O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 11 de março de 2016

A frugalidade do multimilionário dono do IKEA e a pedagogia do seu exemplo!



Ingvar Kamprad, o multimilionário que fundou a Ikea, conhecida multinacional sueca de venda de mobiliário e acessórios de decoração, só compra roupa na feira da ladra e em segunda mão. A revelação foi feita pelo próprio num documentário que será emitido na televisão sueca, conta o jornal britânico The Guardian.

Kamprad, que faz 90 anos no próximo dia 30 de março, será dono de uma fortuna estimada em 65,5 mil milhões de euros, segundo relatos recentes da imprensa sueca, e foi considerado pela Forbes a quarta pessoa mais rica do mundo em 2006. No entanto, e conforme recorda o Guardian, os seus gastos parcimoniosos têm chegado várias vezes às páginas dos jornais. O estilo de vida austero que tanto lhe agrada está plasmado no código de conduta da empresa que fundou: a "Bíblia da Ikea", como é conhecida, decreta que "desperdiçar recursos é um pecado mortal" e um dos maiores males da humanidade.

De origens humildes, Kamprad garante que é da natureza dos habitantes de Smaland, a região sueca onde nasceu, ter um comportamento frugal, e no documentário que será exibido pela TV4 da Suécia garante que foi mesmo essa avareza que lhe permitiu fazer da Ikea uma das marcas mais conhecidas em todo o mundo. O Dagens Industri, um diário de Estocolmo que teve acesso ao documentário em questão, avança mesmo uma citação do multimilionário, referindo-se à sua indumentária: "Julgo que não estou a usar nada que não tenha sido comprado numa feira da ladra. Significa que quero dar um bom exemplo", sublinha.

No documentário, sabe-se ainda que Kamprad frequenta o mercado local de Älmhult, onde fica a sede da Ikea (o nome da empresa é um acrónimo das iniciais do seu nome, Ingvar Kamprad, juntas com
Elmtaryd, a quinta onde cresceu, e Agunnaryd, a sua terra natal). É lá que se abastece e faz questão de comprar os iogurtes que estão quase no limite do prazo de validade - e por isso mais baratos. A sua filosofia contra o desperdício leva-o a poupar mesmo no barbeiro: desde que, na Holanda, pagou 22 euros por um corte de cabelo, prefere tratar da sua imagem quando viaja, sobretudo para países em desenvolvimento. "A última vez foi no Vietname", admite.

Até há pouco tempo, o fundador da Ikea conduzia um Volvo 240 de 1993, que só abandonou porque a idade obrigou-o a deixar de se sentar ao volante. Já quando viaja de avião, prefere a classe turística e privilegia sempre os transportes públicos. Chegaram a recusar-lhe a entrega de um prémio porque o viram chegar de autocarro e duvidaram da sua identidade.
Sempre à procura de cortes nos gastos, em 1973, Kamprad saiu da Suécia para a Dinamarca, onde conseguiu obter impostos mais baixos para a Ikea, e foi o mesmo motivo que o levou a mudar-se para a Suíça anos depois.

Só em 2010 o multimilionário começou a retirar-se progressivamente da administração da Ikea e da fundação que constituiu em nome familiar para administrar a cadeia de lojas - que tem sede no Luxemburgo, conhecido como o paraíso fiscal da Europa: entregou a direção aos filhos - tem quatro - e regressou definitivamente à Suécia em 2014, depois da morte da mulher.

in DN de 10 de Março 2016

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