O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A TIRANIA DA BELEZA INDUSTRIAL E O REVIRALHO


A autêntica tirania que os conceitos cinematográficos e publicitários de beleza objectivamente representam, justifica uma profunda reflexão sobre o fenómeno, atenta a influência que determina em todos nós.

Contra a corrente remam muitos livres-pensadores, por esse mundo fora. Outras ópticas que merecem ponderação, e sobretudo divulgação...

Na verdade, as indústrias que definem os padrões físicos que condicionam e influenciam, milhões de mulheres e homens, contam com biliões de dollares para o efeito, enquanto que as vozes que apelam por outras concepções mais profundas da beleza e os valores subjacentes, se limitam a pregar aos peixes...

Paulo Coelho é, nesta matéria, um dos que remam contra a maré. Só por isso, já merece a nossa simpatia e a divulgação neste sitio.

Conheçamos a sua opinião:


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheiinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheiinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.


Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa's... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.


Paulo Coelho

terça-feira, 17 de março de 2009

METAMORFOSE DOS VALORES E DESVALORES

Um tipo vestindo jeans, t-shirt e boné, encosta-se junto à entrada de uma estação de metro, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora "rush" matinal.

Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos transeuntes.

Ninguém conhecia a sua identidade. Tratava-se do músico Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, que ai executava peças musicais consagradas, tocando um instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, cujo valor está estimado em mais de 3 milhões de dólares.



Alguns dias antes Joshua Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a 'bagatela' de 1000 dólares cada.


A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar rápido, copo de café na mão, telemóvel ao ouvido, crachá balançando no pescoço, absolutamente indiferentes ao som do violino.

A iniciativa foi posta em prática pelo jornal “The Washington Post” e consistia em lançar um debate sobre VALOR, CONTEXTO e ARTE.



De entre outras conclusões possíveis, uma ressaltou: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num determinado contexto.
No caso concreto, Joshua Bell era uma obra de arte sem moldura.
Um artefacto de luxo sem etiqueta de glamour.


Entre centenas, senão milhares de pessoas, que por ali passaram, somente uma mulher reconheceu a música e o músico...

O sistema de desenvolvimento que constitui o modelo generalizado que nos tem formatado, pelo menos ao ocidente dito civilizado e que tende a generalizar-se enquanto conceito modelar, para os países emergentes, comporta em si, senão os germes da sua própria autodestruição, da qual a crise que vivemos actualmente é evidência suficiente e cabal, como os germes da própria adulteração do homem, desde logo pela conversão dos desvalores – excrescências deste modelo de desenvolvimento – em valores, a promoção do acessório ao estatuto de essencial, a degenerescência dos valores até à sua autêntica subalternidade.

sábado, 14 de março de 2009

DIREITOS DO CIDADÃO-CONSUMIDOR: DIA MUNDIAL!

Amanhã, 15 de Março, celebra-se, um pouco por todo o lado, o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores.

Nem todos se recordarão que foi em 15 de Março de 1962 que o então Presidente dos Estados Unidos da América, John Fritzgerald Kennedy, de boa memória, instituiu o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, através de mensagem especial enviada ao Congresso Americano sobre a protecção dos interesses dos consumidores, inaugurando a conceptualização dos direitos do consumidor ou pelo menos, o que não foi pouco, colocando esta temática na agenda politica mundial.

Não fosse ter contribuído, ao longo do seu curto mandato, com tantos outros avanços em outros tantos domínios, que só por isso já teria um lugar na História.

Decorridos 47 anos sobre aquele facto politico, a batalha pelos direitos dos consumidores encontra-se, cada vez mais, na ordem do dia.

A “maior crise económica de sempre” segundo alguns, contribuiu muito acentuadamente para uma revisão atenta dos direitos dos consumidores em qualquer domínio, mas muito particularmente no que aos produtos financeiros diz respeito.

Dos activos tóxicos à usura de tudo se pode encontrar nos produtos financeiros e a crise se teve algum mérito, foi o de exibir à saciedade, de como foram sendo feitos os lucros da Banca, em geral.

Algumas medidas têm sido tomadas, por iniciativa do governo Sócrates (regras para o arredondamento das taxas de juro e, recentemente, o regime das taxas máximas para os diferentes tipos de contratos de crédito ao consumo, que pretendem prevenir a usura) duma assertividade ímpar no que à defesa dos consumidores diz respeito.

Bom seria que, no que depende em exclusividade do Estado, o governo actuasse com tanta assertividade!

Na verdade vemos o poder dos consumidores como vertente de outros mais amplos que são os poderes de cidadania. E, tal como neste caso, os consumidores, sendo o elo mais forte da cadeia económica (por deterem o poder de decisão da compra), são ainda o elo mais frágil daquela, como muito bem conclui Maria Luísa Vasconcelos. Daí a imperatividade, quase paternalística, na defesa dos seus direitos, a que o legislador vai dando corpo, gerindo consequências, o que torna bem evidente a fragilidade do estatuto dos mesmos, dizemos nós.


Neste combate e sem prejuízo do bom caminho percorrido, os cidadãos vão contando com o poder legislativo, o qual vai agindo, a uma velocidade tímida, a reboque dos acontecimentos, em incipiente conformidade com os poderes que lhe são conferidos pela sociedade civil.

No entanto, diferentemente dos diversos destinatários das medidas de defesa dos consumidores, como agora a Banca, que com maior ou menor dificuldade se tem de conformar, com o Estado a coisa "fia mais fino" pois esperar que o Estado se auto flagele, impondo-se aquilo que os cidadãos não lhe exigem, nem sequer lhe pedem com vigor, será como que...acreditar no Pai Natal.

POESIA:SABER DIZER, É MEIO CAMINHO ANDADO PARA A SUA DIVULGAÇÃO!

quinta-feira, 12 de março de 2009

NÃO DESPERDIÇAR A ÁGUA QUE PODEMOS VIR A BEBER!

Como referimos no texto que postamos em Janeiro com o título “Água e Impostos: Remendos não são soluções”a poupança de água impõe-se, entre outras razões, pelo interesse económico imediato dos cidadãos - consumidores, expresso na factura que nos é apresentada mensalmente pela Câmara de Silves.

Infelizmente, mas expectavelmente, não se vê a Câmara de Silves tomar as medidas necessárias para promover internamente e junto dos seus clientes a redução dos consumos de água!
Por isso, voltamos a dar mais alguns conselhos sobre a forma de pouparmos mais umas dezenas de euros no final do ano, tornando-nos interpretes da inevitável mudança de comportamentos, designadamente implementando na nossa habitação medidas relativamente acessíveis tendentes a reduzir os consumos.

Os banhos e duches representam cerca de 39% do consumo médio diário de água numa habitação, existe por isso um potencial de poupança significativo se implementarmos medidas que reduzam o volume gasto em cada utilização, sem sacrificar o nosso conforto ou higiene.


Os principais factores que influenciam o consumo associado ao duche são o caudal do chuveiro, a duração do duche e o número de duches por dia do agregado familiar.

O caudal do chuveiro depende da pressão da água à chegada ao dispositivo e do equipamento utilizado para aquecer a água (esquentador, termo acumulador ou caldeira mural). O caudal de água quente é frequentemente inferior ao de água fria, para o mesmo grau de abertura da torneira, devido a limitação do débito do sistema de aquecimento de água. Modelos de esquentador comuns têm caudais entre 10 e 11 litros por minuto.

Para avaliar qual o caudal debitado pelo chuveiro existente numa habitação basta efectuar um teste simples em que se enche um recipiente de volume conhecido (por exemplo um balde de 10 litros) e se mede o tempo de enchimento.

Se o caudal for menor ou igual a 10 litros por minuto, trata-se de um dispositivo eficiente.
Se o caudal for superior a 10 litros por minuto, a substituição do chuveiro por um modelo mais eficiente é aconselhável e permite poupar água e dinheiro!

O que podemos fazer para pouparmos água sem sacrificarmos o nosso conforto e contribuir simultaneamente para a melhoria do ambiente.

• Devemos utilizar preferencialmente o duche em alternativa ao banho de imersão;
• Devemos tomar duches curtos, com um período de água corrente não superior a 5 minutos;
• Fechar a água do duche durante o período de ensaboamento;
• Recolher a água fria corrente até chegar a água quente à torneira, para posterior rega de plantas ou lavagens na habitação;

Admitindo que o utilizador demora em média 10 minutos no duche, a redução da duração de água corrente para 5 minutos, fechando a torneira enquanto se ensaboa ou reduzindo o tempo do duche, permite uma poupança potencial de 40 m³/ano/habitação, o que corresponde a uma eficiência potencial de 50%.

A implementação desta medida não implica tecnologia! Basta mudarmos comportamentos.
Em termos ambientais, esta medida apresenta benefícios evidentes ao nível da redução de volumes de água e de águas residuais e ao nível da redução de consumos de energia, não implicando quaisquer inconvenientes ambientais.

Bora lá?... tentar!

sexta-feira, 6 de março de 2009

VOTE PELA TERRA



Dia 28 de Março participe na primeira eleição global, entre a terra e o aquecimento global.

Em Portugal a Hora do Planeta vai acontecer entre as 20h30 e as 21h30 em Lisboa e já conta com a adesão do Cristo-Rei, Ponte 25 de Abril, Palácio de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão das Descobertas, Castelo de S. Jorge, Paços do Concelho, Museu da Electricidade e Centro Cultural de Belém.

Será que a Câmara de Silves e a nossa Junta de Freguesia, podendo, também vão aderir a esta iniciativa?

quinta-feira, 5 de março de 2009

A crise contada ao povo e ás crianças...

Nota: Carregue na imagem para visualização em tamanho maior.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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