O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

domingo, 21 de abril de 2013

Estado e urgência



Sofia Galvão, in "Expresso" de 20.04.13

Impressiona-me o estado de negação em que coletivamente vivemos. Quando se gasta mais do que se tem, há défice. Quando pedimos dinheiro emprestado para acudir ao défice, há dívida. Quando se continua a gastar para lá do que se pode, o défice aumenta. Quando o défice não diminui, a dívida cresce. E, quando não se corrige o caminho, o ciclo torna-se infernal, alimenta-se a si próprio e destrói todo o potencial de desenvolvimento, realização e esperança.

Há quem não goste de factos. Mas enfrentá-los é condição de futuro. E o facto é que, hoje, em Portugal, os salários e as pensões pagos pelo Estado representam mais de 90% da coleta fiscal. Se acrescerem os juros da dívida, o montante vai além dos 105%. Os senhores e as senhoras que não gostam de factos consideram estes números sustentáveis? Percebem a medida em que tais números comprometem o futuro dos seus filhos e netos?

Podemos criticar a política interna e a Europa, podemos insurgir-nos contra a doutrina da austeridade ou contra a falta de visão que leva os países europeus a serem incapazes de superar clivagens e de construir, em conjunto, a sua única hipótese de viabilidade no mundo global. Como podemos ter dificuldade em aceitar a redução do mal europeu à sua dimensão financeira (quando o sabemos eminentemente político) ou em não nos indignarmos com um sistema que gasta milhões a salvar bancos, mas sufoca as classes médias com impostos e condena toda uma juventude ao desemprego e à ausência de horizontes.

Mas a crítica só é legítima se for informada e construtiva. Aqueles que não simpatizam com Angela Merkel e com a Europa alemã que se constrói sob a sua liderança não podem fundar aí a ideia de que, entre nós, o essencial está bem. Porque, com ou sem Angela Merkel, nós temos um problema financeiro seriíssimo; e, na sua base, um modelo de desenvolvimento equívoco, consubstanciado na ilusão coletiva que nos tem feito viver de forma totalmente desfasada dos meios disponíveis e da riqueza gerada.

Hoje, há perguntas incontornáveis: como e onde reduzir a despesa pública? Como manter o contrato social no quadro de um modelo europeu? Como quebrar o ciclo da dívida? Como superar entraves estruturais à mudança? Existe uma limitação constitucional ao processo de transformação?

É muito provável que as respostas sejam múltiplas. Discuti-las é crucial e a profundidade dessa discussão revelará o grau de maturidade da nossa opção democrática. Mas recusar o debate, negar-lhe o ponto de partida, continuar a cavar a ficção, é cada vez mais inaceitável. Sobretudo, porque é profundamente irresponsável.

Portugal gasta mal o que tem e vive muito acima do que pode. Insiste em comparar-se com os países mais ricos da UE (ou da OCDE) e defende o seu nível histórico de gastos por apelo a comparações com aqueles países. Os portugueses sentem-se ofendidos se alguém ousar comparar o comportamento da sua despesa pública ou o nível dos seus encargos sociais com países como a Polónia, a República Checa, a Hungria ou a Eslováquia.

Da discussão sobre o Estado, o seu perímetro e as suas funções depende o racional do nosso futuro. Por isso é tão importante consensualizar a prioridade do tema.

Como há muito resumiu Alice Rivlin, temos de saber o que o Estado deve fazer e pagar, o que o Estado deve pagar para não fazer e o que o Estado não deve fazer nem pagar.

A força das circunstâncias é, ao contrário do que pretendem os puristas, condição da consequência do exercício. Sem a pressão financeira e uma economia exangue a reclamar financiamento, tudo continuaria adiado.

Assim haja liderança forte, objetivos claros, total transparência e, não menos, capacidade de convocar politicamente.




Achámos útil transcrever este artigo porquanto, desapaixonado, faz uma síntese quase asséptica da situação orçamental do estado português e das suas condicionantes elementares e uma leitura fotográfica da vox populi àquele desafio.

Neste sentido pode contribuir para reduzir substancialmente o défice de objectividade que muitos portugueses terão sobre alguns instrumentos nucleares necessário a uma avaliação desapaixonada ao estado da nação, que são, citamos, os seguintes:

"E o facto é que, hoje, em Portugal, os salários e as pensões pagos pelo Estado representam mais de 90% da coleta fiscal. Se acrescerem os juros da dívida, o montante vai além dos 105%."

Ora, acrescentamos nós, um lugar comum: contra factos não há argumentos!

Já quanto à vox populi no que à critica da politica interna ou europeia diz respeito, se se compreende a ideia implícita  na mensagem “com o mal dos outros podemos nós bem”, que, em estado de crise constitui medida de segurança pessoal aconselhável, já não se pode aceitar tão pacificamente conciliar tal medida de segurança pessoal com o apostolado (que, aliás, subscrevemos para qualquer solução racional que se empreenda):

"Assim haja liderança forte, objetivos claros, total transparência e, não menos, capacidade de convocar politicamente."

O qual consubstancia tudo aquilo que não temos. E poderíamos ter (trata-se, tão só de inteligência), já que não depende do orçamento nacional ou europeu. E não podemos deixar de ter, se se quiser abordar a solução consistentemente e teremos de ter para sobreviver com dignidade enquanto Nação.

Ora, sem o referir a autora não deixa de conceder a Passos Coelho na sua ideia (poucochinha) de que nós "tugas", padecemos de pieguice.
Ideia esta com a qual, obviamente, não podemos alinhar.

É que a vox populi (afinal expressão da comunidade dos cidadãos) já deu provas bastantes de que, tal como o Criador (para alguns seu modelo) escreve direito por linhas tortas.

Na verdade, só a noção popular, imprecisa no seu conteúdo “cientifico”(?), mas rigorosa nas consequências práticas da sua percepção, no plano individual: vestigios claros de concessão ao vulgar designio de resignação e sofrimento,  no plano social e politico: total ausência de expectativas de representação efectiva, leal, responsável e prospectiva, pode justificar a paz social apesar das politicas agressivas mas errantes, manifestamente ineficazes, deste governo, que se limitam a gerir, mal, consequências, em constante ziguezague, sem intervir nas causas, a não ser para repeti-las.

Ainda por cima, acompanhadas, vezes bastantes da critica, execrável, aos comportamentos pessoais, como se fossem eles a causa da crise, em obediência a fundamentalismos de raiz luterana, que acentuam as suas consequências e em nada contribuem para esclarecer e combater as verdadeiras causas.

Em suma: grande parte daquilo de que não precisamos, por sempre termos tido em excesso!

Que capacidade de convocar revela tal prática, senão para o castigo?
E sem objectivos claros, nem acção transparente que consistência tem esta liderança cuja legitimidade é, hoje em dia, estritamente formal?

Afinal, quer tenha querido, quer não, o que a autora, identificando pressupostos correctos sugere, é que o mal veio para nosso bem e a obediência a quem manda é o caminho certo, sem esquecer o "Deus queira" que quem manda saiba o que faz.

É curto, superficial, insuficientemente racional, desconstrutivo, apocaliptico e nada prático como aliás até parece ser a principal motivação da autora no resultado do seu trabalho.

Criticar a vox populi com argumentos que reunem pressupostos de racionalidade e incoerência nas suas ilações, afinal é de vox populi que se trata.





sábado, 20 de abril de 2013

A Escolha da Alemanha, por George Soros, em 09.04.2013



FRANKFURT – A crise do euro já transformou a União Europeia, de uma associação voluntária de estados iguais para uma relação entre credores e devedores da qual não há uma saída fácil. Os credores arriscam perder somas avultadas caso um estado membro saia da união monetária, mas ao mesmo tempo os devedores estão sujeitos a políticas que aprofundam a sua depressão, agravam o fardo da sua dívida e perpetuam a sua posição de subordinação. Como resultado, a crise ameaça agora destruir a própria UE. Isso resultaria numa tragédia de proporções históricas, que apenas a liderança Alemã poderá evitar.

As causas da crise não podem ser devidamente compreendidas sem reconhecermos a falha fatal do euro: ao criar um banco central independente, os países membros endividaram-se numa moeda que não controlam. Em primeiro lugar, tanto as autoridades como os participantes no mercado trataram todas as obrigações soberanas como se não tivessem risco, criando um incentivo perverso para os bancos adquirirem grandes quantidades de obrigações dos países mais desfavorecidos. Quando a crise Grega fez assomar o espectro do incumprimento, os mercados financeiros reagiram vingativamente, relegando todos os membros da zona euro demasiado endividados para um estatuto comparável ao de países do Terceiro Mundo sobreexpostos numa moeda estrangeira. Consequentemente, os países membros grandemente endividados foram tratados como sendo os únicos responsáveis pelos seus problemas, e o defeito estrutural do euro ficou por corrigir.

Uma vez que isto esteja entendido, a solução sugere-se quase automaticamente. Pode ser resumida numa só palavra: Eurobonds.

Se aos países que concordaram com o novo Pacto de Estabilidade Fiscal da UE fosse permitido converter toda a sua dívida soberana em Eurobonds, o impacto positivo seria quase miraculoso. O perigo de incumprimento desapareceria, assim como os prémios de risco. Os balanços dos bancos receberiam um impulso imediato, assim como os orçamentos dos países altamente endividados.

A Itália, por exemplo, pouparia até 4% do seu PIB; o seu orçamento passaria a ser excedentário; e o estímulo fiscal substituiria a austeridade. Como resultado, a sua economia cresceria, e o seu rácio de endividamento cairia. Muitos dos problemas aparentemente insolúveis se dissolveriam no ar. Seria como acordar de um pesadelo.
Em concordância com o Pacto de Estabilidade Fiscal, os países membros poderiam emitir novas Eurobonds apenas para substituição de outras que atinjam a maturidade; depois de cinco anos, as dívidas remanescente seriam gradualmente reduzidas para 60% do PIB. Se um país contraísse dívidas adicionais, poderia pedir emprestado em seu próprio nome. 

Reconhecidamente, o Pacto de Estabilidade Fiscal necessita de algumas modificações para garantir que as penalidades associadas ao incumprimento sejam automáticas, rápidas, e não demasiado severas para serem credíveis. Um Pacto de Estabilidade Fiscal mais rigoroso eliminaria praticamente o risco de incumprimento.

Assim, as Eurobonds não arruinariam a notação de crédito da Alemanha. Pelo contrário, seriam comparadas de modo favorável com as obrigações dos Estados Unidos, do Reino Unido, e do Japão.

Para dizer a verdade, as Eurobonds não são uma panaceia. O impulso provocado pelas Eurobonds pode não ser suficiente para garantir a recuperação; poderão ser necessários estímulos fiscais e/ou monetários adicionais. Mas seria um luxo podermos ter esse problema. De modo mais preocupante, as Eurobonds não eliminariam as diferenças em competitividade. Os países continuariam a ter que promover reformas estruturais. A UE também precisaria de uma união bancária que disponibilizasse crédito em iguais condições a todos os países (O resgate de Chipre tornou esta necessidade mais premente, ao desnivelar ainda mais as condições). Mas a aceitação das Eurobonds por parte da Alemanha transformaria a atmosfera política e facilitaria as necessárias reformas estruturais.

Infelizmente, a Alemanha permanece uma opositora inflexível das Eurobonds. Desde que a Chanceler Angela Merkel vetou a ideia, não lhe foi dada mais consideração. O público Alemão não reconhece que concordar com as Eurobonds seria muito menos arriscado e custoso que continuar a fazer apenas o mínimo para preservar o euro.

A Alemanha tem o direito de rejeitar as Eurobonds. Mas não tem o direito de evitar que os países altamente endividados escapem da sua miséria, unindo-se e emitindo-as. Se a Alemanha se opuser às Eurobonds, deveria considerar deixar o euro. Surpreendentemente, as Eurobonds emitidas por uma zona euro que não incluísse a Alemanha ainda comparariam favoravelmente com as dos EUA, do Reino Unido e do Japão.

A razão é simples. Como toda a dívida acumulada está denominada em euros, faz toda a diferença saber qual o país que deixa o euro. Se a Alemanha saísse, o euro desvalorizaria. Os países devedores retomariam a sua competitividade. A sua dívida diminuiria em termos reais e, se emitissem Eurobonds, a ameaça do incumprimento desapareceria. A sua dívida tornar-se-ia repentinamente sustentável.

Ao mesmo tempo, muito do fardo do ajuste cairia sobre os países que deixassem o euro. As suas exportações tornar-se-iam menos competitivas, e enfrentariam forte competição, nos seus mercados internos, da zona euro resultante. 

Também incorreriam em perdas nos seus créditos e investimentos denominados em euros.

Pelo contrário, se a Itália deixasse a zona euro, a sua dívida denominada em euros tornar-se-ia insustentável, e teria que ser reestruturada, empurrando o sistema financeiro global para o caos. Portanto, se alguém tiver que sair, deveria ser a Alemanha, e não a Itália.

Há argumentos fortes para que a Alemanha decida se deve aceitar as Eurobonds ou abandonar a zona euro, mas já é menos óbvio qual das duas alternativas será melhor para o país. Apenas o eleitorado Alemão tem poder para tomar essa decisão.

Se houvesse hoje um referendo na Alemanha, os apoiantes de uma saída da zona euro venceriam sem dificuldade. Mas uma reflexão mais intensa poderia mudar a opinião das pessoas. Descobririam que o custo, para a Alemanha, da autorização da emissão de Eurobonds estaria grandemente exagerado, e que o custo de abandonar o euro estaria subestimado.

O problema reside em que a Alemanha não foi forçada a escolher. Pode continuar a não fazer mais do que o mínimo para preservar o euro. Esta é claramente a escolha preferida de Merkel, pelo menos até depois das próximas eleições.

A Europa estaria infinitamente melhor se a Alemanha fizesse uma escolha definitiva entre as Eurobonds e uma saída da zona euro, independentemente das consequências; na verdade, a Alemanha também ficaria melhor. A situação está a deteriorar-se, e, no longo prazo, é provável que se torne insustentável. Uma desintegração desordenada que implicasse recriminações mútuas e dívidas por honrar deixaria a Europa pior do que estava quando embarcou na ousada experiência da unificação. Certamente que isso não serve os interesses da Alemanha.

Traduzido do inglês por António Chagas

O Sol ilumina os caminhos da resistência aos tempos que nos querem esmagar e inspira a criatividade. Que seja benvindo!


O Sol surge, finalmente com maior frequência, para bem desta economia de Mar & Sol da qual depende a população desta Vila e região.
Tudo se mantem na mesma e, ou, até pior, mas, com Sol, é tudo menos deprimente e resistir torna-se menos dificil.
Seja portanto muito benvindo quem vem por bem!



Rodolpho Parigi pertence a uma nova leva de artistas que nos últimos anos reanimou a pintura contemporânea brasileira. Uma das principais discussões do trabalho de Parigi está relacionada às formas geométricas, e da relação destas formas com elementos orgânicos.
Um dos principais assuntos do Fórum de Inspirações para o Verão 2013 foi a geometria. E o trabalho de Parigi é uma excelente inspiração para o tema.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Madrugada





Um leve tremor precede à madrugada
Quando mar e céu na mesma cor se azulam
E são mais claras as luzes dos barcos pescadores
E para além de insânias e rumores
A nossa vida se vê extasiada

O poema é de Sophia de Mello Breyner Andresen, a foto de Ana Margarida Santos.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quem são eles?

PARA QUE AS NOSSAS CONTERRÂNEAS NÃO CONTINUEM A SER ENGANADAS POR HOMENS PORCOS QUE AS TRAIEM  E TIRAM DA MESA PARA ANDAREM NAS PROSTITUTAS DA QUINTA DO GRILO E DO GALO ( VISEU ). SAIBA AQUI QUEM ELES SÂO:

Ver

Se isto pega por cá!
Então é que o Hospital Central do Algarve tem que ser construído!


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Homem protegido vale mil experiências...


Nunca é demais sensibilizar os cidadãos para a utilização de preservativo na sua relações sexuais, sobretudo nas ocasionais. O Verão está à porta e, dizem as estatisticas, que com ele estimulam-se as relações e as circunstâncias que as motivam. Este filme - uma peça de animação de grande qualidade - pretende fazer um apelo à protecção sexual, desvendando que a mesma pode até propiciar um enorme numero de experiências que, de outro modo (sem protecção) são impossiveis...

domingo, 14 de abril de 2013

Estamos, realmente, em tempo de um abraço amigo!




Soneto do Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), um autor muito à frente!.


Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994) foi um matemático e economista heterodoxo romeno cujos trabalhos resultaram no conceito de decrescimento econômico. É considerado como o fundador da bioeconomia.

Durante mais de um século, multiplicaram-se teorias econômicas que não levavam em conta a natureza em cálculo algum. Atualmente, porém, só cresce o número de economistas que começam a olhar para a economia não como um sistema isolado, mas como parte de um todo, submetida às leis da natureza e aos impactos que causa nos homens. São os chamados economistas ecológicos, que propõem uma visão mais ampla de sistema.
Entre as principais referências do tema no país está o economista e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Eli da Veiga, autor de 21 livros, que assina a abertura do livro O Decrescimento – entropia, ecologia, economia, lançado mês passado pela editora Senac. É primeira tradução em português da obra do matemático e economista romeno Georgescu-Roegen, cujo pensamento foi renegado por décadas entre os círculos da área e, agora, está sendo retomado. Em entrevista à Camila Nobrega do Canal Ibase, 10-04-2013, José Eli fala não apenas da teoria de Georgescu, como do crescimento da Economia Ecológica em si, em oposição à Economia Verde.

Eis a entrevista.

Qual o significado da chegada da obra de Georgescu-Roegen ao Brasil?

Muitos jovens ainda hoje saem das faculdades de Economia do país sem ter lido a obra dele. Na década de 1970, Roegen publicou livros e artigos importantes que não foram reconhecidos pela academia. A incorporação da Lei da Entropia (2ª lei da termodinâmica, cuja essência é a degradação energia em sistemas isolados) na economia, proposta pela primeira vez por ele, não foi bem aceita e Georgescu foi posto de lado. Nos últimos tempos, ele tem sido revisto, mas no Brasil só havia obras circulando em francês, o que dificultava o acesso de alunos. Consegui, finalmente, que este autor fosse publicado em português. Ele foi um gênio, precisa ser mais lido.

Embora ele mesmo nunca tenha usado essa denominação, Roegen foi uma das principais inspirações para o movimento da Economia Ecológica. Como o pensador via a questão do limite da natureza para o crescimento da economia?

Não se trata exatamente de limites, como alguns economistas falam hoje. O foco dele era outro. Georgescu teve, ainda nos anos 1960, um estalo sobre a Lei da Entropia. Ele jogou luz sobre o fato de que os economistas lidavam com a produção econômica como algo independente, isolado. Os recursos naturais eram vistos como infinitos, e por isso não entravam na conta. Só que este romeno percebeu a relação de interdependência entre ambos. A Lei da Entropia não pode simplesmente ser descartada, porque ela age sobre a economia.

Ou seja, ele percebeu que existe uma perda de energia associada aos processos econômicos, certo? E há energia dissipada que nunca se recupera…

Sim, o foco dele não é sobre o esgotamento de recursos. Ele é anterior à discussão sobre mudanças climáticas, que está em voga hoje. Georgescu se debruçou sobre o fato de que os recursos naturais têm uma energia que se dissipa, à medida que são usados pela economia. No início da carreira, ele tinha o foco de estudo voltado para o consumo. Depois, percebeu que precisava se dedicar à questão da produção. E concluiu que, uma vez utilizados para a produção de algo, os recursos terão uma parte de energia que nunca mais será utilizada. É uma parte que se perde no processo. Mas os cálculos de produção na economia não levam isso em conta. Tomemos como exemplo as energias fósseis. Para Georgescu, o limite do crescimento se daria ao passo que a utilização delas reduziria a quantidade de energia inicial do processo.

Mas o pensamento dele ainda não chegou à esfera prática da economia. Em conferências internacionais sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, como a Rio+20, Conferência da ONU realizada ano passado, esta abordagem não passou nem perto das salas de conferência…

Eu não esperava mesmo que um encontro como a Rio+20 discutisse esse tipo de assunto. Ocorre que os prazos dessa discussão proposta por Georgescu talvez sejam séculos. Não sabemos quando vai acontecer, mas a perda gradual desses recursos naturais vai levar a um ponto máximo. Na Rio+20, discutem-se soluções mais imediatas. A transição de que se fala nessas salas de conferência é outra, que as Nações Unidas chamaram de Economia Verde. Já Georgescu foi um dos pais da Economia Ecológica, que defende uma outra transição, não apenas tecnológica. Ele acredita também que, em algum momento, haverá decrescimento. A economia, segundo ele, não poderá se manter apenas estável.

E, dentro da Economia Verde, as propostas são de adequações mais simples. Não há uma grande mudança de paradigma econômico, certo?

É outro foco. Na discussão atual, existe uma crença de que vai haver descolamento entre crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a medida de riqueza mais utilizada como parâmetro de comparação no mundo) e os impactos ambientais. A ideia é que o avanço tecnológico vai permitir a manutenção do crescimento econômico. Ou seja, a tese da Economia Verde é que, em determinado momento, o PIB poderá continuar aumentando e os impactos vão diminuindo. Para isso, economistas desta corrente apresentam dados sobre queda de emissões de carbono por unidade de produção. Na prática, significa que para cada unidade produzida, a quantidade de carbono usada diminuiu. Mas isso só serve em termos relativos. Quando pegamos o conjunto total, como a produção aumenta, a quantidade absoluta também cresce. O impacto na atmosfera, portanto, continua aumentando e muito. O único argumento novo que deve ser analisado ainda é em relação à Inglaterra. Estudos recentes mostram que o país está conseguindo manter o PIB em crescimento, reduzindo as emissões.

Mas, nesse caso, estamos falando de um país com um desenvolvimento mais avançado, e com condições de apostar em inovações tecnológicas. No entanto, se as nações mais pobres dependerem de tecnologias que não podem bancar, sem que haja transferência, como elas farão?

Aí está o problema. Será que a humanidade resolverá os novos desafios tratando o problema com as mesmas receitas antigas. Nesse caso, não se atacam os sintomas. A Inglaterra é um caso de economia madura, e parece que o mesmo processo pode estar acontecendo também na Holanda. Mas o cenário encontrado lá não é o mesmo de países pobres. Será possível apostar nesse modelo, e que todos os países alcançariam uma maturidade que os permitiria crescer, reduzindo, por meios tecnológicos, os impactos ambientais?

Ainda assim, este pensamento não leva em conta os impactos sociais associados ao crescimento econômico desenfreado. Estas questões fazem parte da Economia Ecológica?

Sim, a economia não pode ser vista como um sistema isolado nem das questões ambientais, nem sociais. Estamos falando sempre de uma mesma coisa. No caso da Inglaterra, por exemplo, estamos falando de uma economia madura em vários sentidos. É uma sociedade cujo acesso a serviços é outro, onde há um parâmetros de educação, saúde mais elevados e compartilhados pela população. Não é a economia em si, isoladamente, que levará nações a reduzirem impactos socioeconômicos significativos.

(Ecodebate, 12/04/2013) publicado pela IHU On-line, parceira estratégica do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

sábado, 13 de abril de 2013

Na morte de Thatcher, amiga de Pinochet



MORREU Margaret Thatcher, uma das principais responsáveis pela contra-revolução neoliberal que há mais de 30 anos vem devastando os regimes democráticos ocidentais, distorcendo a economia, tornando as sociedades democráticas cada vez mais desiguais, destruindo a coesão social, impondo o «casino da especulação monetária» e a ditadura dos mercados financeiros globais que hoje mandam em nós.

Morreu, além disso, a amiga de Pinochet, um dos ditadores mais sanguinários e corruptos da América Latina, que permitiu que o Chile se tornasse banco de ensaio das políticas ultraliberais preconizadas pela famigerada «escola de Chicago» e levadas a cabo pelos «Chicago boys», apadrinhados por Milton Friedman e Friederich von Hayek, figuras tutelares do pensamento de Margaret Thatcher, além da mercearia do pai.

Não faço esta acusação de ânimo leve. São factos conhecidos, designadamente a sua acendrada admiração por Augusto Pinochet, como se projectasse nele aquilo que ela desejaria impor, mas nunca poderia conseguir, na velha democracia inglesa. Há muitas fotos em que aparecem ambos sorridentes, lado a lado, quer quando o ditador estava no poder, quer quando o detiveram em Londres na sequência do pedido de extradição efectuado pelo juiz espanhol Baltazar Garzon, que o acusou de ser responsável, durante a ditadura, pelo assassínio e desaparecimento de vários cidadãos espanhóis.

Esta mulher a quem chamaram «dama de ferro», como poderiam ter chamado «de zinco» ou «de chumbo», nutria um profundo desprezo pelos grandes intelectuais ingleses do seu tempo, designadamente Aldous Huxley, John Maynard Keynes, Bertrand Russell, Virgínia Woolf e T. S. Eliot, conhecidos como o «círculo de Bloomsbury» (do nome do famoso bairro londrino de editores e livreiros e de boémia intelectual). A frustração dela perante o talento e a inteligência que irradiavam deles, e que ela não conseguia captar, levaram-na a considerá-los «intelectuais estouvados, que conduziram o Reino (Unido) pelos caminhos nada recomendáveis da segunda metade do século XX». 
Ao diabo as «literatices» da «clique de Bloomsbury», dizia ela. «O meu Bloomsbury foi Grantham» (onde o pai tinha a famosa mercearia) (…) Para compreender a economia de mercado, não há melhor escola do que a mercearia da esquina». Deve ser por isso que as mercearias estão a falir… 

Thatcher considerava «a distância entre ricos e pobres perfeitamente legítima» e proclamava «as virtudes da desigualdade social» como motor da economia. A verdade dos números é, no entanto, bastante diferente. Como salienta John Gray, um dos mais importantes pensadores contemporâneos, na Grã-Bretanha da chamada «dama de ferro» os níveis dos impostos e das despesas públicas eram tão ou mais altos, ao fim de 18 anos de governos conservadores, do que quando os trabalhistas deixaram o poder, em 1979. Ao mesmo tempo, nos EUA de Ronald Reagan, co-autor da «contra-revolução neoliberal», o mercado livre e desregulado destruiu a civilização de capitalismo liberal baseada no New Deal de Roosevelt, em que assentou a prosperidade do pós-guerra. 

Convém dizer que John Gray, autor de vários livros editados em português, entre os quais Falso Amanhecer (False Dawn), chegou a ser uma das figuras dominantes do pensamento da chamada «Nova Direita», que teve uma grande influência nas políticas que Thatcher pôs em prática. Mas ficou desiludido e alarmado com as terríveis consequências dessas políticas e tornou-se um dos críticos mais lúcidos e implacáveis dos «mercados livres globais», cuja desregulação tem causado os efeitos mais perversos nas sociedades contemporâneas, provocando a desintegração social e o colapso de muitas economias. O capitalismo global parece funcionar, segundo Gray, de acordo com as regras da selecção natural, destruindo e eliminando os que não conseguem adaptar-se e recompensando, quase sempre de maneira desproporcionada, os que se adaptam com sucesso. Estas são, logicamente, as inevitáveis consequências do pensamento de Thatcher, ao pôr em prática «as virtudes da desigualdade social» como motor da economia.

A pesada herança de Margaret Thatcher, tal como a de Ronald Reagan - adoptadas não apenas pela direita ultraliberal, mas também por uma certa esquerda neoliberal (Tony Blair, Gerhard Schröder e alguns discípulos da Europa do Sul, designadamente lusitanos) - é esta crise brutal em que a UE e os EUA estão mergulhados há já cinco anos. E o mais terrível é que é o pensamento dos principais responsáveis por esta crise que continua e prevalecer na maioria dos governos que prometem acabar com a crise através da austeridade, do empobrecimento dos cidadãos e do confisco dos seus direitos sociais. Thattcher foi um ser maléfico e não deixa saudades. 

Por Alfredo Barroso in tracogrosso.blogspot.pt
 Lisboa, 8 de Abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Numa sexta-feira e em casa: A resposta ancestral dos vinhos portugueses ao desafio do Yoga e à taxa do IVA na restauração!

Fig.1.Exercício:Pigeon (tonifica o seu corpo, aumenta a flexibilidade e desestressa a sua mente);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Vinho Verde


Fig.1.Exercício:Malasana (esta posição estira os tornozelos e músculos das costas);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Adamado Tinto.

Fig.1.Exercício Ananda Balasana (esta posição faz uma boa massagem na zona dos quadris);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto de Setubal.

Fig.1.Salambhasana(uma forma efectiva de fortalecer os músculos lombares, pernas e braços);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Espumoso Tinto de Cantanhede.

Fig.1. Dolphin(optima para os ombros.Também fortalece o torax, pernas e braços);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto do Douro.

Fig.1. Halasana posição do arado(optima para a dor nas costas e para a insónia);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Branco do Douro.

 Fig.1. Marjayasana (esta posição provoca uma massagem suave na barriga e na coluna);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Branco da Bairrada.

Fig.1. Setu Bandha Sarvangasana (esta posição acalma o cérebro e recupera pernas cansadas);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Vinho Novo da Golegã.

Fig.1. Balasana (posição que traz uma sensação de paz e tranquilidade); Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto do Dão.

Fig.1. Savasana (é uma posição de total relaxamento); Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto Alentejano (Borba).

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Nem a andorinha é a mesma d' outrora, nem o conceito de ninho é imutável! Só o estado de necessidade não se alterou!

 

O Portugal d'outros tempos voltou; Melhor: nunca de cá saiu!

Para aqueles que o viveram e sabem bem que as suas remessas sustentaram a economia do seu pobre pais durante parte substancial do século XX, o revivalismo que este velho anúncio da TAP invoca, sem embargo da sua beleza ingénua, constitui uma verdadeira cena de "terror" revisitado.

Para aqueles para quem aquele cartaz nada mais revela que uma peça de um grafismo d'outrora digno de um museu do design publicitário, que se cuidem pois este cartaz representa, hoje em dia, uma antevisão do futuro próximo de milhões de portugueses que se vêm ou verão na contingência de partir: Representando também a invocação à andorinha e a pendularidade do seu ciclo, um projecto de parte dos portugueses (a classe politica no poder) que ficam: a expectativa ingénua de que as poupanças dos que partem serão a sustentação desta economia, para que consiga prover os que ficam como forma de se manterem à tona de àgua.

Também aí, ontem como hoje, é na ingenuidade da mensagem expressa no poster daquele tempo que assenta a sua intemporalidade.

Sucede é que à certeza do "retorno ao ninho" d´outros tempos, sucedeu a certeza de que o pais que fica e dos que ficam com ele, se afastam, todos os dias e cada vez mais, do significado ancestral da expressão.

Como, de resto, também os que partem, que da andorinha do anúncio, se encontram cada vez mais dissociados!


quarta-feira, 10 de abril de 2013

"O que fazer com esta Tiara", por Vasco Graça Moura, DN, 20/2/13

Como toda a gente que teve uma educação católica, mesmo sem depois ter tirado dela consequências de maior no plano das convicções religiosas, também eu, ao saber da renúncia de Bento XVI, fiquei com a impressão de estar a viver um momento histórico cujas consequências principais estão ainda muito longe de poder ser abarcadas.

Não foi apenas o ineditismo da situação, já tantas vezes referido e perspectivado, para trás e para a frente, que me impressionou. Também não direi que me tenha propriamente preocupado a discussão a lo divino, já a puxar as coisas para o plano híbrido em que o direito canónico e a área do sagrado se confrontam, sobre a liberdade plena do acto de renúncia ao vicariato de Deus ou as eventuais dificuldades de coexistência de quem "já foi" e de quem "passou a ser", num caso de tamanha envergadura.

O que me veio ao espírito foi a relação histórica tão profunda e tão antiga de Igreja de Roma com a Europa, a começar pelo sacro Império Romano-Germânico de que o Habsburgo Carlos V, após tê--lo vitoriosamente disputado ao Valois Francisco I, veio ainda a ser um poderoso símbolo moderno, não obstante o terrível saque de Roma que promoveu com os seus lansquenetes em 1527.

Pouco antes desses agitados e terríveis sucessos, tivera lugar a grande cisão da Igreja protagonizada por Lutero. Pouco depois, começaram as guerras de religião.

Passou a haver uma correspondência acentuada entre a Igreja romana e a Europa meridional. Os países do Norte, salvo o caso da Polónia, foram mais condicionados por uma matriz luterana e por uma devoção mais interiorizada. A ética protestante modelou o capitalismo, como diria Max Weber, e também lhe deu um sentido da solidariedade. A liturgia católica não dispensou pompas e cerimoniais, ritos externos e paramentos. Nas práticas sociais dos países do Sul, os homens continuaram a venerar o vil metal pelo vil metal, isto é, "amando cousas que nos foram dadas / não para ser amadas, mas usadas", como disse o Camões.

E todavia, nos tempos do capitalismo industrial, a Igreja de Roma surge a articular uma mensagem ética com uma profunda preocupação social. O processo foi muito lento e teve, no plano conceptual, momentos de ponderação e contestação, conflito e desvario. Vai de Leão XIII e da sua Rerum Novarum (1891) até à teologia de libertação, que pontua a mensagem evangélica junto dos desesperados do Terceiro Mundo, e aos católicos ditos progressistas, que tentaram encontrar na esquerda caminhos para uma Igreja que concebiam como agente da revolução.

Talvez não houvesse, em várias décadas ingenuamente ideológicas do século XX, a percepção da caixa de Pandora em que fervilhavam os fundamentalismos que vieram a traumatizar o espírito humano a partir do 11 de Setembro de 2001.

Duas guerras mundiais, vários totalitarismos e a guerra fria terão impedido que esse problema se percebesse mais cedo.

No extremo desse longo e cruel processo histórico, Bento XVI é um grande intelectual europeu de um tempo menor ainda europeu. Surge num momento em que, pela sua personalidade, é levado a enquadrar racionalmente esses inúmeros conflitos e tensões do seu tempo. Logo em inícios de mandato foi miseravelmente atacado por radicalismos de vária ordem, a propósito de uma sua intervenção em Ratisbona.

Na sociedade de hoje, há processos e tecnologias de comunicação, formas de circulação de informação em grande quantidade e velocidade, modalidades de saber e de transmissão do conhecimento, virtualidades empresariais e negociais à escala planetária, potenciais de sugestão e de manipulação imparáveis, hábitos de contacto humano em redes sociais e modelos de comportamento que não podiam conceber-se até há bem poucas décadas.

Nesse quadro, a Europa, seja a do Norte seja a do Sul, por muita importância que ainda consiga afirmar, está a perder terreno. A Igreja Católica também. O futuro, nessa dimensão vertiginosa, surge--nos cada vez mais interrogado e imprevisível.

O mundo escapa-nos.

A crise dos valores éticos e culturais que nasceram na nossa civilização é um factor de desagregação acelerada da Europa (e por culpa da Europa) e também atinge a Igreja e o seu magistério, ou, pelo menos, torna-o em grande medida ineficaz. O Papa teve a plena percepção disso mesmo.

Sendo assim, o que é que havia de fazer um ancião de 85 anos, que sente que as suas forças ficam esgotadas e as suas responsabilidades da chefia da Igreja se tornam cada vez maiores?

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico



80 (oitenta) anos da nossa freguesia!(1933-2013


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