O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reflectir: Uma etapa do conhecimento.

Qualquer dia é apropriado à reflexão. O domingo também. Sobretudo em tempos complexos como aqueles que atravessamos.

Qualquer um de nós é um universo no cruzamento de múltiplas vias por onde chegam ou partem influências que, passando por si, as escrutina, suga ou meramente reflecte e devolve, com o que lhes acrescentou ou decapitou, ou tão só como as recebeu, a novos universos individuais.

Por esse cruzamento chegam informações, noções, ideias que se vão depositando e partem, enriquecidas com outras residentes com as quais se fundiram ou, pelo contrário, empobrecidas pela osmose e, ou, por qualquer outra razão de imiscibilidade da cultura recipiente.

Em caso de enriquecimento, que é muito comum, as sucessivas camadas de informação que se vão depositando no seio de qualquer um desses universos que somos, iniciam um processo interactivo de fusão que dá, invariavelmente, origem a informação nova.

Sucede que, poucos desses universos que somos são tão completos ou preparados ou até distanciados do processo de aquisição do conhecimento e de geração da informação nova que lhes permita transmiti-la em condições ideais aos outros.

Mas acontece que muitos, ainda assim o conseguem, convertendo-se novas influências que partem, destinadas a encontrarem outros universos em seus cruzamentos e a promover neles novos fenómenos aquisitivos e novos processos multiplicadores de conhecimento.

Esses, são os universos especialmente dotados para a comunicação.

Vejamos o produto de um seu exemplo:


“Hoje levantei-me cedo a pensar no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite.
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está a chover ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou sentir-me encorajado para administrar as minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre a minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso-me queixar dos meus pais por não me terem dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou entusiasmar-me com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planeei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está à minha frente à espera de ser o que eu quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.
Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca me pensei decepcionar, mas também já decepcionei alguém. Já abracei para proteger, já ri quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e já quebrei o meu coração muitas vezes! Já chorei a ouvir música e a ver fotos, já liguei só para ouvir a voz, apaixonei-me por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade, tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder)! Mas vivi! Viva! Não passo pela vida... Tu também não deverias passar! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante."
CHARLES CHAPLIN

CHARLES CHAPLIN (à esquerda) com Einstein

A propósito do encontro destas duas personagens conta-se um episódio elucidativo acerca da abordagem peculiar de Chaplin ao mundo.

No encontro dos dois génios, em 1933, enquando Charles Chaplin acompanhava Einstein em carro aberto pelas ruas de Nova York, apinhadas de gente, ter-se-á virado para Einstein e terá afirmado:
Veja só, eles aplaudem-me porque todos entendem a minha obra. E a si aplaudem, porque ninguém entende a sua!

Portugal já declarou bancarrota parcial....



A dívida externa passou de 31 para 75 por cento do PIB e os juros comiam metade das receitas. Mas o Governo decidiu adoptar um outro modelo de financiamento.

10:10 Portugal



Reduzir as nossas emissões num ano

O plano é simples.


Todos nos comprometemos a reduzir as nossas emissões de CO2 num ano, a começar em 2010. Você, eu, os seus vizinhos, o seu emprego, a escola dos seus filhos, o café da esquina, o hospital, a faculdade.

A meta é cada pessoa cortar 10% e cada organização cortar pelo menos 3%.

Não se preocupe se parecer demasiado difícil. Temos boas dicas para tornar os seus hábitos de vida mais amigos do ambiente (e da sua carteira).

Assuma hoje mesmo o compromisso, inscrevendo-se no 10:10 Portugal

Uma vida sem vergonha!

TIM JACKSON

sábado, 9 de outubro de 2010

Amar em Wall Street...

Constou-se-nos que terá sido publicado no prestigiado “Financial Times” a troca de comunicações que transcrevemos de seguida .
Se é verdade ou não, não podemos assegurar, mas que o autor revela um enorme e criativo talento humorístico, disso não restam dúvidas!!!




E-mail duma jovem para o FT:

"Sou uma rapariga jovem, linda (maravilhosamente linda), de 25 anos.
Sou muito bem apresentada e tenho classe. Quero casar-me com alguém que
ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano.

Há algum homem que ganhe
$500 mil ou mais nesse jornal, ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso e me possa dar algumas dicas?

Já namorei homens que ganham por volta de $200 a $250 mil, mas não
consigo passar disso. E $250 mil por ano não vão me fazer morar em Central
Park West.

Tenho uma amiga (na minha aula de ioga) que casou com um
banqueiro e vive em Tribeca!
E ela não é tão bonita nem tão
inteligente como eu.

Então, o que terá feito ela que eu não fiz?
Qual a estratégia correcta para atingir o meu desiderato?
Como poderei eu chegar ao nível dela? (Raphaella S.)"
________________________________
Resposta do editor do jornal:

"Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu
caso e fiz uma análise da situação.

Em primeiro lugar, eu ganho mais de $500 mil por ano. Portanto, não
vou fazê-la desperdiçar o seu tempo à toa...

Posto isto, considero os factos da seguinte forma: Visto da
perspectiva de um homem como eu (possuidor dos requisitos que procura),
o que a menina oferece é simplesmente um péssimo negócio!

Eis o porquê: deixando os rodeios de lado, o que me sugere é uma
proposta clara duma sociedade a dois, negócio simples e sem entrelinhas :
a sua quota é a sua beleza física e a minha, o dinheiro.

Só que há um problema que não lhe ocorreu.
Com toda certeza, o tempo diminuirá a sua beleza e um dia
acabará, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará
a aumentar.

Assim, em termos económicos, a menina é um activo sujeito a depreciação e
eu sou um activo que renderá dividendos. E mais, a sua depreciação será
progressiva, ou seja, aumentará sempre!

Explicando melhor, hoje tem 25 anos hoje e deve continuar linda nos próximos 5 ou 10 anos,
mas sempre um pouco menos cada ano que passa. No futuro,
quando se comparar com uma fotografia de hoje, verá que virou um caco.
Isto é, hoje a menina está em 'alta', na época ideal de ser vendida,
mas não de ser comprada.

Usando a linguagem de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la
como 'trading position' (comercializável) e não como 'buy and
hold' (compre e retenha), que é para o quê se vem oferecer...

Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and
hold') não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim!

Assim, em termos sociais, um negócio razoável a ponderar é namorar.

Depois de ponderadas ambas as posições, e pretendendo certificar-me do quão
'bem apresentada, com classe e maravilhosamente linda' que diz ser, eu, na condição de provável futuro locatário dessa 'máquina',
quero tão somente o que é de
praxe nestes casos:
Fazer um 'test drive' antes de fechar o negócio!
Podemos marcar?
(Philip Stephens, associate editor of the Financial Times - USA)"

Happy 70th Birthday John

Honestidade

Todos nós precisamos saber o que significa ser honesto. Honestidade é muito mais do que não mentir. É falar a verdade, contar a verdade, viver a verdade e amar a verdade.
James E. Faust
1920-2007 clérigo

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quinhentos e dez toldos, é muito toldo....

Ainda acerca das contas apresentadas pela Junta à Assembleia de Freguesia, agora na sua especialidade

Com a pontaria ajustada às contas da Junta


Iniciámos há pouco um relato de estórias da Despesa do Estado, com duas publicadas, as quais, pela importância relativa que têm, são elucidativas acerca do destino de parte importante da receita e igualmente esclarecedoras sobre a legítima relutância do cidadão-contribuinte em sujeitar-se voluntariamente à carga fiscal cujo resultado se destina a suportar aquela.

A pressão e carga fiscais de facto, tendem a deixar o cidadão cada vez mais desperto e sedento de saber o que fazem com o seu dinheiro.
O que é que os senhores fazem com o meu dinheiro?

Por outro lado sobre a receita, cujos mecanismos se encontram fechados a sete chaves, é, por isso, mais difícil a “fiscalização” e a consequente “opinião critica”, não por não existirem motivos para tanto, mas tão só pelo secretismo a que a mesma é sujeita.

Aqui além porém, é possível fazê-lo!

Onde e quando?

Onde os respectivos órgãos públicos permitem (porque não podem deixar de exibir os números da receita e sua origem) e quando o cidadão se dispõe a observá-los, questioná-los e a promover interrogações, as quais, mesmo na ausência de resposta, chegam para suscitar duvidas fundadas, o que numa sociedade estruturada e maduramente democrática, derrubaria Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais ou mesmo Governos, como um dia, necessariamente, sucederá em Portugal!

Mesmo sabendo nós que não nos encontramos numa democracia tão madura e estruturada como aquelas a que aludimos num Portugal do futuro e com futuro e, por isso, não esperando demissões motivadas pelos ditames da honra, coisa completamente em desuso em Portugal, não podemos deixar, porque nos impede a consciência democrática, de colocá-las!
Quinhentos e dez toldos é muito toldo...

E vamos colocá-las com base nas contas do exercício de 2009, apresentadas à Assembleia de Freguesia de Armação de Pêra, pela JUNTA DE FREGUESIA DE ARMAÇÃO DE PÊRA, no passado dia 29 de Setembro, entretanto publicadas neste Sítio.

O resultado da exploração dos toldos nas áreas concessionadas à Junta de Freguesia


Das contas apresentadas, em sede de receitas, na verba “05.10.05.01 Cobrança de toldos – unidade balnear (3,6 e 7)” , para o exercício de 2009, encontrava-se prevista a receita de €65.000,00 (sessenta e cinco mil euros), em conformidade com o que decorre dos registos de Controlo Orçamental, pagª1(a qual pode ser consultada no antepenúltimo post).

De acordo com os mesmos registos, a receita superou as expectativas contidas na previsão orçamental, superando-a em 7,54%.
De facto, terá sido percepcionada uma receita de €69.901,00 (sessenta e nove mil novecentos e um euros).

Até aqui, pensávamos nós antes de fazer contas, tudo bem!

Só que, demo-nos ao trabalho de ensaiar algumas contas e, como “quem porfia mata caça” chegámos a uma encruzilhada que carece urgentemente de esclarecimento público, pois a coisa não é para menos...

Na verdade, numa primeira abordagem ao número – enorme – da receita, qualquer um que não seja profissional do aluguer de toldos, satisfaz-se pelos cofres públicos terem realizado quase catorze mil contos (€69.901,00) e passa adiante...

Sucede é que, numa segunda volta e depois de duas ou três contas, começa ao curioso a faltar chão onde se apoiar e a tontura ataca-o sem mais o deixar.

Concretizando:

Enunciemos o raciocínio aritmético elementar pois o problema não careçe de qualquer sofisticação cientifica.Para fazer estas contas não é preciso ser engenheiro

A Junta, em 2009, explorou três concessões, com um total (oficial) de 510 (quinhentos e dez) toldos.

A época balnear tem, no mínimo, quatro meses de período. No entanto, para simplificar as contas atentemos exclusivamente no mês de Agosto.

O mês de Agosto tem 31 dias.

O preço diário do aluguer de um toldo varia entre €5,00 (cinco euros) sem espreguiçadeira (os toldos recuados) e €8,00 (oito euros) com espreguiçadeira (habitualmente as linhas da frente). Tendo em vista, uma vez mais, simplificar as contas, atentemos exclusivamente no valor mais baixo.

O preço diário do aluguer de um toldo sem espreguiçadeira €5,00 (cinco euros).

Reunidos os elementos suficientes para apurar o resultado bruto do mês de Agosto nas três concessões, teremos:

€5,00 x 31 dias x 510 toldos = €155 x 510 toldos = €79.050,00 (setenta e nove mil e cinquenta euros).

Ora, este resultado, apesar de se circunscrever exclusivamente ao mês de AGOSTO, excede significativamente o valor apresentado [em cerca de €10.000,00 (dez mil euros)] o qual SE REPORTA A TODA A ÉPOCA BALNEAR!

Aquele resultado inscrito na receita nesta sede (€69.901,00) terá certamente uma explicação.
Não sabemos é se, em primeiro lugar alguém se dispõe a dá-la, em segundo, se ela, a ser dada, será racional, plausível e aceitável!

Sabemos sim e sobre o assunto não temos qualquer dúvida é que a explicação tem de ser dada, porque à mesma, todos os cidadãos-eleitores-contribuintes de Armação de Pêra têm o direito, indisponível, de a ter e... tão clarinha quanto a água cristalina, quanto a toda a época balnear!

Sendo certo que também constitui uma oportunidade única para os eleitos da Junta de Freguesia esclarecerem, de vez, os seus conterrâneos acerca de uma receita que, no inicio do Verão, por outras razões, suscitou polémica bastante e desse modo sujeitarem-se ao escrutínio da opinião pública, para o melhor O merecido aplauso!
ou para o pior!

A crítica contundente!

Para isso se candidataram e foram eleitos!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Visão interactiva da dívida pública em todo o planeta


The economist publica na sua edição online um quadro onde pode ser apurada o valor da dívida pública de todo o planeta.

Pequenas estórias da Despesa, da sua origem e natureza perversas(2)


Soube-se pelas televisões que a empresa Águas de Portugal queria substituir a frota automóvel (quer para os quadros quer para as restantes necessidades de serviço) e iria gastar uma enormidade de dinheiro apesar da empresa ser deficitária.

Pretensamente mais um caso de abuso por parte dos tenebrosos gestores públicos !

O Governo, pressurosamente, cancelou a compra e informou que o Presidente da empresa, o qual termina o seu mandato em Dezembro, não será reconduzido.

Eis então o que se passou:


- Em 2008, a empresa fez um contrato com uma empresa fornecedora de frotas em que durante (9) nove anos teria toda a frota automóvel da empresa em regime de renting (mais barato do mercado), sendo os carros substituídos ao fim de (4) quatro anos de utilização, continuando a empresa a pagar apenas o valor da renda.


Convém ter presente que a renda inclui o seguro, (4) quatro manutenções por ano um jogo de pneus extra durante os (4) quatro anos, etc.


Com este negócio a empresa reduziu em cerca de 22% (vinte e dois por cento) os custos com a frota para além de assegurar que, durante 9 anos, os preços da renda não seriam alterados (a uma média de inflação de 1,5% ao ano, significa também, uma poupança adicional de cerca de 10%-dez por cento-).


Claro que o regime do incumprimento previsto no contrato, conduz a uma cláusula penal para a parte que incumpre.


O alarde público gerado pela noticia, tal como foi difundida, conduziu o Governo a tomar medidas ( de aproveitamento da situação gerada injustamente pelos média) despedindo o gestor que tinha tomado a decisão de gestão correcta. Pelo caminho obriga a empresa a pagar a cláusula penal !!!

Um prejuízo exorbitante para agradar à opinião pública desinformada pela intoxicação televisiva.


Também nunca veio a público a razão pela qual a empresa perde dinheiro (suportado, em última análise pelo Orçamento Geral do Estado)!

O que acontece porque os sucessivos governos não lhe permitem aumentar o preço da água por razões político-eleitorais.


De facto, foi recusado á empresa estabelecer um tarifário dez por cento (10%) abaixo das empresas privadas (todas espanholas) que cobram o preço de mercado (por exemplo Torres Vedras que se trata de uma concessão a uma empresa espanhola - tem a água mais cara do país).


Acontece que esse tarifário inferior em dez por cento (10%) aos das empresas privadas era, no entanto dezassete por cento (17%) acima do que a empresa cobra hoje !!!


De quem é a responsabilidade? Destes gestores públicos, que até poderão ser boys, ou não, e auferem salários compatíveis com o que o mercado paga ???


Ou dos sucessivos Governos que não dispensam o recurso ao Orçamento Geral do Estado para atingir as boas graças do eleitorado, visando, a qualquer custo (para todos) a sua reeleição!


Por este caminho, que é comum, não há receita que resista à despesa desbragada, gerada por razões futeís, instrumentais de uma classe politica diletante.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Parabens Portugal pelos teus 867 Anos!

Hoje é dia de aniversário de Portugal. Faz 867 anos. De facto nasceu em 5 de Outubro de 1143.

Mais velho que Portugal, só mesmo a China e a Inglaterra.

Pequenas estórias da Despesa, da sua origem e natureza perversas

ou de como não é possível, sem grave prejuízo de todos, deixar esta Classe Politica à solta

Resolvemos pedir a alguns amigos deste blogue a paciência de revelarem pequenas estórias de seu conhecimento directo, acerca da despesa do Orçamento Geral do Estado, cuja dimensão hoje nos sufoca através de uma carga fiscal, expressa ou implícita, que visa cobri-la no campo da receita.

Aproveitamos para generalizar o convite a todos os visitantes que, necessariamente conhecem outras tantas estórias de idêntica natureza, dada a imperatividade desta lógica despesista a todos os níveis da realidade com que, qualquer existência, se confronta.

Sobre as empresas públicas e o que elas "tiram ás regalias sociais " tenho uma pequena história para contar:

Era uma vez o ministro o Snr. X que era responsável pela Carris, a qual tinha um passivo brutal quando aquele tomou posse.

Decidiu o Snr. Ministro X, apelar ao concurso do Snr. Y , um amigo gestor, pedindo-lhe que "endireitasse " aquela empresa.




O Snr. Y formou a sua equipa e, sessenta dias depois, apresentou-se no ministério respectivo, para, perante o Snr. X , apresentar o encomendado Plano de Reestruturação da empresa.


O dito cujo Plano apontava os seguintes caminhos:
-Redução imediata de 20% de trabalhadores excedentários na empresa, de acordo com os padrões da indústria e com os da concorrência privada.


-Redução de mais 10% de empregados, por virtude da eliminação do cobrador, substituído este por uma máquina que conduzia o passageiro "a picar”(inutilizar) o próprio bilhete,por um lado e por outro o recurso ao Outsourcing dos serviços de manutenção da frota, os quais seriam atribuídos a uma empresa formada pelos próprios trabalhadores da então actual manutenção, com a qual celebraria um contrato de melhoria de 10%.

- Como consequência desta medida, ao aumento de eficiência do sistema de manutenção preventiva e correctiva da frota (visto que as pessoas quando trabalham na sua própria empresa não tendem a preocupar-se com essas minudências de horas extraordinárias, intervalos, etc), significaria que as necessidades da frota reduziram automaticamente o numero de autocarros necessários para assegurar o serviço.


- Tais medidas trariam como consequência, a redução de dois parques de estacionamento situados em zonas apetecíveis da grande Lisboa, os quais podiam ser vendidos para urbanização, assim como alienar 100 autocarros aos privados.


-As oficinas de manutenção seriam vendidas á nova empresa formada pelos empregados da manutenção que saíram da empresa, as quais, embora vendidas em condições especiais (em confortáveis prestações), deixariam de constituir um encargo, passando a constituir uma receita.

- Finalmente, reduziriam o custo por quilómetro dos então actuais 1 euro para 0,50 euro ou seja para metade.

Sucedia no entanto que o preço pago pelos passageiros era de apenas 0,30 euros enquanto a concorrência cobrava 0, 70 euros!


Propunha-se , assim ao Snr. Ministro X que permitisse o aumento do preço dos bilhetes para 0,50 –abaixo do preço da concorrência privada, em obediência à sua função de serviço público – o que propiciaria uma receita que cobria as despesas da empresa, a qual não apresentaria lucro mas também não teria prejuízo.


A verdade é que o Snr. Ministro X agradeceu o excelente trabalho ao Snr. Y e, concordou com tudo, menos com dois aspectos da proposta:


Não podia haver redução de pessoas e a empresa teria que continuar com elas mesmo que delas não precisasse e não poderia haver aumento das tarifas.
Qualquer uma destas acções seria impopular e colocaria o governo em perigo nas eleições.

O Snr. Y disse então que assim apenas reduziria o passivo mas que não o poderia fazer na totalidade sem aplicar todas as acções de reestruturação.


O Snr. Ministro X sossegou-o e garantiu-lhe: “Vai lá trabalhar e não te preocupes pois eu arranjarei dinheiro para cobrir o passivo com indemnizações compensatórias que virão do Orçamento do Estado !

No final do referido ano, depois de se ver reconhecida a melhoria dos resultados face ao habitual, apesar de se continuar a obrigar o Estado a pagar á empresa uns largos milhões, logo a imprensa, a oposição e a “vox populi” veio denunciar "Os malandros das empresas públicas que roubam o Estado e contribuem brutalmente para o défice do orçamento"!
O Snr. Y e a sua equipa, demitiram-se não sem ter ido á televisão e em bom português ter dito: Vão todos para a ... que os pariu !

Ou seja, o Estado/Governo utiliza as empresas públicas para fazer mais uma vez política social/eleitoral.

O cidadão-contribuinte nacional pode assim orgulhar-se de contribuir na sua medida para um custo politicamente reduzido do transporte do cidadão que utiliza a Carris, ou de outra companhia similar, talvez no Porto, bem como para a campanha eleitoral do partido de cada Governo que mantêm esta lógica subvencional naquela empresa, com a certeza de que, se aquelas empresas fossem geridas com racionalidade não careceriam do seu sacrifício, ou que o mesmo, a existir, bem melhor poderia ser canalizado para os transportes que não existem na sua região.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Alguem quer reduzir realmente a despesa do Estado?


Na última sexta feira o CDS sujeitou à Assembleia da República uma proposta de Lei que visava obrigar o Governo a criar Bancos de Livros.
O PSD, que clama enfaticamente pela redução da despesa, absteve-se !!!!
Ninguém neste país quer realmente reduzir as despesas do Estado.

Uns por boas razões e outros por más!

domingo, 3 de outubro de 2010

Armação de Pêra: A prestação de contas da Junta à Assembleia confirmou o que já sabíamos de ginjeira...

Irresponsabilidade, Ignorância e Amadorismo!

As contas sob a mira dos cidadãos


No passado dia 29 de Setembro realizou-se a Assembleia Ordinária da Freguesia de Armação de Pêra.

Como se esperava a apresentação das contas constituiu o “prato forte” da “ocasião-refeição (da oposição)”.


Fazer uma pequena cobertura do sucedido com base nalguns depoimentos, não é fastidioso, é até interessante. Mas ver na mesma consagradas as conclusões já retiradas, inúmeras vezes, neste Sítio, se por um lado nos dá o conforto de ver confirmada a opinião publicada, por outro não pode deixar de causar náusea.


A irresponsabilidade da impreparação demonstrada, a ignorância sobre o dever democrático de ter, consistente, na-ponta-da-língua, resposta cabal, irrepreensível quanto ao domínio integral dos factos envolvidos e dos números respectivos por parte dos responsáveis pela sua apresentação, enfim o amadorismo por parte de quem é pago pelo cidadão-contribuinte para consagrar, a tempo inteiro, a sua actividade e zelo, no desempenho diligente das funções para que foi eleito enquanto Presidente da Junta de Freguesia, são, de facto, tristemente confrangedoras.


Por razões técnicas não nos é possível apresentar – desde já - as contas no seu original, o que faremos na melhor oportunidade.


No entanto é possível dar conhecimento público das questões mais quentes, as quais, naturalmente, causaram a maior controvérsia.

Iniciemos a lide então com a politica de festas e eventos, com uma “pega de caras” à tourada:


A tourada realizada durante o mês de Agosto gerou um escandaloso prejuízo para a Freguesia de €6.000,00 (seis mil euros).


De facto os custos inerentes, na ordem dos €31.000,00 (trinta e um mil euros) , tiveram como contrapartida uma receita gerada que não excedeu os €25.000,00 (vinte e cinco mil euros).


Esta situação deficitária faz-nos colocar legitimamente a questão acerca das atribuições da Junta de Freguesia e se, de entre elas cabe a realização de espectáculos taurinos? Sobretudo sendo clara e pesadamente prejudiciais ao orçamento!


E se, por razões que não nos cabe aqui aprofundar, se justifica a aplicação de dinheiros públicos na realização de eventos na Vila, sobretudo no período da grande afluência do turismo, não se justificará menos questionar o tipo de eventos que se apoiam e, ou, são de iniciativa própria e a respectiva sincronia custo-benefício.

Junta correndo atrás do prejuízo


É claro que o mesmo se poderá dizer no que aos gastos com pirotecnia, eventos musicais e demais festas, que também mereceram alguns reparos.


Sobre a politica de investimentos


Na verdade, uma boa parte do mau-estar gerado por estes dispêndios, significativos face à importância relativa que têm no orçamento, prende-se com o conjunto de omissões a que os cidadãos assistem em matérias essenciais como sejam o investimento na limpeza urbana que compete à Junta satisfazer, a qual, como é do conhecimento geral, continua a deixar muito a desejar!


Desta natureza ressaltou também o necessário, urgente e adiado investimento na escola e na pré-escola, cujas melhorias urgem e que, apesar dos seus parques contribuírem para satisfazer as necessidades de estacionamento automóvel no Verão e por essa via terem angariado para a receita orçamental cerca de € 4.000,00 (quatro mil euros), continuam por realizar, nem sequer nessa mesma medida.


Merece igualmente reparo sério o investimento em reparações e melhorias dos caminhos rurais!


Tudo indica que a primeira nódoa assenta no critério estabelecido para as prioridades. À boca pequena há quem garanta mesmo que a atenção da Junta recai exclusivamente nos caminhos que dão serventia aos amigos e correligionários!


Outra nódoa não menos intensa parece assentar no critério utilizado nas adjudicações das obras, o qual, segundo as mesmas fontes, assenta exactamente nos mesmos pressupostos!


Sobre a administração propriamente dita


Resultou também claro das contas apresentadas o exagero constatado nos consumos com comunicações, fotocópias e electricidade, sem que tenha sido dada qualquer explicação minimamente consistente.


Ainda menos consistentes e até atabalhoadas foram as explicações dadas sobre as horas extraordinárias, cujo custo importou em cerca de €12.000,00 (doze mil euros) [uma média de €1.000,00 (mil euros) por mês] .


Do que terá ficado apurado, com base nas explicações do snr. Presidente, foi que tal custo resulta da limpeza do Mercado...


Mas se sabemos que o Mercado é limpo durante as horas normais de trabalho, em que ficamos???


Por fim, sobre a politica de taxas


Assiste-se a uma verdadeira “rebaldaria” na politica de taxas cobradas aos vendedores que se estabelecem nas imediações do Mercado. Taxas exageradas e sem critério são as queixas mais comuns.

Será assim tão difícil estabelecer um critério único e moderar o valor das taxas ao valor justo?


Parece que sim, que é difícil! Sobretudo para “esta” Junta e este Presidente!

As dores de cabeça do Snr. Presidente

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

Visite as Grutas

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Património Natural

Algarve