O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Comemorações do 25 de Abril em Armação de Pêra
Provas de Atletismo

Em parceria com a Junta de Freguesia de Armação de Pêra, o Clube de Futebol «Os Armacenenses» vai organizar Provas de Atletismo na Avenida Marginal de Armação de Pêra, por ocasião das comemorações do 25 de Abril.
Em parceria com a Junta de Freguesia de Armação de Pêra, o Clube de Futebol «Os Armacenenses» vai organizar Provas de Atletismo na Avenida Marginal de Armação de Pêra, por ocasião das comemorações do 25 de Abril.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
2ª Reunião de comerciantes de Armação de Pêra
Promovida pela Associação Amigos de Armação

No próximo dia 23 de Abril, pelas 21.00 horas, irá realizar-se na sede do Clube de Futebol “Os Armacenenses”, uma reunião aberta a todos os comerciantes interessados.
_______________________________________

Há muito que pensamos e até já o referimos por aqui, lá pelos idos de 2008, que os comerciantes de Armação deveriam formar uma ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, a qual, eventualmente, poderia congregar os comerciantes de Alcantarilha e Pêra, (ultrapassando-se de vez a visão que não alcança mais que o próprio umbigo, típica do individualismo filho de um quadro de miséria onde os nossos pais nasceram, mas que, em boa verdade e em termos relativos já não nos caracteriza hoje) ganhando dimensão e peso político para defesa dos legítimos interesses económicos de quem trabalha e vê o resultado do seu suor malbaratado pela negligência, incompetência, obesidade, diletantismo ou voracidade fiscal por parte dos que nos governam local ou nacionalmente.
Sabemos como a nossa economia é exígua, os recursos naturais relativamente parcos e quanto a nós, o seu principal activo são as pessoas.
De entre estas, as empreendedoras, em qualquer domínio, são imprescindíveis ao desenvolvimento. E sucede que, segundo os dados do último Eurobarómetro, a vontade de trabalhar por conta própria dos portugueses é superior à média europeia que é de 45% e a daqueles 78%. Se se conjugarem estes indicadores com o peso que representa o emprego na despesa pública, que tanto deprime esta economia, poderíamos concluir, no plano lógico, que a concertação dos interesses em presença é possível, residindo nos timings respectivos o seu sucesso.
O tecido empresarial português, como de resto o europeu, é profundamente animado pelas micro, pequenas e médias empresas e o seu peso, nas mais diversas escalas, é, invariavelmente, esmagador.
As associações empresariais têm assim, para além das sinergias que a união permite no seu interesse e das suas actividades, a suprema função de aproximar a lei e a intervenção do Estado na economia das condições ideais de articulação de todos esses factores, no interesse geral.
A lei não é um fim em si mesma. É um instrumento das sociedades civilizadas e organizadas para, com exclusiva obediência aos princípios enformadores da constituição material de um Estado de Direito, regular, em beneficio da comunidade, os seus múltiplos interesses e altera-se as vezes que forem necessárias até o conseguir.
Todos os meios legítimos são por conseguinte desejáveis para aproximar o poder político dos cidadãos em geral e dos agentes económicos em particular, visando o aperfeiçoamento da acção do Estado e a melhoria das condições de desenvolvimento e consistência das actividades económicas e por aí, da imprescindível prestação das PME’s, em sede de economia e responsabilidade social.
Não é expectável que as PME’s de per si reúnam condições para o fazer!
Compete às associações desses múltiplos interesses constituírem-se como interlocutores válidos, o que só será possível atingir com percursos de responsabilidade, conhecimento, missão e credibilidade.

Ao Estado competirá construir com elas, ajustadamente, os quadros legais que se imponham. É para isso que ele existe!
Mas disto, a C.M.Silves e a sua Presidenta, jamais perceberão!
Porém, uma UNIÃO COMERCIAL(de Armação de Pêra, ou de Armação, Pêra e Alcantarilha) pode fazê-los entender! Lá isso pode... Bastará tocar-lhes onde dói mais...

No próximo dia 23 de Abril, pelas 21.00 horas, irá realizar-se na sede do Clube de Futebol “Os Armacenenses”, uma reunião aberta a todos os comerciantes interessados.
_______________________________________

Há muito que pensamos e até já o referimos por aqui, lá pelos idos de 2008, que os comerciantes de Armação deveriam formar uma ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, a qual, eventualmente, poderia congregar os comerciantes de Alcantarilha e Pêra, (ultrapassando-se de vez a visão que não alcança mais que o próprio umbigo, típica do individualismo filho de um quadro de miséria onde os nossos pais nasceram, mas que, em boa verdade e em termos relativos já não nos caracteriza hoje) ganhando dimensão e peso político para defesa dos legítimos interesses económicos de quem trabalha e vê o resultado do seu suor malbaratado pela negligência, incompetência, obesidade, diletantismo ou voracidade fiscal por parte dos que nos governam local ou nacionalmente.
Sabemos como a nossa economia é exígua, os recursos naturais relativamente parcos e quanto a nós, o seu principal activo são as pessoas.
De entre estas, as empreendedoras, em qualquer domínio, são imprescindíveis ao desenvolvimento. E sucede que, segundo os dados do último Eurobarómetro, a vontade de trabalhar por conta própria dos portugueses é superior à média europeia que é de 45% e a daqueles 78%. Se se conjugarem estes indicadores com o peso que representa o emprego na despesa pública, que tanto deprime esta economia, poderíamos concluir, no plano lógico, que a concertação dos interesses em presença é possível, residindo nos timings respectivos o seu sucesso.
O tecido empresarial português, como de resto o europeu, é profundamente animado pelas micro, pequenas e médias empresas e o seu peso, nas mais diversas escalas, é, invariavelmente, esmagador.
As associações empresariais têm assim, para além das sinergias que a união permite no seu interesse e das suas actividades, a suprema função de aproximar a lei e a intervenção do Estado na economia das condições ideais de articulação de todos esses factores, no interesse geral.
A lei não é um fim em si mesma. É um instrumento das sociedades civilizadas e organizadas para, com exclusiva obediência aos princípios enformadores da constituição material de um Estado de Direito, regular, em beneficio da comunidade, os seus múltiplos interesses e altera-se as vezes que forem necessárias até o conseguir.
Todos os meios legítimos são por conseguinte desejáveis para aproximar o poder político dos cidadãos em geral e dos agentes económicos em particular, visando o aperfeiçoamento da acção do Estado e a melhoria das condições de desenvolvimento e consistência das actividades económicas e por aí, da imprescindível prestação das PME’s, em sede de economia e responsabilidade social.
Não é expectável que as PME’s de per si reúnam condições para o fazer!
Compete às associações desses múltiplos interesses constituírem-se como interlocutores válidos, o que só será possível atingir com percursos de responsabilidade, conhecimento, missão e credibilidade.

Ao Estado competirá construir com elas, ajustadamente, os quadros legais que se imponham. É para isso que ele existe!
Mas disto, a C.M.Silves e a sua Presidenta, jamais perceberão!
Porém, uma UNIÃO COMERCIAL(de Armação de Pêra, ou de Armação, Pêra e Alcantarilha) pode fazê-los entender! Lá isso pode... Bastará tocar-lhes onde dói mais...
Etiquetas:
Amigos de Armação,
economia
Organizem-se...
A Constituição portuguesa tem frequentemente sido apontada como um factor de bloqueio na sociedade portuguesa, nomeadamente impedindo alterações legislativas necessária á modernização da economia e também do sistema político.
Exemplos disso seriam, designadamente: os conceitos de direitos indisponíveis e de direitos adquiridos, os quais não concedem aos actores sociais, patrões e trabalhadores, a disponibilidade para livremente contratarem no seu próprio interesse e da economia.
Desse modo, os CCT não passam de transcrições das leis do trabalho e pouco mais, restando somente para efectiva negociação entre as partes a questão dos salários.
Em sociedades não condicionadas por factores daquela natureza, por exemplo na Alemanha, verifica-se uma outra versatilidade por parte das grandes empresas como a Bosh, VW, Mercedes, etc., que lhes permite reduzir os seus custos com recurso a soluções imaginativas (por exemplo: mantendo o salário dos seus trabalhadores mas aumentando o respectivo horário de trabalho, reduzindo o pagamento de horas extraordinárias em troca de férias, etc., etc.)o que lhes permite evitar a redução de empregados ou mesmo o encerramento “tout court”, ou ainda a eventual deslocalização para países onde os custos laborais são “escandalosamente” inferiores.
Naturalmente que, em resultado de negociações com os trabalhadores, os quais não se encontram igualmente manietados por imperativos legais daquela natureza.
Tais conquistas do movimento operário, têm historicamente uma razão que se prende com a defesa dos direitos dos trabalhadores, mas também, em conjunturas de crise, podem concorrer fatalmente em claro prejuízo desses mesmos direitos.
Em Portugal diferentemente, mesmo que as partes o pretendam, as conquistas acima referidas impedem soluções consensuais daquela natureza e, deste modo, patrões e trabalhadores, assistem, sem que nada possam fazer para inverter o rumo dos acontecimentos, a empresas a reduzir trabalhadores, a fechar e, ou a deslocalizarem-se(o que sucede com a cumplicidade dos políticos e das centrais sindicais)para mal de todos, da nossa economia, das receitas do estado e da balança comercial do pais.
Os direitos dos trabalhadores, nesses casos, não morrem da doença, mas sim da cura!
A “rigidez” da Constituição foi também fundamentação para a decisão do Tribunal Administrativo, quando deu razão aos trabalhadores que protestavam por serem colocados nos quadros de excedentes da função pública e até para "chumbar" a lei da mobilidade que permitiria ao Estado transferir pessoas de serviços onde há excedentes para outros onde se verifica a sua falta.
Finalmente é ainda a Constituição que é utilizada para manter o conceito de trabalho para toda na vida na função pública (ao invés do que sucede com os trabalhadores por conta de outrem, que não o Estado, onde se pode aplicar a suspensão temporária, o despedimento colectivo, etc.), tudo isto como se os preceitos constitucionais não se aplicassem a todos os cidadãos.

Esta situação tem permitido a manutenção de uma situação de injustiça relativa (essa sim inconstitucional) permitindo regimes mais favoráveis de salários e regalias na função pública, em detrimento dos restantes trabalhadores, fora do Estado.
Na Alemanha há cerca de 2 milhões de trabalhadores na função pública para uma população de 100 milhões. Em Portugal o racio é de cerca de 1 milhão de trabalhadores para 10 milhões de habitantes !!!
O Ayuntamento de Madrid tem um funcionário por cada mil munícipes, enquanto a Câmara de Lisboa tem 2 funcionários por cada mil munícipes.
Seguindo o hábito de nos servirmos das estatísticas europeias para avaliar do nosso desempenho, não podemos, em consciência, ficar muito tranquilos com este cenário comparativo.
Nada disto teria o peso que tem, se esta realidade se verificasse numa empresa privada, uma vez que não sendo involuntariamente accionistas das mesmas, não temos o dever de zelar pelos seus destinos. Sucede exactamente o contrario com o Estado-empregador cuja receita incumbe aos contribuintes e é o seu orçamento que suporta os respectivos custos, não nos sendo indiferente, de todo, as contas irem bem ou irem mal!
Sabe-se, por ser público, que os impostos arrecadados chegam apenas para o pagamento dos salários e restantes encargos sociais. Tudo o resto inscrito no orçamento é pago com recurso a outras fontes, habitualmente o financiamento.
Não se consta que qualquer direcção partidária esteja interessada em fazer o que é preciso ser feito para o orçamento do Estado. Na verdade, quem ousar propor soluções sérias – que passam inevitavelmente pelo emagrecimento da despesa principal que é com os funcionários que excedem o número necessário à eficiência dos serviços - será penalizado fortemente nas urnas, já que dependem, directa e indirectamente, do Estado cerca de cinco milhões de portugueses.
Portanto quem se determina a atingir o poder por via democrática, afasta voluntariamente a realidade do seu discurso eleitoral, sob pena de não se eleger.

Outra questão da maior importância é a revisão da Lei Eleitoral.
O afastamento dos eleitos dos eleitores é visível nas percentagens de abstenção nos diversos actos eleitorais e até nos referendos. O facto de em todas as sondagens sobre o prestígio de que certas profissões gozam na opinião pública, os políticos aparecerem no fim da lista (apenas ultrapassados pelos magistrados) constituindo uma confirmação do que dizemos, não passam de um lugar-comum relativamente cristalizado entre nós.
Os "escândalos " cíclicos que mancham alternadamente o PSD e o PS, ou figuras de topo das suas lideranças, o que constitui uma realidade que se arrasta há décadas, só consolidam a falta de confiança que os portugueses têm na sua liderança política.
Elemento estruturante desta realidade constitui o facto de os deputados serem escolhidos pela máquina partidária, sendo até vulgar estabelecerem-se cotas das distritais e do Secretário geral ou Presidente
Nesta conformidade, os deputados dependem "quase que disciplinarmente" das direcções partidárias, não passando de verdadeirasuma correias de transmissão da direcção do partido, limitando-se a, obedientemente, aprovar os diplomas de acordo com as ordens recebidas.
Os cidadãos dos círculos eleitorais que os elegem, de facto, não se encontram representados na Assembleia da República...
As direcções das bancadas parlamentares podem, até de acordo com os estatutos, decretar o voto, neste ou naquele sentido, obrigatório, o que constitui uma verdadeira violação do espírito do mecanismo da democracia representativa/autonomia do deputado, no alcance da vontade popular.
Deputados que “pisem o risco” não cumprindo as ordens, já sabem que na próxima legislatura serão preteridos na escolha das referidas listas de candidatos a deputados pela direcção do respectivo partido.
Existem por conseguinte, vestígios de ditadura nos partidos, os quais, sem duvida necessários á democracia, mas com um longo percurso de auto reformas para percorrer.
Acresce que os partidos portugueses falharam. Em vez de se tornarem espaços de debate de ideias em ordem a encontrarem-se as estratégias e as soluções para o futuro do país, transformaram-se em meras máquinas ou escadas para atingir o poder, sem ideias e sobretudo sem ética!
O poder não constitui um meio de implementar reformas de fundo, tantas quantas as necessárias a alcandorar o pais às melhores performances possíveis, mas, tão só um fim em si mesmo!
De facto, Portugal tem uma democracia formal e não material.
Para alterar o status quo não vale a pena inventar, se não existirem ideias madurar para inovar/melhorar. Basta copiar!
E o Reino Unido é um bom exemplo.
Precisamos de criar círculos uninominais e também rever o método matemático de aplicação do de Hondt.
Só deste modo passaríamos a ter deputados ligados aos que os elegeram (e obrigados a prestar-lhes contas) e facilitando-se por outro lado a formação de maiorias absolutas, uma vez que quer os governos minoritários quer as coligações não funcionam em Portugal.
Sem dúvida que, deste ponto de vista, só os governos de Cavaco e o 1º Governo Sócrates, foram os governos mais fortes (ou mesmo, ainda que maus) e implementaram medidas contra a corrente e mesmo com manifestações massivas de rua!
No entanto, quer o PS quer o PSD, embora reconhecendo a necessidade destas alterações, cujo estabelecimento vêm negociando desde há cerca de 11 anos, acabam por adiar, discordar e rasgar os acordos, em razão de minudências, o que evidencia que a sua vontade de alterar não é genuína.
Enfim, a classe politica pela-se pelo actual sistema, como macaco por banana...

Compreende-se: estas alterações criariam um novo paradigma para os partidos que perderiam o "controle absoluto" e se veriam obrigados, para sobreviverem, a passarem a ser escolas de pensamento e acção e não mero trampolim dos “Yes men” para o poder, como hoje são.
Uma vez aqui chegados é, portanto, com reserva que vejo o PSD dizer que vai propor alterações (não especificando quais) e que, a nosso ver, não serão certamente as que nos referimos acima porquanto, se o fossem, determinariam um risco acrescido para os resultados nas urnas, ameaçando o resultado do seu partido e o ansiado retorno ao poder, desejo máximo dos actuais, passados e futuros dirigentes.
De igual modo, o Dr. Francisco Assis (que bem conhece as dificuldades que os governos, incluindo o do PS em fazer alterações importantes para o futuro do país), diz que a revisão constitucional não é necessária !!!
Portugal tem realmente um problema de elites: os sindicatos vivem no tempo do PREC(a CGTP, a maior Central, pertence a uma organização mundial de sindicatos que representam a China, a Coreia do Norte e Cuba, por virtude da política sectária do PCP que a domina), os empresários são fracos, têm pouca propensão para o risco e vivem á custa do Estado ou das informações privilegiadas que vêm do Estado, os universitários e intelectuais não se dedicam a debater e a criar novos sistemas que respondam aos desafios económicos e sociais e, claro está, a sociedade civil gera, em coerência e por virtude da partidocracia tal como a conhecemos, também uma classe política, com honrosas mas pouca excepções, pouco mais que medíocre.
A sociedade civil, conformada economicamente por uma iniciativa privada débil, que não consegue gerar a riqueza consentânea com a ideia virtual que os consumidores têm desta economia, conformada por uma classe politica medíocre, incapaz da pedagogia do exemplo, conformada por um Estado pobre que esgota os recursos no pagamento de tributos e favores políticos aos seus aparatik e respectivas e extensas famílias, quer pela via do emprego, quer pela via dos negócios, conformada por uma educação cívica que o Estado não promoveu nem promove massivamente e ainda conformada por uma comunicação social que não cumpre os desígnios de um verdadeiro IV poder, concentrada que está na captação de audiências pela via do medo, a sociedade civil dizíamos, na óptica do muito que se espera dela, também tem feito muito pouco.
Exemplos disso seriam, designadamente: os conceitos de direitos indisponíveis e de direitos adquiridos, os quais não concedem aos actores sociais, patrões e trabalhadores, a disponibilidade para livremente contratarem no seu próprio interesse e da economia.
Desse modo, os CCT não passam de transcrições das leis do trabalho e pouco mais, restando somente para efectiva negociação entre as partes a questão dos salários.
Em sociedades não condicionadas por factores daquela natureza, por exemplo na Alemanha, verifica-se uma outra versatilidade por parte das grandes empresas como a Bosh, VW, Mercedes, etc., que lhes permite reduzir os seus custos com recurso a soluções imaginativas (por exemplo: mantendo o salário dos seus trabalhadores mas aumentando o respectivo horário de trabalho, reduzindo o pagamento de horas extraordinárias em troca de férias, etc., etc.)o que lhes permite evitar a redução de empregados ou mesmo o encerramento “tout court”, ou ainda a eventual deslocalização para países onde os custos laborais são “escandalosamente” inferiores.
Naturalmente que, em resultado de negociações com os trabalhadores, os quais não se encontram igualmente manietados por imperativos legais daquela natureza.
Tais conquistas do movimento operário, têm historicamente uma razão que se prende com a defesa dos direitos dos trabalhadores, mas também, em conjunturas de crise, podem concorrer fatalmente em claro prejuízo desses mesmos direitos.
Em Portugal diferentemente, mesmo que as partes o pretendam, as conquistas acima referidas impedem soluções consensuais daquela natureza e, deste modo, patrões e trabalhadores, assistem, sem que nada possam fazer para inverter o rumo dos acontecimentos, a empresas a reduzir trabalhadores, a fechar e, ou a deslocalizarem-se(o que sucede com a cumplicidade dos políticos e das centrais sindicais)para mal de todos, da nossa economia, das receitas do estado e da balança comercial do pais.
Os direitos dos trabalhadores, nesses casos, não morrem da doença, mas sim da cura!
A “rigidez” da Constituição foi também fundamentação para a decisão do Tribunal Administrativo, quando deu razão aos trabalhadores que protestavam por serem colocados nos quadros de excedentes da função pública e até para "chumbar" a lei da mobilidade que permitiria ao Estado transferir pessoas de serviços onde há excedentes para outros onde se verifica a sua falta.
Finalmente é ainda a Constituição que é utilizada para manter o conceito de trabalho para toda na vida na função pública (ao invés do que sucede com os trabalhadores por conta de outrem, que não o Estado, onde se pode aplicar a suspensão temporária, o despedimento colectivo, etc.), tudo isto como se os preceitos constitucionais não se aplicassem a todos os cidadãos.

Esta situação tem permitido a manutenção de uma situação de injustiça relativa (essa sim inconstitucional) permitindo regimes mais favoráveis de salários e regalias na função pública, em detrimento dos restantes trabalhadores, fora do Estado.
Na Alemanha há cerca de 2 milhões de trabalhadores na função pública para uma população de 100 milhões. Em Portugal o racio é de cerca de 1 milhão de trabalhadores para 10 milhões de habitantes !!!
O Ayuntamento de Madrid tem um funcionário por cada mil munícipes, enquanto a Câmara de Lisboa tem 2 funcionários por cada mil munícipes.
Seguindo o hábito de nos servirmos das estatísticas europeias para avaliar do nosso desempenho, não podemos, em consciência, ficar muito tranquilos com este cenário comparativo.
Nada disto teria o peso que tem, se esta realidade se verificasse numa empresa privada, uma vez que não sendo involuntariamente accionistas das mesmas, não temos o dever de zelar pelos seus destinos. Sucede exactamente o contrario com o Estado-empregador cuja receita incumbe aos contribuintes e é o seu orçamento que suporta os respectivos custos, não nos sendo indiferente, de todo, as contas irem bem ou irem mal!
Sabe-se, por ser público, que os impostos arrecadados chegam apenas para o pagamento dos salários e restantes encargos sociais. Tudo o resto inscrito no orçamento é pago com recurso a outras fontes, habitualmente o financiamento.
Não se consta que qualquer direcção partidária esteja interessada em fazer o que é preciso ser feito para o orçamento do Estado. Na verdade, quem ousar propor soluções sérias – que passam inevitavelmente pelo emagrecimento da despesa principal que é com os funcionários que excedem o número necessário à eficiência dos serviços - será penalizado fortemente nas urnas, já que dependem, directa e indirectamente, do Estado cerca de cinco milhões de portugueses.
Portanto quem se determina a atingir o poder por via democrática, afasta voluntariamente a realidade do seu discurso eleitoral, sob pena de não se eleger.

Outra questão da maior importância é a revisão da Lei Eleitoral.
O afastamento dos eleitos dos eleitores é visível nas percentagens de abstenção nos diversos actos eleitorais e até nos referendos. O facto de em todas as sondagens sobre o prestígio de que certas profissões gozam na opinião pública, os políticos aparecerem no fim da lista (apenas ultrapassados pelos magistrados) constituindo uma confirmação do que dizemos, não passam de um lugar-comum relativamente cristalizado entre nós.
Os "escândalos " cíclicos que mancham alternadamente o PSD e o PS, ou figuras de topo das suas lideranças, o que constitui uma realidade que se arrasta há décadas, só consolidam a falta de confiança que os portugueses têm na sua liderança política.
Elemento estruturante desta realidade constitui o facto de os deputados serem escolhidos pela máquina partidária, sendo até vulgar estabelecerem-se cotas das distritais e do Secretário geral ou Presidente
Nesta conformidade, os deputados dependem "quase que disciplinarmente" das direcções partidárias, não passando de verdadeirasuma correias de transmissão da direcção do partido, limitando-se a, obedientemente, aprovar os diplomas de acordo com as ordens recebidas.
Os cidadãos dos círculos eleitorais que os elegem, de facto, não se encontram representados na Assembleia da República...
As direcções das bancadas parlamentares podem, até de acordo com os estatutos, decretar o voto, neste ou naquele sentido, obrigatório, o que constitui uma verdadeira violação do espírito do mecanismo da democracia representativa/autonomia do deputado, no alcance da vontade popular.
Deputados que “pisem o risco” não cumprindo as ordens, já sabem que na próxima legislatura serão preteridos na escolha das referidas listas de candidatos a deputados pela direcção do respectivo partido.
Existem por conseguinte, vestígios de ditadura nos partidos, os quais, sem duvida necessários á democracia, mas com um longo percurso de auto reformas para percorrer.
Acresce que os partidos portugueses falharam. Em vez de se tornarem espaços de debate de ideias em ordem a encontrarem-se as estratégias e as soluções para o futuro do país, transformaram-se em meras máquinas ou escadas para atingir o poder, sem ideias e sobretudo sem ética!
O poder não constitui um meio de implementar reformas de fundo, tantas quantas as necessárias a alcandorar o pais às melhores performances possíveis, mas, tão só um fim em si mesmo!
De facto, Portugal tem uma democracia formal e não material.
Para alterar o status quo não vale a pena inventar, se não existirem ideias madurar para inovar/melhorar. Basta copiar!
E o Reino Unido é um bom exemplo.
Precisamos de criar círculos uninominais e também rever o método matemático de aplicação do de Hondt.
Só deste modo passaríamos a ter deputados ligados aos que os elegeram (e obrigados a prestar-lhes contas) e facilitando-se por outro lado a formação de maiorias absolutas, uma vez que quer os governos minoritários quer as coligações não funcionam em Portugal.
Sem dúvida que, deste ponto de vista, só os governos de Cavaco e o 1º Governo Sócrates, foram os governos mais fortes (ou mesmo, ainda que maus) e implementaram medidas contra a corrente e mesmo com manifestações massivas de rua!
No entanto, quer o PS quer o PSD, embora reconhecendo a necessidade destas alterações, cujo estabelecimento vêm negociando desde há cerca de 11 anos, acabam por adiar, discordar e rasgar os acordos, em razão de minudências, o que evidencia que a sua vontade de alterar não é genuína.
Enfim, a classe politica pela-se pelo actual sistema, como macaco por banana...

Compreende-se: estas alterações criariam um novo paradigma para os partidos que perderiam o "controle absoluto" e se veriam obrigados, para sobreviverem, a passarem a ser escolas de pensamento e acção e não mero trampolim dos “Yes men” para o poder, como hoje são.
Uma vez aqui chegados é, portanto, com reserva que vejo o PSD dizer que vai propor alterações (não especificando quais) e que, a nosso ver, não serão certamente as que nos referimos acima porquanto, se o fossem, determinariam um risco acrescido para os resultados nas urnas, ameaçando o resultado do seu partido e o ansiado retorno ao poder, desejo máximo dos actuais, passados e futuros dirigentes.
De igual modo, o Dr. Francisco Assis (que bem conhece as dificuldades que os governos, incluindo o do PS em fazer alterações importantes para o futuro do país), diz que a revisão constitucional não é necessária !!!
Portugal tem realmente um problema de elites: os sindicatos vivem no tempo do PREC(a CGTP, a maior Central, pertence a uma organização mundial de sindicatos que representam a China, a Coreia do Norte e Cuba, por virtude da política sectária do PCP que a domina), os empresários são fracos, têm pouca propensão para o risco e vivem á custa do Estado ou das informações privilegiadas que vêm do Estado, os universitários e intelectuais não se dedicam a debater e a criar novos sistemas que respondam aos desafios económicos e sociais e, claro está, a sociedade civil gera, em coerência e por virtude da partidocracia tal como a conhecemos, também uma classe política, com honrosas mas pouca excepções, pouco mais que medíocre.
A sociedade civil, conformada economicamente por uma iniciativa privada débil, que não consegue gerar a riqueza consentânea com a ideia virtual que os consumidores têm desta economia, conformada por uma classe politica medíocre, incapaz da pedagogia do exemplo, conformada por um Estado pobre que esgota os recursos no pagamento de tributos e favores políticos aos seus aparatik e respectivas e extensas famílias, quer pela via do emprego, quer pela via dos negócios, conformada por uma educação cívica que o Estado não promoveu nem promove massivamente e ainda conformada por uma comunicação social que não cumpre os desígnios de um verdadeiro IV poder, concentrada que está na captação de audiências pela via do medo, a sociedade civil dizíamos, na óptica do muito que se espera dela, também tem feito muito pouco.
Etiquetas:
cidadania,
más práticas,
participação,
politica nacional
quarta-feira, 21 de abril de 2010
"Percutunes” actua em Armação de Pêra

O Grupo de Percussão "Percutunes” actua em Armação de Pêra no dia 4 de Julho, junto à praia, a partir das 21H:30m
Etiquetas:
Festividades Locais
terça-feira, 20 de abril de 2010
"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta da espada." William Shakespeare

Esta carta, remetida pelo Ministro do Trabalho do Governo Espanhol a um trabalhador português, amigo deste blog, que encontrou trabalho em Espanha, o qual se inscreveu pela primeira vez naquele sistema de segurança social, constitui um exemplo de muitos pontos de vista.
UM EXEMPLO de atenção ao cidadão contribuinte que o distingue pessoalmente na sua individualidade, quase informalmente, evidenciando-lhe que integra uma comunidade de pares e cujo esforço contributivo é apreciado e valorizado.
UM EXEMPLO de proximidade democrática entre cidadãos contribuintes e administração, num plano de cooperação nos interesses da comunidade e na sustentabilidade da solidariedade de todos para com todos.
UM EXEMPLO de inclusão comunitária, porquanto o cidadão contribuinte não é um número, uma peça numa engrenagem, que mais tendencialmente o exclui que o inclui, mas sim parte no contrato social.
UM EXEMPLO de pedagogia, porquanto, acreditamos que o sistema de sustentação de uma grande parte das contribuições sociais de que o cidadão é destinatário não se encontra generalizadamente assimilado.
Persiste a distancia que assume frequentemente a sobranceria, típica do autoritarismo que degenera a autoridade democrática, em muito pela comunicação deficiente da Administração ao cidadão contribuinte quanto à razão de ser das contribuições, dando esta muitas vezes a perceber que também ela desconhece a essência da relação comunitária que em democracia existe necessariamente com os seus cidadãos -mandantes- e o papel de mera mandatária que lhe cabe.
Em muito também pela iliteracia que ainda grassa pela comunidade, contribuinte liquida da falta de consciência dos poderes de cidadania por parte dos seus titulares. Mas em muito também por falta de formação cívica cuja promoção incumbe ao Estado e que, tão massivamente quanto é necessária face aos níveis de consciência cívica existentes, constitui um escandaloso défice do nosso sistema de educação, sustentado pelo cidadão contribuinte.
O Estado e a Classe politica esquecem que não tivemos alguma vez na nossa história uma geração sequer que tivesse vivido em democracia. Não pode, por isso, contar com aqueles avós que, com a sua experiência de vida, possam contribuir para integrar mais uma lacuna da educação oficial na formação cívica dos cidadãos-estudantes.
Em Espanha, realidade que não dominamos, também não se consta que uma geração tenha vivido em democracia, sem embargo do período republicano que foi mais curto (1931 a 1936)que a nossa primeira república (1910 a 1926), mas, pelo exemplo que esta carta constitui, parece-nos claramente que algo mais estará a ser feito para a construção das consciências cívicas e com elas o exercício mais eficiente dos poderes de cidadania.
Não queremos “alinhar” na ideia da perfeição do politica fiscal espanhola porquanto, como já referimos, trata-se de uma realidade que desconhecemos, nem queremos atribuir a uma “circular” assinada mecanicamente pelo ministro respectivo, com um texto simpático e até caloroso, um exemplo das conquistas dos cidadãos-contribuintes espanhóis que devia fazer escola em Portugal, mas não podemos deixar de a valorizar por, pelo menos em si, revelar uma interacção diversa entre Administração e contribuinte, sem dúvida mais próxima do que "deve ser" que aquelas a que estamos habituados.
De facto, desafiamos qualquer um a não sentir o que quer que seja de emocional quando o tratam por querido amigo...
Não será de estranhar portanto assim que o amigo do blog, depois de nos dar a conhecer o teor da carta, tenha comentado: Assim...até dá gosto contribuir....
Etiquetas:
carga fiscal,
cidadania
segunda-feira, 19 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
MANIFESTO AO PLANETA DOS BANANAS SOBRE A ACEITAÇÃO DESTE ESTADO DE COISAS...

REPÚBLICA DO PLANETA DOS BANANAS
Estatuto do fomento e desenvolvimento do habitante banana ideal
Preâmbulo
O desenvolvimento ideal da sociedade planetária e do Planeta, têm sofrido atrasos preocupantes, motivados pela progressiva generalização de direitos, liberdades e garantias, profusão esta que afecta profundamente os verdadeiros interesses do desenvolvimento do habitante banana ideal, ameaça a coerência do sistema de exploração de todos os recursos do planeta e sacrifica os naturais interesses económicos, políticos e pessoais dos seus legítimos titulares.
Importa assim regular a sujeição do habitante banana ideal ao interesse geral por forma a deixar de constituir um obstáculo sistemático ao desenvolvimento daqueles interesses cuja preservação garante a regular exploração dos recursos do planeta, como se impõe para a felicidade de todos.
Importa assim regular a sujeição do habitante banana ideal ao interesse geral por forma a deixar de constituir um obstáculo sistemático ao desenvolvimento daqueles interesses cuja preservação garante a regular exploração dos recursos do planeta, como se impõe para a felicidade de todos.
Princípios fundamentais
1.- Os interesses económicos das classes dominantes encontram-se organizados de forma sistémica e devem ser preservados acima de quaisquer outros.
2.- A organização politica da sociedade existe para preservar a ordem pessoal e social ao serviço dos diversos sistemas de desenvolvimento daqueles interesses.
3.- O habitante Banana Ideal tem o dever de ser feliz no respeito pelos interesses fundamentais da Republica do Planeta das Bananas e nos termos previstos neste estatuto.
Título I :Deveres fundamentais
Cláusula Primeira
Eu aceito que:Cláusula Primeira
-Felicidade é conforto;
-Amor é sexo; e
-Liberdade é ter dinheiro para poder satisfazer todos os meus desejos.
Cláusula Segunda
Eu aceito usar o que tenho de mais valioso, o meu tempo, para trabalhar e poder comprar muitas coisas como forma de preencher esta vida tão vazia.Cláusula Terceira
Eu aceito que o valor de uma pessoa dependa da sua capacidade para gerar dinheiro e de aparecer ou não na televisão.Tomarei como minhas referencias pessoais as pessoas que apareçam na televisão e procurarei ser como elas!
Cláusula Quarta
Eu aceito ser uma peça de um sistema, adaptar-me a ele e ensinar os meus filhos a adaptarem-se ao mesmo.A minha prioridade é manter-me no sistema e nunca me questionar se me permite ou não ser feliz.
Cláusula Quinta
Eu aceito que os mais velhos sejam considerados um estorvo e não sejam nunca o nosso modelo, porquando sendo a nossa a civilização mais avançada do planeta (e do universo, já que é impossível que existam mais) sabemos que a experiência não tem nenhum valor.Cláusula Sexta
Eu aceito não fazer perguntas, fechar os olhos ao que vejo e não me opor a nada, porque estou suficientemente ocupado com os meus próprios problemas.Eu aceito também defender este contrato com a minha vida, porque tenho medo da mudança.
Cláusula Sétima
Eu aceito que o sistema actual é o melhor possível. Já passou a época dos grandes ideais. No mundo devem mandar as pessoas sensatas e realistas que procuram manter o sistema. Tenho medo que as coisas mudem porque os sonhadores trazem problemas e instabilidade.Título II :Dos Deveres de Sujeição à Autoridade e à Violação da Privacidade
Cláusula Oitava
Eu aceito que as autoridades guardem, tratem e cruzem todos os meus dados pessoais, quer estejam à sua disposição ou não. Confio nelas e não me importa transportar um microchip, nem dar a minha identificação ocular ao entrar noutro pais, nem ter de mostrar o conteúdo do meu computador nos aeroportos.Cláusula Nona
Eu aceito que se guardem todos os meus e-mails durante 5 anos ainda que eu os apague e que empresas como a YAHOO dêem acesso às contas às autoridades chinesas, permitindo assim prender dissidentes.Eu aceito a tecnologia que permite que os telemóveis possam retransmitir o que ouvem mesmo quando o seu proprietário o tenha apagado e acho suspeito quem retira a bateria do seu telemóvel para evitá-lo.
Cláusula Décima
Eu aceito que a investigação relacionada com a minha saúde esteja na mão de empresas cuja única motivação é gerar lucros.Não me preocupa que as farmacêuticas financiem os congressos de medicina e que controlem assim a informação que chega aos médicos.
Confio na indústria farmacêutica e em gente como Donald Runsfeld, accionista e ex-presidente da farmacêutica que desenvolveu o tamiflú.
Não creio que sejam capazes de criar virús como o da gripe A para enriquecer.
Título III: Dos Deveres dos Consumidores
Cláusula Décima Primeira
Eu aceito a busca do conforto como o fim supremo da humanidade e a acumulação de riquezas como o maior objectivo da nossa vida.Cláusula Décima Primeira
Quanto mais infeliz for, mais consumirei e assim contribuirei para o bom funcionamento do sistema.
Cláusula Décima Segunda
Eu aceito que a publicidade conte mentiras e que me faça desejar coisas e produtos.Cláusula Décima Terceira
Eu aceito comer carne bovina tratada com hormonas, sem que exista obrigação legal de indicá-lo em nenhuma etiqueta.Eu aceito servir de cobaia e comer carne de animais criados com alimentos transgénicos, para comprovar se aparece alguma anomalia na nossa espécie a longo prazo.
Cláusula Décima Quarta
Eu aceito que os vegetais que ingiro tenham recebido pesticidas e herbicidas tóxicos para a minha saúde, desde que não os usem demasiado...Eu aceito que se utilizem todo o tipo de aditivos químicos na minha alimentação, porque estou convencido de que se os utilizam é porque sabem que não há nenhuma consequência a longo prazo.
Cláusula Décima Quinta
Eu aceito que os transgénicos se expandam por todo o planeta e que as multinacionais agroalimentares que alimentam seres vivos acumulam enormes dividendos por eles e controlam a agricultura mundial.Estou convencido de que é moral especular com os preços dos alimentos, para que o sistema de mercado garanta que os recursos sejam distribuídos de forma eficiente.
Cláusula Décima Sexta
Eu aceito pagar o preço mais baixo possível pela carne dos animais que como, pelo que me parece bem que os tratem mal, para baixar os preços da sua carne.Ao fim e ao cabo somos uma espécie superior.
Em consequência, se viesse outra espécie superior de outro planeta, parecia-me lógico que fizessem o mesmo connosco.
Cláusula Décima Sétima
Eu aceito a concorrência como base do nosso sistema, mesmo quando estou ciente de que este funcionamento engendra frustração e cólera para a maioria.Substituir a concorrência pela colaboração seria um erro fatal.
Título IV : Dos Deveres de Sujeição ao Sistema Económico e Politico
Cláusula Décima Oitava
Eu aceito que o poder esteja nas mãos das pessoas mais ambiciosas e com menos escrúpulos.Cláusula Décima Oitava
Cláusula Décima Nona
Eu aceito que os partidos políticos aglutinem o pior do país, que a cada 4 anos me contem o que sabem que quero ouvir, para chegarem ao poder.Cláusula Vigésima
Embora a nossa história esteja cheia de conspirações politicas e políticos ambiciosos, eu aceito que agora tudo mudou e que os nossos dirigentes só procuram o nosso bem. As organizações secretas de políticos e grandes magnates como o club BILDERBERG, a TRILATERAL ou o Comité dos 300 não existem e ninguém visa estabelecer um governo mundial através dos organismos internacionais.Cláusula Vigésima Primeira
Eu aceito a politica de “revolting doors” (portas giratórias).Sei que os directores de organismos internacionais como a OMS, a OIT, o FMI e o Banco Mundial são ex-empregados de grandes corporações, que sabem que “portando-se bem”, voltarão a essas corporações no ano seguinte ganhando quantidades astronómicas.
Cláusula Vigésima Segunda
Eu aceito que se façam guerras por motivações económicas como o petróleo, reactivar a economia ou dar saída aos stocks de armas obsoletasHá que fazer seja o que for para manter o sistema em marcha, porque é sem dúvida o melhor possível.
Cláusula Vigésima Terceira
Eu aceito que se condene à morte o próximo e nos convençam a acabar com ele, sempre que o seu governo tenha sido declarado pelo nosso, como seu inimigo.Cláusula Vigésima Quarta
Eu aceito que se paguem fortunas a jogadores de futebol e a artistas, para convertê-los nos nossos modelos a imitar.Parece-me totalmente lógico que se pague muito pouco aos professores que se encarregam de formar gerações futuras.
Cláusula Vigésima Quinta
Eu aceito que os bancos internacionais emprestem o meu dinheiro a países que querem armar-se para a guerra, e que possam escolher onde irão ter lugar as guerras.Sou consciente de que o melhor é financiar ambos os lados para que o conflito se mantenha o maior tempo possível, não só para ganhar mais dinheiro, mas também para que eles depois paguem com os seus recursos quando não puderem devolver os empréstimos.
Cláusula Vigésima Sexta
Eu aceito deixar o meu salário nos bancos para que eles o administrem e apliquem, independentemente da sua moralidade ou do seu impacto ambiental.Assumo que os investimentos mais lucrativos são os que exploram os cidadãos dos países em desenvolvimento e apoio por completo estas actuações.
Cláusula Vigésima Sétima
Eu aceito que as multinacionais não apliquem as conquistas sociais do ocidente nos países desfavorecidos. Apoio que hajam crianças trabalhando, para que os produtos que compro tenham o preço mais baixo possível.Cláusula Vigésima Oitava
Eu aceito a hegemonia do petróleo na economia, apesar de ser uma energia cara e poluente, e estou de acordo em impedir qualquer tentativa de substituição porque a implantação de métodos de energia livre já descobertos e silenciados seriam uma catástrofe para o sistema.Cláusula Vigésima Nona
Eu aceito a destruição da floresta e o desaparecimento das espécies naturais.Parece-me lógico contaminar e dispersar pelo ar venenos químicos, assim como enterrar resíduos radioactivos que não estarão a salvo de um grande terramoto.
Cláusula Trigésima
Eu aceito que se destruam toneladas de alimentos para que não baixem os preços internacionais.Parece-me melhor que oferecê-los às centenas de milhares de pessoas que morrem de fome todos os anos.
Cláusula Trigésima Primeira
Parece-me bem que haja países como o Haiti, onde muitos, à falta de outra coisa, comam bolos de terra. Como todos somos egoístas, estou convencido de que, no fundo, todos estamos de acordo com esta situação.Título V: Dos Deveres de Sujeição à Informação dos Média
Cláusula Trigésima Segunda
Eu aceito que os meios de comunicação estejam concentrados nas mãos de grandes poderes económicos porque sei que farão um bom uso deles.Cláusula Trigésima Segunda
Aceito acreditar só no que os meios de comunicação dizem e, pensar que o que se diz fora deles são boatos para gente inculta e crédula.
Eu aceito esta “matriz” na qual me colocaram para que não possa ver a realidade das coisas. Sei que o fazem para meu bem...
Cláusula Trigésima Terceira
Eu aceito que as noticias compilem o que de pior se passou no planeta nesse dia, para que me sinta impotente e pense que não há nada que se possa fazer.Sei que alimentar o medo, a raiva e o desespero é o melhor que podem fazer por nós, porque crer que se pode mudar algo é perigoso.
Cláusula Trigésima Quarta
Eu aceito as “versões” dos acontecimentos dadas pelos “média” e apoio todas as divisões entre seres humanos de acordo com as versões dos governos.Desta forma poderei focalizar a minha cólera para os inimigos designados por eles e não me oporei a acções bélicas que respondam aos interesses politico-económicos.
Título VI: Da Renúncia aos Direitos à indignação, à resistência e à desobediência
Cláusula Trigésima Quinta
Eu aceito esta situação e admito que nem eu nem ninguém pode fazer nada para mudá-la.
Cláusula Trigésima Quinta
sábado, 17 de abril de 2010
Armação de Pêra. O ciclo do Areal...e a Linearidade da Falta de Estratégia e de Capital Humano. Que Futuro?
O Mar o leva o Mar o traz…
Nesta época balnear, a areia foi a banhos para outras paragens.
Neste Verão, como já vimos noutros, o areal não nos vai priveligiar em extensão. É o ciclo magro que alinha com a depressão económica, para não destoar.
Mesmo com menor afluência(?se assim vier a suceder?)um areal escasso irá colocar ainda mais a nú a má gestão na distribuição do espaço para toldos, nas áreas concessionadas.
Esperemos que o bom senso impere e que, nessa matéria, venham os concessionários e a fiscalização aos mesmos, a agir em conformidade com a escassez do espaço.
O desconforto para os banhistas que não optam pelo aluguer de um toldo,que são muitos como sabemos, em ciclos abastados de areal é grande, porquanto as áreas concessionadas exorbitam a sua ocupação do espaço disponível.
Imaginamos o que será, se persistirem no abuso, em ano de areal minguado, sem fiscalização que os acantone no seu devido lugar.
O prejuizo será, para já, para o conforto desejável dos utentes. Para futuro, o prejuizo será para Armação de Pêra e sua economia dependente, no essencial, desses mesmos banhistas que se continuam a tratar como se deles não dependessemos.




Resultam estas preocupações não só dos direitos dos consumidores do espaço público que o areal constitui, mas também das recentes estatisticas acerca do declineo do turismo algarvio.
De facto, apesar da oferta do Algarve ter melhorado entre 2001 e 2009, verificou-se uma quebra de dormidas de estrangeiros na ordem de mais de três milhões, das quais os ingleses são responsáveis por cerca de um milhão e meio.
Dizem alguns observadores atentos que o Algarve tem falta de estratégia e capital humano. Mais apontam que tudo no Algarve continua muito atávico, embrionário e confuso. Referem ainda que, cá dentro perdemos para o Douro e lá fora para Espanha. Não podemos estar mais de acordo. Basta-nos ser Armação de Pêra, Municipio de Silves e não sermos trouxas de todo para sabermos isso, de há muito...
É também de há muito que Armação de Pêra constitui um bom exemplo da degenerescência da qualidade desta oferta algarvia.Os sinais começaram há muito e as evidências também. Só não viu quem não quis. Literalmente: quem não quis ver!
Aqui, como em muitas outras sedes, os responsáveis só podem ser aqueles que têm os poderes para fazer diferente e não fizeram ou fazem.E não fazem porque não querem ou não sabem, ou, pior ainda, porque não sabem nem querem!
A Câmara Municipal de Silves e as suas Presidencias,especialmente a última, dada a tentacular e excessiva betonização, num tão curto (e extenso) lapso de tempo, são as responsáveis pela quase total despersonalização, desqualificação, vulgarização e consagração do Kitch suburbano nesta Vila.
Tudo isto como se o turismo, que vende 7.000 milhões de euros anuais, não fosse a maior "empresa" exportadora de Portugal, cuja economia, como todos sabemos, é de uma insipiência preocupante.
E se estes dados - incontestáveis - são tremendamente importantes para o país, são-no ainda mais esmagadoramente importantes para a economia de Armação de Pêra.

Falta de estratégia e de capital humano, se são apontáveis ao turismo do Algarve, são-no muito mais à C.M.Silves em geral e no que lhe compete em matéria de turismo, designadamente na competência exclusiva que lhe cabe no urbanismo aberrante que converteu a sede deste extraordinário património natural, numa Vila suburbana de 3ª categoria.
Nesta época balnear, a areia foi a banhos para outras paragens.
Neste Verão, como já vimos noutros, o areal não nos vai priveligiar em extensão. É o ciclo magro que alinha com a depressão económica, para não destoar.
Mesmo com menor afluência(?se assim vier a suceder?)um areal escasso irá colocar ainda mais a nú a má gestão na distribuição do espaço para toldos, nas áreas concessionadas.
Esperemos que o bom senso impere e que, nessa matéria, venham os concessionários e a fiscalização aos mesmos, a agir em conformidade com a escassez do espaço.
O desconforto para os banhistas que não optam pelo aluguer de um toldo,que são muitos como sabemos, em ciclos abastados de areal é grande, porquanto as áreas concessionadas exorbitam a sua ocupação do espaço disponível.
Imaginamos o que será, se persistirem no abuso, em ano de areal minguado, sem fiscalização que os acantone no seu devido lugar.
O prejuizo será, para já, para o conforto desejável dos utentes. Para futuro, o prejuizo será para Armação de Pêra e sua economia dependente, no essencial, desses mesmos banhistas que se continuam a tratar como se deles não dependessemos.




Resultam estas preocupações não só dos direitos dos consumidores do espaço público que o areal constitui, mas também das recentes estatisticas acerca do declineo do turismo algarvio.
De facto, apesar da oferta do Algarve ter melhorado entre 2001 e 2009, verificou-se uma quebra de dormidas de estrangeiros na ordem de mais de três milhões, das quais os ingleses são responsáveis por cerca de um milhão e meio.
Dizem alguns observadores atentos que o Algarve tem falta de estratégia e capital humano. Mais apontam que tudo no Algarve continua muito atávico, embrionário e confuso. Referem ainda que, cá dentro perdemos para o Douro e lá fora para Espanha. Não podemos estar mais de acordo. Basta-nos ser Armação de Pêra, Municipio de Silves e não sermos trouxas de todo para sabermos isso, de há muito...
É também de há muito que Armação de Pêra constitui um bom exemplo da degenerescência da qualidade desta oferta algarvia.Os sinais começaram há muito e as evidências também. Só não viu quem não quis. Literalmente: quem não quis ver!
Aqui, como em muitas outras sedes, os responsáveis só podem ser aqueles que têm os poderes para fazer diferente e não fizeram ou fazem.E não fazem porque não querem ou não sabem, ou, pior ainda, porque não sabem nem querem!
A Câmara Municipal de Silves e as suas Presidencias,especialmente a última, dada a tentacular e excessiva betonização, num tão curto (e extenso) lapso de tempo, são as responsáveis pela quase total despersonalização, desqualificação, vulgarização e consagração do Kitch suburbano nesta Vila.
Tudo isto como se o turismo, que vende 7.000 milhões de euros anuais, não fosse a maior "empresa" exportadora de Portugal, cuja economia, como todos sabemos, é de uma insipiência preocupante.
E se estes dados - incontestáveis - são tremendamente importantes para o país, são-no ainda mais esmagadoramente importantes para a economia de Armação de Pêra.

Falta de estratégia e de capital humano, se são apontáveis ao turismo do Algarve, são-no muito mais à C.M.Silves em geral e no que lhe compete em matéria de turismo, designadamente na competência exclusiva que lhe cabe no urbanismo aberrante que converteu a sede deste extraordinário património natural, numa Vila suburbana de 3ª categoria.
Etiquetas:
ambiente,
politica municipal,
turismo
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Afinal, os Fazedores de Chuva, existem!
Numa cidade do interior da velha China, ocorreu uma seca terrível. Os rios, as barragens, os açudes iam secando; o gado, as cabras, os bodes, a vegetação, tudo ia morrendo.
O povo passava fome; com as crianças desnutridas intensificava-se a mortalidade infantil. Diante de tamanha calamidade pública, a Câmara dos Vereadores reuniu-se na busca de uma solução. Um dos Vereadores sugeriu que se contratasse um “fazedor de chuva” que ganhara fama na capital.
A Câmara autorizou o Vereador a fazê-lo. Ao chegar à cidade o fazedor de chuva, o presidente da Câmara perguntou quanto cobraria para realizar o milagre da chuva. O mítico milagreiro respondeu-lhe: a soma acertaremos depois.
Por ora, faço duas exigências: que me arranjem um lugar afastado da cidade, uma pequena cabana onde possa repousar e que me tragam diariamente um pão e um copo de água.
Atendidas as exigências, o fazedor de chuva, sozinho na cabana, concentrou-se em profunda meditação.
Passados 15 dias, as chuvas chegaram, os rios ganharam água, os açudes sangraram, o verde voltou à paisagem, os animais reanimaram-se, a alegria voltou às ruas.
A Câmara de Vereadores prestou todas as homenagens ao Fazedor de Chuva e quis saber como havia conseguido o extraordinário milagre.
Respondendo à natural curiosidade, disse: Ao chegar a esta cidade encontrei as pessoas completamente angustiadas, as mentes perplexas, alteradas, divididas, neuróticas.
Naquelas circunstâncias pedi o que de melhor vocês podiam oferecer e com maior sacrifício: uma cabana tranquila, o pão e um copo de água. Distanciado da neurose colectiva, concentrado, meditando, estava imune às tensões vividas pelo povo. Recebia o que precisava. E como estava inteiro, com a MENTE EM PAZ E NÃO DIVIDIDA, naturalmente fui atraindo as coisas boas. As Chuvas chegaram até mim e por extensão a toda a cidade e região.
Moral da estória: É certo que a divisão interna e a neurose, são a principal causa de nossos desajustamentos, da nossa infelicidade, mas os Fazedores de Chuva que existem em abundância não são os da fábula, nem os artistas que o vídeo exibe, pois daqueles já não há mais e estes assumem-se como pantomineiros.
Os Fazedores de Chuva que temos, aqueles cuja profissão é prometer a satisfação de necessidades legitimas, hoje em dia, deixaram de ser interpretes da esperança e converteram-se de solução em problema. São os que geram a frustração, a divisão, as tenções, a neurose colectiva, os desajustamentos e a infelicidade.
Porque estão longe dos responsáveis do poder na cidade da fábula. Os seus descendentes, hoje, não podendo recorrer a um Fazedor de Chuva que não existe, chamam esse papel para si, tão só para fazer crer que a Chuva virá, sabendo de antemão que ela só chegará, por obra e graça do acaso!

Etiquetas:
classe politica
terça-feira, 13 de abril de 2010
Revista "Nova Águia"

A Direcção da Sociedade de Instrução e Recreio Messinense organiza, no dia 16 de Abril, às 21h30, a apresentação pública da Revista "Nova Águia" - Revista de Cultura para o Século XXI.
A apresentação contará com a presença de Renato Epifânio, um dos directores da Revista e irá decorrer na sede da Sociedade de Instrução e Recreio Messinense, em S. Bartolomeu de Messines.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Correio para:
Visite as Grutas

Património Natural