O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quarta-feira, 2 de julho de 2025
As papeleiras são inteligentes. Mas quem manda nelas… nem por isso.
Em Armação de Pêra, há papeleiras com sensores, compactadoras e tudo. Supostamente “inteligentes”. Mas basta dar uma volta pela marginal ou perto da praia para ver o oposto: lixo a sair por todos os lados, sacos no chão, cheiro desagradável. E ainda há quem diga: “A culpa é das pessoas que não usam as papeleiras como deve ser.”
Mas espera lá… Se as papeleiras são inteligentes e avisam quando estão cheias, por que é que continuam a deitar lixo por fora?
O problema não é a tecnologia. É quem devia estar a cuidar disto e não está.
Investem em papeleiras high-tech, mas depois ninguém aparece para as esvaziar. Resultado? A tecnologia avisa, mas ninguém responde. E quem paga é a imagem da vila e quem cá vive ou visita.
Armação de Pêra merece mais do que promessas bonitas. Merece uma gestão que funcione — não só para as selfies, mas para a realidade do dia a dia.
Se queremos uma vila limpa, moderna e bem cuidada, temos de exigir mais de quem manda. Porque as papeleiras até podem ser inteligentes… mas isso de nada serve se quem devia fazer o trabalho estiver a dormir.
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terça-feira, 1 de julho de 2025
Em Armação de Pera ...O Lixo Está no Lixo… Mas os Contentores Estão um Lixo!
Quem anda por Armação de Pêra já deve ter reparado: muitos dos contentores de lixo estão num estado vergonhoso. Tampas partidas, puxadores que já eram, lixo à vista e até moscas a fazerem a festa. Dá mesmo vontade de evitar usar, não é?
A verdade é que, quando os próprios contentores estão sujos e danificados, é mais difícil manter a vila limpa. E a culpa não é das pessoas que tentam reciclar e colocar o lixo no sítio certo — é de quem devia cuidar desses equipamentos e simplesmente não o faz.
Será que custa assim tanto arranjar as tampas, lavar os contentores e fazer uma manutenção decente? Parece que quem devia tratar disso está a dormir, ou então acha que ninguém repara. Mas nós reparamos. E importa falar sobre isto.
Manter os contentores em bom estado é básico. É uma questão de respeito pela vila, pelas pessoas que aqui vivem e também por quem nos visita. Armação de Pêra é linda — mas com os contentores neste estado, perde pontos.
Está na hora de exigir mais. De partilhar fotos, de falar do assunto, de pressionar quem manda. Porque cuidar da nossa terra também é responsabilidade nossa.
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segunda-feira, 30 de junho de 2025
PARTICIPE HOJE NA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ARMAÇÃO DE PÊRA – POR RUAS MAIS LIMPAS E SEGURAS!
📣 Moradores de Armação de Pêra!
Hoje é dia de fazermos ouvir a nossa voz! 💬
A Assembleia de Freguesia realiza-se hoje, 30 de junho, às 21h30, na sala polivalente do edifício da Junta de Freguesia.
Queremos ruas limpas, seguras e bem cuidadas para todos nós – e isso só será possível com a participação da comunidade.
👥 A presença de cada um é essencial para exigir melhores condições na nossa freguesia.
📍 Junta-te a nós e mostra que te importas com Armação de Pêra!
🗓 Hoje, 30 de junho
🕤 21h30
📌 Sala Polivalente da Junta de Freguesia
PARTICIPA! Juntos fazemos a diferença. 💪
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Câmara de Silves Inova: Turismo e Saneamento, Agora com Aroma Local!
Armação de Pêra, verão de 2025 — Num movimento audaz que mistura logística criativa com uma pitada de desafio ao bom senso, a Câmara Municipal de Silves decidiu surpreender locais e turistas com uma programação exclusiva para a época alta: a limpeza da rede pública de saneamento.
Porque, afinal, o Algarve não é só sol, mar e sardinha — é também esgoto, tubagem e cheiro a progresso!
Entre 30 de junho e 16 de julho, alguns arruamentos da pitoresca freguesia de Armação de Pêra vão ser palco de um espetáculo único: caros de limpeza de esgoto dançando entre esplanadas, tampas de saneamento abrindo como se fossem portas para o além, e um leve perfume no ar que, quem sabe, poderá ser lançado como aroma exclusivo nos souvenirs da região — Eau de Esgoto – edição limitada.
Segundo a autarquia, esta intervenção visa "garantir a qualidade, a continuidade e a eficiência dos serviços públicos". Um objetivo nobre, ainda que timidamente incompatível com a chegada em massa de turistas armados de toalhas de praia e intolerância a odores estranhos.
Fontes não confirmadas indicam que, na próxima fase, poderá ser criada uma rota turística temática: “O Circuito do Saneamento”, com paragens nos pontos de maior constrangimento e explicações ao vivo sobre o ciclo da água... e dos aromas.
A Câmara agradece a compreensão dos munícipes, dos visitantes e dos narizes mais sensíveis, prometendo que os trabalhos serão "célere e eficientes". Já os comerciantes locais aguardam com expectativa o impacto económico da nova modalidade de “turismo olfativo”.
No fundo, o que seria do verão sem uma pitada de imprevisibilidade municipal? Silves mostra, uma vez mais, que sabe surpreender — mesmo quando se trata de limpar aquilo que todos preferiam manter bem escondido.
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domingo, 29 de junho de 2025
“Papeleiras a Transbordar: É Assim que Servimos Armação de Pêra?”
Armação de Pêra, uma das vilas turísticas mais encantadoras do Algarve, recebe todos os verões milhares de visitantes atraídos pelas suas praias douradas, gastronomia e ambiente acolhedor. No entanto, basta um passeio pelo centro ou pela marginal para perceber uma triste contradição: papeleiras a transbordar, lixo espalhado pelo chão e um cheiro que compromete a experiência de quem cá vive e de quem nos visita.
A pergunta impõe-se: é esta a imagem que queremos dar ao mundo?
Não se trata apenas de estética — embora a imagem de sacos plásticos e copos de gelado amontoados cause repulsa. Trata-se de saúde pública, de sustentabilidade ambiental e de respeito por uma vila que sobrevive do turismo.
Numa época em que se fala tanto de valorização dos territórios e de experiências turísticas autênticas, como pode Armação de Pêra falhar no básico? A recolha do lixo em época alta tem de ser mais frequente. As papeleiras, que são claramente insuficientes para o volume de pessoas, devem ser aumentadas. É uma questão de planeamento e vontade política.
As fotografias que circulam nas redes sociais, mostrando a degradação dos espaços públicos, não são apenas embaraçosas — são um aviso. Se não cuidarmos da nossa casa, os turistas vão procurar outras mais limpas e organizadas. E nós, residentes, vamos continuar a pagar o preço do abandono e da má gestão.
Armação de Pêra merece melhor. Servi-la bem não passa apenas por cartazes de boas-vindas ou eventos culturais de verão. Passa por garantir que, todos os dias, os espaços públicos estão limpos, seguros e dignos de quem cá vive e de quem cá vem.
É tempo de agir. Porque esta não é — nem pode continuar a ser — a forma única de servir Armação de Pêra.
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sábado, 28 de junho de 2025
“UB6: O Novo Spa Termal de Armação de Pêra – Agora com Essência de Esgoto”
Banhos de mar, sol e... efluentes! Em plena praia de bandeira azul, a moda agora é o esgoto terapêutico.
Armação de Pêra voltou a surpreender os seus veraneantes. Conhecida pelas suas praias douradas, peixe fresco e filas intermináveis em agosto, a vila piscatória estreia agora a mais recente atração turística: o UB6 Conventinho – Centro de Esgototerapia Costeira, uma espécie de spa natural onde o luxo se encontra com a descarga doméstica.
Foi durante uma limpeza de terraços (ou será que foi um ritual secreto de invocação das águas negras?) que os nossos atentos repórteres, já com o nariz desconfiado, testemunharam a transformação mágica de um tubo aparentemente inofensivo numa fonte jorrante de civilização canalizada. E como se não bastasse, após a nossa denúncia, multiplicaram-se os vídeos, os relatos e os odores. Afinal, UB6 não está só. Há todo um circuito turístico de esgotos que brotam com orgulho para o mar.
As autoridades, numa demonstração de rara coerência, permanecem absolutamente consistentes na sua postura: cegas, surdas e ausentes. Segundo fontes não identificadas (porque estavam ocupadas a limpar os óculos de sol), “não há perigo para a saúde pública, apenas um ligeiro aroma a urbanismo mal tratado”. A bandeira azul, essa, continua a ondular estoicamente — provavelmente não tem olfato.
Especialistas em sarcasmo ambiental confirmam: “É uma inovação ecológica. Uma praia com biodiversidade química.” E já se fala até em criar uma nova distinção internacional: a Bandeira Castanha, atribuída a zonas balneares com personalidade forte e aroma persistente.
Apelo final:
Convidamos todos os leitores a visitar a UB6. Leve a família, o cão e uma pinça para o nariz. E, se possível, envie-nos vídeos. Afinal, a sátira pode ser nossa, mas o esgoto é real.
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sexta-feira, 27 de junho de 2025
Armação de Pera: Largo da Igreja Operação Coelho Verde
Armação de Pêra declara guerra às ervas daninhas… com um coelho.
Após meses de crescimento descontrolado, o Largo da Igreja em Armação de Pêra atingiu um novo patamar de naturalismo urbano: ervas daninhas, flores do acaso e até uma silva rebelde compõem agora o que alguns já chamam de “Jardim do Abandono”.
Apesar de sucessivos pedidos dos moradores à Junta de Freguesia para uma simples limpeza, a resposta tem sido... contemplativa.
Em nota enviada à população, a Junta esclareceu:
“Preferimos uma abordagem sustentável e filosófica à gestão do espaço público. As ervas têm direito à vida. Cortar seria uma forma de violência botânica.”
Questionados sobre o prolongado estado de abandono, outro porta-voz acrescentou:
“Há quem veja mato, nós vemos potencial. Está em estudo um projeto-piloto de permacultura espontânea.”
Cansados de esperar por uma ação concreta (ou mesmo simbólica), os moradores decidiram avançar com uma solução de base comunitária: adquirir um coelho, por subscrição pública, para pastoreio não-autorizado. O animal, que será batizado de Sr. Relvinhas, terá como missão roer democraticamente todas as ervas que a Junta insiste em proteger.
A Junta, confrontada com a ideia, reagiu com elegância:
“Desde que o coelho pague a taxa de ocupação da via pública e não exija recibos verdes, não nos opomos.”
A comunidade está unida. Já se fala na criação de uma Associação de Amigos do Relvinhas e de um evento anual — o Festival da Monda Lenta. O Largo, por sua vez, continua firme no seu papel: crescer para cima, para os lados, e para dentro dos sapatos de quem lá passa.
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quinta-feira, 26 de junho de 2025
Chega de promessas: Armação de Pêra precisa de segurança agora
O recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) revelou um dado preocupante: a criminalidade violenta e grave no Algarve aumentou 9,9% em 2024. Isto contrasta com uma ligeira descida na criminalidade geral e expõe uma realidade cada vez mais sentida em Armação de Pêra — a insegurança está a crescer, e a resposta tem sido, no mínimo, insuficiente.
Apesar de uma redução global de 1,8% nos crimes registados na região, com menos 478 participações que no ano anterior, o distrito de Faro continua a ocupar o quarto lugar no ranking nacional da criminalidade, com 26.666 ocorrências. Armação de Pêra, pequena vila à beira-mar, não tem escapado a esta realidade. Casos de furtos são cada vez mais frequentes, desde bilhas de gás levadas de estabelecimentos comerciais, como a drogaria Garrocho, até viaturas vandalizadas junto ao mercado local.
É legítima a pergunta: onde está o reforço prometido das forças de segurança? A presença da GNR continua limitada, e a sensação de impunidade entre os criminosos parece crescer a cada nova ocorrência. Os residentes e comerciantes estão cansados de palavras vazias. Precisamos de medidas concretas e imediatas.
A segurança não é um luxo; é um direito. Armação de Pêra, sendo também um destino turístico importante, não pode continuar vulnerável à criminalidade, ainda mais em época alta. A proteção de quem aqui vive e de quem nos visita deve ser prioridade absoluta para as autoridades locais e nacionais.
É tempo de agir. A comunidade clama por patrulhamento mais eficaz, mais visibilidade das forças policiais e, acima de tudo, resultados. Promessas não resolvem furtos. Segurança sim.
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O Deserto Médico no Algarve: Entre Despachos e a Realidade
A recente publicação dos despachos e avisos — nomeadamente o Despacho n.º 4741-A/2025, o Despacho 5868-A/2025 e os Avisos n.º 13280-A/2025 e 13280-B/2025 — que anunciam a abertura de procedimentos concursais para 642 vagas na carreira médica, surge como uma tentativa do Governo de reforçar os cuidados de saúde primários em Portugal. Contudo, a realidade mostra-nos que, no caso do Algarve, essa intenção falha de forma preocupante: das 34 vagas disponibilizadas na região, apenas 13 foram preenchidas. Vinte e uma continuam por ocupar. Um número gritante, especialmente quando se sabe que cerca de 100 mil algarvios continuam sem médico de família.
Esta discrepância entre o que é anunciado e o que efetivamente se concretiza evidencia um problema estrutural: o Algarve continua a ser uma região esquecida no que toca ao investimento em saúde pública. Apesar de possuir uma das maiores Unidades Locais de Saúde (ULS) do país, é também uma das menos financiadas. Como se justifica esta desproporção? Como pode uma região com forte afluência turística e um número significativo de residentes permanentes continuar a ser tratada como periférica pelas políticas centrais?
O problema não está apenas na falta de médicos, mas na falta de atratividade das condições oferecidas. Não basta abrir concursos — é preciso garantir que os profissionais de saúde queiram vir e, mais ainda, permanecer. Isso passa por oferecer condições salariais e de progressão de carreira competitivas, habitação acessível, apoio à família e estabilidade contratual. Nada disto pode ser feito com medidas pontuais ou paliativas.
O desinteresse em ocupar as vagas no Algarve deve servir de alerta. A saúde pública não se pode sustentar em números anunciados em Diário da República que depois não encontram correspondência na realidade. É preciso um plano estratégico sério e contínuo de valorização dos profissionais e de reequilíbrio territorial dos recursos humanos em saúde. O contrário disso é condenar milhares de cidadãos a uma contínua exclusão do direito básico à saúde.
Chega de medidas avulsas. O Algarve merece mais — e melhor.
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Câmara de Silves: “Façam o que eu digo, não o que eu faço?”
Entre 15 de junho e 15 de setembro, a Câmara de Silves decidiu suspender o licenciamento de novas ocupações do espaço público em Armação de Pêra. A ideia, segundo a autarquia, é garantir a livre circulação durante os meses de verão — proteger peões, melhorar acessibilidades e evitar riscos para quem tem mobilidade reduzida, como idosos, crianças ou pessoas com deficiência. Tudo muito bonito… no papel.
Mas eis o que está a acontecer na prática: a própria Câmara está a promover obras no antigo espaço do minigolfe. Um local por onde passam milhares de pessoas todos os dias nesta altura do ano — turistas, moradores, famílias. Resultado? Poeira, barulho, e… adivinhem? Circulação dificultada.
Ou seja, enquanto a população e os comerciantes são impedidos de montar estruturas no espaço público, a própria autarquia avança com obras num dos sítios mais movimentados da vila.
Será que faz sentido? A medida até pode ter boas intenções, mas acaba por soar a dois pesos e duas medidas.
Quem vive ou trabalha em Armação de Pêra já começou a comentar: “Façam o que eu digo, não o que eu faço” parece ser o lema deste verão.
Fica a pergunta no ar: se é para garantir segurança e acessibilidade, não devia começar pelo exemplo?
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quarta-feira, 25 de junho de 2025
O Armacenense Ussumani Djumo sagra-se Campeão Absoluto do Norte nos 110 metros barreiras
O atleta Ussumani Djumo brilhou este fim de semana no Estádio Dr. José Vieira de Carvalho, na Maia, ao conquistar a medalha de ouro na prova dos 110 metros barreiras, com a impressionante marca de 14.38 segundos. Esta vitória consagra-o como Campeão Absoluto do Norte de Portugal e Campeão Regional de Viana do Castelo, reforçando o seu estatuto como um dos melhores barreiristas nacionais da atualidade.
Natural de Armação de Pêra, Djumo representa esta época o Clube de Atletismo Olímpico Vianense (CAOV), pelo qual tem alcançado importantes resultados a nível regional e nacional. A vitória na Maia é mais uma etapa de sucesso numa carreira construída com dedicação, sacrifício e um espírito competitivo notável.
Determinando-se a alcançar o mais alto nível, Ussumani teve de deixar a sua terra natal e procurar novas condições de treino noutras paragens. Essa aposta tem dado frutos, como comprova o título agora conquistado, que é o reflexo do seu talento e do trabalho árduo desenvolvido ao longo da época.
A performance de Djumo não só lhe garantiu o lugar mais alto do pódio, como também confirma o seu potencial para alcançar feitos ainda maiores no panorama do atletismo português.
Com os olhos postos no futuro, o atleta do CAOV promete continuar a trabalhar para baixar ainda mais a sua marca e, quem sabe, alcançar patamares internacionais. Para já, Ussumani Djumo é, com todo o mérito, o rei dos 110 metros barreiras do Norte de Portugal.
terça-feira, 24 de junho de 2025
"Armação de Pêra: 24 Anos de Promessas, Lixo e Abandono?"
O Partido Social Democrata (PSD) governa a freguesia de Armação de Pêra há mais de três décadas, sendo os últimos 24 anos de forma ininterrupta. Este longo domínio político levanta uma questão legítima: o que ganhou realmente Armação de Pêra com esta governação contínua?
Apesar do tempo no poder, muitos armacenenses sentem que a vila estagnou. Problemas antigos permanecem por resolver, e os sinais de descontentamento tornaram-se visíveis nas últimas eleições autárquicas, com o PSD a registar uma queda nas votações — um claro aviso de que a paciência da população está a esgotar-se.
Entre os principais motivos de insatisfação, destaca-se a gestão do espaço público. O lixo continua a ser um problema recorrente, com ruas frequentemente sujas e contentores mal geridos. A iluminação pública é outro tema crítico: muitas zonas permanecem mal iluminadas, comprometendo a segurança e a qualidade de vida. Quanto aos espaços verdes, já escassos por natureza, encontram-se ao abandono, sem manutenção adequada ou investimento visível.
Mais do que questões estéticas ou ambientais, estes problemas refletem uma sensação generalizada de esquecimento. Há uma perceção crescente de que a freguesia tem sido negligenciada por quem a governa há décadas — um sentimento de abandono que contrasta com o potencial turístico e social de Armação de Pêra.
Com novas eleições no horizonte, talvez seja tempo de refletir sobre se a continuidade é, de facto, sinónimo de progresso — ou se, pelo contrário, tem sido um entrave à renovação que tantos habitantes anseiam.
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segunda-feira, 23 de junho de 2025
Véspera de São João em Armação de Pêra: Alegria, Tradição e Espírito Escutista
Na noite de 23 de junho, Armação de Pêra voltou a encher-se de cor, música e tradição com a celebração da véspera de São João, organizada pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE) nº 598 de Armação de Pêra. O evento, que já começa a marcar o calendário festivo da vila, juntou escuteiros, famílias e visitantes num arraial cheio de alegria, convívio e animação.
O arraial, montado na Fortaleza, trouxe à comunidade o melhor das festas populares: música tradicional e comes e bebes. Com barraquinhas de petiscos e jogos para todas as idades, o ambiente foi de pura confraternização, refletindo o espírito escutista de serviço, partilha e alegria.
Um dos momentos altos da noite foi, como manda a tradição, o famoso banho de São João, com escuteiros e populares a correrem para o mar ao toque das 00h00. Entre gargalhadas e salpicos, todos celebraram a chegada do verão da forma mais genuína e revigorante: de coração aberto e pés na água.
O Agrupamento 598 mostrou, mais uma vez, a sua dedicação à comunidade, unindo gerações em torno de uma tradição que fortalece laços e promove valores. O sucesso do evento é reflexo do empenho dos voluntários, do apoio das famílias e da alegria contagiante dos participantes.
A noite de São João em Armação de Pêra não foi apenas uma festa – foi um verdadeiro testemunho do poder da união e da alegria partilhada. Que venha o próximo ano!
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domingo, 22 de junho de 2025
Esgotos Estão a Ser Lançados Diretamente na Praia de Armação de Pêra
No dia 14 de junho, partilhámos nas nossas redes sociais uma denúncia preocupante: a descarga de esgotos provenientes da limpeza de terraços de um edifício recentemente construído em Armação de Pêra diretamente na praia. A construção em causa teve projeto aprovado pela Câmara Municipal de Silves. A publicação gerou reações diversas, com alguns leitores a apontarem que, na imagem partilhada, não era visível o esgoto em escoamento.
Hoje, voltamos ao tema com provas mais claras — um vídeo que mostra inequivocamente a água suja a ser lançada através de um tubo diretamente para a faixa costeira, num local frequentado por centenas de banhistas, especialmente nesta altura do ano.
Este tipo de situação levanta sérias questões sobre:
A qualidade da água balnear e os riscos para a saúde pública;
O impacto ambiental direto sobre o ecossistema costeiro;
A fiscalização e o cumprimento da legislação ambiental e urbanística, principalmente quando os projetos têm aval da autarquia.
Sabemos que a limpeza de terraços pode gerar águas residuais com detergentes, óleos, tintas e outros resíduos urbanos. Mesmo que não se trate de esgotos domésticos (sanitários), a descarga direta no areal ou na linha de água é proibida por lei e representa uma violação clara das normas ambientais em vigor.
Esperamos que este vídeo sirva como alerta não apenas para os responsáveis pelo edifício, mas também para as entidades competentes, nomeadamente a Câmara Municipal de Silves, a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e a Capitania do Porto de Portimão, para que atuem de forma célere e eficaz.
A vigilância e a proteção do nosso litoral não podem depender apenas da denúncia de cidadãos. É preciso garantir que cada construção nova cumpra rigorosamente as normas ambientais, e que os impactos negativos sejam corrigidos com urgência.
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O preço da guerra: como um conflito entre EUA e Irão pode incendiar o mundo do petróleo e da inflação
Num mundo já fragilizado por incertezas económicas, a possibilidade de um conflito aberto entre Estados Unidos e o Irão acende um alerta vermelho no mundo — não apenas no campo político, mas especialmente no económico. Se essa guerra se continuar, o impacto será sentido nos postos de gasolina, nos supermercados, nas contas de luz e, inevitavelmente, no bolso das famílias. Numa frase: guerra com o Irão significa petróleo mais caro e inflação mais elevada.
O Irão não é apenas um ator regional. Ele está estrategicamente posicionado no Golfo Pérsico, controlando o Estreito de Ormuz, uma rota vital por onde passa quase um quinto do petróleo consumido no mundo. Qualquer instabilidade naquela região afeta diretamente o fornecimento global de energia. E quando a oferta de petróleo é ameaçada, o mercado reage com alta nos preços — de forma imediata e, muitas vezes, descontrolada.
A história oferece precedentes claros. Basta lembrar o que ocorreu em 1979, durante a Revolução Iraniana, ou mais recentemente, em 2022, com a guerra na Ucrânia. O resultado foi o mesmo: o barril de petróleo disparou, os combustíveis encareceram e a inflação global ganhou força. Um conflito EUA-Irão, com potencial para fechar rotas estratégicas e atacar infraestruturas de energia no Médio Oriente, pode ser ainda mais grave.
Mais preocupante ainda é o efeito dominó. O petróleo mais caro pressiona os custos de transporte, produção e distribuição. Isso significa que os preços dos alimentos, das mercadorias e dos serviços sobem, afetando principalmente os mais pobres. Como se não bastasse, os bancos centrais, ao tentarem conter a inflação, tendem a elevar os juros — o que pode travar o crescimento económico e empurrar países para a recessão.
Não se trata, portanto, de uma guerra localizada. Os seus efeitos são globais e profundamente regressivos. É legítimo discutir geopolítica, segurança e soberania, mas é irresponsável ignorar o impacto humano e econômico de um conflito dessa magnitude. A retórica belicista pode parecer firme, mas seu custo é alto demais.
Em tempos de tanta instabilidade, o mundo precisa de diplomacia, não de pólvora. A paz, nesse caso, não é apenas um ideal — é uma necessidade urgente para manter a estabilidade económica e social no mundo.
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