O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

sábado, 27 de outubro de 2012

Até nos restarem duas cabeças de sardinha para saciar uma mãe de família, ainda falta muita crise...Descansem que o Gaspassos disso se vai encarregar!


Há dias, um amigo que conta pouco mais de sessenta anos, a propósito da crise e da pressão e carga fiscais, narrava um episódio da sua vida remota, o qual, fazendo parte integrante de si jamais pôde deixar de revisitar amiúde, embora nunca tenha partilhado para além do circulo restrito da sua família.

Ainda aí, quando o fazia, visava, não propriamente antever e muito menos augurar, o retorno às condições económicas precárias da sua primeira década de existência, mas deixar nota aos seus filhos da enormidade do caminho percorrido atendendo à distancia a que o seu núcleo familiar se encontrava de tal espectro.

Naturalmente que, invariavelmente com orgulho evidente, mas jamais exuberante...

Face àquela mesma distância a que se encontravam todos, a invocação esporádica daquele espectro da sua origem foi perdendo qualquer interesse pedagógico porquanto ganhou uma patine de “conto de fadas”, absolutamente irreal e já visivelmente fastidiante para os destinatários da sua tribo.

Recordou o protagonista que, nesses anos, seu pai tinha trabalho esporádica e precariamente. A vida em Portugal não era fácil e no Alentejo ainda menos.

Um dia, durante o salazarismo, na sequência da criação de um imposto novo [talvez o imposto profissional(?)] um agente do fisco terá procurado o seu pai para que o mesmo pagasse o referido imposto, o qual teria sido liquidado em 16$00 (dezasseis escudos).
O seu pai que só tinha biscates de quando em vez, disse que não o pagaria, primeiro porque não tinha emprego certo, depois porque não tinha esses dezasseis escudos para lhe dar.

O agente do fisco não conformado pretendeu penhorar a mesa de refeições da família já que mais não viu naquela casa que pudesse ser objecto de penhora.
A mesa de refeições foi habilmente construída pelo seu pai, a partir de umas tábuas de caixotes abandonados, recolhidas ao longo de algum tempo, estruturadas por pregos velhos, endireitados (recuperados)para servirem tal propósito.
Nem sequer se tratava de um móvel que pudesse ser representante de um qualquer estilo com valor num mercado que há época não existia.

Não se recordava com nitidez de como tinha acabado a estória porquanto sabia que a mesa tinha continuado a dar à família a serventia para que tinha sido construída, sabendo no entanto que os dezasseis escudos do tal imposto não foram pagos, já que, realmente, não existiam.

De facto, melhor dito, não recordo eu como acabou a estória porque a conversa caiu rapidamente da mesa para as refeições e nelas ficámos porquanto, em factos elucidativos sobre a economia durante a sua infância, eram bem mais abundantes !


As refeições, invariavelmente pão na forma de açorda, algumas vezes com um outro ingrediente disponível.

Dia de festa era aquele onde havia uma ou duas sardinhas.
Três filhos, pai e mãe que guardava para si as cabeças (das duas sardinhas) para poder privilegiar cada um dos filhos e o marido com um lombo das mesmas!

O Portugal de então, pelos vistos, não tão distante quanto isso, pela mão destes gestores da crise – o governo – teima em voltar!

E, convenhamos que, até nos restarem duas cabeças de sardinha para saciar uma mãe de família, ainda falta muita crise.

Acontece é que, no que à metamorfose da crise diz respeito, a velocidade a que se atinge a profundeza da mesma, aumenta para o dobro por cada metro que se percorre no sentido da descida. Pelo contrário, a velocidade a que se sai da crise no sentido ascendente reduz-se para metade por cada metro que se percorre no sentido da saída.

Infelizmente, esta realidade que ainda está presente na memória do mais comum dos portugueses com sessenta ou mais anos de idade, não faz parte do curriculum escolar dos portugueses que nos governam, nem pela via da aprendizagem que, claramente, alguma vez tenham tido por experiência vivida.

Estes senhores, pela incapacidade evidente de avaliarem a situação, pela inconsistência das soluções que defendem e pela patente inconsequência das medidas empreendidas, são, com o poder de que dispõem, pessoas perigosas.

E os destinos de Portugal não pode estar entregue a pessoas perigosas. Disso não temos qualquer dúvida!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Armação: O conceito aberrante de desenvolvimento perpetrado pelos responsáveis de Silves, pela via do "cartoon"!


Excelente representação artística representativa dos últimos vinte anos da política urbanística da Câmara de Silves

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Escárnio e Maldizer, sempre em contraciclo, não param!






São inumeras  as "correntes" de "fé" ou tão só de "fezadas" as quais, percorrendo a net, chegam às "paletes" aos nossos endereços electrónicos.

Nem todas captam adeptos, mas muitas delas cativam milhões de "crentes" que ajudam a multiplicar o seu numero por milhares de milhões.

Não há, que saibamos, forma de avaliar números exactos ou sequer aproximados. No entanto estamos em crer que, a que recebemos hoje e publicamos, é daquelas que atingirá uma mega difusão, tal o grau de certeza no retorno que seguramente vai gerar a cada um dos seus destinatários.

O escárnio e maldizer não estão em crise e quantos mais anos de governações mediocres maior é a exuberância da sua produção. É um bom exemplo dos chamados Contraciclos.

Este Governo não é susceptivel de mudar de face!




Não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira impressão:



A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
(Mia Couto)

O mágico fez um gesto e desapareceu a fome, fez outro e desapareceu a injustiça, fez um terceiro e desapareceram as guerras.
O político fez um gesto e desapareceu o mágico.
(Woody Allen)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Das Pessoas que Atingem Posições Elevadas

Das pessoas que atingem posições elevadas,
cerimónias, riqueza, erudição, e similares:
para mim tudo isso a que chegam tais pessoas
afunda diante delas — a não ser quando acrescenta
um resultado qualquer para seus corpos e almas —
de modo que elas muitas vezes me parecem
desajeitadas e nuas, e para mim
uma está sempre zombando das outras
e a zombar dele mesmo ou dela mesma,
e o cerne da vida de cada qual
(a que se dá o nome de felicidade)
está cheio de pútrido excremento de larvas,
e para mim muitas vezes esses homens e mulheres
passam sem testemunhar as verdades da vida
e andam correndo atrás de coisas falsas,
e para mim são muitas vezes pessoas
que pautam as suas vidas por um hábito
que a elas foi imposto, e nada mais,
e para mim é gente triste muitas vezes,
gente afobada, estremunhados sonâmbulos
tacteando no escuro.

Walt Whitman, in "Leaves of Grass"

Dedicamos este poema à futura administradora

domingo, 21 de outubro de 2012

A via do Gaspar de Treblinka com falsos slogans de que só a obediência concede a felicidade, por uns instantes, antes da morte!



Os cidadãos em geral encontram-se em circunstâncias deveras difíceis, de grande perplexidade quando serenos, de enorme ira quando fustigados com novas fronteiras traçadas adentro do seu pequeno quintal onde, já só com enorme criatividade, atinge o limiar da subsistência digna. Os que o conseguem, pois muitos outros já vêm aquela fronteira ser traçada sobre si próprios, convertendo-os em meio cidadãos.

Sabem porque vêem e sentem na pele, se não na própria, na de muitos e muitos outros, da crise e das perspectivas devastadoras que, anuncia-se, por aí vem.

Os portugueses em geral tem aguentado, firmes, progressivamente menos serenos é certo, as politicas de austeridade com a atitude de um bom pai de um filho que fez asneira da grossa.

Primeiro irrita-se, depois lamenta justificadamente a sua sorte e depois começa a equacionar a forma de resolver o problema do seu filho.

Claro que o bom pai a que nos referimos, no entretanto questiona-se, invariavelmente, onde terá errado, detectando frequentemente, se for exaustivo, nalguma das suas omissões - e há sempre uma quando somos inquisitoriais connosco próprios - a eventual causa remota da asneira do seu filho.

E a estória processar-se-á sempre assim, enquanto for possível àquele pai solver a divida do seu infeliz filho, ainda que com algum sacrifício.

Enfim, age como se a divida fosse sua e, agindo assim, age como se aquela tivesse sido contraída por si.

De algum modo e com as excepções sempre justificadíssimas, tem sido assim, resignados e serenos que os portugueses têm assistido ao empobrecimento generalizado que as politicas de austeridade tendentes à redução do défice e ao pagamento da divida, obrigam.

Sem correr o risco de imodéstia, consideramos os portugueses um povo com uma capacidade extraordinária de sacrifício. Para quem tiver dúvidas o “espectáculo” televisivo diário que o povo grego exibe, está aí para o demonstrar à contrario sensu!

Mas, voltando ao protagonista deste post, o bom pai de família, nem sempre agiria da mesma forma...
Bastaria que o montante da divida do seu filho ultrapassasse a sua capacidade de pagamento, ainda que no limite da sua capacidade de sacrifício.

Compreenderia facilmente que honrar a divida do filho, nos termos em que o credor o exige, determinaria não utilizar transportes para o trabalho (ir a pé obrigá-lo-ia a levantar-se todos os dias pelas cinco da manhã e chegar às dez da noite), determinaria tirar os outros filhos da escola (os transportes e os livros e as refeições seriam insuportáveis) determinaria terem uma refeição por dia (açorda, as vezes com alho e uma vez ou outra com ovo) determinaria deixar de pagar a hipoteca ou a renda (ainda que baixa) e depois, viver ao relento (sem renda paga é despejado) determinaria que deixasse de pagar o Lar onde a sua mãe, doente de Alzheimer, se encontrava hospedada, determinaria cancelar o seguro de saúde e claro, deixar de pagar os impostos que lhe cabem neste orçamento, e ainda assim, porque o seu rendimento familiar é de €1.350,00, ainda assim não conseguiria pagar a divida que lhe impunha uma mensalidade de 1.400,00 mensais.

Mas, o que diria qualquer pessoa, se ainda assim, o bom pai de família insistisse em pagar a divida naquelas condições, fazendo ver à mulher e aos outros filhos que conseguiria?

E o que diria qualquer pessoa, se ainda assim, o bom pai de família insistisse em pagar acima da prestação da divida, nas mesmas condições, fazendo ver à mulher e aos outros filhos, não só que conseguiria, como ainda que seria melhor assim pois acaba de pagar a divida mais cedo?

Em qualquer caso que estava louco e precisava de ser internado, urgentemente, uma vez que se impunha que trabalhasse para o sustento da sua família!

Grosso modo, o que o governo propõe com o presente OGE é a loucura que o bom pai de família da nossa estória faria se insistisse em pagar(atingir o défice exigido), nas condições determinadas pela Troika ou agravadas pela arrogância da ignorância do governo da nação.

É, declaradamente, optar por se portar bem num campo de extermínio, visando manter-se vivo por mais alguns dias!

Sabemos que a nossa economia é pequena! E sabemos que as nossas elites ainda são mais pequenas que aquela.

Sabendo a verdade, sabemos a sua consequência: como poderemos e sobretudo quando, ser um pais sustentável economicamente depois de o colocarmos de novo nos anos cinquenta ou mesmo quarenta?

Com a solidariedade europeia? Não nos parece que essa via seja credível, pois não se verificando agora, quando é patente, necessária e urgente, é patente que o projecto europeu, tal como foi contratado, deixou de existir!

O caminho que escolhemos e a solução que não discutimos conduz-nos para uma existência próxima de um modelo que já nem sequer imaginamos: o de uma Bulgária ou uma Roménia dos tempos da Cortina de Ferro.

O único aspecto positivo que tal expectro encerra é o de sabermos de entemão que lá não iremos ter que levar com o Gaspar (nem como outros que tais). É que nessa altura ele vai estar certamente a viver em Bruxelas ou Nova Iorque, bem longe desta piolheira!


sábado, 20 de outubro de 2012

Os crocodilos que voam baixinho, não deixam, por isso, de ser predadores!

O senhor Gaspar, durante uma conferência de imprensa visando a apresentação do OGE, referiu que, se repetissem a pergunta acerca de alternativas a este orçamento, a sua resposta seria a mesma e provavelmente usando um tom de voz ligeiramente diferente.

Tal linguagem de mau-gosto motivou, justamente, as inevitáveis reacções no commentariat nacional.

Não teremos, certamente, lido ou ouvido todas, mas qualquer coisa nos diz que ninguém lhe deu uma resposta à letra!

Esqueceram-se de o informar que, na rua, os portugueses já subiram o tom de voz há muito! Evidência do mal-estar que as "políticas" financeiras do governo, mais propriamente do snr. Gaspar, de sentido único, há muito esgotaram a paciência, essa sim de Job, dos contribuintes.

O snr. Gaspar, também na elevação do seu tom de voz atrasado, continua a reboque de uma estratégia estrangeira, ou, na melhor das hipóteses péssimas, sem perceber das consequências, económicas e sociais, que aquela determinará para Portugal e para os portugueses, ou, na pior das péssimas hipóteses, sabendo muito bem o que está a fazer.

No primeiro caso, não passará do "nabo mais competente que conhecemos", como Mário Soares um dia apodou Victor Constâncio, no segundo caso, tratar-se-á um verdadeiro Conde Andeiro!

Em qualquer dos casos, defenestrá-lo da politica portuguesa, gentilmente e num tom de voz suave, parece-nos de elementar decência democrática.



Enquanto Gaspar conserva o tom palaciano, monocórdico e entediante das suas comunicações fatais, o volume elevado da contestação vai recorrendo a figuras de estilo neo realistas...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Que futuro para Armação de Pêra e para os armacenenses?

Vemos uma terra a definhar, a viver o círculo, cada vez mais curto, do verão que se acaba e a sonhar que o próximo, ainda tão distante, será melhor que este que findou.

É sobre esta quimera: sonhar que o futuro próximo será melhor que o presente angustiante e sem soluções que a vida se esvai no dia-a-dia que passa.

Para (alguns) os mais velhos: é o “andar dos tempos”, é o “círculo da vida”, é o “antigamente já foi pior”, em suma: é o conformismo perante a realidade, a falta de meios e ânimo para recomeçar de novo, e, ou o ocaso da vida que já lhes rouba os sonhos do futuro.

E os mais novos? – Essa geração que se projecta no futuro! Para os quais, hoje é só o trampolim para o amanhã, que ansiaram ser o tempo da independência pessoal, profissional e da concretização das vidas que idealizavam?

O presente e o futuro em Armação de Pêra não são, nem se apresentam risonhos!

Acredito na viabilidade de Armação de Pêra, como destino de novas oportunidades de trabalho, de riqueza e de futuro e não como antigamente: que pela altura das festas se vinha visitar a família, ou nalguns dias de verão, se a casa ou os quartos não estivessem alugados a banhistas.

Acredito que a juventude de Armação de Pêra não se conformará com o ver os dias a passar, sem quaisquer perspectivas de futuro, largar as casas dos pais, voar com os conhecimentos que adquiriram e construir a sua independência.

O desafio que vos lanço é que utilizem o que têm em mais abundância: tempo e inteligência. Com vontade de mudar, ousem o empreendedorismo, debatam ideias, projectos, sugestões e até sonhos.

Como? Em primeiro lugar, juntando boas-vontades, gente interessada em alterar a rotina do trivial, por coisas concretas e objectivas. Utilizem um espaço físico ou virtual – em que são exímios – Em segunda lugar, escolhendo temas e temáticas que julguem adequadas, e que cada qual participe nas que se julgue mais interessado ou capaz. Façam convites a todas as instituições – escola/universidade, igreja, colectividades, instituições públicas, corporações profissionais e culturais, pessoas individuais que julguem poder enriquecer os vossos temas, ou esclarecer as vossas dúvidas. Em terceiro lugar e por último! Apresentem as vossas conclusões num fórum público, convidando todos os interessados as participar.

Notas:
Não tenham pressa pelo aparecimento de líderes, eles aparecem naturalmente com o lançamento das propostas e desenvolvimento das ideias.

Não se deixem aprisionar de nenhum movimento político, parassocial ou de qualquer outro matiz.

O futuro é já amanhã! A vida não espera…vive-se!

Uma reflexão de Luís Patrício


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Em defesa da Lagoa dos Salgados

A Plataforma dos Amigos da Lagoa dos Salgados promove no próximo sábado dia 20, pelas 15:00 horas, uma concentração em defesa daquela zona paisagística, localizada entre os concelhos de Albufeira e Silves.

Localizada entre as ribeiras de Espiche e de Alcantarilha, a chamada zona da Praia Grande (Silves) “reúne um conjunto excecional de valores naturais, com particular destaque para a avifauna aquática, pela presença de umas das mais importantes zonas húmidas do Algarve”, refere a plataforma, constituída por várias associações ambientais e outras entidades.

Nos últimos anos, a Lagoa dos Salgados tornou-se um dos locais de observação de aves mais visitados do país, assumindo hoje “um papel estratégico do ponto de vista paisagístico, turístico e ecológico da região”.

A plataforma sublinha, porém, que “não obstante o seu valor ser amplamente reconhecido, mesmo a nível internacional, a área da Praia Grande permanece sem qualquer estatuto legal de proteção”, estando o seu futuro ameaçado pela possibilidade de construção de um grande projeto imobiliário e turístico.

O protesto de sábado visa debater o futuro desta área, através da apresentação de alternativas, bem como dar a conhecer este valioso património e necessidade de o proteger.

O ponto de encontro será no parque de estacionamento da Praia Grande.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

Visite as Grutas
Património Natural

Algarve