O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 23 de setembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Os inimigos do Alojamento local abandonam a sombra e expõem-se à vista desarmada!
Hoteleiros
europeus unem-se contra o Booking
Diversas associações
hoteleiras de países europeus estão a ponderar concertar posições a nível
europeu para tentar travar as cláusulas de paridade e as comissões cobradas
pelo portal Booking, que acusam de desrespeitar a concorrência.
In:Negócios
18 de setembro de 2017
Diversas associações
hoteleiras estão a ponderar avançar com um processo a nível europeu contra o
gigante de reservas online Booking por práticas anti-concorrenciais, escreve o
económico espanhol Cinco Días. O portal, que já conquistou, de
acordo com dados citados pelo jornal, uma quota europeia de 63% das reservas
online de hotéis, é acusado de forçar os hoteleiros a não baixar preços e a
cobrar comissões excessivamente elevadas.
De acordo com o Cinco Días,
esta plataforma irá ser alvo de uma queixa por abuso de posição dominante. O
jornal não precisa quais as associações em causa – nem quando é que planeiam
abrir esse procedimento a nível europeu.
O objectivo da queixa é
acabar com os dois principais entraves na relação entre hotéis e plataformas na
internet que os vendem: as cláusulas de paridade e as comissões. As cláusulas
obrigam os empresários do sector hoteleiro a praticar os mesmos preços para o
mesmo tipo de quarto em todos os canais de venda – ou seja, impedem-nos de
vender quartos mais baratos do que o Booking ou outras plataformas online.
Em 2015, França, Itália e
Suíça chegaram a um acordo com a plataforma em que esta se comprometeu a não
aplicar essas cláusulas num período de cinco anos – ficando sujeita a multas
milionárias caso desrespeite o acordo, prossegue o Cinco Días. Ainda assim, de
acordo com a AFP, esse compromisso é apenas parcial: os hoteleiros poderão
oferecer tarifas mais baixas que as do Booking através de outras plataformas,
como telefone ou e-mail. Na sua página, os preços terão de ser iguais aos do
Booking.
A autoridade da
concorrência francesa disse então que estas regras deveriam ser estendidas a
todos os países europeus.
Adicionalmente, os
hoteleiros querem que as plataformas electrónicas reduzam substancialmente as
comissões. Ao jornal, Ramón Estalella, secretário-geral da Confederação
Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos (CEHAT), diz que as agências de
viagem tradicionais cobravam uma comissão de 9%, e que as plataformas como o
Booking mais do que duplicam esse montante.
"Eles dizem que
cobram uma média de 15%, mas os nossos cálculos mostram que é 22%", afirma
Ramón Estalella, citado pelo Cinco Días. Trata-se de uma percentagem
"abusiva" e que trata da mesma forma casos diferentes, sustenta.
Maioria dos portugueses
compra alojamento na internet
Em Portugal, e de acordo com
dados do Eurostat, 53% dos cidadãos fizeram compras relacionadas com
viagens e alojamento em férias na internet em 2016, ligeiramente acima da média
europeia (52%) mas ainda longe do Luxemburgo, onde 76% dos cidadãos recorreram
a essa via.
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turismo
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
O Peixe "Português" não tem igual
Somos o país da Europa que
consome mais peixe. O fenómeno acentua-se com a chegada do bom tempo
Texto: Katya Delimbeuf
Infografia: Jaime Figueiredo
Mar azul no horizonte, pé
na areia e um peixe grelhado na brasa. Para muitos, a definição perfeita de um
almoço de férias. A trabalhar com este alimento há 30 anos, Miguel Reino,
proprietário do restaurante Aqui Há Peixe, tem clientes que o procuram o ano
inteiro, mas no verão, partilha, vêm sempre mais pessoas. “Pela maresia, pelo
contexto”, o peixe grelhado apetece mais com os ares estivais, quando o bom
tempo chega e pede uma ementa a combinar com a época balnear. Miguel tem uma
elevada percentagem de clientes regulares — alguns ainda do tempo do Aqui Há
Peixe na praia do Pêgo, antes de se ter mudado, há nove anos, para o
cosmopolita Chiado. Ali, regressam “clientes de Hong Kong, que vêm a Portugal
jogar golfe duas vezes por ano”, mas também há comensais “de Évora, do Porto e
do Algarve” que não se importam de se meter no carro e percorrer centenas de
quilómetros para comer “um cherne, um pregado grande, um imperador ou um robalo
bem fresco”.
Reino conhece bem o
apetite dos portugueses pelo peixe. Esse apetite tão voraz que, assegura a FAO
(a Organização da Alimentação e Agricultura das Nações Unidas), faz de nós o
terceiro consumidor mundial de peixe — apenas ultrapassados pela Islândia e
pelo Japão. Consumimos mais de 55 kg de peixe per capita num ano, mais do dobro
da média dos cidadãos europeus, que se fica pelos 22,3 kg. As espécies mais
consumidas são a sardinha, o carapau, o polvo, a pescada e o peixe-espada — e o
polvo destronou a sardinha pela primeira vez, o ano passado. Ao todo, são umas
impressionantes 600 mil toneladas de peixe que os portugueses consomem por ano,
entre peixe fresco e congelado. O que coloca um problema: o consumo nacional é
superior àquilo que a nossa frota pesca dentro da UE. E isso torna-nos
dependentes da importação. A partir de 1 de abril, deixámos de ter peixe
próprio para satisfazer os níveis de procura interna — facto agravado com o
aumento de turistas, que também veem no peixe grelhado um elemento de cultura
local.
A escassez de espécies
marinhas é um facto consumado a nível mundial. O estudo “The Sea Around Us”,
realizado entre 1950 e 2010 e publicado na revista “Nature”, em 2016, demonstra
que a captura de peixe decresceu à razão de 1,22 milhões de toneladas por ano
desde 1996. Miguel Reino sabe que trabalhar com peixe é hoje mais difícil e
mais caro, e que o futuro reserva desafios. “Usamos muito peixe novo dos
Açores, que tem mares mais limpos, como bicudas”, conta... “Em agosto, por
exemplo, é muito difícil arranjar peixe em Lisboa, porque vai todo para os
apoios de praia.” Também já se rendeu à evidência de que “a aquacultura é o
futuro”. Só esta poderá saciar o apetite mundial por peixe. Defende que, hoje
em dia, já não é linear “distinguir um peixe selvagem ou de aquacultura pelo
sabor, dependendo da sua origem e da forma como as espécies são alimentadas”.
“Zé Camarão”, como é conhecido em Sesimbra José Filipe Batalha Pinto, o dono do
restaurante O Velho e o Mar, concorda: “O nosso peixe de viveiro é muito bom, é
quase igual ao do mar”, no que toca o sabor. “Não tem nada a ver com o da
Grécia, que é muito mais barato”, e que inunda as grandes superfícies
nacionais. Só assim se pode fazer face à procura crescente de peixe, que
“aumenta cerca de 30% nos meses de verão, entre clientes nacionais e
estrangeiros”, considera.
Em 2013, a produção de
peixe de aquacultura totalizou qualquer coisa como dez mil toneladas em
Portugal. Mas poderia chegar facilmente às 100 mil, se “fossem aproveitados
seis mil hectares de salinas abandonadas”, garantia Fernando Gonçalves,
secretário-geral da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA). A verdade,
contudo, é que um robalo ou uma dourada demoram um ano e meio a passarem dos 10
gramas com que chegam aos 400 gramas com que podem ser comidos no restaurante.
Ou seja, estamos muito longe da produtividade dos aviários...
Portugal acompanha a
tendência mundial de aumento do consumo de peixe. As vantagens nutricionais
deste alimento, sobretudo relativamente à carne, para isso contribuem. Lípidos,
proteínas e outros nutrientes como os ácidos gordos polinsaturados ómega-3 são
alguns dos seus benefícios. Contudo, em 2016 transacionou-se menos peixe nas
lotas nacionais — 104 mil toneladas — do que no ano anterior (118 mil
toneladas). Mas o valor das vendas aumentou, passando de €195 milhões de euros
para €202 milhões de euros. Come-se hoje em Portugal menos peixe do que em
2011, quando se consumiram 127 mil toneladas, mas a refeição é mais cara. E o
custo aumenta ainda mais no verão.
O MELHOR PEIXE DO MUNDO
Quando o gastrónomo José
Bento dos Santos coordenou o livro “O melhor peixe do mundo”, em 2012, fê-lo
por considerar que fazia falta registar um facto de exceção do nosso país, nem
sempre devidamente valorizado. Oceanógrafos e biólogos marinhos, dos Açores e
não só, discorreram sobre as condições naturais do nosso mar, que conjuga
“planura, profundidade, temperatura e biodiversidade”, para explicar a
qualidade do pescado português. Além disto, Bento dos Santos chama a atenção
para factos que comprovam a cunhagem desta expressão: uma, a de chefes de
renome internacional como Ferran Adriá que admitiram, em entrevista ao Expresso
em 2011, que “o peixe português é o melhor do mundo”; outra, a do melhor restaurante
de Nova Iorque, o Per Se, abastecer-se de peixe português, religiosamente
transportado de avião.
Nas “centenas de
restaurantes” onde comeu por este mundo fora, provando peixe de vários oceanos,
rios e lagos, garante “nunca” ter provado peixe “com músculo semelhante ao
nosso”. “Como é que sabemos que estamos a comer o melhor peixe do mundo?”,
questiona. “É como dizia aquele chefe: parece que temos o Oceano Atlântico a
entrar pela boca dentro. O nosso peixe é tão bom que nunca precisámos de criar
uma receita para ele. Basta grelhá-lo.”
Etiquetas:
economia,
Pescadores
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
O cidadão resiliente
In:DN
06 DE SETEMBRO DE 2017
Por:Viriato Soromenho Marques
Se existisse um prémio
internacional de ética pública, ele seria, certamente, outorgado hoje ao
professor Adriano Moreira (AM), pela passagem do seu 95.º aniversário. Dificilmente
se encontrará um outro cidadão que desde 1944, ano em que terminou a sua
licenciatura em Direito, até hoje continue a deixar múltiplas marcas de ação,
pensamento crítico e exemplo lúcido da sua presença no mundo partilhado por
todos (para o leitor da edição impressa do DN basta olhar para a página
seguinte, para encontrar na sua coluna de opinião a prova material da minha
afirmação).
O que sempre admirei em AM
é a sua capacidade de quebrar os binómios de ferro em que a melhor tradição
intelectual do Ocidente tende a aprisionar a experiência política. A
contradição abissal entre teoria e prática, objeto de uma célebre controvérsia
entre Kant e Burke. A oposição entre ética da responsabilidade e ética da
convicção, traçada por um Max Weber, ele próprio tolhido no torvelinho de
tensões contraditórias que o faziam ter paixão pela política e, ao mesmo tempo,
resistir ao canto de sereia das suas "forças diabólicas".
A clássica dilaceração,
identificada por Maquiavel no coração do príncipe, entre as leis humanas e as
pulsões brutais mais elementares (metaforizadas na força do leão e na astúcia
da raposa). Ao longo de mais de sete décadas de vida pública, AM tem enfrentado
e superado (no sentido hegeliano de negação, assimilação e ultrapassagem dos
obstáculos) todos os desafios, vitórias e derrotas que a vida tem colocado no
seu caminho.
Para os leitores mais
jovens, recomendaria a leitura do capítulo que lhe é dedicado na derradeira
obra de Manuel Lucena (Os Lugares-Tenentes de Salazar, Lisboa, Aletheia, 2015,
pp. 261-371), onde a sua peculiar estatura de estadista, que pretende
efetivamente aproximar a realidade e a justiça, fica patente nos anos decisivos
de 1960-62, num contexto de guerra e desorientação interna, tentando, mesmo
contra Salazar e os setores mais cristalizados do Estado Novo, evitar, ou ao
menos atenuar, o trágico capítulo português no grande crepúsculo do Euromundo.
Cada ser humano tem o seu
segredo interior (que até o próprio desconhece), mas atrevo-me a considerar que
uma parte da laboriosa, mas serena, resiliência de AM se fica a dever a uma
espécie de software comportamental, que permanece inalterável ao longo do
tempo, nos seus três tópicos fundamentais.
Primeiro, nunca desistir
do conhecimento na avaliação do mundo - com o imenso trabalho de estudo e
investigação que ele implica - mas sem nunca cair na arrogância científica e
intelectual, que é uma das formas mais modernas de ideologia, usada como
desculpa para subestimar, excluir e reprimir as vozes dos que pensam de modo
diferente. Segundo, acreditar sempre que o melhor se atinge preferencialmente
pelas estradas do possível, envolvendo voluntariamente na viagem também os que
dela duvidam, do que abraçando a retórica das promessas utópicas, que cedo se
transformam em terror e violência. Terceiro, nunca abdicar dos princípios
fundamentais, pois são eles que não só mantêm intacta a integridade e a
identidade do agente (a sua alma política e ética), mas são também eles que
temperam e limitam o que deve e pode, ou não, ser realizado pela ação.
Para AM esses princípios
básicos são os da igualdade e os da cooperação universal do género humano. Ao
mesmo tempo um ponto de partida e uma tarefa sempre à espera de ser cumprida,
como as duras promessas do nosso presente-futuro bem o comprovam.
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Adriano Moreira,
Viriato Soromenho-Marques
terça-feira, 19 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
domingo, 17 de setembro de 2017
sábado, 16 de setembro de 2017
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Só faltava mais esta: "Portugal é o 2º melhor país do mundo para namorar"
6/9/2017, in Observador
Portugal é o melhor país da Europa para os expatriados, segundo um estudo da Internations. Na categoria romance é o 2º a nível mundial. E na “qualidade de vida” é o melhor do mundo
Portugal é o melhor país da Europa para os expatriados, segundo um estudo da Internations. Na categoria romance é o 2º a nível mundial. E na “qualidade de vida” é o melhor do mundo
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