O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 28 de outubro de 2012

Problemas com o financiamento do orçamento da Secretaria de Estado da Cultura


É só cortar na roupa, a resposta vem da China!

1 comentário:

Anónimo disse...

Carta a Passos Coelho, José Sócrates, Pedro Santana Lopes, Durão Barroso, António Guterres, Cavaco Silva e Mário Soares,

Meus caros senhores,
Sabemos que consoante a mudança de poder mudam os vossos discursos. No entanto todos, nos momentos mais recentes em que foram poder, são unânimes em dizer que vivemos “acima das nossas possibilidades” durante muito tempo. Assim justificam o “saque” a que temos sido sujeitos.
Eu reconheço. De facto, do alto dos meus 36 anos, vivi acima das minhas possibilidades. Endividei-me, quis ter uma casa melhor, um carro melhor, uma escola melhor para os meus filhos. Quis viajar, aproveitar a juventude e investir na minha formação. Foram erros que tenho estado a pagar e, graças a Deus, estão quase pagos. Para isso a minha empresa foi obrigada a fortes reajustes, a despedir pessoal, a cortar em produtos e serviços que afectaram muitas outras empresas e muitos outros postos de trabalho.
Neste momento não tenho casa própria, tenho um carro com 10 anos, os meus filhos passaram para a escola pública, anulei os seguros de saúde, deixei de tirar férias, deixei de comer fora e abdiquei de fazer qualquer investimento na empresa que ainda mantenho. Aos poucos acerto com a banca e com o Estado todos os compromissos que assumi na altura em que vivia acima das minhas possibilidades. Em suma, estou a pagar pelos meus erros e, juro-vos, aprendi a lição.
E vocês?! Percorro este país de lés-a-lés e muitas vezes me questiono, quando é que vocês assumem as vossas responsabilidades?! Vejo a A41 vazia, a A12 vazia, a A17 vazia, a A27 vazia, passo pelo Centro Cultural de Belém, pelos Estádios do Algarve, de Leiria, de Aveiro, de Coimbra… passo pela EXPO em Lisboa, pelo Alqueva abandonado, pelos túneis intermináveis do Funchal, pelos submarinos no Alfeite… e concluo: eu não pedi nada disto!! Afinal quem andou a viver acima das minhas possibilidades não fui eu!
O meu património foi ameaçado pelos erros que cometi. E o vosso? Amigos foram dispensados pelos erros que cometi. E os vossos amigos? Os meus filhos foram afectados pelos meus erros. E os vossos filhos? O meu carro foi levado pelo fisco. E os vossos carros? Ganho hoje 1/3 do que ganhava. E vocês?
Gostava de viver num país no qual as assinaturas dos documentos que potenciaram as faraónicas obras que nos desgraçaram fossem suficientes para responsabilizar os seus autores. Assim, meus senhores, é muito fácil Governar. É até vantajoso errar, porque não havendo consequências tudo é possível. Eu aprendi a lição, vocês ainda não.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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