
The economist publica na sua edição online um quadro onde pode ser apurada o valor da dívida pública de todo o planeta.
Soube-se pelas televisões que a empresa Águas de Portugal queria substituir a frota automóvel (quer para os quadros quer para as restantes necessidades de serviço) e iria gastar uma enormidade de dinheiro apesar da empresa ser deficitária.
Pretensamente mais um caso de abuso por parte dos tenebrosos gestores públicos !
O Governo, pressurosamente, cancelou a compra e informou que o Presidente da empresa, o qual termina o seu mandato em Dezembro, não será reconduzido.
Eis então o que se passou:
- Em 2008, a empresa fez um contrato com uma empresa fornecedora de frotas em que durante (9) nove anos teria toda a frota automóvel da empresa em regime de renting (mais barato do mercado), sendo os carros substituídos ao fim de (4) quatro anos de utilização, continuando a empresa a pagar apenas o valor da renda.
Convém ter presente que a renda inclui o seguro, (4) quatro manutenções por ano um jogo de pneus extra durante os (4) quatro anos, etc.
Com este negócio a empresa reduziu em cerca de 22% (vinte e dois por cento) os custos com a frota para além de assegurar que, durante 9 anos, os preços da renda não seriam alterados (a uma média de inflação de 1,5% ao ano, significa também, uma poupança adicional de cerca de 10%-dez por cento-).
Claro que o regime do incumprimento previsto no contrato, conduz a uma cláusula penal para a parte que incumpre.
O alarde público gerado pela noticia, tal como foi difundida, conduziu o Governo a tomar medidas ( de aproveitamento da situação gerada injustamente pelos média) despedindo o gestor que tinha tomado a decisão de gestão correcta. Pelo caminho obriga a empresa a pagar a cláusula penal !!!
Um prejuízo exorbitante para agradar à opinião pública desinformada pela intoxicação televisiva.
Também nunca veio a público a razão pela qual a empresa perde dinheiro (suportado, em última análise pelo Orçamento Geral do Estado)!
O que acontece porque os sucessivos governos não lhe permitem aumentar o preço da água por razões político-eleitorais.
De facto, foi recusado á empresa estabelecer um tarifário dez por cento (10%) abaixo das empresas privadas (todas espanholas) que cobram o preço de mercado (por exemplo Torres Vedras que se trata de uma concessão a uma empresa espanhola - tem a água mais cara do país).
Acontece que esse tarifário inferior em dez por cento (10%) aos das empresas privadas era, no entanto dezassete por cento (17%) acima do que a empresa cobra hoje !!!
De quem é a responsabilidade? Destes gestores públicos, que até poderão ser boys, ou não, e auferem salários compatíveis com o que o mercado paga ???
Ou dos sucessivos Governos que não dispensam o recurso ao Orçamento Geral do Estado para atingir as boas graças do eleitorado, visando, a qualquer custo (para todos) a sua reeleição!
Por este caminho, que é comum, não há receita que resista à despesa desbragada, gerada por razões futeís, instrumentais de uma classe politica diletante.
ou de como não é possível, sem grave prejuízo de todos, deixar esta Classe Politica à solta
Resolvemos pedir a alguns amigos deste blogue a paciência de revelarem pequenas estórias de seu conhecimento directo, acerca da despesa do Orçamento Geral do Estado, cuja dimensão hoje nos sufoca através de uma carga fiscal, expressa ou implícita, que visa cobri-la no campo da receita.
Aproveitamos para generalizar o convite a todos os visitantes que, necessariamente conhecem outras tantas estórias de idêntica natureza, dada a imperatividade desta lógica despesista a todos os níveis da realidade com que, qualquer existência, se confronta.
Sobre as empresas públicas e o que elas "tiram ás regalias sociais " tenho uma pequena história para contar:
Era uma vez o ministro o Snr. X que era responsável pela Carris, a qual tinha um passivo brutal quando aquele tomou posse.
Decidiu o Snr. Ministro X, apelar ao concurso do Snr. Y , um amigo gestor, pedindo-lhe que "endireitasse " aquela empresa.
O Snr. Y formou a sua equipa e, sessenta dias depois, apresentou-se no ministério respectivo, para, perante o Snr. X , apresentar o encomendado Plano de Reestruturação da empresa.
O dito cujo Plano apontava os seguintes caminhos:
-Redução imediata de 20% de trabalhadores excedentários na empresa, de acordo com os padrões da indústria e com os da concorrência privada.
-Redução de mais 10% de empregados, por virtude da eliminação do cobrador, substituído este por uma máquina que conduzia o passageiro "a picar”(inutilizar) o próprio bilhete,por um lado e por outro o recurso ao Outsourcing dos serviços de manutenção da frota, os quais seriam atribuídos a uma empresa formada pelos próprios trabalhadores da então actual manutenção, com a qual celebraria um contrato de melhoria de 10%.
- Como consequência desta medida, ao aumento de eficiência do sistema de manutenção preventiva e correctiva da frota (visto que as pessoas quando trabalham na sua própria empresa não tendem a preocupar-se com essas minudências de horas extraordinárias, intervalos, etc), significaria que as necessidades da frota reduziram automaticamente o numero de autocarros necessários para assegurar o serviço.
- Tais medidas trariam como consequência, a redução de dois parques de estacionamento situados em zonas apetecíveis da grande Lisboa, os quais podiam ser vendidos para urbanização, assim como alienar 100 autocarros aos privados.
-As oficinas de manutenção seriam vendidas á nova empresa formada pelos empregados da manutenção que saíram da empresa, as quais, embora vendidas em condições especiais (em confortáveis prestações), deixariam de constituir um encargo, passando a constituir uma receita.
- Finalmente, reduziriam o custo por quilómetro dos então actuais 1 euro para 0,50 euro ou seja para metade.
Sucedia no entanto que o preço pago pelos passageiros era de apenas 0,30 euros enquanto a concorrência cobrava 0, 70 euros!
Propunha-se , assim ao Snr. Ministro X que permitisse o aumento do preço dos bilhetes para 0,50 –abaixo do preço da concorrência privada, em obediência à sua função de serviço público – o que propiciaria uma receita que cobria as despesas da empresa, a qual não apresentaria lucro mas também não teria prejuízo.
A verdade é que o Snr. Ministro X agradeceu o excelente trabalho ao Snr. Y e, concordou com tudo, menos com dois aspectos da proposta:
Não podia haver redução de pessoas e a empresa teria que continuar com elas mesmo que delas não precisasse e não poderia haver aumento das tarifas.
Qualquer uma destas acções seria impopular e colocaria o governo em perigo nas eleições.
O Snr. Y disse então que assim apenas reduziria o passivo mas que não o poderia fazer na totalidade sem aplicar todas as acções de reestruturação.
O Snr. Ministro X sossegou-o e garantiu-lhe: “Vai lá trabalhar e não te preocupes pois eu arranjarei dinheiro para cobrir o passivo com indemnizações compensatórias que virão do Orçamento do Estado !
No final do referido ano, depois de se ver reconhecida a melhoria dos resultados face ao habitual, apesar de se continuar a obrigar o Estado a pagar á empresa uns largos milhões, logo a imprensa, a oposição e a “vox populi” veio denunciar "Os malandros das empresas públicas que roubam o Estado e contribuem brutalmente para o défice do orçamento"!
O Snr. Y e a sua equipa, demitiram-se não sem ter ido á televisão e em bom português ter dito: Vão todos para a ... que os pariu !
Ou seja, o Estado/Governo utiliza as empresas públicas para fazer mais uma vez política social/eleitoral.
O cidadão-contribuinte nacional pode assim orgulhar-se de contribuir na sua medida para um custo politicamente reduzido do transporte do cidadão que utiliza a Carris, ou de outra companhia similar, talvez no Porto, bem como para a campanha eleitoral do partido de cada Governo que mantêm esta lógica subvencional naquela empresa, com a certeza de que, se aquelas empresas fossem geridas com racionalidade não careceriam do seu sacrifício, ou que o mesmo, a existir, bem melhor poderia ser canalizado para os transportes que não existem na sua região.
Na última sexta feira o CDS sujeitou à Assembleia da República uma proposta de Lei que visava obrigar o Governo a criar Bancos de Livros.
O PSD, que clama enfaticamente pela redução da despesa, absteve-se !!!!
Ninguém neste país quer realmente reduzir as despesas do Estado.
Uns por boas razões e outros por más!
Irresponsabilidade, Ignorância e Amadorismo!
As contas sob a mira dos cidadãos
No passado dia 29 de Setembro realizou-se a Assembleia Ordinária da Freguesia de Armação de Pêra.
Como se esperava a apresentação das contas constituiu o “prato forte” da “ocasião-refeição (da oposição)”.
Fazer uma pequena cobertura do sucedido com base nalguns depoimentos, não é fastidioso, é até interessante. Mas ver na mesma consagradas as conclusões já retiradas, inúmeras vezes, neste Sítio, se por um lado nos dá o conforto de ver confirmada a opinião publicada, por outro não pode deixar de causar náusea.
A irresponsabilidade da impreparação demonstrada, a ignorância sobre o dever democrático de ter, consistente, na-ponta-da-língua, resposta cabal, irrepreensível quanto ao domínio integral dos factos envolvidos e dos números respectivos por parte dos responsáveis pela sua apresentação, enfim o amadorismo por parte de quem é pago pelo cidadão-contribuinte para consagrar, a tempo inteiro, a sua actividade e zelo, no desempenho diligente das funções para que foi eleito enquanto Presidente da Junta de Freguesia, são, de facto, tristemente confrangedoras.
Por razões técnicas não nos é possível apresentar – desde já - as contas no seu original, o que faremos na melhor oportunidade.
No entanto é possível dar conhecimento público das questões mais quentes, as quais, naturalmente, causaram a maior controvérsia.
Iniciemos a lide então com a politica de festas e eventos, com uma “pega de caras” à tourada:
A tourada realizada durante o mês de Agosto gerou um escandaloso prejuízo para a Freguesia de €6.000,00 (seis mil euros).
De facto os custos inerentes, na ordem dos €31.000,00 (trinta e um mil euros) , tiveram como contrapartida uma receita gerada que não excedeu os €25.000,00 (vinte e cinco mil euros).
Esta situação deficitária faz-nos colocar legitimamente a questão acerca das atribuições da Junta de Freguesia e se, de entre elas cabe a realização de espectáculos taurinos? Sobretudo sendo clara e pesadamente prejudiciais ao orçamento!
E se, por razões que não nos cabe aqui aprofundar, se justifica a aplicação de dinheiros públicos na realização de eventos na Vila, sobretudo no período da grande afluência do turismo, não se justificará menos questionar o tipo de eventos que se apoiam e, ou, são de iniciativa própria e a respectiva sincronia custo-benefício.
Junta correndo atrás do prejuízo
É claro que o mesmo se poderá dizer no que aos gastos com pirotecnia, eventos musicais e demais festas, que também mereceram alguns reparos.
Sobre a politica de investimentos
Na verdade, uma boa parte do mau-estar gerado por estes dispêndios, significativos face à importância relativa que têm no orçamento, prende-se com o conjunto de omissões a que os cidadãos assistem em matérias essenciais como sejam o investimento na limpeza urbana que compete à Junta satisfazer, a qual, como é do conhecimento geral, continua a deixar muito a desejar!
Desta natureza ressaltou também o necessário, urgente e adiado investimento na escola e na pré-escola, cujas melhorias urgem e que, apesar dos seus parques contribuírem para satisfazer as necessidades de estacionamento automóvel no Verão e por essa via terem angariado para a receita orçamental cerca de € 4.000,00 (quatro mil euros), continuam por realizar, nem sequer nessa mesma medida.
Merece igualmente reparo sério o investimento em reparações e melhorias dos caminhos rurais!
Tudo indica que a primeira nódoa assenta no critério estabelecido para as prioridades. À boca pequena há quem garanta mesmo que a atenção da Junta recai exclusivamente nos caminhos que dão serventia aos amigos e correligionários!
Outra nódoa não menos intensa parece assentar no critério utilizado nas adjudicações das obras, o qual, segundo as mesmas fontes, assenta exactamente nos mesmos pressupostos!
Sobre a administração propriamente dita
Resultou também claro das contas apresentadas o exagero constatado nos consumos com comunicações, fotocópias e electricidade, sem que tenha sido dada qualquer explicação minimamente consistente.
Ainda menos consistentes e até atabalhoadas foram as explicações dadas sobre as horas extraordinárias, cujo custo importou em cerca de €12.000,00 (doze mil euros) [uma média de €1.000,00 (mil euros) por mês] .
Do que terá ficado apurado, com base nas explicações do snr. Presidente, foi que tal custo resulta da limpeza do Mercado...
Mas se sabemos que o Mercado é limpo durante as horas normais de trabalho, em que ficamos???
Por fim, sobre a politica de taxas
Assiste-se a uma verdadeira “rebaldaria” na politica de taxas cobradas aos vendedores que se estabelecem nas imediações do Mercado. Taxas exageradas e sem critério são as queixas mais comuns.
Será assim tão difícil estabelecer um critério único e moderar o valor das taxas ao valor justo?
Parece que sim, que é difícil! Sobretudo para “esta” Junta e este Presidente!
As dores de cabeça do Snr. Presidente