tiragem de 10.000 exemplares, ultrapassa o triplo da que lhe é habitual (3.000 exemplares).

Este investimento extraordinário, quer pelo numero de exemplares impressos, quer pela sua distribuição gratuita, é ilustrativo sobre o grande empenhamento deste orgão de, para uns, comunicação, para outros, intoxicação social, no sentido do esclarecimento de qual é realmente o sentido em que o seu Director entende a prestação de um serviço público de informação a que, teoricamente, se encontra adstrito.

É também patente, pelo triplo esforço, desmesurado, a sua militância e defesa intransigente da gestão autárquica de Isabel Soares.

Demonstrado ficou também que o entrevistador, que formulou perguntas que continham já as respostas, assumindo o odioso das mesmas e estendendo, como qualquer caloiro, a batina sobre a lama do chão à presidenta para que a mesma não sujasse os seus sapatinhos, limitando-se a confirmar o enunciado, revela-se mais soarista que a própria Isabel Soares, alcandorando-se, enfim, a correlegionário mais papista que o Papa!

Nunca tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente tal personagem, mas algo nos diz que ele nos conhece bem!

De facto, temos tido o acompanhamento sistemático de uma visitante, uma tal Adelina Capelo, personagem que, idolatrando a Dra Isabel Soares, é de um arrivismo exultante nos seus comentários, a qual, se não for criação do próprio, é pelo menos da mesma cepa sectária e oficiosa.

Face ao conteúdo desta entrevista (relatório para-inglês-ver), fez-nos vir a terreiro, embora apenas por duas ordens de razões: a tentativa de branqueamento das atrocidades de que Armação de Pêra é vitima por um lado e a tentativa de atribuir aos blogs um estatuto de marginalidade por outro, aliás, dois grãos-de-areia na engrenagem (de que Arthur Ligne, pelos vistos, faz parte) que tem conduzido a Dra Isabel Soares à convicção (virtual) de que ainda aspira a renoivar, ou, mais concretamente: a renovar o seu mandato.

Este fenómeno de natureza esquizoide parece ser comum aos políticos de qualquer dimensão, pelos vistos mesmo aos microscópicos, fazendo-nos recordar outros, de dimensão tristemente histórica, os quais, mesmo depois de efectivamente espoliados de qualquer poder, continuavam a dispor na mesa das operações militares, face aos generais que ainda os aturavam, de divisões e regimentos que já tinham colapsado havia muito tempo.

Os Blogs, passe a imodéstia, expressão da verdadeira oposição da sociedade civil não institucional, deixam, segundo informações que nos vão chegando, a Senhora Presidente completamente fora-de-controlo!

Compreende-se! A avaliar pelo que as actas da Câmara deixam transparecer da sua cultura democrática, será fácil concluir sobre os estragos que causarão na sua sobranceria!

É que, na verdade, o conceito de expressão da sociedade civil da Senhora Presidente não vai além do triste modelo de vassalagem veiculado pela Voz de Silves, tão eloquentemente patente na edição extra que hoje comentamos. Para esse peditório não conte connosco, Senhora Presidente!

Por outro lado, quanto a Armação de Pêra, é uma vez mais deplorável a visão implícita que a presidente da edilidade tem da Vila e a patente ausência de estratégia ou sequer de uma ideia que ilustre uma politica.
Dificilmente o faria, uma vez que não a tem, nem nunca a teve!

Tem mesmo a desfaçatez de evidenciar os custos elevados que a população flutuante implica para a C.M.Silves.

Desonestidade intelectual a da edil que, propositadamente, oculta o facto, bem patente nas estatísticas, no orçamento Municipal e nos seus cofres, representado pelas receitas de Armação que são as mais elevadas do Concelho e largamente superavitárias no deve e haver!
Não deixa de ser curioso, pelo contraste, a invocada lógica relativa à despesa com a Feira Medieval e ao retorno, através da população flutuante que ela motiva, para a população de Silves.

Nem se dá ao trabalho de disfarçar os dois pesos e duas medidas que tem para tratar os cidadãos de Silves, em comparação com os de Armação. O concelho tem, pela gestão de Isabel Soares, cidadãos de primeira e de segunda categorias. Magister dixit!

Neste paradigma é acompanhada à viola, pelo seu condutor de entrevistas que refere a diferença ABISMAL entre a Armação que conheceu em 1975 e a de hoje!
Como que atribuindo à gestão soarista o esplendor dessa diferença. Diferença em betão naturalmente. Mas este, pelo menos em parte, constitui nas palavras de I.S., verdadeiro crime.

À parte que não constituirá crime, na sua concepção, esquecendo tratar-se aquele e este de investimento privado, cola a impressão digital da sua Rainha, a qual, apesar de “só” estar no poder há 11 anos, imputa despudoradamente às gestões anteriores a responsabilidade pela falta de planeamento e este por tudo o resto, como se o que tivesse feito nos seus mandatos não tivesse aprofundado a vertente “nouvelle riche” do tipo Brandoa até à degradação total do tecido urbano, sempre com falsas promessas de realizações eternamente adiadas e pequenos retoques de cosmética típicos da vertente Isaltada do seu mentor Isaltino.

Mais papista que o Papa, Arthur Ligne pretendia inculcar na resposta, através da pergunta, que Armação tinha tido uma evolução fulgurante digna de apreço e até de exclamação!
Mas o Papa, muito mais fino que o Papista, não alinhou no mote pois sabe bem que em Armação nunca ganhará uma eleição quem disser que está tudo maravilhoso. Pelo contrário, é politicamente correcto apontar genericamente as atrocidades urbanísticas e a sua “autoria para trás das costas”, e prometer tudo modificar, apesar das dificuldades financeiras, o que lhes permite conservar tudo na mesma.

Num ponto porém, honra deve ser feita a Arthur Ligne, ou ao seu lapso sintomático, pela cuidadosa escolha do termo ABISMAL, já que o mesmo tem origem na palavra ABISMO.
Tem sido, realmente, esse o percurso de Armação nos 32 anos que a testemunha Arthur Ligne tão bem caracterizou, sem qualquer má consciência autárquica, de facto.

Um percurso para o Abismo, cada vez mais profundo, da Praia Dourada à Lixeira Generalizada, como premonitóriamente os romanos ensinaram: ABISSUS ABISSUM (Abismo atrai abismo)!

sábado, 9 de agosto de 2008

Armação de Pêra

Festa da Nossa Senhora dos Navegantes

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A RONDA DOS PRISIONEIROS

é o que Isabel Soares tem para oferecer em Armação!

Justiça seja feita a Isabel Soares, pois, na verdade, não foi ela que iniciou a total descaracterização de Armação de Pêra. Limita-se a interpretar fidelissimamente o mau-gosto dos seus princípios, executando-o despudoradamente ao detalhe!

De facto, o mal vem de longe, lá para os idos de setenta, logo desde o seu início.

Tanto quanto a memória alcança, a saga da despersonalização começou logo com um atentado – demolição de um ex libris representativo da primeira vaga da procura turística no lugar de Armação de Pêra, então sito na freguesia de Alcantarilha- ditado certamente pela decadência de uma família burguesa que se terá visto forçada, por razões económicas ou hereditárias, a “embarcar” na, também, primeira vaga da especulação e massificação imobiliárias.

Com uma arquitectura característica de um novo-riquismo pretensioso, de gosto discutível, algo comum no microcosmo burguês da época – em permanente busca por uma nobreza que lhes escapava- pretendia representar um opulento castelo do Portugal dos Pequeninos, fronteiro ao mar, o qual, começando por intimidar o povo de Armação, veio, com o decurso do tempo, a cativá-lo a tal ponto que, com o seu desaparecimento, veio a chorá-lo sinceramente. Até hoje, com frequência!
Em seu lugar foi erigido um mamarracho cuja única característica positiva reside exactamente no facto de a sua volumetria – enorme para a época – não ter atingido a fronteira do intolerável, uma vez que o aproveitamento foi obtido no sentido da profundidade do lote, ao invés do que se foi obtendo, a partir de uns poucos anos mais tarde, em altura, com os resultados que estão à vista.
Hoje, depois da violação, sistemática de décadas, ao nosso direito à estética, assiste-se a um emaranhado labiríntico de betão a que se chama Vila, licenciado pela Autarquia de Silves, sem que para tanto alguma vez tenha revelado qualquer competência. Em países como a Dinamarca, um lugar com mais de 250 habitantes, é considerado uma cidade. Não com a mia das grandezas, mas por respeito ao facto histórico de se considerar civilização à sociedade que habitava uma cidade. Coisas da antiguidade que muitos gostam de preservar, não só por gostarem de história, mas por terem em elevado conceito o que é uma comunidade.

Por cá, as coisa são diferentes! Mais simples e mais bárbaras!
Aquilo que foi uma comunidade em Armação de Pêra, desapareceu há muito. A procura turística promoveu uma mudança drástica de paradigma para esta população. Trouxe algum desenvolvimento económico, que aportou consigo uma panóplia de desvalores que, uma vez adoptados, descaracterizaram substancialmente esta comunidade até ao seu verdadeiro desaparecimento enquanto tal.

A influência cultural da invasão do turismo, mal digerida, num espírito, cientificamente mal preparado por décadas de atavismo rural e repressão do Dr. Salazar, a libertação que Abril permitiu -assemelhando-se nos primeiros anos ao destapar de uma panela de pressão- os fundo europeus que nos fizeram crer que éramos uma economia europeia e rica, sem nada termos feito por isso, aceleraram a consolidação de um novo-riquismo cultural, pleno de desvalores promovidos a valores, devidamente acolitados pelas opções, de natureza idêntica, do poder politico local, conduziram à aberração que o lugar de Armação hoje é, do ponto de vista administrativo, politico, turístico e comunitário.

A verdadeira “Ronda dos Prisioneiros” que constitui a única oferta massificada da noite de Armação nestes meses de verão – o passeio da multidão de lá para cá e de cá para lá ao longo da marginal – é bem ilustrativa sobre o efeito da urbanização aberrante de Armação nas populações, fixa ou flutuante.

Na comunidade o efeito foi devastador, como qualquer observador meredianamente atento constata. No bem-estar do turista é igualmente patente pela falta de equipamentos que os espaços públicos representam, neste labirinto de betão e de mau-gosto, pela mão do homem inculcados nesta verdadeira pérola do património natural: A Baía de Armação de Pêra !

Isabel Soares não é, realmente, responsável pela degenerescência de Armação de Pêra, mas foi e é a mais sofisticada autora da sua eternização.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

FAZ-TE À VIDA!

A Câmara Municipal de Silves (leia-se Dra Isabel Soares) pretendendo fazer crer à população residente e à veraneante que se preocupa com a limpeza da praia de Armação de Pêra, decidiu despender com essa propaganda uma verba (significativa atento numero de cartazes plantados) do seu magro orçamento.



Esta demagogia (cara) é bem representativa da forma como se gere esta terra, neste particular, o qual é, atenta a vocação turística da Vila e onde assenta o essencial da sua economia, de uma relevância absoluta para concluirmos do vazio, do diletantismo, da irresponsabilidade daqueles que tendo o dever de zelar pelo interesse público com competência e eficiência, vocacionam este património a um abandono, mais ou menos absoluto, revelando a insensibilidade ambiental de antigamente, vivendo em coerência e na maior harmonia com o velho sistema de desenvolvimento, o qual, apesar de esgotado, faz integralmente o género da nossa edil.

“Acuso essa exaltante conquista de Abril, que é o poder local, de haver destruído, por ganância dos seus eleitos, todo ou quase todo o litoral português.” invoca enfaticamente Miguel Sousa Tavares no jornal “Expresso”, com toda a razão, confirmada diariamente por todos!

A nossa Presidente, por intermédio dos placards, tenta sensibilizar os veraneantes a cuidar das nossas praias! A fazer o que ela não faz, nem manda fazer, nem estimula a que se faça!

Na verdade a situação da recolha do lixo nesta Vila, continua a ser absolutamente indigna dos residentes, dos turistas, do Algarve, do Pais.




Por outro lado, o lixo residual da praia, sobretudo os plásticos, o qual se mantém ao longo do ano, não consegue sensibilizar a nossa Presidente por forma a mandar recolhê-lo, ou a estimular e apoiar a pedagogia de acções ambientais que conduzissem à sua recolha para reciclagem adequada.
É, por conseguinte, completamente vazia de conteúdo próprio, a mensagem que os placards pretendem fazer crer a quem não conhece a verdadeira importância que a C.M.Silves atribui a estas questões ambientais, que é NENHUMA!!!!!
Vidé este aspecto da praia, em pleno inverno, cujos detritos aguardam pacientemente que uma nova onda os remova da vista de todos, “varrendo para debaixo do tapete” o problema, assegurando deste modo a sua perpetuação, em prejuízo de todos.



A população fixa e a flutuante, os amigos de Armação, os cidadãos em geral, tem um placard cujo teor é bem mais apropriado ao futuro que esta administração merece, porque o justifica diariamente:

domingo, 3 de agosto de 2008

Salazar, salazarismo e salazarices...

3 de AGOSTO de 1969
3 de AGOSTO de 2009

Há 40 Anos, Salazar caia da cadeira. Um povo começava a levantar-se!

Para muitos é sempre importante recordar uma data importante. Para outros tantos é fundamental festejar uma data importante. Para alguns é desejável esquecer certas datas. Para todos será útil conhecer algumas caracteristicas da época marcada pelo homem. Para ilustrar a época transcrevemos algumas evidências do entendimento oficial sobre os direitos da mulher ou a sua condição na sociedade salazarista.
Por outro lado recorremos também à opinião de um respeitável cidadão seu contemporaneo, o qual da lei da morte se libertou: Fernando Pessoa.

DEPÓSITO DE MULHER CASADA (PROCESSO DE …)

Exmo Senhor Juiz do Tribunal Judicial de Silves



Maria do Céu Cabrita Fagundes, casada, doméstica, moradora na Rua….nº…, desta cidade, vem expor e requerer o seguinte:


A requerente é casada com Mário Fagundes, comerciante, morador na Rua…nº…, desta cidade (certidão junta).


Contra seu dito marido vai a requerente intentar acção de divórcio.

Assim, e nos termos do art. 1.467º do Código do Processo Civil, pretende, como preparatório da referida acção, se proceda ao seu depósito judicial.

Para ser depositada indica a requerente a casa de sua tia Benvinda Cabrita, casada, doméstica, moradora na Rua de…,nº…, desta cidade, senhora da maior respeitabilidade.

Para tanto,

R. a V.Exaª que, averbado e autuado, se digne autorizar o referido depósito, designando dia e hora, com a maior urgência possivel, para, sob a presidência de V.Exa, se efectuar a diligência.

Valor:….escudos.
Juntam-se: certidão de casamento e procuração. Vão dois duplicados.


O Advogado, com escritório na
Rua…,nº…, desta cidade.

Despacho do Juiz:


Para o depósito requerido, o dia de amanhã pelas…horas, na casa indicada.
Notifique.

(Data e assinatura)

Auto de depósito de mulher casada

Ano de mil novecentos e quarenta e três, aos cinco dias do mês de Janeiro, nesta cidade de Silves, na Rua…, nº…, primeiro andar, e na residência de Benvinda Cabrita, aonde veio o Juiz de Direito do Tribunal Judicial desta comarca, Doutor Francelino Oliveira, comigo Jucelino Pereira, chefe da primeira secção e com o oficial de diligências Adelino Sertã, para o fim de proceder ao depósito ordenado no douto despacho de folhas… dos presentes autos de depósito de mulher casada, em que é requerente Maria do Céu Cabrita Fagundes e requerido Mário Fagundes, sendo a hora designada e achando-se presente Benvinda Cabrita depositária indicada no referido despacho, à mesma ele Juiz fez entrega da requerente, tendo a depositária declarado que aceitava o depósito com todas as obrigações inerentes a ele.
Para constar se lavrou o presente auto que vai ser devidame
nte assinado, depois de lido por mim.

(Assinaturas)

CADERNOS DO POVO
ECONOMIA DOMÉSTICA


Edicões SNI, Lisboa
(…)


A costura caseira. Os Fios e os Tecidos. Passajar e remendar.

Em todas as épocas e em todos os paises, a costura tem sempre sido considerada como essencial na educação feminina, entre pobres e ricos. A necessidade ou a conveniência de franquear ao sexo feminino os cursos superiores – até os prós e os contras do ensino do ler e escrever às mulheres! - tem sido discutido; mas a circunstância de as instruir na costura caseira, já há muito deixou de oferecer questão.

Contudo a vulgarização das máquinas de costura tem feito com que haja menos insistência em educar e aperfeiçoar as crianças na costura manual, o que é deveras para lastimar, porque a máquina, por melhor que seja, nunca pode fazer tudo quanto é necessário para o acabamento das diversas peças de roupa.

A costura bem aprendida, acostuma a mão a uma actividade, e os dedos a uma elasticidade, que os torna aptos para todos os misteres da vida doméstica. O hábito de empregar todos os momentos de ócio em trabalhos de agulha, é um dos melhores que podemos cultivar, lembrando.nos sempre que a ociosidade é a mãe de todos os vícios.
(…)

A opinião sobre Salazar de um seu contemporaneo: Fernando Pessoa


quarta-feira, 30 de julho de 2008

domingo, 27 de julho de 2008

quinta-feira, 24 de julho de 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Estórias com história

COMO NASCE UM PARADIGMA

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.

Um segundo foi substituído, sucedendo o mesmo, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.

Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o sucedido.

Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."

"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Não liguem que o Alberto sempre disse maluquices…)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Descoberto um Novo Continente:O Plástico!

Neste período estival, milhões de pessoas, acorrem às praias, usufruindo, em harmonia, dos prazeres que o oceano proporciona.
Porém, muitas vezes sem consciência do facto, pretendemos disfrutar de um elemento da natureza que, sistematicamente, ameaçamos com uma conduta ambiental deplorável!
O caso dos Plásticos está aí para o confirmar!

Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração, são as propriedades que fazem do plástico um dos produtos com mais aplicações e multiplas utilidades para o consumidor final. São também elas, que uma vez esgotadas, o tornam um dos maiores Vilões ambientais!
São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração provem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, a qual é já considerada a maior concentração de lixo do mundo!
E não é para menos, pois tem cerca de 1000 km de extensão. Vai da Costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão, atingindo uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas, bonecas, patos de borracha, sapatos, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e toda a sorte de manufacturas passiveis de serem feitas de plástico.
Segundo os “descobridores” deste verdadeiro “Continente”, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal que se movimenta livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, assiste-se a praias completamente cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.

Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica dispõe-se actualmente por duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita.
Chamam-lhes os oceanógrafos por “bolha oriental” e “bolha ocidental”. Um marinheiro que navegou pela zona, no final dos anos 90, referiu ter ficado atordoado com a visão do oceano de lixo plástico que teve pela sua frente.
-'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo!'
-'Como foi possível fazermos isso?'

Os peritos alertam para a evidência que constitui o facto de que toda a produção plástica manufacturada desde que se descobriu este material e que não foi reciclada, ainda se manter em algum lugar.
Restando ainda o problema das partículas decompostas deste plástico! Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, nalgumas zonas do Oceano Pacífico, encontra-se facilmente uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave

Segundo o PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos.
Sem contar com os efeitos semelhantes noutra fauna que habita as mesmas paragens, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

Para piorar o quadro, acresce que essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, a qual concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura realidade de que o que fazemos à Terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully

Conhecer estes factos ajuda-nos a repensar os valores e principalmente a rever o nosso papel face ao meio ambiente.

Para termos diferentes resultados, impõe-se-nos agir de forma diferente!
Começando por cada um de nós!

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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