Tour de WASHINGTON a SILVES passando pelo resto do mundo com transbordo em LISBOA e sempre à margem de Fátima.
Um dia destes, atenta a crise despoletada pelo sub prime, e relativamente ao contexto em que aquela gota-de-água nos deixou à mercê das tempestades, referimo-nos à mudança que Obama poderia interpretar, na sua inevitabilidade e no sobre encargo para o projecto de mudança que tal crise representava para o futuro politico de Obama.
Barack Hussein Obama ultrapassou as expectativas relativamente ao resultado do acto eleitoral. Ninguém lhe pede que supere as expectativas que existem quanto à sua acção politica na presidência dos EEUU. De algum modo todos gostariam de ver num ápice a crise resolvida mas, sem que ninguém o diga, todos sabem que a superação desta crise não vai ser tarefa fácil e muito menos rápida. Obama, por seu turno, pode muito mas não pode tudo. Como a América, aliás.
Por cá, a recessão espreita e o Governo faz o que lhe parece mais apropriado, como os restantes governos europeus e outros. Para nós, tudo não passam de variações sobre o mesmo tema. Tanto quanto estamos certos de que dificilmente poderia ser de outro modo.
Estranhamente esperamos um 2009, na pior das hipóteses igual a 2008.
A redução do défice orçamental deixou de ser uma prioridade, com o consentimento das instâncias europeias; os fundos europeus que visam o apoio às pequenas e médias empresas; o investimento público (a obter financiamento) nas grandes obras à boa maneira Keynesiana; o aceleramento dos pagamentos do Estado aos credores (injecção de 2.500 milhões de euros no mercado); a redução acelerada da euribor; o apoio/garantias dos Estados à banca; outras politicas concertadas no sentido de enfrentar o fantasma da recessão económica, a que acresce, no caso português tratar-se de um ano de eleições, fazem-nos crer que dificilmente 2009 será pior que 2008 e que Keynes poderá voltar porque está perdoado!
Já sobre 2010, não arriscamos sequer uma especulação!
Menos ainda arriscamos falar sobre os próximos anos da vida do contribuinte europeu em geral e do português em particular!
A ciência económica apesar da sua crescente sofisticação (pelo menos na forma como os especialistas tratam as respectivas matérias) dificilmente pode abandonar a lógica mais rudimentar do DEVE e HAVER, da DESPESA e RECEITA.
Ora o que se vai gastando, para além da receita, com vista a amenizar os efeitos dos maus investimentos (e alguns crimes) da banca e por via da sua importância no e para o sistema ou em despesa pública para contenção da vertigem da recessão que espreita, terá de ser pago pela receita, que é como quem diz, no essencial, pelo contribuinte.
A esperança é que a dinamização da economia por via do investimento público venha a compensar as perdas dessa mesma economia, em resultado da crise financeira actual. Só que a crise da economia, pelo menos da nossa já tem quase 10 anos de vida, antecedeu em muito a crise financeira internacional e é produto de muitos outros défices, da competitividade, do investimento, da dimensão, da independência da nossa economia.
Facilmente se conclui que a terapia que foi encontrada para males tão profundos equivale a tratar um cancro com analgésicos, nos quais todos queremos acreditar como capazes de milagres.
Só que o departamento dos milagres é lá para Fátima e a Nossa Senhora não é Ministra da Economia ou Finanças!
Assim, apesar das “grandes batalhas da inovação” e do desenvolvimento do sec. XXI, tudo se continua a processar, aplicando velhas soluções quer a problemas velhos para o fim dos quais não se revelaram eficazes, quer aos problemas novos gerados pela associação dos problemas velhos em precipitação e auto desenvolvimento.
E uma mudança de paradigma que caracterize um sistema de desenvolvimento alternativo, não foi criado, nem sequer tentado, muito embora a actual crise financeira internacional seja evidência de quão podre este sistema se encontra e possa conduzir a que, a bem, se comece a reflectir seriamente sobre a sua inevitabilidade a mais curto prazo que se imagina, ou a mal, nada se fazendo, acreditando, como Alan Greenspan, que o mercado por si e a bondade dos seus agentes assegura um futuro de equilíbrio, felicidade e perpetuação do sistema, deixando-nos à mercê da exaustão que o modelo já prenuncia claramente.
Os países emergentes, optando por este mesmo modelo de desenvolvimento, repetem em marcha acelerada o caminho do progresso suicidário e satisfazendo necessidades prementes em sede de rendimento das suas sobrepopulações, tendem e nalguns casos até aceleram, para a exaustão global, sem terem contribuído para o modelo alternativo com poderia ser, teoricamente, esperado.
Porém as mudanças (verdadeiros cortes) como a que Obama já representou face ao período Bush, com a legitimidade que alcançou e no palco onde teve lugar e o que sustentavelmente se espera que ainda represente na economia e na politica americana e mundial e sobretudo na abertura à diferença, para além de poder criar condições sérias para novas abordagens à realidade tal como ela se apresenta, bem poderá catalizar novas abordagens para o futuro, mais heterodoxas face ao status quo, mas se calhar mais ortodoxas face ao homem, ao humanismo e à sua sustentabilidade em harmonia com os recursos, com o planeta e com todos os seus elementos.
CAINDO SUBITAMENTE na versão local, acerca da nossa politica concelhia, continuamos a crer que a multipolaridade que se espera de uma existência partilhada por vários países e múltiplas experiências sociais como é o caso do Obama, em oposição positiva a Bush, caracterizado pelo provincianismo de quem não conhecia o mundo que de algum modo assumia desdenhar até ser Presidente, tem paralelismo bastante com a leitura do concelho e sua gestão que é expectável de Carneiro Jacinto, em oposição positiva a Isabel Soares que se esgota neste microcosmo.
Não deixamos também de encontrar paralelismo entre alguma ignorância acerca dos conflitos mundiais e do papel da América nesse contexto evidenciada por Sara Pallin, apimentada pela sua arrogância, autoritarismo, caciquismo e conservadorismo provincianos, se os reduzissemos todos à expressão do nosso concelho face ao nosso Pais, com a pessoa da nossa Presidenta.
Naturalmente que este exercício de transformismo poderá ser forçado, mas que as comparações são legitimas e os paralelismos patentes, ninguém pode negar.
Com Isabel Soares podemos fundadamente esperar mais do mesmo, com Carneiro Jacinto podemos fundadamente esperar multipolaridade, abertura e mudança. Mesmo que não esperemos milagres! Pois esses, como já sabemos, são produzidos noutro departamento.
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 8 de novembro de 2008
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10 comentários:
A Nossa Senhora de Fátima permita que vocês tenham razão, que o 2009 não seja pior que o 2008. Por este andar se tudo continuar a piorar a esta velocidade vamos todos à falência.
Esperar multipolaridade, abertura e mudança do Carneiro Jacinto!
AH! AH! AH!
Nem com todas as agências de Marketing político a trabalhar para ele conseguiam convencer os eleitores de Silves a votar nele.
Convençam-se ele não vai chegar às eleições, não vai passar do candidato a candidato.
E essa do compararem com o Obama só dá para rir.
"com Carneiro Jacinto podemos fundadamente esperar multipolaridade, abertura e mudança".
Já agora, importa-se de fundamentar?
Ou trata-se de uma questão de fé?
Ora, bolas!
A sua ligação ao Concelho é ancestral mas não tem vivido da dinâmica social ou económica do concelho. Está por conseguinte suficientemente fora das capelinhas o que lhe permite maior independencia.
Esteve quer como jornalista quer como porta voz do M.Soares e mais tarde do F. Amaral, ligado a um mundo que excede em muito a realidade local, o que lhe permitiu um alargamento de vistas que ultrapassa o concelho.
Se o Soares aceitou-o para trabalhar consigo e F. Amaral, na fase da sua evolução politica, em que o convidou, fazem presumir ser uma pessoa com boa formação, competência e dedicação, em ritmo acelerado como é tipico daqueles cargos.
Cargos para gente aberta que está preparada para lidar com a diferença.
Mudança por tudo isto. Não está suficientemente provincianisado, mas mais universalizado, para ser igual ao que temos tido.
Vejam o que o Gordon Brown está a fazer: Despesa pública à la gardere e baixa dos impostos.
Uma injecção de vitalidade na economia para agitar e por o sistema em marcha.
Depois? Depois logo se vê. Isto não pode é Parar.
O comentário de zé da praia é bastante pertinente eu faço a mesma pergunta que mudança e que abertura traria o Sr carneiro jacinto.
As pessoas ainda se recordam do que era este concelho antes da Dr. Isabel Soares e o que ele é ele hoje.
Não está ainda terminado o seu terceiro mandato mas reparem bem nas obras que foram feitas não só aqui em Armação de Pêra mas por todo o concelho.
Aparece uma personagem caído não se sabe donde, tal como um santo milagreiro que para tudo tem solução e tudo promete.
Ao que consta nem tem o apoio de quem manda no PS.E até se compara com o presidente eleito da América uma caricatura destas só nos podia calhar a nós.
Oh Adelina tem juizo mulher.
A tua Isabelinha é tudo aquilo que não queremos.Tudo o que não precisamos.Tudo o que é passado de má gestão.
Alto lá, D. Adelina!
Eu não quero o Carneiro, mas tão-pouco a Isabel, que já deu o que tinha a dar, isto é, nada de jeito.
Vamos virar a página?
Merecemos melhor do que esta gentinha.
Sufocamento foi a causa da morte
O relatório da autópsia ao corpo de Osmar Pinto Oliveira, o brasileiro de 35 anos encontrado morto, com a cabeça enterrada na areia, na praia de Armação de Pêra, no passado dia 2, conclui ter sido sufocamento a causa principal da morte.
Isso mesmo foi ontem revelado ao CM pelo irmão da vítima, Divino, que referiu ainda ter sido detectado no cadáver de Osmar um traumatismo craniano e múltiplas lesões, resultantes de espancamento, ao que tudo indica, por parte de vários agressores.
O velório ao corpo de Osmar começou ontem à tarde, pelas 16h00, na Casa Mortuária de Armação de Pêra, de onde sai hoje, às 08h30, em direcção a Ferreira do Alentejo, onde será cremado cerca das 14h00. Entre os muitos familiares e amigos da vítima encontrava-se o filho, de 14 anos, e a ex-mulher, actualmente a residir em Évora. Antes de se dirigirem ao velório, visitaram ambos o local onde o corpo da vítima foi encontrado.
Devido ao estado em que o cadáver se encontra, a urna foi aberta e imediatamente fechada. "Eu não o vi, ele não está em condições de ser visto. Machucaram muito o rosto dele", referiu Divino, que vai levar as cinzas do irmão para Alvarenga, Minas Gerais, no Brasil, a sua terra natal. "Ainda não tenho data marcada, pois, devido às investigações, nem sequer sei se posso ir. Mas, se for possível, tenciono ir em Março ou mesmo antes", observou, apelando à Justiça portuguesa para que "não esqueça" o crime e "encontre os culpados".
A Polícia Judiciária, a quem compete a investigação do homicídio de Osmar, tem mantido silêncio sobre o caso. Nos primeiros dias inquiriu amigos e familiares da vítima, de forma a estabelecer os seus movimentos na noite do crime. Osmar terá feito uma noitada e tinha em seu poder duas facas. Foram já ouvidos quatro portugueses, com cerca de 20 anos, que terão assumido uma agressão ao brasileiro, uma semana antes.
Não se entende porque é que os culpados ainda continuam à solta?
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