A educação e a formação são factores fundamentais para o desenvolvimento. Os resultados da pesquisa económica têm comprovado que há uma correlação entre os níveis de educação, os aumentos de produtividade e as perspectivas de crescimento sustentável.
As comparações internacionais põem em destaque o factor educação como um dos factores que explicam as diferenças de riqueza entre nações.

Analisando os indicadores de escolaridade da população do nosso concelho obtidas no censo de 2001, verificamos que cerca de 30 % da população residente não tem qualquer instrução, que mais de 35 % da população só tem o 1º ciclo de escolaridade.

Quando num concelho em que mais de 85 % da sua população residente tem como habilitação o 9º ano no máximo, é difícil mudarmos o paradigma de desenvolvimento. Quando sopram ventos adversos o que nos espera é o aumento do desemprego.
Em Janeiro de 2010 mais de 75% dos desempregados tinham o nono ano ou menos.

Desenvolvimento é mais do que crescimento! Os níveis de educação e formação condicionam profundamente a possibilidade de um país alterar o seu perfil de especialização, para actividades de maior valor acrescentado, com mais e melhores empregos.
Os níveis de educação e formação condicionam a possibilidade de difundir
formas de organização das empresas que promovam um trabalho mais qualificado, criativo, autónomo e responsável.
A principal actividade económica do nosso concelho e em especial a da freguesia de Armação de Pêra é a indústria do turismo, mas em coisas simples, como por exemplo o atendimento profissional ao cliente nos estabelecimentos do nosso concelho, a habilitação de competências é difícil de encontrar.
Estamos com uma taxa de desemprego elevada, esta ameaça poderia ser transformada numa oportunidade para educarmos e qualificarmos os recursos humanos do nosso concelho, aumentando as oportunidades para os desempregados, no futuro encontrarem um emprego mais qualificado e contribuirem mais capazmente para a sustentabilidade das empresas onde trabalham e a economia em geral.
Se tivéssemos no concelho lideranças preocupadas com o futuro e menos com o betão, podíamo-nos concentrar uma parte dos nossos recursos na educação e formação e transformarmo-nos num “concelho aprendente” organizando-nos na produção de competências específicas e com elas, afirmar vantagens competitivas específicas que nos conduzissem a mais e melhores empregos e ao reforço de uma identidade cultural própria.
Para isso necessitávamos de encontrar novas metodologias de planeamento educativo mais interactivas, flexíveis e participadas, envolvendo todos os actores relevantes para a procura e a oferta de conhecimento.
Não podemos deixar aqui de realçar a iniciativa da Associação Amigos de Armação um actor local, a qual com vontade e recursos escassos lançaram um projecto de alfabetização para adultos.
A resposta não passa só por melhorar os níveis de educação e formação, mas é necessário reelaborar o seu conteúdo, estabelecendo um nexo mais rico com a
inovação, nas suas diferentes formas: não só de processo, mas também de produto e serviço, não só tecnológica, mas também organizacional, social e cultural.
O que nos resta é sermos melhores e para sermos melhores necessitamos de melhor educação e de mais formação.




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