O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Armação de Pera: Largo da Igreja Operação Coelho Verde

Armação de Pêra declara guerra às ervas daninhas… com um coelho. Após meses de crescimento descontrolado, o Largo da Igreja em Armação de Pêra atingiu um novo patamar de naturalismo urbano: ervas daninhas, flores do acaso e até uma silva rebelde compõem agora o que alguns já chamam de “Jardim do Abandono”. Apesar de sucessivos pedidos dos moradores à Junta de Freguesia para uma simples limpeza, a resposta tem sido... contemplativa. Em nota enviada à população, a Junta esclareceu: “Preferimos uma abordagem sustentável e filosófica à gestão do espaço público. As ervas têm direito à vida. Cortar seria uma forma de violência botânica.” Questionados sobre o prolongado estado de abandono, outro porta-voz acrescentou: “Há quem veja mato, nós vemos potencial. Está em estudo um projeto-piloto de permacultura espontânea.” Cansados de esperar por uma ação concreta (ou mesmo simbólica), os moradores decidiram avançar com uma solução de base comunitária: adquirir um coelho, por subscrição pública, para pastoreio não-autorizado. O animal, que será batizado de Sr. Relvinhas, terá como missão roer democraticamente todas as ervas que a Junta insiste em proteger. A Junta, confrontada com a ideia, reagiu com elegância: “Desde que o coelho pague a taxa de ocupação da via pública e não exija recibos verdes, não nos opomos.” A comunidade está unida. Já se fala na criação de uma Associação de Amigos do Relvinhas e de um evento anual — o Festival da Monda Lenta. O Largo, por sua vez, continua firme no seu papel: crescer para cima, para os lados, e para dentro dos sapatos de quem lá passa.

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