O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um português comum, um raciocinio lógico, uma conclusão elementar!

Recebemos de um contribuinte atento o e-mail que passamos a transcrever:

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.

O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.

E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 25 euros.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 20 euros para si.

Em resumo:

Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55. Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 20. Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 25.

Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica, no primeiro caso, com quase metade das verbas envolvidas no caso e nos restantes com percentagens significativas das mesmas.

Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para os meus filhos.
Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 Km da minha casa.

Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país. Auto-estadas sem portagens. Pontes que não caiam.
Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano.

Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos respectivos que sejam justos e adequados à nossa economia.

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros.
Polícia eficiente e equipada.

Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquesta sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto, Sr. Primeiro Ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

Um português contribuinte.

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