O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Os ajustes directos revistos e actualizados para YESMAN ver...
ou a saga dos descamisados na ponta da espada dos Barbarossa deste concelho


O erudito Captain Barbosso fez um comentário ao ultimo post, levantando a questão do manifesto erro constante da ultima frase do texto, quanto a ajustes directos. De facto o milhão de euros de limite anual para um fornecedor é exclusivo das empreitadas. No fornecimento e aquisição de bens e serviços que um tractor constituiria, o limite efectivamente é de € 206.000,00, contrariamente ao que o snr. Captain Barbosso pretende ensinar.
Não somos juristas, como parece ser o Captain Barbossa, sendo por conseguinte possível o erro quando navegamos por águas, para nós, turvas..., no entanto, como sabemos ler ainda nos podemos dar ao luxo de corrigir alguns aprendizes de feiticeiro.
Porém, adeptos solidários com os Cantinflas da história, lamentamos que o Captain, provavelmente “marinheiro de água doce” tenha posto a tónica na sua erudição jurídica, de duvidosa actualidade, desprezando o essencial que é o teor politico do assunto, o qual, provavelmente fere a sua Dama.
Teor politico este que consistiu em evidenciar o verdadeiro DESERTO POLITICO em que o poder concelhio se move, absolutamente alheio ao essencial dos seus atributos e competências, perdido pelos corredores do poderzinho dos tiranetes.
Talvez não saiba que a proposta aquisição de um tractor consistia num dispêndio de €11.000,00, já que se sugeriu a compra de um tractor, para não destoar, usado, desde que existisse a retoma do existente.
O problema principal, contrariamente ao que o esclarecido Captain pensa, antes de ser de dinheiro é de atitude.
Na verdade a senhora Presidente da Câmara de Silves não imprime moeda, mas também não se reduz à condicção de tesoureira!
Espera-se mais de uma cidadã eleita pelo povo com a incumbência de administrar uma autarquia, melhor: exige-se mais de uma cidadã que se propôs a administrar uma autarquia!
Do que se sabe de antemão, mas nunca se deve esperar é que tal cidadã ou cidadão se candidate para se pavonear, beneficiar de um estatuto de respeitabilidade que não se preocupa em justificar, usufruir de benesses à conta do erário público, cultivar ódios locais de estimação e almejar, acima de tudo um novo patamar na escala da carreira politica, tratando a autarquia como local de passagem, sendo certo que também aqui se deverá enganar pois mais certo é ser esta a estação do fim da linha que percorre.
Sempre sem uma ideia politica e pior que isso, com uma permanente indisponibilidade para intervir quando o seu contributo poderia ser facilitador, ser proactiva quando se trata de questões efectivamente relevantes do concelho, independentemente da sua dimensão e não quando meramente mediáticas, diletantes ou abjectamente insignificantes politicamente falando.
A falta de dinheiro, independentemente de avaliarmos a sua origem, o que já constitui uma concessão enorme, não justifica a omissão, a incorrecção e o desprezo pelas
reais razões, para curar das quais com dedicação e competência, foi eleita!
Os desvalores que promoveu a valores e pautaram a sua gestão serão o que relevará no epitáfio da sua campa politica.

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isabel soares,
Pescadores
terça-feira, 12 de junho de 2012
Querem um tractor? Deêm-lhes o Código da Contratação Pùblica!

Um tractor é um instrumento de trabalho e dificilmente pode ser retirado dele qualquer outro beneficio que não seja o de “burro de carga”.
Esta verdade que é meredianamente pacifica para a generalidade das pessoas, não é, para a intelligentzia da Câmara Silves, tomada como tal.
Quem é esta inteligentzia?
Diz a Wikipedia que o termo intelligentsia ou intelligentzia usualmente refere-se a uma categoria ou grupo de pessoas engajadas em trabalho intelectual complexo e criativo direccionado ao desenvolvimento e disseminação da cultura, abrangendo trabalhadores intelectuais.
Ora, no caso concreto, os trabalhadores intelectuais da Câmara de Silves, a saber: a classe política liderada por Isabel Soares.
Ora a classe política, sobretudo quando no poder, diz a estatística, que corre o risco, alto, da esquizofrenia [alterações do pensamento, alucinações, delírios (alterações do contacto com a realidade)]a qual hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, verdadeiramente democrático, uma vez que pode atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais, homens ou mulheres em qualquer idade.
Demonstração histórica desse facto é a conhecida frase proferida por Maria Antonieta perante uma das suas camareiras, enquanto a população faminta, frente aos portões de seu palácio, gritava por algo para comer: " Se não têm pão, sirvam brioches".
Esta frase, tornada famosa por ter sido proferida por Maria Antonieta, é bem representativa do desfasamento total da realidade, por parte daquela Soberana.
Desfasamento este que continua característico de muitos titulares dos Orgãos de Soberania, mesmo hoje, na era da sociedade da comunicação e da informação.
O Governo do concelho, pela omissão do tratamento e satisfação de interesses vitais das populações, ou de interesses económicos sérios das mesmas, do concelho e do País, ou pelo mau tratamento dos mesmos, são expressão actual daquela sobranceria esquizóide, pelos vistos tão comum às Monarquias como às Repúblicas, aos executivos nacionais como locais, ao passado como ao presente, às Rainhas por vontade de Deus como às "Rainhas" por adulteração da vontade do Povo.
O que tem isto que ver com tractores? É simples:
Como é sabido, a associação de Pescadores de Armação de Pêra interpelou a Câmara, pessoalmente e por escrito, dando conta da obsolescência do tractor (usado)que a Câmara colocou, provisoriamente ao seu serviço há um ano e meio.
Serviço este imprescindível à sua faina, isto é, ao desenvolvimento regular da actividade piscatória, isto é, imprescindível à actividade económica que desenvolvem num sector altamente deficitário da nossa economia (recorde-se que Portugal é o segundo maior consumidor de peixe per capita e despende milhões e milhões de euros em importação de pescado), pescadores estes que não são um encargo para os cofres do Estado porque correm o risco da fome mas não correm o risco de sobrecarregar a segurança social com subsídios de desemprego, para conforto dos funcionários públicos que não vêm naqueles o perigo da diminuição do pecúlio do orçamento geral do estado que lhes garante o salário.
Ora, se estivéssemos a tratar com gente racional e razoável, seria natural esperar uma resposta pronta por parte das instancias políticas do concelho face ao prejuízo social e económico que representa o impedimento objectivo do desenvolvimento normal da actividade piscatória que a imobilização do tractor obsoleto existente determina de facto.
Na verdade, a impossibilidade de ir ao mar, para além da ausência de receita na economia pessoal daqueles que dependem da actividade piscatória, o que incomodaria, em qualquer parte do mundo, qualquer governo em exercício racional de funções, determinará certamente, numa economia ofegante como a nossa, redução da oferta alimentar nacional, teoricamente aumento de importações, redução da receita fiscal, etc., etc., em suma, na situação de crise económica e social em que se encontra este pais e o Algarve, onde a mesma é particularmente agravada, constitui um verdadeiro desastre, perante o qual só uma classe politica esquizoide pode manter-se impávida e serena!
Evidências disso?
A resposta que a associação teve ao pedido de troca do tractor por outro, usado, que permitisse desenvolver a sua actividade, foi que:
1) A venda do tractor obsoleto carece de hasta pública;
2) A aquisição de um tractor do modelo adequado aos fins em vista deve obediência às regras da contratação pública;
3)O tratamento contabilístico da venda do tractor obsoleto e a aquisição do seu substituto tem regras contabilísticas distintas.
Isto é, perante uma população faminta e sabendo da ausência de pão suficiente no palácio, Maria Antonieta sugere à sua camareira que forneça brioches, como se o problema fosse a falta ocasional de pão suficiente e a fome estrutural do povo se resolvesse com os brioches que existiriam na sua despensa real.
A nossa Rainha perante a impossibilidade dos pescadores irem ao mar, responde com uma lição de direito público!
Só pode ser esquizofrenia, porque outra coisa constitui crime de deslealdade perante os seus mandantes!
Curioso não deixa de ser ter-se esquecido que a contratação pública permite o ajuste directo com qualquer fornecedor até um milhão de euros num exercício!

segunda-feira, 11 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
señor Presidente: es usted un hijo de puta. Usted y sus ministros.
Se lo digo así, de entrada, porque sé que nunca va a leerme, como nunca lee usted libros, ni nada más que periódicos deportivos como usted mismo ha confirmado, jactándose, como buen español de ser un ignorante. No se engañe, por eso lo han votado tanta gente. Perdonen los demás el exabrupto, pero es que está demostrado que somos lo que nuestros padres nos han educado, y si usted y sus ministros son como son, es porque sus madres muy bien no lo han hecho. A pesar de los colegios de pago, de pertenecer a la oligarquía de épocas dictatoriales, etc.
Verá usted, señor presidente. Lo que más me molesta no es que usted sea un bastardo malnacido, sino un ignorante, y sobre todo un mentiroso. Se presentó a unas elecciones diciendo que no haría cosas que ahora hace. Dijo hace tiempo que la posibilidad de una amnistía fiscal le parecía injusta y absurda, y no ha tardado ni tres meses en recurrir a esta medida de forma injusta y absurda, como señala el diputado de IU Alberto Garzón al que usted y sus secuaces ningunean como a cualquier otro que no sea seguidor suyo. Ésa es la democracia que ustedes entienden, ignorar a los representantes de la ciudadanía que no les afín. Usted dijo que la Sanidad y la Educación no se tocaban, y la han tocado pero bien. A la banca nada, y eso que los grandes expertos en economía señalan que, o le metemos mano a sus amigos de las finanzas, o nos vamos a pique.
Le voy a explicar unas cuantas cosas dado que usted es un ignorante que lee prensa deportiva en lugar de libros de historia, economía o política. Durante los años 20 hubo gente que tuvo la genial idea de crecer mucho, por encima de sus posibilidades como ahora tienen ustedes tan de moda decirnos. Tanto que incluso a Churchill, para salir de la situación de postguerra, se le ocurrió revalorizar la libra, lo que trajo bajada de sueldos y aumento de las horas de trabajo. No sólo no se creció por encima de lo esperado sino que destruyó la posibilidad de crear un modelo sostenible de crecimiento basado en el consumo, lo que permite terciarizar una economía y hacerla verdaderamente competitiva. Eso es ser un país desarrollado y no ganar mundiales de fútbol. Cuando llegó la crisis del 29 y la posterior recesión mundial en los 30, en un país tan poco sospechoso de socialista, comunista o lo que ustedes quieran, como EEUU, decidieron adoptar una cosa llamada New Deal, que consistió, entre otras cosas, en subir los sueldos y bajar las horas de trabajo. Como consecuencia, había más puestos de trabajo para cubrir esas horas de menos, y los que salían de su trabajo lo invertían en consumo, lo que reactivó la economía y permitió al país dar un definitivo empujón hacia arriba para salir victorioso de una Guerra Mundial que libró en tres continentes.
Por si usted no lo sabe, las medidas que está ejecutando han conseguido lo contrario. Hablo en pasado porque tal vez no lo sepa, pero no hay nada nuevo en los famosos "recortes". Argentina, Chile, Polonia, Rusia y así hasta un largo etc de países engrosan una horrible lista de fracasos de las políticas neoliberales de Milton Friedman y el Consenso de Washington que desde los 70 llevan intentando hacernos creer que sumergir a un país en el shock económico es una salida a la crisis. Jamás las medidas de la Escuela de Chicago han funcionado. Jamás un país ha salido de la crisis de esa forma. Jamás una sociedad se ha beneficiado de ello. Por el contrario, ha generadosuicidios, deterioro del Estado del Bienestar (que ustedes insisten en decir que se ha terminado mientras vemos cómo crece y se desarrolla en otros países de nuestro entorno) y ha destruido el futuro de numerosas generaciones.
Usted miente, señor Presidente, y es sumamente peligroso. Porque el anterior era un inútil, pero usted es un pirómano en mitad de un incendio. El otro creía vivir en el País de las Maravillas y usted nos está sumiendo en el País de los Horrores. Toda política fiscal que no se base en la generación de riqueza, toda medida relativa al empresariado que no atienda prioritariamente a las empresas que cotizan más del 60% de sus ganancias en forma de sueldos e impuestos en España (y no Repsol, que solamente invierte un 20% y ahora la defienden como española; hay empresas extranjeras que reparten más beneficios al conjunto del país), todo lo que no sea alumbrar un futuro basado en la investigación y no en el trabajo precario, es destruir el futuro del país. A usted y sus secuaces se les llena la boca diciendo que hay que fomentar el emprendedorismo, y en lugar de ello desarrollan un plan basándose en los ideales especulativos de los dirigentes de la CEOE cuyo historial de empresas arruinadas por la especulación de la que ellos salen indemnes mientras el Estado se hace cargo de los parados que dejan es absolutamente bochornosa. Eliminan de todo plan de emprendedores la posibilidad del emprendedor social y generan únicamente una nueva casta de tiburones amparados en una reforma laboral neofeudal.
Ustedes se olvidan que los países desarrollados como EEUU, Alemania, Francia, etc., invierten entre el 2'6 y el 3'4% del PIB en I+D+I. España no sólo necesita un esfuerzo superior (en torno al 6%) para ponerse a su altura sino que ustedes nos bajan la inversión del 1'3% al 0'9%. Para entendernos, usted que sólo lee sobre deportes, es la diferencia entre inventar un coche, y fabricarlo. Quien lo inventa tiene los beneficios de todos y cada uno de los coches que se venden. Quien lo fabrica sólo de las unidades que salen de su fabrica. ¿Dónde se inventan los coches? En Alemania, por citar un caso. ¿Dónde se fabrican? En España, Polonia o Rumania. Es evidente de quiénes estamos más cerca, pues. Al darle el hachazo que usted le ha dado a la investigación nos condena a ser un país de camareros, portaequipajes, y por supuesto de trabajadores poco o nada cualificados que trabajemos para empresas extranjeras a sueldos miserables mientras tenemos la moneda de los países con mejor calidad de vida. Si seguimos en el euro es para vivir como ellos, no para que ustedes nos hagan vivir como en Botsuana con precios de París.
Usted nos está suicidando económicamente. Tal vez no sepa quién es Paul Kruggman, pero es Premio Nobel de Economía. Para él es evidente que usted nos miente o no quiere darse cuenta de que no estamos ni siquiera en recesión, sino en fase de depresión, y sus medidas nos hunden cada vez más. Ha aceptado ser el banco de pruebas del FMI, cuyas medidas ya arruinaron a varios países, pregunte si no por Grecia o Italia donde están fracasando estrepitosamente. Usted no le dice a la gente que estamos metidos en una III Guerra Mundial cuyas armas no son de fuego, sino que tienen a forma de experimentos socio-económicos, donde los tanques son agencias de calificación de la deuda, donde los países utilizan a los ciudadanos para intereses ajenos a estos, y donde, al final, la gente está muriendo y sufriendo, como en cualquier guerra. Usted nos dice que es bueno meter a cuarenta alumnos por clase, que es bueno que haya menos profesores, menos médicos, menos atención sanitaria, y a veces pienso que simplemente usted es gilipollas, que no puede ser que actúe con maldad. Y créame, lo sigo pensando. Los malos seguramente son otros, usted no tiene la inteligencia suficiente para darse cuenta de todo eso. Sí la tiene, en cambio, para saber que todo esto puede traer revueltas sociales, agitación en la calle. Por eso va a aprobar una medida por la cual será terrorismo y condena criminal resistirse a la voluntad del Gobierno expresada en sus brazos de coerción, es decir, al policía. Como yo le estoy diciendo esto, seguramente me acusará de terrorismo por incitar a la gente a decirle a usted las verdades a la cara.
Señor Presidente, usted no quiere decirlo porque la Führer Merkel le amenaza desde el IV Reich que se ha instalado. No es una exageración, oiga, que lo dice hasta el Financial Times que como todo el mundo sabe es muy de izquierdas sin duda. Estamos metidos en mitad de una III Guerra Mundial, vuelvo a repetírselo, y no es una idea únicamente mía, sino de gente de esa que ha estudiado, tiene doctorados, ha dado clase en varias universidades, ha viajado por el mundo, ha leído mucho, mucho, habla varios idiomas, ha vivido diferentes procesos de crisis y recuperación, y a algunos también les gustan los deportes. Pero también ven que ustedes nos metieron una primera fase de Movimientos Financieros que ahogaron nuestra economía y ahora nos meten en una fase de Posiciones para hundirnos en el shock, en el miedo, en la angustia.
Solo le deseo que si algún día la sociedad se rebela, salimos a la calle, tomamos los poderes públicos, proclamamos una Asamblea Constituyente, convocamos un referéndum sobre la forma de Estado, disolvemos los partidos actuales y los obligamos a refundarse en partidos que atiendan a las ideologías políticas y no a las económicas, establecemos un sistema de elecciones realmente democráticas, nos salimos de la moneda alemana (llamada también euro) y establecemos pactos bilaterales con los países importantes, invertimos en educación e investigación. Si todo eso pasa y empieza con una mecha que la sociedad enciende. Si pasa y asaltamos su palacete en la Moncloa , ojalá usted esté ya camino del exilio en Berlín.
O lo va a pasar mal. Muy mal.
"Los recortes se aceptan por una de las fuerzas mas importantes de la humanidad, el miedo."
cita José Luis Sampedro
José Luis Sampedro Sáez (Barcelona, 1 de febrero de 1917) escritor, humanista y economista español que aboga por una economía «más humana, más solidaria, capaz de contribuir a desarrollar la dignidad de los pueblos». En 2010 el Consejo de Ministros le otorgó la Orden de las Artes y las Letras de España por «su sobresaliente trayectoria literaria y por su pensamiento comprometido con los problemas de su tiempo». En 2011 recibió el Premio Nacional de las Letras Españolas.
Verá usted, señor presidente. Lo que más me molesta no es que usted sea un bastardo malnacido, sino un ignorante, y sobre todo un mentiroso. Se presentó a unas elecciones diciendo que no haría cosas que ahora hace. Dijo hace tiempo que la posibilidad de una amnistía fiscal le parecía injusta y absurda, y no ha tardado ni tres meses en recurrir a esta medida de forma injusta y absurda, como señala el diputado de IU Alberto Garzón al que usted y sus secuaces ningunean como a cualquier otro que no sea seguidor suyo. Ésa es la democracia que ustedes entienden, ignorar a los representantes de la ciudadanía que no les afín. Usted dijo que la Sanidad y la Educación no se tocaban, y la han tocado pero bien. A la banca nada, y eso que los grandes expertos en economía señalan que, o le metemos mano a sus amigos de las finanzas, o nos vamos a pique.
Le voy a explicar unas cuantas cosas dado que usted es un ignorante que lee prensa deportiva en lugar de libros de historia, economía o política. Durante los años 20 hubo gente que tuvo la genial idea de crecer mucho, por encima de sus posibilidades como ahora tienen ustedes tan de moda decirnos. Tanto que incluso a Churchill, para salir de la situación de postguerra, se le ocurrió revalorizar la libra, lo que trajo bajada de sueldos y aumento de las horas de trabajo. No sólo no se creció por encima de lo esperado sino que destruyó la posibilidad de crear un modelo sostenible de crecimiento basado en el consumo, lo que permite terciarizar una economía y hacerla verdaderamente competitiva. Eso es ser un país desarrollado y no ganar mundiales de fútbol. Cuando llegó la crisis del 29 y la posterior recesión mundial en los 30, en un país tan poco sospechoso de socialista, comunista o lo que ustedes quieran, como EEUU, decidieron adoptar una cosa llamada New Deal, que consistió, entre otras cosas, en subir los sueldos y bajar las horas de trabajo. Como consecuencia, había más puestos de trabajo para cubrir esas horas de menos, y los que salían de su trabajo lo invertían en consumo, lo que reactivó la economía y permitió al país dar un definitivo empujón hacia arriba para salir victorioso de una Guerra Mundial que libró en tres continentes.
Por si usted no lo sabe, las medidas que está ejecutando han conseguido lo contrario. Hablo en pasado porque tal vez no lo sepa, pero no hay nada nuevo en los famosos "recortes". Argentina, Chile, Polonia, Rusia y así hasta un largo etc de países engrosan una horrible lista de fracasos de las políticas neoliberales de Milton Friedman y el Consenso de Washington que desde los 70 llevan intentando hacernos creer que sumergir a un país en el shock económico es una salida a la crisis. Jamás las medidas de la Escuela de Chicago han funcionado. Jamás un país ha salido de la crisis de esa forma. Jamás una sociedad se ha beneficiado de ello. Por el contrario, ha generadosuicidios, deterioro del Estado del Bienestar (que ustedes insisten en decir que se ha terminado mientras vemos cómo crece y se desarrolla en otros países de nuestro entorno) y ha destruido el futuro de numerosas generaciones.
Usted miente, señor Presidente, y es sumamente peligroso. Porque el anterior era un inútil, pero usted es un pirómano en mitad de un incendio. El otro creía vivir en el País de las Maravillas y usted nos está sumiendo en el País de los Horrores. Toda política fiscal que no se base en la generación de riqueza, toda medida relativa al empresariado que no atienda prioritariamente a las empresas que cotizan más del 60% de sus ganancias en forma de sueldos e impuestos en España (y no Repsol, que solamente invierte un 20% y ahora la defienden como española; hay empresas extranjeras que reparten más beneficios al conjunto del país), todo lo que no sea alumbrar un futuro basado en la investigación y no en el trabajo precario, es destruir el futuro del país. A usted y sus secuaces se les llena la boca diciendo que hay que fomentar el emprendedorismo, y en lugar de ello desarrollan un plan basándose en los ideales especulativos de los dirigentes de la CEOE cuyo historial de empresas arruinadas por la especulación de la que ellos salen indemnes mientras el Estado se hace cargo de los parados que dejan es absolutamente bochornosa. Eliminan de todo plan de emprendedores la posibilidad del emprendedor social y generan únicamente una nueva casta de tiburones amparados en una reforma laboral neofeudal.
Ustedes se olvidan que los países desarrollados como EEUU, Alemania, Francia, etc., invierten entre el 2'6 y el 3'4% del PIB en I+D+I. España no sólo necesita un esfuerzo superior (en torno al 6%) para ponerse a su altura sino que ustedes nos bajan la inversión del 1'3% al 0'9%. Para entendernos, usted que sólo lee sobre deportes, es la diferencia entre inventar un coche, y fabricarlo. Quien lo inventa tiene los beneficios de todos y cada uno de los coches que se venden. Quien lo fabrica sólo de las unidades que salen de su fabrica. ¿Dónde se inventan los coches? En Alemania, por citar un caso. ¿Dónde se fabrican? En España, Polonia o Rumania. Es evidente de quiénes estamos más cerca, pues. Al darle el hachazo que usted le ha dado a la investigación nos condena a ser un país de camareros, portaequipajes, y por supuesto de trabajadores poco o nada cualificados que trabajemos para empresas extranjeras a sueldos miserables mientras tenemos la moneda de los países con mejor calidad de vida. Si seguimos en el euro es para vivir como ellos, no para que ustedes nos hagan vivir como en Botsuana con precios de París.
Usted nos está suicidando económicamente. Tal vez no sepa quién es Paul Kruggman, pero es Premio Nobel de Economía. Para él es evidente que usted nos miente o no quiere darse cuenta de que no estamos ni siquiera en recesión, sino en fase de depresión, y sus medidas nos hunden cada vez más. Ha aceptado ser el banco de pruebas del FMI, cuyas medidas ya arruinaron a varios países, pregunte si no por Grecia o Italia donde están fracasando estrepitosamente. Usted no le dice a la gente que estamos metidos en una III Guerra Mundial cuyas armas no son de fuego, sino que tienen a forma de experimentos socio-económicos, donde los tanques son agencias de calificación de la deuda, donde los países utilizan a los ciudadanos para intereses ajenos a estos, y donde, al final, la gente está muriendo y sufriendo, como en cualquier guerra. Usted nos dice que es bueno meter a cuarenta alumnos por clase, que es bueno que haya menos profesores, menos médicos, menos atención sanitaria, y a veces pienso que simplemente usted es gilipollas, que no puede ser que actúe con maldad. Y créame, lo sigo pensando. Los malos seguramente son otros, usted no tiene la inteligencia suficiente para darse cuenta de todo eso. Sí la tiene, en cambio, para saber que todo esto puede traer revueltas sociales, agitación en la calle. Por eso va a aprobar una medida por la cual será terrorismo y condena criminal resistirse a la voluntad del Gobierno expresada en sus brazos de coerción, es decir, al policía. Como yo le estoy diciendo esto, seguramente me acusará de terrorismo por incitar a la gente a decirle a usted las verdades a la cara.
Señor Presidente, usted no quiere decirlo porque la Führer Merkel le amenaza desde el IV Reich que se ha instalado. No es una exageración, oiga, que lo dice hasta el Financial Times que como todo el mundo sabe es muy de izquierdas sin duda. Estamos metidos en mitad de una III Guerra Mundial, vuelvo a repetírselo, y no es una idea únicamente mía, sino de gente de esa que ha estudiado, tiene doctorados, ha dado clase en varias universidades, ha viajado por el mundo, ha leído mucho, mucho, habla varios idiomas, ha vivido diferentes procesos de crisis y recuperación, y a algunos también les gustan los deportes. Pero también ven que ustedes nos metieron una primera fase de Movimientos Financieros que ahogaron nuestra economía y ahora nos meten en una fase de Posiciones para hundirnos en el shock, en el miedo, en la angustia.
Solo le deseo que si algún día la sociedad se rebela, salimos a la calle, tomamos los poderes públicos, proclamamos una Asamblea Constituyente, convocamos un referéndum sobre la forma de Estado, disolvemos los partidos actuales y los obligamos a refundarse en partidos que atiendan a las ideologías políticas y no a las económicas, establecemos un sistema de elecciones realmente democráticas, nos salimos de la moneda alemana (llamada también euro) y establecemos pactos bilaterales con los países importantes, invertimos en educación e investigación. Si todo eso pasa y empieza con una mecha que la sociedad enciende. Si pasa y asaltamos su palacete en la Moncloa , ojalá usted esté ya camino del exilio en Berlín.
O lo va a pasar mal. Muy mal.
"Los recortes se aceptan por una de las fuerzas mas importantes de la humanidad, el miedo."
cita José Luis Sampedro
José Luis Sampedro Sáez (Barcelona, 1 de febrero de 1917) escritor, humanista y economista español que aboga por una economía «más humana, más solidaria, capaz de contribuir a desarrollar la dignidad de los pueblos». En 2010 el Consejo de Ministros le otorgó la Orden de las Artes y las Letras de España por «su sobresaliente trayectoria literaria y por su pensamiento comprometido con los problemas de su tiempo». En 2011 recibió el Premio Nacional de las Letras Españolas.
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