O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 1 de maio de 2010

Liberdade e disciplina


por João Carlos Espada, Publicado em 05 de Dezembro de 2009, Jornal i

Adam Smith observou que a liberdade de empreendimento e a concorrência geram uma disciplina severa - quando comparada com a indisciplina gerada pela tutela estatal. Quando os preços são livres, não são arbitrários e, em regra, tendem a descer. Quando não são livres, tendem a ser arbitrários e, em regra, subir
"Eu não posso aumentar os preços, porque a Sonae não me deixa. E a Sonae não pode aumentar os preços porque a Jerónimo Martins não deixa." Este foi o comentário [cito de memória] proferido na semana passada pelo presidente da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, a propósito das previsões sobre o inevitável aumento dos impostos em 2011.

Estas breves palavras exprimem uma verdade dominantemente ignorada entre nós, apesar de ter sido observada por Adam Smith em 1776: que a liberdade de empreendimento e a concorrência geram uma disciplina severa - sobretudo quando comparada com a severa indisciplina gerada pela tutela estatal.

DOIS CONCEITOS A chave daquela disciplina gerada pela concorrência foi revelada por Alexandre Soares dos Santos em menos de um minuto: a Sonae não o deixa aumentar os preços e a Jerónimo Martins não deixa a Sonae aumentar os preços. Mas é muito importante compreender o significado da expressão "não deixa", porque é muito diferente do sentido que frequentemente tem entre nós. Por exemplo, é muito diferente da expressão "o Governo não deixa baixar os impostos".

Na expressão "o Governo não deixa", referimo-nos a uma decisão particular tomada por alguém: um ministro, um secretário de Estado, eventualmente uma decisão tomada em conselho de ministros ou até pelo Parlamento. Trata-se de uma decisão tomada por desígnio, para usar a terminologia de Friedrich A. Hayek. Alguém estabeleceu um "preço" para os impostos e tomou a decisão de impor esse preço.

LIVRE E NÃO ARBITRÁRIO Mas no caso da Sonae e da Jerónimo Martins ninguém tem realmente o poder de decidir ou impor o preço. É isso que queremos dizer com a expressão "os preços são livres": cada empresa é livre de estabelecer o seu preço.
O ponto realmente interessante vem a seguir. Sendo cada um livre de estabelecer o seu preço, ninguém "é livre" de o impor a terceiros, isto é, aos consumidores. Estes é que são livres de escolher o local onde vão comprar os produtos. E, se os preços forem mais altos num local, o consumidor escolherá outro vendedor, onde o preço é mais baixo (para qualidade igual).

MILAGRE DO MERCADO Desta interacção nasce o milagre da economia de mercado: a interacção entre actores livres gera uma disciplina severa entre produtores ou vendedores. Essa disciplina não resulta da decisão singular de ninguém. Precisamente por essa razão, porque não resulta da decisão singular de ninguém, mas da interacção entre decisões livres de todos, a resultante é uma severa disciplina que coloca produtores e vendedores ao serviço dos consumidores.

Por essa razão, dizemos que os preços da Sonae e da Jerónimo Martins são livres. Mas, precisamente por essa razão, porque são livres e não são centralmente fixados por ninguém, estão submetidos a uma disciplina impessoal mil vezes mais severa do que a disciplina a que estão submetidos os impostos. Por outras palavras, quando os preços são livres, não são arbitrários e, em regra, tendem a descer. Quando não são livres, tendem a ser arbitrários e, em regra, a subir.

REGRA DE OURO Esta regra de ouro da economia de mercado pode ser observada em experiências muito simples. Todos sabemos que os preços de produtos fornecidos pelo sector privado em regime de concorrência tendem a baixar de geração em geração. Computadores, frigoríficos, máquinas de lavar ou televisores eram apenas acessíveis a uns poucos, há uma ou duas gerações. Ao longo deste período, tornaram-se cada vez mais acessíveis a um número sempre crescente de pessoas. O preço desses produtos, quando medido em número de horas de trabalho necessário para os adquirir, baixou dramática e ininterruptamente. O mais incrível é que essa descida dos preços foi em regra acompanhada da subida da qualidade. É, repito, o milagre da economia de mercado.

Em contrapartida, olhemos para o que se passa naqueles sectores em que os bens e serviços são fornecidos em regime condicionado ou dominado pelo Estado. A educação é um caso flagrante. A despesa pública neste sector não pára de aumentar, incluindo a despesa por aluno (a qual, sintomaticamente, é mais elevada na escola do Estado do que na escola privada). No entanto, a qualidade desce ou, pelo menos, não sobe.
DEMOCRATIZAÇÃO É frequente explicar este aumento dos custos e descida relativa da qualidade pela chamada "democratização" do acesso à educação. Mas tem de ser observado que essa explicação não corresponde aos factos. Igual, ou maior, democratização tem ocorrido no acesso aos bens e serviços produzidos pelo mercado. No entanto, essa democratização é, no sector de mercado, em regra acompanhada da descida dos preços e da subida da qualidade.

Por que razão tendem os preços a descer e a qualidade a aumentar no sector de mercado e, no sector do Estado, os preços tendem a subir e a qualidade a descer?
PREÇO JUSTO Adam Smith deu uma explicação interessante. Porque, disse ele, em última análise, ninguém sabe qual é o preço justo ou adequado a um bem ou serviço. Ninguém sabe, nem pode saber. O preço resulta de uma variedade de factores e a combinação desses factores vai variando de acordo com a oferta e a procura desse bem ou serviço. Num regime de concorrência aberta, se um preço estiver a ser oferecido a um nível demasiado alto, um novo fornecedor oferecerá um preço mais baixo.

Críticos da economia de mercado observaram que esta é uma representação utópica do mercado, porque supõe que ele funciona em concorrência perfeita. O assunto foi esclarecido por Joseph Schumpeter com o conceito de "destruição criativa". Não é necessária concorrência perfeita, nem sequer a efectiva existência, em cada momento, de um concorrente. Se o mercado for aberto, isto é, se não houver obstáculos artificiais à entrada (usualmente criados por decisões políticas), a ameaça da concorrência é tão ou mais eficiente do que a concorrência realmente existente.

DESTRUIÇÃO CRIATIVA Os produtores e fornecedores sabem que, a qualquer momento, um produto melhor ou mais barato, ou ambos, pode entrar no mercado. Estão por isso submetidos à disciplina da concorrência, ou da ameaça dela. E é ela que permite o milagre da economia de mercado: novos produtos a custos mais baixos estão permanentemente a entrar no mercado e a desalojar velhos produtos e métodos de produzir, substituindo-os por novos, em regra melhores e mais baratos. Eis o que Schumpeter chamou "destruição criativa".

ESCOLHA PÚBLICA James Buchanan, por sua vez, explicou o que acontece aos custos nos sectores que estão protegidos da concorrência, designadamente aos custos do sector público. Estes tendem a subir. A razão pode ser explicada através de uma combinação das observações de Adam Smith e Schumpeter.

Se ninguém sabe qual é o preço justo, e se este resulta da concorrência e da "destruição criativa", um sector que não tenha concorrência nem "destruição criativa" vai "descobrir" os preços de outra maneira: pela decisão dos agentes políticos. Mas esta decisão, não estando submetida à disciplina da concorrência, é verdadeiramente indisciplinada. Depende da "vocalidade" de grupos de pressão e da sua capacidade para influenciar a decisão sobre o preço.

James Buchanan e a escola da "Escolha Pública" argumentaram persuasivamente que a lógica dos agentes públicos é a de constantemente aumentar o orçamento dos seus departamentos. Não se trata de perfídia. Trata-se de um comportamento racional, quando não existe uma disciplina impessoal de mercado. É isso que explica, por exemplo, o constante aumento dos custos das escolas estatais. E é esse tipo de aumento que explica o quase constante aumento dos impostos.

Doutorado em Ciência Política em Oxford, João Carlos Espada é director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e da revista “Nova Cidadania”. É também Presidente da Churchill Society de Portugal.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

"A crise actual e a bolha de crédito na Idade Média"

Paralisação dos mercados de crédito, subida das taxas bancárias, falta de liquidez e falências de instituições financeiras. Os investigadores dizem que este padrão já se observava na época medieval.

De acordo com um estudo de investigadores da Universidade de Reading, em Inglaterra, o sistema financeiro já se encontrava em estado bastante avançado no século XIII.

Eram cobradas taxas de juro ajustadas ao grau de risco e à duração dos empréstimos e definidos colaterais sobre os créditos concedidos.

Os financiadores eram sobretudo mercadores italianos, como os Ricciardi de Lucca, ou burgueses flamengos que criaram entre eles algo semelhante ao sistema interbancário actual. A sofisticação financeira incluía até contratos de futuros sobre lã, por exemplo, que poderiam servir de colateral a empréstimos concedidos.
O rei de Inglaterra Eduardo I, retratado no filme "Braveheart", foi o primeiro soberano inglês a criar uma relação financeira sistemática com mercadores, nomeadamente com os italianos Ricciardi. Esta família financiava o trono em moldes que os autores consideram similar a "uma conta corrente moderna que incorpora mecanismos de dívida", o que permitia ao monarca financiar os exércitos e a construção de castelos. Os Ricciardi obtiam crédito junto de outros mercadores europeus, criando um sistema semelhante ao mercado interbancário.

No entanto, havia limitações. Cobrar juros por um empréstimo era proibido na época, sendo classificado pela Igreja como usura. Este entrave obrigava as partes envolvidas na concessão de crédito a fazer "contabilidade criativa" para ocultar que estavam a transgredir as regras religiosas.

A crise de 1294

Os Ricciardi começaram a financiar Eduardo I durante a década de 80 do século XIII, altura que os autores do estudo classificaram como sendo de acesso a dinheiro fácil e barato. Mas a bolha de crédito acabaria por rebentar.

Em 1294 o Papa, um dos maiores 'players' financeiros do mundo medieval, exigiu o retorno do valor dos empréstimos concedidos. Ao mesmo tempo rebentou uma guerra entre a França e a Inglaterra, com a Coroa gaulesa a aumentar de forma significativa os impostos aos mercadores. Estes factores criaram perturbações nos mercados de crédito, tornando o dinheiro mais caro e escasso. Para os investigadores, citados pela BBC, a situação "tem semelhanças notáveis com as dificuldades actuais, com a principal causa a ser a falta de liquidez no mercado monetário".

Assim, quando Eduardo I contava com a continuação do financiamento dos Ricciardi, a família italiana, que estava fortemente alavancada, não conseguiu dar resposta. Como medida de retaliação, o soberano inglês confiscou as propriedades dos Ricciardi em Inglaterra, precipitando a falência dos seus habituais financiadores.

A medida de Eduardo I saiu-lhe cara. O monarca teve de procurar créditos de curto prazo, com juros elevadíssimos, junto de outros mercadores. Chegou a ter de pagar uma taxa anualizada de 150%.

Questionados pela BBC sobre como Eduardo I teria lidado com a crise financeira actual, os autores do estudo sugeriram que, provavelmente, teria colocado os gestores dos bancos em prisão domiciliária, sem julgamento, até o governo conseguir recuperar o máximo possível dos seus activos.

O que Stiglitz quis dizer: a leitura também define o leitor


Paulo Pedro no seu blog Banco Corrido postou o texto onde comenta a entrevista de Joseph Stiglitz ao El País que mesmo sem a sua autorização nos atrevemos a transcrever.

Ainda não tinha lido a entrevista de Joseph Stiglitz ao El País e tinha-a recebido filtrada pelo que é notícia em Portugal, segundo a qual ele teria afirmado que se põe a hipótese de Portugal falir.

Como não o acho dado a estes catastrofismos nem a andar de braço dado com os movimentos especuladores, pareceu-me uma afirmação estranha. Tê-lo-ia dito no mesmo sentido em que eu tenho que pôr a hipótese de vir a ter um cancro fatal, embora não tenha indícios disso? Tê-lo-ia questionado a partir de alguma opção do Governo português que achasse reprovável?
Fui ler a entrevista que tem como título "O Euro pode desaparecer"e deparei-me com os parágrafos que transcrevo:

España, claro, está en esa tesitura. Y el Gobierno ha decidido subir el IVA en julio. "No hay solución fácil para España. Si no sube impuestos se expone a los ataques, pero es aún peor subirlos cuando la recuperación aún no ha llegado, porque puede provocar que el crecimiento se ralentice durante años, y eso no previene precisamente contra un futuro ataque especulativo", avisa. Si Grecia es Bear Stearns -el banco de inversión que fue rescatado-, la duda es quién puede ser Lehman Brothers, que quebró meses más tarde. ¿Tal vez España? "Quizá Portugal", dice Stiglitz. Y quizá la pieza sea aún mayor, "sobre todo si no aprendemos las lecciones de esta crisis y de las anteriores".

Stiglitz suele recurrir a la crisis asiática de los noventa como inspiración. Tailandia fue el primer gran país en caer. Los mercados apostaron entonces a que caería Indonesia: Indonesia cayó. Después pusieron en la diana a Corea: bingo. Hong Kong y Malaisia venían inmediatamente más tarde. "Esos dos países tomaron medidas y atacaron a quienes les atacaban: sufrieron, pero pudieron con los especuladores. Esa es la lección que debe aprender Europa. Y esa es la mayor decepción de esta crisis: no hay solidaridad".


Aqui os jornalistas leram que ele disse que Portugal pode falir. E disse. Eu leio que afirmou que a seguir ao ataque à Grécia haverá outros ataques a economias do Euro, talvez a nossa e que se o queremos impedir temos que combater os especuladores já e que garantir que o Euro se dota dos mecanismos de que não dispõe.

Talvez eu esteja a ler enviesadamente as notícias, mas não vejo que elas chamem minimamente a atenção para que o tal risco de falência de Portugal seja um risco de falência do Euro e não a resultante de um erro português. Sem este segundo elemento, a notícia transforma Stiglitz em companheiro de quem é adversário e faz do seu aviso para que a Europa mude de caminho um anúncio de que Portugal por sua culpa vai por caminho errado.

Talvez tudo se resuma a uma diferença de perspectivas, embora implique terapias radicalmente distintas. Os que pensam como Simon Johnson defenderão mais restrições orçamentais unilaterais de Portugal para combater a propensão dos governantes portugueses para o despesismo, os que pensam como Stiglitz defenderão mais solidariedade e concertação europeia para combater em conjunto a crise que a irresponsabilidade do sector financeiro gerou e para a qual estamos a ser arrastados.

A leitura também define o leitor. E preocupa-me ver pouca gente em Portugal, mesmo no centro-esquerda e na esquerda a pôr a tecla no sítio que me parece certo. Acho que estamos a interiorizar processos de culpabilização, como se querer modernizar o país economica e socialmente fosse uma aventura que Portugal não pode permitir-se.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho

O dia 28 de Abril é reconhecido desde há muitos anos e em muitos países, como uma data de relevo e importância para a prevenção de riscos profissionais. Originária na América do Norte, a efeméride foi reconhecida pela Organização Internacional do Trabalho e oficialmente instituída em Portugal através da Resolução da Assembleia da República nº 44/2001.







Partido da Sinceridade

"O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano." Isaac Newton


Excelentíssima Senhora Deputada Dona Inês de Medeiros,

Chère Madame,

O IRRITADO teve, aqui há umas semanas, o topete de escrever uma carta a Vossa Excelência sobre a importante matéria das viagens semanais de Vossa Excelência, em classe executiva, a Paris, luminosa quão merecida cidade de residência de Vossa Excelência.

Permite-se agora o cullot de voltar à augusta presença de Vossa Excelência.
Antes de mais, portanto (como diria o camarada Jerónimo), as mais humildes desculpas pelo atrevimento deste seu servo e amigo.Tem o IRRITADO seguido, com a admiração e a estima que, no fundo da alma, nutre por Vossa Excelência, as vicissitudes por que tem passado a história do ingente problema que a aflige: quem paga as viagens de Vossa Excelência a Paris?

Sim, Quem?Parece que ninguém!

Anda meio mundo preocupado com o assunto, sendo o mais aflito de todos Sua Excelência o Senhor Deputado José Lelo[i], mui Ilustre Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, entidade a quem, sem sombra de dúvida, caberá mandar pagar as viagens de Vossa Excelência.

Ora, como é sabido, o insigne cidadão tem várias dificuldades do tipo mental, coisa de que não terá culpa, uma vez que já nasceu assim. Daí que, por mais voltas que dê ao limitado bestunto com que foi brindado pela criação, não consegue encontrar o competente penduricalho orçamental onde caibam os 1.200 euros que custa cada viagem/semanal em executiva (luxo!) de Vossa Excelência.

Em que triste miserabilismo vive a Pátria do Senhor Dom João V!

Se Vossa Excelência andar por cá uns 10 meses por ano, teremos umas 45 viagens, o que, contas feitas, se cifrará nuns meros 54.000 euros, ou seja, em moeda antiga, uns míseros 10.826.028.000 réis.

Em 4 anos de mandato, a coisa não passará, como é evidente, de 43.304.112.000 réis, ou, em moeda republicana, 43.304 contos mais uns pós.Tem Vossa Excelência toda a razão quando, solene e superiormente, declara "não sei quem paga nem quanto custa".

Era o que faltava, Vossa Excelência preocupar-se com problemas destes, coisa para lelos e quejandos, gente de somenos. Vossa Excelência não sabe, nem tem que saber, o valor em jogo. "Nada disso passa por mim", declarou. Mais. Vossa Excelência, como é de timbre entre os socialistas, não se preocupa com o assunto.

"Escolhi uma (agência de viagens), e passei a marcar por essa: telefono e recebo os bilhetes". É assim mesmo! A altíssima dignidade de Vossa Excelência não permite, sequer, que erga o mimoso cul da poltrona para tratar de coisas menores.

Como é óbvio, alguém traz o bilhete, alguém há-de pagar, Vossa Excelência não desce a problemas de lelos. Viaja, e acabou-se. Muito bem!Teve o IRRITADO a desfaçatez, na sua anterior missiva, de suscitar a curiosidade de Vossa Excelência para o facto de haver cidadãos - ainda que, como é lógico, gente de qualidade inferior à sua - que fazem Lisboa/Paris/Lisboa por uns 150[ii] euros, no mesmo avião que Vossa Excelência utiliza, mas lá para trás, com o cul não tão à larga e sem champanhe nem refeição quente.

É certo que Vossa Excelência não tem que descer ao ponto de aceitar sugestões do IRRITADO. Não pode este, porém, deixar de, com todo o respeito, dizer que, se Vossa Excelência o fizesse, o Lelo gastaria 14,5 vezes menos do que vai acabar por gastar com as viagens de Vossa Excelência.

Tudo isto não passa, como é evidente, de fruto da mentalidade capitalista do IRRITADO, coisa incompatível com a majestática dignidade socialista de Vossa Excelência.

20.3.10 António Borges de Carvalho
________________________________________________
[i] Lelo - doido, vaidoso (Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora).
[ii] Algo me diz que Vossa Excelência, antes de subir ao altar doirado em que se encontra, viajava por 150 euros, como a plebe. Agora, já nem quer saber quanto custa, ou custava, a sandocha e o assento apertadinho. Pois faz Vossa Excelência muito bem! Socialisme oblige.

terça-feira, 27 de abril de 2010

“Chicoronho” na EB 2/3 de Armação de Pêra


Amanhã quarta-feira dia 28 Jorge de Kaluquembe, autor do livro “ Chicoronho” estará na Escola EB 2/3 de Armação de Pêra, pelas 14h 15m, para apresentar o seu romance histórico.

Não me tirem Armação de Pêra


TORQUATO DA LUZ

Tirem-me tudo: os dedos, os anéis,
a reserva de sonho e de quimera,
mas não sejam cruéis,
não me tirem Armação de Pêra.

Não me tirem o resto da infância
que sei ter deixado aqui
nem esta luz que à distância
me segue desde que parti.

Não me tirem o verde-azul do mar
nem os barquinhos balançando à espera
dos turistas que hão-de ir visitar
as furnas de Armação de Pêra.

Mas sobretudo não me tirem este sol
e a caldeirada do Serol.

DO SEU BLOG OFÍCIO DIÁRIO

Águia sacia a sede antes da deslocação ao Dragão....

Cobrador de promessas...


No texto que postamos em Novembro de 2009 apresentávamos para memória futura as promessas eleitorais com as quais o actual presidente de junta se fez reeleger.

Uma das promessas que faziam parte do seu programa eleitoral era o de diligenciar a instalação de um acesso wireless (Wi-Fi) à Internet.

Não conhecemos se este projecto estará já em andamento, mas seria a cereja sobre o bolo se tivesse sido inaugurado no dia 25 de Abril.

Pensamos que o poder local tem que reinventar os serviços que presta às populações e como é importante divulgar as boas práticas damos o exemplo de quatro freguesias de Guimarães que instalaram antenas e distribuem acesso gratuito à Internet. Com custos perfeitamente comportáveis poder-se-ia construir uma rede de acesso à net que garantiria o futuro a muitas crianças e jovens armacenenses.

Só é preciso vontade e alguma imaginação, será que existirá em Armação?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O nosso conhecimento da história

António Barreto

"As revoluções são sempre incompletas, sempre"



Crítico do estado do País, António Barreto diz que Abril permitiu que os portugueses ficassem "um pouco mais iguais". Uma entrevista ao DN em que fala de Portugal e da política, de Cavaco Silva, José Sócrates e também de Passos Coelho.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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