O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 23 de novembro de 2008

JULHO/AGOSTO: UM ESTALEIRO PELA CERTA!

Triste sina a de Armação, na época balnear de 2009

Apesar de previstas para Novembro, as tão ansiadas obras de requalificação urbana da frente-mar de Armação de Pêra, certo é que até ao dia de hoje, 22/11/08, as obras ainda não se iniciaram.

Para além de uns contentores plantados dentro do perímetro do Casino, nenhuns outros vestígios do inicio das obras se podem verificar.

Não será temerário afirmar que o inicio das obras não ocorrerá antes de chegado o mês de Dezembro.

Se se estenderem por oito meses, como foi anunciado pela C.M.S. e notificado aos comerciantes, e não ocorrerem quaisquer dilações no prazo – o que constituiria uma verdadeira excepção nas obras públicas - terminarão em 31 de Julho de 2009.

Porém, se se atrasarem pelo prazo mínimo de um mês, o que seria, em condições normais, um pequeno atraso, concluir-se-ão em 31 de Agosto.

Mesmo na mouche!

Quer terminem em 31 de Julho, na melhor das hipóteses, quer se concluam durante Agosto, na hipótese mais provável, as obras vão “atravessar” o período crucial do Verão, que é, como sabemos aquele que decorre entre 15 de Julho e 15 de Agosto.

A CMSilves, não poderia ter sido mais certeira, no prejuízo a causar à economia da Vila, em resultado do atraso no inicio dos trabalhos!

Inqualificável a negligência da CMS na gestão de interesses nevrálgicos desta Vila e da economia do concelho, principal contribuinte do Orçamento Municipal.

O que, afinal, constitui um lugar comum na administração do concelho!

Mas as consequências no contexto da economia nacional, a braços com a recessão internacional de cuja economia, em tanto, depende, constituem uma atitude de grave irresponsabilidade e evidenciam à exaustão as totais incapacidade e impreparação da actual administração do concelho para enfrentar os dias que, como todas as administrações mundiais receiam, podem vir por aí...

O que, afinal, não constitui uma novidade acerca da administração do concelho!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

2 Anos de CIDADANIA



Encontrando-se decorridos dois anos sobre a data do post inaugural - 21 de Novembro de 2006 - esta iniciativa que começou por ser uma intenção, constitui hoje uma pequena realidade local.
Uma realidade pela sua idade, pela regularidade crescente dos posts – 8 em 2006, 73 em 2007 e já 117 em 2008 – pelo número significativo de páginas ( cerca de 50.000) e diversidade dos visitantes (29.000).
Para aqueles que vêm neste Blog, um submarino de interesses inconfessados, podemos informar que até a nós surpreende a regularidade com que temos militado neste sítio, sem ter em vista satisfazer qualquer interesse egoístico !
E, sem termos esperado de facto grande participação da sociedade civil, a qual é no entanto inferior à esperada, quer na quantidade, quer sobretudo na qualidade, não sentimos pelo facto qualquer esmorecimento ou desmotivação.
Para frustração dos que nos abominam e estimulo para os que nos aprovam.
A qualquer desses grupos porém, o nosso obrigado, porque sem uns e outros não teríamos existência.

Para já, continuamos!...
Participar sistematicamente pode tornar-se tão estimulante quanto necessário!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O PSD E OS SEUS EXPOENTES FEMININOS

SOBRE A DRA ISABEL SOARES todos sabem o que pensamos acerca da sua total falta de perfil para assumir qualquer responsabilidade politica ao nível concelhio.



De Manuela Ferreira Leite, não sabem, porquanto nunca nos pronunciamos acerca da Senhora.

A SUA RECENTE “BOUTADE” porém justifica um pequeno comentário.

A apologia da terapia da suspensão do regime democrático, por seis meses, para curar os males nacionais, permitem-nos, para além da rejeição liminar e absoluta da cura proposta, desde logo por razões de principio, permitem-nos duas outras conclusões:

1ª Acreditamos que, ao “sair-lhe” o que saiu, a Senhora disse REALMENTE o que pensa, o que é grave e representativo da natureza do seu pensamento politico. Um ponto em comum com a nossa Presidenta.

2ª O que afirmou é igualmente evidência do facto de nunca ter REALMENTE assumido a presidência do segundo maior partido democrático português, e, muito menos, de ter ASSUMIDO que o seu partido, presentemente e com a sua liderança, possa constituir ALTERNATIVA válida ao partido do governo. Ponto onde diverge da nossa Presidenta pois mesmo sem qualificação politica para o cargo não deixa de se agarrar a ele “com unhas e dentes”.

Lamentável este episódio da novela triste que representa, em geral, a classe politica nacional, agora no feminino.

Saudosa é a recordação de uma mulher do PSD por cuja competência a mediocridade da classe politica nacional fez passar as passas do Algarve: Leonor Beleza!

sábado, 15 de novembro de 2008

PAGA O QUE DEVES!

Ou o manual de como tratar um Gigante como Anão, e minguar com ele!

Ser actor no palco desta economia é obra para gigantes!

Constou-se que o Governo decidiu pagar o que deve aos fornecedores do Estado. Dizem uns, bem intencionados, que se trata de uma atitude politica, com vista a minorar os efeitos da conjuntura económica internacional – a recessão – pela via da solução Keynesiana da despesa pública; dizem outros , mais cépticos, de que o anuncio é igual a tantos outros, visando mais o efeito propagandístico da promoção de uma ideia de eficácia governativa, a bem, quer do clima psicológico positivo, quer da reeleição de Sócrates, do que propriamente de uma intenção clara de efectivamente colocar, realmente, os 2.500 milhões de euros no mercado, em que importam os pagamentos em atraso do Estado aos seus fornecedores.

Quer tenham razão os primeiros, quer a tenham os segundos e sem prejuízo do resultado para a economia de estarmos perante um facto ou perante mais uma ilusão, uma realidade que se impõe e precede qualquer uma destas é a que é constituída pelo facto de termos um Estado cujo consumo é tão importante para a manutenção de tantas micro, pequenas, médias e grandes empresas por um lado e por outro, mesmo assim sendo, termos um Estado que, por ineficiência, mantêm todos aqueles agentes no mercado em estado de patente agonia, sôfregos pelo cumprimento das obrigações por parte do seu cliente dominante, de cuja ciclotimia dependem a sua estabilidade ou desespero em geral, e a vida ou a morte nalguns casos em particular.

A exiguidade desta economia é também caracterizada pela exiguidade da economia e capacidade de risco e empreendimento dos seus agentes mais destacados.

Na verdade, as elites económicas deste país, sempre muito mais sensibilizadas para conservar a sua riqueza, aumentando o seu volume à custa da pobreza dos seus concidadãos, do que para criar riqueza, nunca foi grande amiga do risco empresarial e do crescimento económico.

De facto, as elites económicas, grosso modo, continuam a dar um bom exemplo da sua natureza ancestral, proliferando a riqueza gerada pela especulação financeira e imobiliária, insuficientes continuam a ser – patentemente - os exemplos de investimento criador de riqueza, como exuberantemente os dados demonstram, (facto reconhecido expressamente pelo Engº Sócrates, quando referiu que, sem o Estado não iríamos lá…), não sendo menos certo que, por isso mesmo, o Estado tem de prosseguir decididamente a sua inevitável vocação de investidor.

O mesmo não se pode dizer das micro, pequenas e medias empresas nesta economia.

O panorama das outras (o grande numero) empresas portuguesas é exíguo, desprovido, na generalidade, de capitais próprios e vocacionadas, e mal, para o mercado doméstico – igualmente exíguo - insuficiente para satisfazer a manutenção saudável da oferta empresarial, nos moldes em que se encontra organizada e na especificadade da sua oferta.

A globalização só contribuiu para dobrar a finados o que a abertura à CEE já tinha começado.

A empresa portuguesa resistente, PME típica, reunindo a importância económica e social acima da média europeia, é “certificada” pelos dados do INE, reportados a 2003, os quais permitem concluir que o número de sociedades com mais de 250 trabalhadores é ínfimo: As PME’s representam, de acordo com aquele indicador, 99,73% do número de sociedades, responsáveis por 73,15% do volume do emprego e por 65,95% do volume de negócios do total nacional.

A qualquer nível dos patamares de decisão porém, como até ao nível dos mass média, a realidade das PME’s portuguesas, é relevada para a opacidade.

Os jornais económicos ou as secções económicas dos jornais generalistas dão aos seus leitores, quanto a nós, uma visão completamente distorcida da realidade da nossa economia.
As OPA’s ou equivalentes preenchem (preenchiam...) as páginas económicas como se se tratassem tais movimentações financeiras do essencial da nossa economia, imitando o jornalismo económico internacional, doutras economias, cuja competência e assertividade na análise da quota real da economia virtual, ficou bem patente com a crise financeira internacional.

Neste desnorte gerado pelas ilusões que concorrem com a realidade moldando-a cada vez mais, muitas das medidas tomadas pelos governos, parecem subentender que os seus destinatários são a média das grandes empresas nacionais, tão poucas e tão pouco significativas no contexto económico global, como no nacional.

Na verdade essas realidades, sobre as quais parecem assentar boa parte das medidas tomadas – em muito motivadas pela frenética contenção do défice orçamental - e na generalidade impostas para o exclusivo beneficio da eficiência fiscal, são dirigidas a entidades que não podem nem devem suportar os custos administrativos (cerca de 5% da sua facturação) da cobrança fiscal a que involuntariamente se encontram adstritas.

É patente, por conseguinte, que o modelo sobre o qual a Administração fiscal pondera, generaliza e impõe, é do das grandes empresas e para as grandes empresas, as quais reúnem um conjunto de meios que são absolutamente distintos da realidade económica e financeira dos das PME’s.

É também já comum, o Estado, ora em nome da diminuição da burocracia, ora visando exclusivamente retirar trabalho aos seus funcionários, transferir para os particulares um conjunto de actos que lhe eram tradicionalmente incumbidos, nem sempre justificadamente, ora dividindo com os particulares e empresas a burocracia e parte dos seus custos, agravando os custos de exploração destes, sem que se veja reduzida a despesa no orçamento daquele.

A gestão pública, nesta sede, é tão susceptível à desfocagem que as secções económicas dos jornais dão da economia real, como o público em geral aos pretensos ícones do “jet set” de meia tigela do jornalismo cor-de-rosa nacional.

Agora, em sentido contrário, vem, dizem os bem intencionados, a boa intenção do Estado de pagar o que deve aos seus fornecedores, como se tivesse entendido a importância – finalmente – das políticas que tenham como objectivo a manutenção e porque não o reforço das condições de sustentabilidade das PME, que é como dizer, da sustentabilidade desta economia.

Só que os cépticos acham que é sol de pouca dura, que o Estado não acredita firmemente nessa política, que se limita a “afinar o diapasão” pelo discurso europeu, que sabe muito bem o que diz (registe-se que, mesmo na Alemanha, as PME são responsáveis por mais de 60% do emprego), e que o diz sinceramente por conhecer bem da importância, não só ao nível do emprego e, naturalmente, da proporcional importância na sustentabilidade do sistema de segurança social, das PME para a sua economia e a da Europa.

Mais consideram que o Estado português, fá-lo sem interiorizar bem a importância deste paradigma, o que continuará a fazer no futuro.
O Estado, face ao estado estrutural da nossa economia, é sempre mais galvanizado por projectos que possam trazer resultados súbitos, ainda que só nos livros, de preferência antes do termo de cada legislatura.

Capazes, mesmo que aparentemente, desses feitos, só os grandes grupos, nacionais ou internacionais, dai que sejam os seus interlocutores priveligiados.

Entretanto um e outros (No caso do Estado: só uma empresa assumiu colocar-se na lista pública de credores do Estado. No caso das Grandes Empresas: é conhecido como a SONAE/Continente trata os seus fornecedores), tratam as PME, de forma arrogante e intimidatória, como de súbditos se tratassem e não de cidadãos.

Sem capitais próprios, num mercado exíguo e sujeitos herbívoros neste paradigma de carnívoros, as PME vivem atrás do dinheiro para manterem, pelo menos as vias respiratórias à tona de água, não lhes restando tempo para trabalhar, competir, inovar, enfim, construírem de vez o que mais falta faz à sustentabilidade desta economia, produção, eficiência e produtividade.

E, sendo aqueles que menos peso trazem ao Estado e seus principais contribuintes, gozam de facto de um poder incomensurável de GIGANTES, que o individualismo decorrente da interiorização de uma miséria ancestral, que a democracia, por si só, não saneou, converte na fragilidade de ANÕES.

Dos carnívoros não devem esperar contemplação, mas do Estado-dos-cidadãos, sem o sobrecarregar pela via da despesa pois não é esse o seu perfil, nem o seu percurso, bem podiam ter muito mais!
E, se aquele de mais não for capaz, ocupado que se encontra em sustentar privilégios de autênticas nomenclaturas, pelo menos que pague o que deve atempadamente, por hábito!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A minha cidade, o meu cão, e eu e os outros!


Os animais, cada vez mais reconhecidos como "humanoides" e tratados como tal, por virtude da sua susceptibilidade para a companhia, os afectos, a fidelidade, sem que com tais atributos percam a sua personalidade, são cada vez mais insubstituíveis no contexto de solidão para o que este sistema de desenvolvimento remete, inexoravelmente, o homem.
Ter animais é, por conseguinte, já quase uma necessidade! Porém, ter animais é também uma responsabilidade para com o próprio animal em primeiro lugar e para com os outros, os ditos racionais.
A higiene, ela própria, não é um exclusivo do homem, mas também daqueles que têm o homem como responsável. É o caso dos animais de companhia!
Outros municípios, como é o caso do de Almada, de entre outros, sensibiliza a população à higiene pública no que aos animais diz respeito, disponibilizando meios para o levantamento dos seus excrementos depositados na via pública.
Será um bom exemplo a seguir, por todas as razões de higiene e conforto públicos, acrescidas das razões especificas duma economia quase exclusivamente vocacionada para o turismo e dele absolutamente dependente, como é o caso de Armação de Pêra.
Uma sugestão que fica para a gestão autárquica, um dever que a mesma tarda a cumprir, um direito dos que usam a via pública, uma oportunidade de investir no futuro.

Entretanto, enquanto tal não sucede, é nosso dever cívico sensibilizar o público para algumas condutas desejáveis: Utilize a trela

Quando levar o seu cão a passear utilize a trela

Ensine o seu cão a utilizar a berma do passeio

Os cães tem necessidades naturais que necessitam de satisfazer.
Ensine-o desde pequeno a utilizar a berma do passeio: é a única forma de contribuir para a limpeza das ruas.

Deixe os passeios limpos

Se o seu cão defecou no passeio ou noutro local, limpe-o.
Muna-se de um saco de papel ou plástico estanque para apanhar as fezes.

Eduque o seu cão

Recompense o seu cão cada vez que ele faça as necessidades na berma do passeio, nem que seja com uma caricia.
Caso contrário é ineficaz corrigi-lo, isso não vai contribuir para que ele perca os maus hábitos.
Não deixe o seu cão ladrar ou morder aos outros cidadãos.

o Estima-se que em Armação de Pêra durante o Verão, para uma população flutuante de 50 000 habitantes, deverão existir 5.000 cães (1 cão por cada 10 habitantes)
o Segundo as mesmas estimativas os passeios da nossa Vila recebem cerca de 2 toneladas de fezes caninas por dia.
o As árvores e os espaços verdes, assim como a praia não são os WC dos nossos cães. Pense nas crianças e na higiene publica!
o Eduque para utilizar a berma do passeio
o Na maioria das cidades os dejectos caninos são considerados como infracções. Os donos dos cães que não respeitem os regulamentos podem ser penalizados.
o Coloque uma coleira no seu animal, com placa donde conste o seu nome e morada. Utilize sempre a trela!
o Coloque no seu cão um microchip com um número de identificação único no mundo, registado numa base de dados que tem o seu contacto.
o Atenção às mordidelas! Se considera que o seu cão pode morder alguém, não hesite em utilizar um açaime!

sábado, 8 de novembro de 2008

ISABEL PALLIN OU CARNEIRO OBAMA?

Tour de WASHINGTON a SILVES passando pelo resto do mundo com transbordo em LISBOA e sempre à margem de Fátima.

Um dia destes, atenta a crise despoletada pelo sub prime, e relativamente ao contexto em que aquela gota-de-água nos deixou à mercê das tempestades, referimo-nos à mudança que Obama poderia interpretar, na sua inevitabilidade e no sobre encargo para o projecto de mudança que tal crise representava para o futuro politico de Obama.
Barack Hussein Obama ultrapassou as expectativas relativamente ao resultado do acto eleitoral. Ninguém lhe pede que supere as expectativas que existem quanto à sua acção politica na presidência dos EEUU. De algum modo todos gostariam de ver num ápice a crise resolvida mas, sem que ninguém o diga, todos sabem que a superação desta crise não vai ser tarefa fácil e muito menos rápida. Obama, por seu turno, pode muito mas não pode tudo. Como a América, aliás.

Por cá, a recessão espreita e o Governo faz o que lhe parece mais apropriado, como os restantes governos europeus e outros. Para nós, tudo não passam de variações sobre o mesmo tema. Tanto quanto estamos certos de que dificilmente poderia ser de outro modo.

Estranhamente esperamos um 2009, na pior das hipóteses igual a 2008.
A redução do défice orçamental deixou de ser uma prioridade, com o consentimento das instâncias europeias; os fundos europeus que visam o apoio às pequenas e médias empresas; o investimento público (a obter financiamento) nas grandes obras à boa maneira Keynesiana; o aceleramento dos pagamentos do Estado aos credores (injecção de 2.500 milhões de euros no mercado); a redução acelerada da euribor; o apoio/garantias dos Estados à banca; outras politicas concertadas no sentido de enfrentar o fantasma da recessão económica, a que acresce, no caso português tratar-se de um ano de eleições, fazem-nos crer que dificilmente 2009 será pior que 2008 e que Keynes poderá voltar porque está perdoado!

Já sobre 2010, não arriscamos sequer uma especulação!
Menos ainda arriscamos falar sobre os próximos anos da vida do contribuinte europeu em geral e do português em particular!

A ciência económica apesar da sua crescente sofisticação (pelo menos na forma como os especialistas tratam as respectivas matérias) dificilmente pode abandonar a lógica mais rudimentar do DEVE e HAVER, da DESPESA e RECEITA.

Ora o que se vai gastando, para além da receita, com vista a amenizar os efeitos dos maus investimentos (e alguns crimes) da banca e por via da sua importância no e para o sistema ou em despesa pública para contenção da vertigem da recessão que espreita, terá de ser pago pela receita, que é como quem diz, no essencial, pelo contribuinte.

A esperança é que a dinamização da economia por via do investimento público venha a compensar as perdas dessa mesma economia, em resultado da crise financeira actual. Só que a crise da economia, pelo menos da nossa já tem quase 10 anos de vida, antecedeu em muito a crise financeira internacional e é produto de muitos outros défices, da competitividade, do investimento, da dimensão, da independência da nossa economia.

Facilmente se conclui que a terapia que foi encontrada para males tão profundos equivale a tratar um cancro com analgésicos, nos quais todos queremos acreditar como capazes de milagres.

Só que o departamento dos milagres é lá para Fátima e a Nossa Senhora não é Ministra da Economia ou Finanças!

Assim, apesar das “grandes batalhas da inovação” e do desenvolvimento do sec. XXI, tudo se continua a processar, aplicando velhas soluções quer a problemas velhos para o fim dos quais não se revelaram eficazes, quer aos problemas novos gerados pela associação dos problemas velhos em precipitação e auto desenvolvimento.

E uma mudança de paradigma que caracterize um sistema de desenvolvimento alternativo, não foi criado, nem sequer tentado, muito embora a actual crise financeira internacional seja evidência de quão podre este sistema se encontra e possa conduzir a que, a bem, se comece a reflectir seriamente sobre a sua inevitabilidade a mais curto prazo que se imagina, ou a mal, nada se fazendo, acreditando, como Alan Greenspan, que o mercado por si e a bondade dos seus agentes assegura um futuro de equilíbrio, felicidade e perpetuação do sistema, deixando-nos à mercê da exaustão que o modelo já prenuncia claramente.

Os países emergentes, optando por este mesmo modelo de desenvolvimento, repetem em marcha acelerada o caminho do progresso suicidário e satisfazendo necessidades prementes em sede de rendimento das suas sobrepopulações, tendem e nalguns casos até aceleram, para a exaustão global, sem terem contribuído para o modelo alternativo com poderia ser, teoricamente, esperado.


Porém as mudanças (verdadeiros cortes) como a que Obama já representou face ao período Bush, com a legitimidade que alcançou e no palco onde teve lugar e o que sustentavelmente se espera que ainda represente na economia e na politica americana e mundial e sobretudo na abertura à diferença, para além de poder criar condições sérias para novas abordagens à realidade tal como ela se apresenta, bem poderá catalizar novas abordagens para o futuro, mais heterodoxas face ao status quo, mas se calhar mais ortodoxas face ao homem, ao humanismo e à sua sustentabilidade em harmonia com os recursos, com o planeta e com todos os seus elementos.

CAINDO SUBITAMENTE na versão local, acerca da nossa politica concelhia, continuamos a crer que a multipolaridade que se espera de uma existência partilhada por vários países e múltiplas experiências sociais como é o caso do Obama, em oposição positiva a Bush, caracterizado pelo provincianismo de quem não conhecia o mundo que de algum modo assumia desdenhar até ser Presidente, tem paralelismo bastante com a leitura do concelho e sua gestão que é expectável de Carneiro Jacinto, em oposição positiva a Isabel Soares que se esgota neste microcosmo.

Não deixamos também de encontrar paralelismo entre alguma ignorância acerca dos conflitos mundiais e do papel da América nesse contexto evidenciada por Sara Pallin, apimentada pela sua arrogância, autoritarismo, caciquismo e conservadorismo provincianos, se os reduzissemos todos à expressão do nosso concelho face ao nosso Pais, com a pessoa da nossa Presidenta.

Naturalmente que este exercício de transformismo poderá ser forçado, mas que as comparações são legitimas e os paralelismos patentes, ninguém pode negar.

Com Isabel Soares podemos fundadamente esperar mais do mesmo, com Carneiro Jacinto podemos fundadamente esperar multipolaridade, abertura e mudança. Mesmo que não esperemos milagres! Pois esses, como já sabemos, são produzidos noutro departamento.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A LESMA, O CONTRIBUINTE EUROPEU E A UNIÃO COMERCIAL DE ARMAÇÃO DE PÊRA

O candidato a candidato Carneiro Jacinto tem andado por Armação de Pêra visando apoiar os comerciantes, face à verdadeira tempestade que se avizinha!

Que seja Benvindo!

Não podemos começar sem, de um ponto de vista, digamos que, macro-económico, nos regozijarmos pelo facto, uma vez que estas obras (sobretudo as infraestruturas respectivas) são estruturais para Armação de Pêra, são necessárias há muito, muito tempo, são merecidas há muito, muito tempo, em função da receita que a Vila gera, e do potencial turístico-económico da mesma, tudo isto por direito próprio, realizável com meios próprios face à dimensão da RECEITA e mesmo sem POLIS.

Não queremos, no entanto deixar de agradecer, empenhada e devotamente, aos contribuintes europeus, os meios que nos fazem chegar para acorrer a estas necessidades que ao caso concreto podemos apodar de primárias, uma vez que sem o seu esforço estaríamos conformados ao que realmente a CMSilves nos podia dar, o que vale o mesmo que dizer que seria NADA, E TUDO FICARIA NA MESMA, COMO A LESMA!

Que não venha portanto a nossa senhora presidenta alguma vez arrogar-se no mérito da obra, pois o que pode recolher em resultado da sua acção e responsabilidade directa é a responsabilidade no ATRASO NA REALIZAÇÃO DE OBRA URGENTE!

A Avenida Beira-Mar a ter um nome para a nova roupagem resultante das obras, só poderia ser: AVENIDA DO CONTRIBUINTE EUROPEU !!!!!

Apesar de já nauseados de tanto malhar na CMS e na sua primeira responsável, não nos dão as mesmas descanso, tantas são as omissões que caracterizam esta administração diletante.

Desta feita, vem uma notificação, em cima da hora como é timbre de qualquer relapso, para informar da inevitabilidade dos comerciantes em causa tudo alterarem nas suas vidas empresariais, atendendo ao inicio das obras estruturais que se irão iniciar nos primeiros dias de Novembro.

Assim! Sem mais!

Perdão! Finaliza a famigerada notificação por ALERTAR que assim que as obras adjacentes a cada estabelecimento estiverem concluídas, é HORA DE PAGAR O NOVO LICENCIAMENTO!
Isto é, em acto continuo, vence-se a obrigação de pagar o respectivo licenciamento!

É a velha estória do pato a disparar para o caçador!
Sucede é que da estória todos nos rimos, enquanto na realidade deste caso, todos nos revoltamos!

Brilhante exemplo de despudor – melhor – de total ausência da mais elementar noção de serviço e, pior que tudo, do dever de prestar serviço aos seus mandantes!

A coberto de algumas formalidades legais cumpridas, a população continua a não ser PERDIDA NEM ACHADA para aquilo que directamente lhe diz respeito!

Nem o seu representante – o Presidente da Junta de Freguesia – tem qualquer informação para prestar!

Até onde vai a verdadeira desconsideração democrática pela população, por parte desta gente poucochinha!

Há muito que pensamos, embora nunca o tivéssemos referido por aqui, que os comerciantes de Armação deveriam formar uma ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, a qual, eventualmente, poderia congregar os comerciantes de Alcantarilha e Pêra, ultrapassando-se de vez a visão que não alcança mais que o próprio umbigo, típica do individualismo filho de um quadro de miséria onde os nossos pais nasceram, mas que, em boa verdade e em termos relativos já não nos caracteriza hoje, ganhando dimensão e peso político para defesa dos legítimos interesses econômicos de quem trabalha e vê o resultado do seu suor malbaratado pela negligência, incompetência, obesidade, diletantismo ou voracidade fiscal por parte dos que nos governam local ou nacionalmente.

Sabemos como a nossa economia é exígua, os recursos naturais relativamente parcos e quanto a nós, o seu principal activo são as pessoas.

De entre estas, as empreendedoras, em qualquer domínio, são imprescindíveis ao desenvolvimento. E sucede que, segundo os dados do último Eurobarómetro, a vontade de trabalhar por conta própria dos portugueses é superior à média europeia que é de 45% e a daqueles 78%. Se se conjugarem estes indicadores com o peso que representa o emprego na despesa pública, que tanto deprime esta economia, poderíamos concluir, no plano lógico, que a concertação dos interesses em presença é possível, residindo nos timings respectivos o seu sucesso.

O tecido empresarial português, como de resto o europeu, é profundamente animado pelas micro, pequenas e médias empresas e o seu peso, nas mais diversas escalas, é, invariavelmente, esmagador.

As associações empresariais têm assim, para além das sinergias que a união permite no seu interesse e das suas actividades, a suprema função de aproximar a lei e a intervenção do Estado na economia das condições ideais de articulação de todos esses factores, no interesse geral.

A lei não é um fim em si mesma. É um instrumento das sociedades civilizadas e organizadas para, com exclusiva obediência aos princípios enformadores da constituição material de um Estado de Direito, regular, em beneficio da comunidade, os seus múltiplos interesses e altera-se as vezes que forem necessárias até o conseguir.

Todos os meios legítimos são por conseguinte desejáveis para aproximar o poder político dos cidadãos em geral e dos agentes económicos em particular, visando o aperfeiçoamento da acção do Estado e a melhoria das condições de desenvolvimento e consistência das actividades económicas e por ai, da imprescindível prestação das PME’s, em sede de economia e responsabilidade social.

Não é expectável que as PME’s de per si reúnam condições para o fazer!
Compete às associações desses múltiplos interesses constituírem-se como interlocutores válidos, o que só será possível atingir com percursos de responsabilidade, conhecimento, missão e credibilidade.

Ao Estado competirá construir com elas, ajustadamente, os quadros legais que se imponham. É para isso que ele existe!

Mas disto, a C.M.Silves e a sua Presidenta, jamais perceberão!

Disto o candidato a candidato sabe, porque tem obrigação de saber!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

QUADRO DE HONRA


SÓCRATES E A LIBERDADE,

por António Barreto in 'Publico'

EM CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1974, criou raízes entre nós a ideia de que qualquer forma de autoridade era fascista. Nem mais, nem menos. Um professor na escola exigia silêncio e cumprimento dos deveres? Fascista! Um engenheiro dava instruções precisas aos trabalhadores no estaleiro? Fascista! Um médico determinava procedimentos específicos no bloco operatório? Fascista! Até os pais que exerciam as suas funções educativas em casa eram tratados de fascistas.

Pode parecer caricatura, mas essas tontices tiveram uma vida longa e inspiraram decisões, legislação e comportamentos públicos.

Durante anos, sob a designação de diálogo democrático, a hesitação e o adiamento foram sendo cultivados, enquanto a autoridade ia sendo posta em causa. Na escola, muito especialmente, a autoridade do professor foi quase totalmente destruída.

EM TRAÇO GROSSO, esta moda tinha como princípio a liberdade. Os denunciadores dos 'fascistas' faziam-no por causa da liberdade. Os demolidores da autoridade agiam em nome da liberdade. Sabemos que isso era aparência: muitos condenavam a autoridade dos outros, nunca a sua própria; ou defendiam a sua liberdade, jamais a dos outros. Mas enfim, a liberdade foi o santo e a senha da nova sociedade e das novas culturas. Como é costume com os excessos, toda a gente deixou de prestar atenção aos que, uma vez por outra, apareciam a defender a liberdade ou a denunciar formas abusivas de autoridade. A tal ponto que os candidatos a déspota começaram a sentir que era fácil atentar, aqui e ali, contra a liberdade: a capacidade de reacção da população estava no mais baixo.

POR ISSO SINTO INCÓMODO em vir discutir, em 2008, a questão da liberdade. Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e tendências já mais do que simplesmente preocupantes. As causas desta evolução estão, umas, na vida internacional, outras na Europa, mas a maior parte residem no nosso país. Foram tomadas medidas e decisões que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se. A acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais e ilimitados. Por causa do fisco, do controlo pessoal e das despesas com a saúde, condiciona-se a vida de toda a população e tornam-se obrigatórios padrões de comportamento individual.

O CATÁLOGO É ENORME. De fora, chegam ameaças sem conta e que reduzem efectivamente as liberdades e os direitos dos indivíduos. A Al Qaeda, por exemplo, acaba de condicionar a vida de parte do continente africano, de uma organização europeia, de milhares de desportistas e de centenas de milhares de adeptos. Por causa das regulações do tráfego aéreo, as viagens de avião transformaram-se em rituais de humilhação e desconforto atentatórios da dignidade humana. Da União Europeia chegam, todos os dias, centenas de páginas de novas regulações e directivas que, sob a capa das melhores intenções do mundo, interferem com a vida privada e limitam as liberdades. Também da Europa nos veio esta extraordinária conspiração dos governos com o fim de evitar os referendos nacionais ao novo tratado da União.

MAS NEM É PRECISO IR LÁ FORA. A vida portuguesa oferece exemplos todos os dias.
A nova lei de controlo do tráfego telefónico permite escutar e guardar os dados técnicos (origem e destino) de todos os telefonemas durante pelo menos um ano. Os novos modelos de bilhete de identidade e de carta de condução, com acumulação de dados pessoais e registos históricos, são meios intrusivos. A vídeovigilância, sem limites de situações, de espaços e de tempo, é um claro abuso. A repressão e as represálias exercidas sobre funcionários são já publicamente conhecidas e geralmente temidas A politização dos serviços de informação e a sua dependência directa da Presidência do Conselho de Ministros revela as intenções e os apetites do Primeiro-ministro. A interdição de partidos com menos de 5.000 militantes inscritos e a necessidade de os partidos enviarem ao Estado a lista nominal dos seus membros é um acto de prepotência. A pesada mão do governo agiu na Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português com intuitos evidentes de submeter essas empresas e de, através delas, condicionar os capitalistas, obrigando-os a gestos amistosos. A retirada dos nomes dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de fundamentalismo intolerante. As interferências do governo nos serviços de rádio e televisão, públicos ou privados, assim como na 'comunicação social' em geral, sucedem-se. A legislação sobre a segurança alimentar e a actuação da ASAE ultrapassaram todos os limites imagináveis da decência e do respeito pelas pessoas. A lei contra o tabaco está destituída de qualquer equilíbrio e reduz a liberdade.

NÃO SEI SE SÓCRATES É FASCISTA. Não me parece, mas,sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu governo. O Primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas.

TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo...

António Barreto in 'Publico'

domingo, 26 de outubro de 2008

16 PROVAS DE PARANÓIA CONSUMISTA

Temos para nós e temos feito disso suficiente alarde neste sitio, que o sistema de desenvolvimento em que vivemos se encontra esgotado, quais calças do aniki bóbó que não aguentam mais remendos, por muito sofisticados que sejam os nomes que lhes dão.

Mais referimos a presente crise financeira e a económica, que esperamos não se avizinhe, são apenas manifestações de um sistema de desenvolvimento que – a ter sentido, que não tem – tende para o absurdo, por pretender atingir uma realidade contra natura!

Um bom exemplo do ridículo a que algumas condutas, que tendem a generalizar-se, atingem, é bem patente na utilização desenfreada que os Portugueses – realidade que naturalmente conhecemos melhor – fazem do telemóvel.

É certo que as operadoras promovem investimento, dão emprego (muitas vezes em condições deploráveis, como é o caso dos call centers respectivos), pagam impostos, dinamizam o mercado da publicidade e do marketing.
É claro que as tarifas que utilizam em Portugal foram apenas acauteladas pelo deus Mercado, o qual, sendo imperfeito em qualquer parte do mundo – como está demonstrado – em Portugal não passa mesmo uma entidade virtual, até há bem pouco tempo, quando o Secretário de Estado responsável pelos direitos dos consumidores decidiu intervir, colocando as operadoras tendencialmente no seu lugar, a bem da racionalidade dos preços ao consumidor.
É certo também que aquelas tem lucros avultados, uns mais socialmente úteis por que ficarão por cá (TMN ou Optimus), outros menos (Vodafone) por que são exportados para os países de origem do investimento, para mal da nossa balança comercial.

Igualmente certo é que, noutros países bem mais desenvolvidos e ricos, a utilização deste extraordinário meio de comunicação por parte dos consumidores é bem mais parcimoniosa e racional.

Deixamos um texto que um visitante do blog “apanhou” na internet, o qual é bem ilustrativo da paranóia em que andamos por cá, no que respeita aos telemóveis e outros que tais:



TU SABES QUE ESTÁS A FICAR LOUCO, EM PLENO SÉCULO XXI, QUANDO:


1. Envias um e-mail ou usas o GTalk para conversar com a pessoa que trabalha na mesa ao teu lado;

2. Usas o telemóvel na garagem de casa para pedir a alguém que te ajude a levar as compras;

3. Esquecendo o telemóvel em casa (coisa que não tinhas há 10 anos atrás), ficas apavorado e voltas para buscá-lo;

4. Levantas-te pela manhã e quase que ligas o computador antes de tomar o café;

5. Conheces o significado de tb, qd, cmg, mm, dps, k, ...;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda por cima ris sozinho...);

8. Dizes o nome da tua empresa quando atendes ao telefone em tua própria casa (ou até mesmo o telemóvel!!);

9. Digitas o '0' para telefonar desde tua casa;

10. Vai para o trabalho quando está a amanhecer, voltas para casa quando anoitece de novo;

11. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu coração que parou;

11. Estás a ler esta lista e a concordar com a cabeça e sorrir;

12. Estás a concordar tão interessado na leitura que nem reparaste que a lista não tem o número 9;

13. Retornaste à lista para verificar se era verdade que faltava o número 9 e nem viste que há dois números 11;

14. E AGORA ESTÁS A RIR DE TI MESMO!!!

15. Já estás a pensar para quem vais enviar esta mensagem;

16. Provavelmente agora vais clicar no botão 'Reencaminhar'... é a vida!...que mais poderias fazer?... foi o que eu fiz também!...


Feliz modernidade :-)

sábado, 18 de outubro de 2008

Saída para a Crise: A Fé no Sistema Financeiro!

Íamos nós começar por dizer que não tínhamos com este texto qualquer pretensão a sermos tidos como qualificados em matéria económica, quando demos conta de que aqueles que são tidos como tal pela generalidade dos ignorantes na matéria, não só estão na base do estado das coisas financeiras, como, como se isso não chegasse, do alto das suas cátedras, apresentam-se muito pouco capazes de serem categóricos relativamente a qualquer terapia para a grave crise financeira que atravessamos.

Afinal ou somos TODOS relativamente ignorantes ou relativamente competentes para falar de economia.

Do alto das suas cátedras referem a natureza de filigrana do sistema financeiro mundial, da sua extrema fragilidade e de, carecer, para funcionar perfeitamente da harmonia de um relógio suíço!

O sistema financeiro a Confiança, a Fé, o Jogo e o Vício


António Borges, um professor e economista de renome, explicava-nos no Expresso que o sistema financeiro internacional conjuga duas características, qual delas a mais explosiva, por um lado, é de uma fragilidade de cristal e por outro de uma complexidade de filigrana. Enfim uma filigrana de cristal!
Por outro lado falou em inovação e da forma como a inovação em produtos financeiros é fundamental ao desenvolvimento e, numa palavra: à “ampliação” da riqueza, nesta economia do Sec. XXI.
Quanto a nós ao desenvolvimento de uma riqueza virtual, sem correspondência na economia real. Dai o verdadeiro problema.
Que grau de confiança conseguiu atingir esta Banca no mercado? Afinal, pugnando pela absoluta necessidade de confiança no sistema financeiro que vai nu, elevada a N, uma vez que a sua natureza, hoje em dia, é a de uma filigrana de cristal, não constitui um verdadeiro reconhecimento de que devemos ou temos de ter confiança mesmo sem o sistema financeiro ser digno de confiança?
Em boa verdade está aquele ilustre Professor e tantos outros que afinam pelo mesmo diapasão, mais a falar de FÉ do que de confiança!
Curiosamente, a sofisticação do sistema financeiro atribuída à modernidade que o Sec. XXI exige, pelo que ficou demonstrado, mais não passa de que uma via muito antiga de obter (?) rendimento: O JOGO! E dai que lhe chamem justamente de Capitalismo de Casino!

A sucessiva intermediação financeira, qualquer tenha sido o crédito concedido prime ou sub prime, existiu e a Banca que o concedeu ganhou com isso. E para continuar a ganhar com isso arriscou o que podia e o que não podia até ficar exaurida de fundos e crédito em verdadeiro estado de insolvência!
É como se a banca (do casino) tivesse perdido a cabeça e entrado no próprio jogo como um vulgar viciado!

Conclusões elementares mas cristalinas

Com competência em matéria económica ou com falta dela, atenta a relatividade da mesma face ao resultado que se encontra à vista, tornam-se imperativas algumas conclusões de uma pureza cristalina:

1.- Se um sujeito ou um grupo de sujeitos engendrassem um esquema semelhante em pequena escala para obterem proveito ilegitimo, seriam muito naturalmente acusados e condenados por burla e associação criminosa o que não vai suceder porque a associação é de um sem numero de sujeitos e instituições que se torna, na prática, impossível condenar esta larga quantidade de gente.

2.- Mais curioso ainda é o facto de, entre outras razões, não vir a acontecer por constituir uma ameaça à saúde e estabilidade do próprio sistema financeiro, que ameaçaram letalmente.

3.- A fragilidade do sistema financeiro é enorme e excede largamente o grau elementar de segurança que as instituições financeiras deveriam estar obrigadas para poderem operar livremente e acima de qualquer suspeita com o dinheiro dos outros.

4.- Os economistas são, comprovadamente, perigosos e devem ser tidos como tal!

5.- As instituições financeiras não são, por principio, pessoas de bem nem se deve subentender que, no âmbito da sua actividade, usam dos critérios de gestão e prudência de bons pais de família, pelo que não devem gozar generalizadamente desse estatuto/conceito, como aconteceu até há bem pouco tempo.

6.- Enquanto não se puser, decididamente, este sistema de desenvolvimento em causa, o sistema financeiro e a sua regulação, têm de ser sujeitos a UMA TERAPIA DE CHOQUE que os reveja profundamente e adapte à necessária estabilidade e segurança das poupanças dos depositantes, designadamente mediante avaliação prévia aos produtos financeiros comercializados, como se de MEDICAMENTOS se tratassem!

Correndo atrás do prejuízo

Os contribuintes, entretanto, vêem-se na conformidade de ter de socorrer o seu agressor (o sistema financeiro), sob pena de se verem confrontados com a economia real e a simplicidade da sua elementaridade, para a qual não se encontram preparados, destinatários privilegiados que têm sido de algumas das virtualidades da economia virtual.
Sucede é que os contribuintes, que sustentam o Estado Social, dificilmente podem, em simultâneo, ocuparem-se da doença e da cura.

O Estado providência, suado de estopinhas, com esta crise (que é só mais uma das suas doenças), corre o risco sério de colapsar, e resista ou não às maleitas de que padece, agora acrescidas, é um modelo – à falta de outro melhor - que não podemos perder de vista, o qual deve constituir o Norte no emaranhado deste atoleiro.
Quer subsista como mera referencia de um paradigma ensaiado mas perdido, quer se mantenha adaptado ao possível com amputações mais ou menos profundas no essencial da sua bondade, vai ter que se repensar profundamente, sobretudo na vertente das excrescências que gerou ao ponto de o intoxicarem até ao estado de
moribundo.

A presente crise constitui por conseguinte e antes de outras consequências com que esperamos não ter de lidar, uma ameaça ao Estado Providência, mas também uma oportunidade para repensar o sistema de desenvolvimento em que, mais ou menos activamente, nos encontramos todos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um Filme de Terror pela via do Humor Britânico

A origem da crise financeira mundial gerada pelo crédito hipotecário conhecido pelo sub prime, encontra-se descrita de forma nua e crua nesta entrevista, a qual constituiria uma verdadeira obra-prima do humor britânico, não fosse tratar-se de um verdadeiro filme de terror!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

TEMPOS DE MUDANÇA!

No contexto da presente situação financeira internacional o nosso Ministro da Economia anunciou recentemente qualquer coisa como o fim da era da prosperidade.

Por um lado, no desconhecimento sobre a sua real competência e condições para levar por diante as suas atribuições e por outro no conhecimento da complexidade da economia nos dias que correm, não podemos deixar de ter de agradecer a crueza dos seus vários, embora sibilinos, avisos à navegação.

Este ultimo a que nos referimos – o fim da era da prosperidade – porém, não pode deixar de merecer outros comentários.

Na verdade, em nosso entender estamos e há muito, a presenciar, não ao fim de uma era, mas ao fim de um episódio, requentado, de um sistema de desenvolvimento caduco, esgotado, mas reinventado permanentemente na mira de uma sobrevivência, nos mesmos moldes, de impossível realização, apesar dos esforços de branqueamento dos imaginosos maquilhadores militantes.

Diríamos que as calças do Aniki Bóbó já não suportam mais remendos! Estão de tal sorte puídas que a sua estrutura original não aguenta mais, as soluções antigas.

E foi realmente uma solução nova aquela que representou a intervenção do Estado Americano na sua economia, injectando-lhe 700 mil milhões de dólares, em socorro das grandes instituições financeiras privadas, contra toda a sua doutrina liberal e práticas ancestrais coerentes com a mesma.

A este facto absolutamente inédito, alguns imputaram a responsabilidade de ter posto fim ao capitalismo, pelo menos na pureza do entendimento que os americanos perfilhavam.

O que conduziu a este atoleiro será certamente de complexidade bastante para nos deixar a todos de boca aberta.
Mas, certamente, mais a uns que a outros!
Uns dos boquiabertos foram os que acreditaram que as entidades reguladoras estavam lá para isso mesmo, para zelar pelo cumprimento das regras, pela materialidade dos produtos e das operações, pelo interesse público em suma.
Outros, menos boquiabertos, foram aqueles que estando no poder ou nas suas imediações, quer do Estado quer das próprias instituições, financeiras ou reguladoras, de há muito desenvolvendo uma actividade cúmplice com a natureza virtual desta economia e com os ganhos absurdos, desadequados e tantas vezes criminosos conheciam a inconsistência gelatinosa deste verdadeiro jogo do empurra.

A tudo isto foi assistindo uma classe politica estereotipada que se habituou a administrar a coisa publica com a irresponsabilidade de quem gere levianamente bens alheios e a autoridade e prepotência de quem é proprietário, em propriedade vertical.
Mal vão portanto quer o sistema de desenvolvimento a que aportámos, quer aqueles que escolhemos para o vigiar!
Sendo que estes são necessariamente os responsáveis por aquele!

A crise é, assim, antes de mais, politica!

Se a questão financeira internacional não é de somenos, atentas as suas reais e sobretudo as potenciais consequências, a focalização dos cidadãos deve, quanto antes, centrar-se – se pretendermos alterar alguma coisa de essencial – quer na busca de um outro sistema de desenvolvimento, quer, sobretudo, na eleição de uma classe politica que leal, democrática e determinadamente se empenhe nessa busca.

Ainda no caso americano, o slogan CHANGE (mudança) adoptado por Barack Obama, pareceu-nos interessante e provavelmente será eficaz, do ponto de vista do marketing politico, mas, honestamente, cremos que, quando foi criado, não comportava muito mais que isso. Tivemos mesmo total dificuldade em descortinar uma ideia que fosse, nas poucas vezes que o ouvimos... mas, como conhecemos todos bem, o seu oposto, a ideia de mudança vingou aparentemente não pelos novos caminhos que exibia, mas sobretudo pelos caminhos que, implicitamente, prometia abandonar.

Hoje, porém, aquele conceito, é capaz de ter ganho alguma consistência, face à crise financeira e às associadas crises do sistema e de valores e a mudança que se exigirá a Barack Obama uma vez eleito, ultrapassará em muito o mais que ele terá alguma vez imaginado.
Será pouco para quem espera muito e muito para quem espera pouco!

Rodando o periscópio a 180º graus, no caso da nossa micro realidade concelhia, a mudança impõe-se, curiosamente, com, relativamente idêntica, premência.

Por um lado, por todas as razões decorrentes do facto de não nos poder ser indiferente o rumo da economia global, face à dependência que temos da mesma em geral e muito particularmente no Algarve que tem no turismo a sua actividade económica principal.
Quer, sobretudo, por outro lado, por termos no poder politico uma representante daquela classe politica estereotipada, na versão autárquica, absolutamente incapaz de um qualquer rasgo ou visão alternativa ao ramerrame da pequena politica politiqueira que conduza ao poder, o qual constitui, nesta perspectiva, um fim em si mesmo e não um meio para implementar politicas.

Da sua prestação resulta essencialmente a pouca competência para atribuições de gestão e administração elementares, mesmo no quadro deste modelo de desenvolvimento.
Estão ai os casos de incapacidade absoluta para a gestão do lixo, do território, como no caso de Vale Fuzeiros, dos recursos europeus, pelo não aproveitamento ou mau aproveitamento dos fundos, do orçamento municipal, pela desastrosa situação financeira que motivou, do urbanismo, de que é paradigmático o caso de Armação de Pêra e da sua própria credibilidade enquanto cidadã-eleita, como constituem exemplos os verdadeiros escândalos em que se deixou enredar.

Não há duvida portanto que a mudança se impõe em Silves, e, com slogan eficaz ou não, quem se candidatou a protagonizá-la foi o cidadão Carneiro Jacinto!

Dele ainda não conhecemos tantas ideias quanto gostaríamos e urge que as dê a conhecer aos cidadãos-eleitores do concelho. Conhecemos bem porém, o verdadeiro deserto que temos e a sua total impreparação para lidar com as responsabilidades do poder, tal como hoje em dia devem ser entendidas.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve