Sem nos congratularmos com as vitórias de Isabel Soares e Fernando Santiago, manda o “fairplay” que saudemos os vencedores saídos desta contenda eleitoral.
Pois, apesar do desaire evidente do PPD/PSD nestas autárquicas, a senhora Dra Isabel Soares, na Câmara e o Snr. Fernando Santiago, na Junta de Freguesia, conservaram-se como verdadeiros resistentes, ou melhor, como Alices, no País das Maravilhas!

Cumpridos os costumes e decorridos alguns dias para o adequado arrefecimento, importará elencar algumas conclusões elementares, especificamente aquelas que importarão para o futuro.
Ora, se o sucesso daqueles candidatos não foi resultado, como é óbvio e bom de ver, pelo trabalho realizado e consequente reconhecimento das populações, porque terá sido então?
As respostas podem ser múltiplas! Do conservadorismo dos eleitores à eficácia das respectivas campanhas, de tudo um pouco poder-se-á socorrer o analista para “esmiuçar” o resultado eleitoral e as suas ilações.
Quanto a nós, o que importa será inventariar o que esteve mal por parte das oposições e designadamente por parte daquela que reuniu as melhores probabilidades de êxito.
Neste sentido não podemos deixar de imputar à abstenção a responsabilidade maior no resultado do escrutínio.
É claro que o alheamento dos cidadãos e a sua consequente abstenção são consequências e não causas (a este propósito o nosso post de 3 de Outubro “ABC da Cidadania” é exaustivo)!
Das formas possíveis de contrariar esta tendência (Aproximar o sistema de decisões públicas dos cidadãos, Incentivar a participação cívica como um dever de qualquer cidadão e Estimular a criação de associações de cidadãos que possam funcionar como escolas educação cívica e meios de pressão sobre os decisores públicos) só esta última está ao alcance dos cidadãos de per se.
Já que os partidos políticos, como qualquer caracol, também só saem da toca quando estão prestes a ir a votos, voltando para a toca depois de legitimados os seus representantes, os que se sentam à mesa do orçamento, através da recolha dos votos.

A abstenção (omissão) da participação durante quatro anos, dos candidatos da oposição, no trabalho politico, mantendo-se em absoluta letargia, só acordando a quando da corrida para os votos, explicará boa parte do resto.
De facto, em Armação de Pêra, fora do período eleitoral, fez mais a pequena associação dos amigos de Armação para evidenciar as omissões, incongruências e irresponsabilidades do poder instituído, quer na Câmara quer na Junta, que o Partido Socialista, entidade com uma responsabilidade politica incomensuravelmente maior que aquela!
O resultado ficou à vista, como o azeite na água!
Quem tiver motivação, generosidade, disponibilidade e empenho para ser presidente da Junta, deverá desenvolver um trabalho adequado durante os próximos anos, sem contar grande coisa com o seu partido, mas tão preferencialmente consigo e o seu grupo de apoiantes, com vista á participação, acção politica e defesa dos interesses da população e da Vila.
Nesse pressuposto, no acto eleitoral seguinte, recolherá os mandatos suficientes para se eleger!
Tão simples quanto isso!
No resto,será como competir com um caracol!
E que ninguém chore os resultados, pois,como ensinou Platão:"A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores".