O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
domingo, 7 de maio de 2017
sábado, 6 de maio de 2017
sexta-feira, 5 de maio de 2017
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Pouca-terra, pouca-terra:Governo quer promover turismo ferroviário para turistas nacionais e estrangeiros
In Observador de 3. 5. 2017
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou esta quarta-feira a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, durante uma viagem na linha do Douro.
“A preocupação é que o comboio seja um meio de levar as pessoas a descobrir o país. No programa nacional de valorização de coesão territorial e no programa de valorização turística do interior incluímos um projeto que é conhecer Portugal de comboio, de forma a que seja também um instrumento para levar pessoas a ir para o interior e a descobrir o nosso território, quer os portugueses quer os estrangeiros”, declarou a governante.
Ana Mendes Godinho foi uma das passageiras da primeira viagem do histórico Comboio Presidencial, que durante dez dias vai conciliar a visita ao Douro, património da Humanidade, com a alta cozinha, assegurada por cozinheiros distinguidos pelo guia Michelin, combinada com vinhos da região.
Este produto do Comboio Presidencial é também uma forma de atrair e posicionar o turismo ferroviário internacionalmente como uma forma de mostrar que aqui em Portugal há este produto único relacionado com o património ferroviário e com os comboios”, declarou a responsável pelo Turismo.
A secretária de Estado destacou que “cada vez mais, as pessoas estão à procura de produtos autênticos, genuínos, ligados ao território”, enquanto as autoridades têm apostado “na desconcentração da procura que visita e que vem a Portugal para que conheça todo o território nacional, nomeadamente o interior e que acrescente mais valor às regiões”.
A região do Douro, acrescentou, tem registado uma procura crescente de turistas, a começar pelos brasileiros, mas também norte-americanos e franceses. Ana Mendes Godinho sublinhou que o turismo se tem tornado “uma atividade sustentável e não meramente sazonal”.
“Temos aqui um grande destino, em muitos sítios identificado como o segredo mais bem guardado na Europa, com paisagens, vinhos, gastronomia e pessoas únicos e com este património natural e cultural”, comentou, referindo que os socalcos das vinhas “são uma das poucas construções humanas que se veem do espaço”.
O presidente da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, considerou que o Douro “é uma pérola da promoção turística regional”. “O comboio tem hoje uma participação muito importante na promoção turística regional”, referiu. O responsável adiantou que, no próximo mês, a CP vai anunciar o lançamento de carruagens turísticas para o Porto e Douro, uma oferta para este verão.
O Comboio Presidencial, que circulou até 1970, depois de ter servido monarcas e presidentes portugueses, regressa à circulação durante dez dias, em viagens turísticas, em que são oferecidas refeições de ‘chefs’ com estrelas Michelin, preparadas numa cozinha improvisada no antigo furgão de bagagens e correios.
Até dia 7 de maio, a equipa do ‘chef’ Esben Holmboe Bang (restaurante Maaemo, Oslo, três estrelas) assegura a cozinha – dois dias antes do arranque do evento, o cozinheiro de origem dinamarquesa sofreu uma lesão numa perna e ficou impossibilitado de viajar a partir da Noruega.
Nos dias 10 e 11 de maio, é o português Pedro Lemos (restaurante Pedro Lemos, Porto, uma estrela) quem assume os comandos da cozinha e, de 12 a 14, será a vez de João Rodrigues (restaurante Feitoria, Lisboa, uma estrela). Diariamente, serão servidos 64 menus, com harmonização de vinhos, sendo 500 euros o preço por pessoa.
A viagem na linha do Douro, ao longo de nove horas, faz o trajeto entre a estação de São Bento (Porto) e a Quinta do Vesúvio (Vila Nova de Foz Coa), uma das poucas propriedades que a família Symington – uma das principais produtoras de vinho do Porto – mantém reservada do público, e que era a favorita de Dona Antónia, icónica figura da história do Douro. A organização da iniciativa pretende promover uma nova edição na época das vindimas, entre setembro e outubro deste ano.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
O Governo pretende promover o turismo ferroviário como forma de levar portugueses e estrangeiros a conhecer o interior de Portugal, afirmou esta quarta-feira a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, durante uma viagem na linha do Douro.
“A preocupação é que o comboio seja um meio de levar as pessoas a descobrir o país. No programa nacional de valorização de coesão territorial e no programa de valorização turística do interior incluímos um projeto que é conhecer Portugal de comboio, de forma a que seja também um instrumento para levar pessoas a ir para o interior e a descobrir o nosso território, quer os portugueses quer os estrangeiros”, declarou a governante.
Ana Mendes Godinho foi uma das passageiras da primeira viagem do histórico Comboio Presidencial, que durante dez dias vai conciliar a visita ao Douro, património da Humanidade, com a alta cozinha, assegurada por cozinheiros distinguidos pelo guia Michelin, combinada com vinhos da região.
Este produto do Comboio Presidencial é também uma forma de atrair e posicionar o turismo ferroviário internacionalmente como uma forma de mostrar que aqui em Portugal há este produto único relacionado com o património ferroviário e com os comboios”, declarou a responsável pelo Turismo.
A secretária de Estado destacou que “cada vez mais, as pessoas estão à procura de produtos autênticos, genuínos, ligados ao território”, enquanto as autoridades têm apostado “na desconcentração da procura que visita e que vem a Portugal para que conheça todo o território nacional, nomeadamente o interior e que acrescente mais valor às regiões”.
A região do Douro, acrescentou, tem registado uma procura crescente de turistas, a começar pelos brasileiros, mas também norte-americanos e franceses. Ana Mendes Godinho sublinhou que o turismo se tem tornado “uma atividade sustentável e não meramente sazonal”.
“Temos aqui um grande destino, em muitos sítios identificado como o segredo mais bem guardado na Europa, com paisagens, vinhos, gastronomia e pessoas únicos e com este património natural e cultural”, comentou, referindo que os socalcos das vinhas “são uma das poucas construções humanas que se veem do espaço”.
O presidente da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, considerou que o Douro “é uma pérola da promoção turística regional”. “O comboio tem hoje uma participação muito importante na promoção turística regional”, referiu. O responsável adiantou que, no próximo mês, a CP vai anunciar o lançamento de carruagens turísticas para o Porto e Douro, uma oferta para este verão.
O Comboio Presidencial, que circulou até 1970, depois de ter servido monarcas e presidentes portugueses, regressa à circulação durante dez dias, em viagens turísticas, em que são oferecidas refeições de ‘chefs’ com estrelas Michelin, preparadas numa cozinha improvisada no antigo furgão de bagagens e correios.
Até dia 7 de maio, a equipa do ‘chef’ Esben Holmboe Bang (restaurante Maaemo, Oslo, três estrelas) assegura a cozinha – dois dias antes do arranque do evento, o cozinheiro de origem dinamarquesa sofreu uma lesão numa perna e ficou impossibilitado de viajar a partir da Noruega.
Nos dias 10 e 11 de maio, é o português Pedro Lemos (restaurante Pedro Lemos, Porto, uma estrela) quem assume os comandos da cozinha e, de 12 a 14, será a vez de João Rodrigues (restaurante Feitoria, Lisboa, uma estrela). Diariamente, serão servidos 64 menus, com harmonização de vinhos, sendo 500 euros o preço por pessoa.
A viagem na linha do Douro, ao longo de nove horas, faz o trajeto entre a estação de São Bento (Porto) e a Quinta do Vesúvio (Vila Nova de Foz Coa), uma das poucas propriedades que a família Symington – uma das principais produtoras de vinho do Porto – mantém reservada do público, e que era a favorita de Dona Antónia, icónica figura da história do Douro. A organização da iniciativa pretende promover uma nova edição na época das vindimas, entre setembro e outubro deste ano.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Mulher sem direito a saber o nome do prostituto que a engravidou
Por: Marina Pinto e Pedro Zagacho Goncalves, in :Correio da Manhã de 02.05.2017
Criança de sete anos fica sem conhecer identidade do pai.
Uma mulher alemã, que ficou grávida depois de manter relações sexuais com um prostituto, perdeu a batalha legal para descobrir o nome desse homem. Segundo a BBC, um tribunal de Munique decretou que o hotel onde passaram três noites, em 2010, não tem de lhe revelar o nome do presumível pai da criança. O tribunal alega que o direito do homem à sua privacidade é mais importante do que o pedido de pensão de alimentos que a mulher fez. A sentença foi mantida após recurso e o caso encontra-se agora encerrado.
A alemã, cuja identidade não foi revelada, apenas conhece o acompanhante por ‘Michael’. Contudo, outros três homens chamados ‘Michael’ pernoitaram naquele hotel na mesma altura. Segundo a sentença, cada um dos quatro ‘Michaels’ tem direito "a controlar as suas próprias informações e a proteger o seu casamento e a sua família".
Nove meses depois da estadia no hotel, nasceu Joel, agora com sete anos, que fica sem conhecer a identidade do pai. O tribunal decidiu que a falta de detalhes que a mãe da criança fornece sobre o homem levanta o risco de os dados pessoais "serem simplesmente divulgados ao acaso".
"Nem sequer é certo que o nome ‘Michael’ é de facto o nome do homem em questão", defendem os juízes. O uso de pseudónimos é frequente entre os prostitutos.
As leis de privacidade alemãs estão entre as mais estritas da Europa. Algo que é, em parte, um legado da história. Recorde-se que durante o regime nazi, e mais tarde sob o domínio comunista do leste alemão, houve graves abusos dos direitos humanos. Nesse período, os cidadãos alemães estiveram sob apertada vigilância por parte do governo.
Criança de sete anos fica sem conhecer identidade do pai.
Uma mulher alemã, que ficou grávida depois de manter relações sexuais com um prostituto, perdeu a batalha legal para descobrir o nome desse homem. Segundo a BBC, um tribunal de Munique decretou que o hotel onde passaram três noites, em 2010, não tem de lhe revelar o nome do presumível pai da criança. O tribunal alega que o direito do homem à sua privacidade é mais importante do que o pedido de pensão de alimentos que a mulher fez. A sentença foi mantida após recurso e o caso encontra-se agora encerrado.
A alemã, cuja identidade não foi revelada, apenas conhece o acompanhante por ‘Michael’. Contudo, outros três homens chamados ‘Michael’ pernoitaram naquele hotel na mesma altura. Segundo a sentença, cada um dos quatro ‘Michaels’ tem direito "a controlar as suas próprias informações e a proteger o seu casamento e a sua família".
Nove meses depois da estadia no hotel, nasceu Joel, agora com sete anos, que fica sem conhecer a identidade do pai. O tribunal decidiu que a falta de detalhes que a mãe da criança fornece sobre o homem levanta o risco de os dados pessoais "serem simplesmente divulgados ao acaso".
"Nem sequer é certo que o nome ‘Michael’ é de facto o nome do homem em questão", defendem os juízes. O uso de pseudónimos é frequente entre os prostitutos.
As leis de privacidade alemãs estão entre as mais estritas da Europa. Algo que é, em parte, um legado da história. Recorde-se que durante o regime nazi, e mais tarde sob o domínio comunista do leste alemão, houve graves abusos dos direitos humanos. Nesse período, os cidadãos alemães estiveram sob apertada vigilância por parte do governo.
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terça-feira, 2 de maio de 2017
segunda-feira, 1 de maio de 2017
domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
sexta-feira, 28 de abril de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Lisboa é a nova Miami dos brasileiros ricos (e clínica anti-depressiva da Europa)
Em setembro de 2014, a empresária Andrea Schultz, 40 anos, mudava-se com o marido e as duas filhas adolescentes para uma casa de 550 m² no Belas Clube de Campo, entre Sintra e Lisboa. O imóvel foi personalizado com três suites e quarto para a empregada, ao gosto do casal.
Donos de uma agência de viagem em Curitiba, os Schultz descobriram em Lisboa os atractivos que os brasileiros abastados encontravam na Flórida, EUA, quando decidiam mudar-se e/ou investir fora do Brasil. “Só que aqui é melhor. Temos o idioma comum, facilidade para conseguir visto e até passaporte português”, explica Andrea.
O seu marido, Aroldo, de 48 anos, é um dos 282 brasileiros que obtiveram o Visto Gold, ou seja, Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal.
Para ter direito ao visto, é preciso investir 1 milhão de euros, ou adquirir um imóvel que custe pelo menos 350 mil euros (em zonas de reabilitação urbana) ou € 500 mil nas restantes zonas. Ao fim de 5 anos, o investidor pode solicitar cidadania portuguesa.
Este é um direito que os seus descendentes, inclusivamente agora até os netos, estão a requerer cada vez mais. Só no Consulado de Portugal em São Paulo, são concedidas 820 novas cidadanias por mês. Nos últimos cinco anos, foram 40 mil.
“Os dois países estão sempre em contra-ciclo económico e aproveitam oportunidades recíprocas”, avalia Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Hoje, 85 mil brasileiros são residentes regulares em Portugal.
Atentas a esse potencial mercado, as imobiliárias e agências de investimento portuguesas fazem fila para realizar eventos no Brasil.
“Quando vimos os brasileiros a comprar propriedades em Orlando e em Miami, começámos a ir a feiras e a falar com corretores locais para atrair esse perfil de cliente, que poderia achar Portugal interessante”, afirma Gilberto Jordan, director da Planbelas Sociedade Imobiliária, proprietária do empreendimento com campo de golfe onde vivem os Schultz.
Outras 15 famílias brasileiras responderam ao esforço de vendas do Belas Clube. Todas as semanas, recebem visitas de potenciais clientes do Brasil com capacidade de desembolsar 900 mil euros por uma casa.
“Os brasileiros descobriram Portugal há pouco tempo. Tinham um fascínio pelos EUA, só queriam ir para Miami”, diz Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária. Hoje, o Brasil representa 14% da clientela, seguido da França (7%) e China (3%).
A mudança de destino dos brasileiros faz-se sentir sob a forma de um boom imobiliário, que elevou o preço de imóveis de luxo em Lisboa em 19%, em média, nos últimos dois anos. Um investimento atraente ainda assim, quando se compara o metro quadrado em áreas nobres de Lisboa (€ 8.000), Paris (€ 18 mil) e Londres (€ 27 mil).
Vista para o Tejo
Essa foi a conta que influenciou José Luiz Nogueira, 57, a instalar-se com a família num imóvel de 340 m² no centro histórico de Lisboa, em 2015. Pagou 5.340 euros por m2 de uma imóvel restaurado num edifício de 1840 na Sé, com sete portadas numa varanda voltada para o Tejo e vista lateral para o castelo de São Jorge.
“Financiei uma parte sem a burocracia do Brasil e com juros de menos de 2% por ano”, compara. “Os imóveis no centro chegaram a valorizar 46% entre 2015 e 2016.”
“Recomendamos o investimento em imóveis em Portugal. Você paga barato, está na Europa, adquire património em euros e o retorno varia de 5% a 15%”, diz Renato Breia, 32 anos, sócio da Empiricus, consultoria financeira com filial em Lisboa.
Ao mudar-se para Lisboa há um ano e meio, o economista seguiu o próprio conselho que dá aos clientes: comprou por 270 mil euros um apartamento de 90 m².
Esta leva de brasileiros ricos e de classe média, nos últimos três anos, encontrou em Portugal um Eldorado para fugir da insegurança, do desencanto com a política e da crise.
“É um perfil acolhido com tapete vermelho”, constata Maria Rita Faria, cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa. “Aqui, desfrutam do seu nível de vida, as crianças saem sozinhas em segurança, contam com boas escolas internacionais, além de saúde e educação públicas de qualidade.”
Esse pacote fez os Schultz deixarem para trás a famosa qualidade de vida de Curitiba. “Escapámos à violência”, diz Andrea. “Ficávamos em casa, reféns de bandidos.”
Ao trauma da falta de segurança, soma-se a descrença com a classe política. “Só os meus netos terão um Brasil sem corrupção.”
Dono de uma produtora de vídeo em Brasília, José Luiz Nogueira ponderou ir viver para Paris, ao concluir que São Paulo, onde vivia a família, era inviável. Foi convencido pela mulher, Juliana Caus, 38 anos, a estabelecer-se em Lisboa, com os seus 500 mil habitantes, mas com todos os atractivos de uma capital.
“Ganho dinheiro no Brasil e vivo em Portugal”, resume o empresário, que passa 40 dias em Portugal e 20 no Brasil – uma ponte transatlântica que um cálculo de merceeiro prova ser lucrativa: paga 100 euros de condomínio e uma prestação mais barata que o custo de um arrendamento.
“Os meus filhos, com 13 e 10 anos, andam sozinhos de metro”, diz José Luiz Nogueira. “Viver em Lisboa é como dormir no sofá da avó. É uma sensação de pertença.”
Bilionários
A mulher mais rica de Portugal é uma brasileira: Regina Camargo, 66 anos, herdeira da Camargo Corrêa, com uma fortuna estimada em 1,7 mil milhões de euros. Regina e o marido, Carlos Pires, dono da cadeia farmacêutica Raia Drogasil, escolheram viver num prédio no Chiado, a zona nobre de Lisboa, e transferir a residência fiscal para Portugal.
Este é um exemplo do êxodo recente de pesos-pesados do PIB brasileiro para Portugal, que escolhem cada vez mais Lisboa como destino de eleição para as suas vidas.
Até agora, a opção mais habitual era ter residência de verão em Cascais ou no Estoril, especialmente para famílias com laços de sangue em Portugal, como os Diniz e os Setúbal.
Expoentes da nova geração, Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio Diniz, e o marido, Luiz Felipe D’Ávila, reformaram um imóvel também no Chiado, onde o metro quadrado pode custar até 10 mil euros.
Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal, optou pelo Príncipe Real, outra zona nobre, onde comprou um apartamento o ano passado. Com voo directo de Brasília para Lisboa, costuma passar feriados e planeia usufruir mais do imóvel quando se reformar.
“Temos uma comunidade de afectos em Portugal, na cooperação judicial e na educação”, diz. “Além de um clima ameno em qualquer época do ano.”
Altos executivos brasileiros também se dividem entre os dois países. É o caso de Marcos Madureira, 65 anos, vice-presidente do Santander.
Neto de portugueses, o banqueiro restaurou a quinta da família no norte de Portugal. “Vivi seis anos em Espanha e comecei a recuperação da casa que pertenceu ao meu avô. É o meu refúgio para viver entre Brasil e Portugal quando me aposentar.”
Com um pacote de reformas aprovado desde 2012, Portugal começou a tornar-se atractivo para investidores e reformados que, por exemplo, ganham isenção de impostos durante 10 anos ao transferir a sua residência fiscal para Portugal – algo que chegou mesmo a causar a revolta da Ministra das Finanças da Suécia.
Com uma vida cultural intensa, excelente gastronomia e custo de vida relativamente baixo, a capital portuguesa tornou-se um porto seguro também para nórdicos e franceses, atraídos pelo clima ameno, pelas belas praias, e por esses mesmos atractivos fiscais.
“Em França, temos depressão económica, crise de identidade e medo do terror”, explica François Manceaux, de 56 anos, um cineasta francês que se divide entre Paris e um apartamento no aprazível bairro da Lapa, em Lisboa.
“Portugal tornou-se uma espécie de clínica anti-depressão da Europa”. E uma espécie de Meca para um mundo em crise.
In: https://zap.aeiou.pt (25.04.2017)
Donos de uma agência de viagem em Curitiba, os Schultz descobriram em Lisboa os atractivos que os brasileiros abastados encontravam na Flórida, EUA, quando decidiam mudar-se e/ou investir fora do Brasil. “Só que aqui é melhor. Temos o idioma comum, facilidade para conseguir visto e até passaporte português”, explica Andrea.
O seu marido, Aroldo, de 48 anos, é um dos 282 brasileiros que obtiveram o Visto Gold, ou seja, Autorização de Residência para Atividade de Investimento em Portugal.
Para ter direito ao visto, é preciso investir 1 milhão de euros, ou adquirir um imóvel que custe pelo menos 350 mil euros (em zonas de reabilitação urbana) ou € 500 mil nas restantes zonas. Ao fim de 5 anos, o investidor pode solicitar cidadania portuguesa.
Este é um direito que os seus descendentes, inclusivamente agora até os netos, estão a requerer cada vez mais. Só no Consulado de Portugal em São Paulo, são concedidas 820 novas cidadanias por mês. Nos últimos cinco anos, foram 40 mil.
“Os dois países estão sempre em contra-ciclo económico e aproveitam oportunidades recíprocas”, avalia Paulo Lourenço, cônsul-geral de Portugal em São Paulo. Hoje, 85 mil brasileiros são residentes regulares em Portugal.
Atentas a esse potencial mercado, as imobiliárias e agências de investimento portuguesas fazem fila para realizar eventos no Brasil.
“Quando vimos os brasileiros a comprar propriedades em Orlando e em Miami, começámos a ir a feiras e a falar com corretores locais para atrair esse perfil de cliente, que poderia achar Portugal interessante”, afirma Gilberto Jordan, director da Planbelas Sociedade Imobiliária, proprietária do empreendimento com campo de golfe onde vivem os Schultz.
Outras 15 famílias brasileiras responderam ao esforço de vendas do Belas Clube. Todas as semanas, recebem visitas de potenciais clientes do Brasil com capacidade de desembolsar 900 mil euros por uma casa.
“Os brasileiros descobriram Portugal há pouco tempo. Tinham um fascínio pelos EUA, só queriam ir para Miami”, diz Pedro Lancastre, diretor da JLL Consultoria Imobiliária. Hoje, o Brasil representa 14% da clientela, seguido da França (7%) e China (3%).
A mudança de destino dos brasileiros faz-se sentir sob a forma de um boom imobiliário, que elevou o preço de imóveis de luxo em Lisboa em 19%, em média, nos últimos dois anos. Um investimento atraente ainda assim, quando se compara o metro quadrado em áreas nobres de Lisboa (€ 8.000), Paris (€ 18 mil) e Londres (€ 27 mil).
Vista para o Tejo
Essa foi a conta que influenciou José Luiz Nogueira, 57, a instalar-se com a família num imóvel de 340 m² no centro histórico de Lisboa, em 2015. Pagou 5.340 euros por m2 de uma imóvel restaurado num edifício de 1840 na Sé, com sete portadas numa varanda voltada para o Tejo e vista lateral para o castelo de São Jorge.
“Financiei uma parte sem a burocracia do Brasil e com juros de menos de 2% por ano”, compara. “Os imóveis no centro chegaram a valorizar 46% entre 2015 e 2016.”
“Recomendamos o investimento em imóveis em Portugal. Você paga barato, está na Europa, adquire património em euros e o retorno varia de 5% a 15%”, diz Renato Breia, 32 anos, sócio da Empiricus, consultoria financeira com filial em Lisboa.
Ao mudar-se para Lisboa há um ano e meio, o economista seguiu o próprio conselho que dá aos clientes: comprou por 270 mil euros um apartamento de 90 m².
Esta leva de brasileiros ricos e de classe média, nos últimos três anos, encontrou em Portugal um Eldorado para fugir da insegurança, do desencanto com a política e da crise.
“É um perfil acolhido com tapete vermelho”, constata Maria Rita Faria, cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa. “Aqui, desfrutam do seu nível de vida, as crianças saem sozinhas em segurança, contam com boas escolas internacionais, além de saúde e educação públicas de qualidade.”
Esse pacote fez os Schultz deixarem para trás a famosa qualidade de vida de Curitiba. “Escapámos à violência”, diz Andrea. “Ficávamos em casa, reféns de bandidos.”
Ao trauma da falta de segurança, soma-se a descrença com a classe política. “Só os meus netos terão um Brasil sem corrupção.”
Dono de uma produtora de vídeo em Brasília, José Luiz Nogueira ponderou ir viver para Paris, ao concluir que São Paulo, onde vivia a família, era inviável. Foi convencido pela mulher, Juliana Caus, 38 anos, a estabelecer-se em Lisboa, com os seus 500 mil habitantes, mas com todos os atractivos de uma capital.
“Ganho dinheiro no Brasil e vivo em Portugal”, resume o empresário, que passa 40 dias em Portugal e 20 no Brasil – uma ponte transatlântica que um cálculo de merceeiro prova ser lucrativa: paga 100 euros de condomínio e uma prestação mais barata que o custo de um arrendamento.
“Os meus filhos, com 13 e 10 anos, andam sozinhos de metro”, diz José Luiz Nogueira. “Viver em Lisboa é como dormir no sofá da avó. É uma sensação de pertença.”
Bilionários
A mulher mais rica de Portugal é uma brasileira: Regina Camargo, 66 anos, herdeira da Camargo Corrêa, com uma fortuna estimada em 1,7 mil milhões de euros. Regina e o marido, Carlos Pires, dono da cadeia farmacêutica Raia Drogasil, escolheram viver num prédio no Chiado, a zona nobre de Lisboa, e transferir a residência fiscal para Portugal.
Este é um exemplo do êxodo recente de pesos-pesados do PIB brasileiro para Portugal, que escolhem cada vez mais Lisboa como destino de eleição para as suas vidas.
Até agora, a opção mais habitual era ter residência de verão em Cascais ou no Estoril, especialmente para famílias com laços de sangue em Portugal, como os Diniz e os Setúbal.
Expoentes da nova geração, Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio Diniz, e o marido, Luiz Felipe D’Ávila, reformaram um imóvel também no Chiado, onde o metro quadrado pode custar até 10 mil euros.
Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal, optou pelo Príncipe Real, outra zona nobre, onde comprou um apartamento o ano passado. Com voo directo de Brasília para Lisboa, costuma passar feriados e planeia usufruir mais do imóvel quando se reformar.
“Temos uma comunidade de afectos em Portugal, na cooperação judicial e na educação”, diz. “Além de um clima ameno em qualquer época do ano.”
Altos executivos brasileiros também se dividem entre os dois países. É o caso de Marcos Madureira, 65 anos, vice-presidente do Santander.
Neto de portugueses, o banqueiro restaurou a quinta da família no norte de Portugal. “Vivi seis anos em Espanha e comecei a recuperação da casa que pertenceu ao meu avô. É o meu refúgio para viver entre Brasil e Portugal quando me aposentar.”
Com um pacote de reformas aprovado desde 2012, Portugal começou a tornar-se atractivo para investidores e reformados que, por exemplo, ganham isenção de impostos durante 10 anos ao transferir a sua residência fiscal para Portugal – algo que chegou mesmo a causar a revolta da Ministra das Finanças da Suécia.
Com uma vida cultural intensa, excelente gastronomia e custo de vida relativamente baixo, a capital portuguesa tornou-se um porto seguro também para nórdicos e franceses, atraídos pelo clima ameno, pelas belas praias, e por esses mesmos atractivos fiscais.
“Em França, temos depressão económica, crise de identidade e medo do terror”, explica François Manceaux, de 56 anos, um cineasta francês que se divide entre Paris e um apartamento no aprazível bairro da Lapa, em Lisboa.
“Portugal tornou-se uma espécie de clínica anti-depressão da Europa”. E uma espécie de Meca para um mundo em crise.
In: https://zap.aeiou.pt (25.04.2017)
quarta-feira, 26 de abril de 2017
terça-feira, 25 de abril de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
O Telemóvel, usado em excesso, é prejudicial à saúde!
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, frisam os advogados dos arguidos
por Alexandre Costa in: Expresso, 21.04.2017
Num veredicto inédito, um tribunal da cidade italiana de Ivrea determinou esta quinta-feira a atribuição de uma pensão de 500 euros mensais a um executivo, por considerar que os longos períodos passados por este a falar ao telemóvel, por causa do seu trabalho, lhe causaram um tumor cerebral.
Roberto Romeo, de 57 anos, testemunhara no julgamento que ao longo de 15 anos passou diariamente cerca de três horas ao telemóvel devido ao seu trabalho na Telecom Italia. “Não tive alternativa senão usar o telemóvel para falar com colegas e organizar o trabalho – durante 15 anos, fazia chamadas o tempo todo, de casa e do trabalho”, afirmou.
“A determinada altura, comecei a sentir o meu ouvido direito a ficar bloqueado o tempo todo e o tumor foi diagnosticado em 2010. Felizmente era benigno, mas eu já não consigo ouvir nada do lado direito porque na operação tiveram de remover o meu nervo acústico”, acrescentou.
Um especialista médico calculou que com o tumor Romeo tenha perdido 23% das suas funções corporais, o que levou o juiz a determinar que passe a beneficiar da pensão atribuída a acidentes de trabalho.
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, referem os seus advogados Stefano Bertone e Renato Ambrosio, numa declaração.
Sem querer demonizar os telemóveis, Romeo considera que “todos nós temos de estar mais conscientes sobre o modo como os utilizamos”.
A maioria dos estudos sobre este tema refere que o uso moderado dos telemóveis não representa risco substancial para a saúde, mas alguns especialistas frisam que ainda é cedo para se saber dos efeitos de uso intensivo a longo prazo.
por Alexandre Costa in: Expresso, 21.04.2017
Num veredicto inédito, um tribunal da cidade italiana de Ivrea determinou esta quinta-feira a atribuição de uma pensão de 500 euros mensais a um executivo, por considerar que os longos períodos passados por este a falar ao telemóvel, por causa do seu trabalho, lhe causaram um tumor cerebral.
Roberto Romeo, de 57 anos, testemunhara no julgamento que ao longo de 15 anos passou diariamente cerca de três horas ao telemóvel devido ao seu trabalho na Telecom Italia. “Não tive alternativa senão usar o telemóvel para falar com colegas e organizar o trabalho – durante 15 anos, fazia chamadas o tempo todo, de casa e do trabalho”, afirmou.
“A determinada altura, comecei a sentir o meu ouvido direito a ficar bloqueado o tempo todo e o tumor foi diagnosticado em 2010. Felizmente era benigno, mas eu já não consigo ouvir nada do lado direito porque na operação tiveram de remover o meu nervo acústico”, acrescentou.
Um especialista médico calculou que com o tumor Romeo tenha perdido 23% das suas funções corporais, o que levou o juiz a determinar que passe a beneficiar da pensão atribuída a acidentes de trabalho.
“Pela primeira vez a nível mundial, um tribunal reconhece uma relação causal entre o uso inapropriado do telemóvel e um tumor cerebral”, referem os seus advogados Stefano Bertone e Renato Ambrosio, numa declaração.
Sem querer demonizar os telemóveis, Romeo considera que “todos nós temos de estar mais conscientes sobre o modo como os utilizamos”.
A maioria dos estudos sobre este tema refere que o uso moderado dos telemóveis não representa risco substancial para a saúde, mas alguns especialistas frisam que ainda é cedo para se saber dos efeitos de uso intensivo a longo prazo.
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