Irresponsabilidade, Ignorância e Amadorismo!
As contas sob a mira dos cidadãos
No passado dia 29 de Setembro realizou-se a Assembleia Ordinária da Freguesia de Armação de Pêra.
Como se esperava a apresentação das contas constituiu o “prato forte” da “ocasião-refeição (da oposição)”.
Fazer uma pequena cobertura do sucedido com base nalguns depoimentos, não é fastidioso, é até interessante. Mas ver na mesma consagradas as conclusões já retiradas, inúmeras vezes, neste Sítio, se por um lado nos dá o conforto de ver confirmada a opinião publicada, por outro não pode deixar de causar náusea.
A irresponsabilidade da impreparação demonstrada, a ignorância sobre o dever democrático de ter, consistente, na-ponta-da-língua, resposta cabal, irrepreensível quanto ao domínio integral dos factos envolvidos e dos números respectivos por parte dos responsáveis pela sua apresentação, enfim o amadorismo por parte de quem é pago pelo cidadão-contribuinte para consagrar, a tempo inteiro, a sua actividade e zelo, no desempenho diligente das funções para que foi eleito enquanto Presidente da Junta de Freguesia, são, de facto, tristemente confrangedoras.
Por razões técnicas não nos é possível apresentar – desde já - as contas no seu original, o que faremos na melhor oportunidade.
No entanto é possível dar conhecimento público das questões mais quentes, as quais, naturalmente, causaram a maior controvérsia.

Iniciemos a lide então com a politica de festas e eventos, com uma “pega de caras” à tourada:
A tourada realizada durante o mês de Agosto gerou um escandaloso prejuízo para a Freguesia de €6.000,00 (seis mil euros).
De facto os custos inerentes, na ordem dos €31.000,00 (trinta e um mil euros) , tiveram como contrapartida uma receita gerada que não excedeu os €25.000,00 (vinte e cinco mil euros).
Esta situação deficitária faz-nos colocar legitimamente a questão acerca das atribuições da Junta de Freguesia e se, de entre elas cabe a realização de espectáculos taurinos? Sobretudo sendo clara e pesadamente prejudiciais ao orçamento!
E se, por razões que não nos cabe aqui aprofundar, se justifica a aplicação de dinheiros públicos na realização de eventos na Vila, sobretudo no período da grande afluência do turismo, não se justificará menos questionar o tipo de eventos que se apoiam e, ou, são de iniciativa própria e a respectiva sincronia custo-benefício.

Junta correndo atrás do prejuízo
É claro que o mesmo se poderá dizer no que aos gastos com pirotecnia, eventos musicais e demais festas, que também mereceram alguns reparos.
Sobre a politica de investimentos
Na verdade, uma boa parte do mau-estar gerado por estes dispêndios, significativos face à importância relativa que têm no orçamento, prende-se com o conjunto de omissões a que os cidadãos assistem em matérias essenciais como sejam o investimento na limpeza urbana que compete à Junta satisfazer, a qual, como é do conhecimento geral, continua a deixar muito a desejar!
Desta natureza ressaltou também o necessário, urgente e adiado investimento na escola e na pré-escola, cujas melhorias urgem e que, apesar dos seus parques contribuírem para satisfazer as necessidades de estacionamento automóvel no Verão e por essa via terem angariado para a receita orçamental cerca de € 4.000,00 (quatro mil euros), continuam por realizar, nem sequer nessa mesma medida.
Merece igualmente reparo sério o investimento em reparações e melhorias dos caminhos rurais!
Tudo indica que a primeira nódoa assenta no critério estabelecido para as prioridades. À boca pequena há quem garanta mesmo que a atenção da Junta recai exclusivamente nos caminhos que dão serventia aos amigos e correligionários!
Outra nódoa não menos intensa parece assentar no critério utilizado nas adjudicações das obras, o qual, segundo as mesmas fontes, assenta exactamente nos mesmos pressupostos!
Sobre a administração propriamente dita
Resultou também claro das contas apresentadas o exagero constatado nos consumos com comunicações, fotocópias e electricidade, sem que tenha sido dada qualquer explicação minimamente consistente.
Ainda menos consistentes e até atabalhoadas foram as explicações dadas sobre as horas extraordinárias, cujo custo importou em cerca de €12.000,00 (doze mil euros) [uma média de €1.000,00 (mil euros) por mês] .
Do que terá ficado apurado, com base nas explicações do snr. Presidente, foi que tal custo resulta da limpeza do Mercado...
Mas se sabemos que o Mercado é limpo durante as horas normais de trabalho, em que ficamos???
Por fim, sobre a politica de taxas
Assiste-se a uma verdadeira “rebaldaria” na politica de taxas cobradas aos vendedores que se estabelecem nas imediações do Mercado. Taxas exageradas e sem critério são as queixas mais comuns.
Será assim tão difícil estabelecer um critério único e moderar o valor das taxas ao valor justo?
Parece que sim, que é difícil! Sobretudo para “esta” Junta e este Presidente!

As dores de cabeça do Snr. Presidente