O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Contentores de recolha de roupa: solidariedade ou business?

Estão espalhados pelo nosso país milhares de contentores onde as pessoas podem depositar a roupa usada, que supostamente vai para a caridade, mas na realidade, na esmagadora maioria dos casos apenas uma pequena parte dessa roupa chega às pessoas carenciadas.

Quase toda a roupa usada que depositamos gratuitamente nos contentores passa a formar parte de um negócio muito lucrativo desconhecido pela maioria das pessoas, que é o negócio da roupa usada.

A cada ano depositamos no nosso país uma média de 30 milhões de quilos de roupa usada, a maior parte em Junho e em Outubro. A roupa que não queremos colocar no lixo levamos para um dos milhares de contentores de recolha de roupa colocados em pontos estratégicos como colégios, centros comerciais, etc.

Todos já depositamos ou pelo menos já vimos algum dos contentores de roupa usada, com mensagens de teor social que apelam à caridade, mas em muitos casos estes contentores são de empresas privadas que se aproveitam da nossa boa vontade para obter um produto gratuitamente e vender posteriormente obtendo um lucro desmesurado, que a maioria das pessoas ignora.


Este é um problema que afecta a maioria dos países desenvolvidos, no nosso país não existem denúncias e tudo funciona às mil maravilhas para estas empresas, mas no país vizinho, um canal de televisão chamado “La Sexta” decidiram fazer uma investigação e comprovar para onde vai a roupa depositada nos contentores, fazem por isso guarda junto a um contentor para ver quem vai fazer a recolha da roupa e conseguiram fazer uma reportagem que prova que mais de 90% dessas roupas não vai parar às mãos dos necessitados como nós pensamos, mas sim a empresas que fazem negócio com elas usando o disfarce da caridade. Uma das empresas mais conhecidas que opera em dezenas de países, assim como no nosso é a Humana, que tem lojas de roupa usada, que precisamente provém dos contentores onde nós depositamos gratuitamente a roupa que não queremos, não fazendo ideia de que ela vai ser usada para enriquecer pessoas mais ricas que nós. Esta empresa Humana com aqueles contentores verdes que todos vemos perto de nós, segundo a reportagem feita por este canal de tv, a empresa entrega apenas pouco mais de 10% dos lucros a uma ONG, o resto dos milhões de euros que facturam ao ano é segundo eles para despesas de logística da empresa, incluíndo o bolso deles… Mas esta empresa é apenas uma delas e das menos graves, porque existem muitas outras que vendem a roupa e nem entregam nada para a caridade.

As roupas melhores vão para lojas e feiras por cá. No entanto, chegam até ao cúmulo de enviar a roupa que não conseguem vender aqui, para Africa, mas não é gratuitamente, eles fazem pacotes de roupa com 100kg cada um, metem em contentores e vendem em Africa para que seja vendida las lojas e feiras de lá.

Devemos ter mais atenção onde colocamos a nossa roupa, apenas devemos entregar a verdadeiras ONG para não alimentarmos este negócio sujo que se aproveita da nossa caridade para fazer dinheiro em vez de ajudar quem verdadeiramente precisa.
Partilhe a informação para que todas as pessoas conheçam esta realidade cada vez mais comum no nosso país.

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