O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
sábado, 1 de dezembro de 2012
O Primeiro de Dezembro, tal como o conhecemos, acaba hoje. Terá a independência os dias contados?
"Assentaram por conclusão que sábado, primeiro de dezembro, com o menor rumor que fosse possível, se achassem todos juntos no paço, repartidos em vários postos, e que, tanto que o relógio desse nove horas, saíssem das carroças ao mesmo tempo. Sem haver dos confederados quem se arrependesse da determinação, ocuparam todos os postos destinados. Impacientes esperavam as nove horas, e como nunca o relógio lhes pareceu mais vagaroso, assim que deu a primeira e sem aguardarem a última, arrebatados do generoso impulso, saíram todos das carroças e avançaram ao paço. Neste tempo andava D. Miguel de Almeida, venerável e brioso, com a espada na mão gritando:
— Liberdade, portugueses! Viva El-Rei D. João, o Quarto!"
Etiquetas:
politica nacional
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Feios, Porcos e Maus?
Mauricio Lima for The New York Times
Monica Alexandra, a psychologist, checked her phone as her mother and sister helped her before leaving for the airport. Many young Portuguese are choosing to pack their bags, with Portuguese-speaking and fast-growing former colonies like Brazil and Angola among their favored destinations. Ms. Alexandra is moving to Brazil, where she says she has job offers.
O site do "The New York Times" publicou uma fotogaleria comentada que dá a conhecer ao mundo os números que dão conta do colossal agravamento das condições de vida dos portugueses.
Retratos de sem abrigo, de idosos, de imigrantes pobres e de jovens de malas feitas para emigrar, das manifestações e dos confrontos em frente à Assembleia, ou de um cemitério e um edifício devoluto, surgem na fotogaleria intitulada "Portugal aprova mais um pacote de austeridade".
Realidade, que cá por Armação não é muito diferente do resto do país.
Monica Alexandra, a psychologist, checked her phone as her mother and sister helped her before leaving for the airport. Many young Portuguese are choosing to pack their bags, with Portuguese-speaking and fast-growing former colonies like Brazil and Angola among their favored destinations. Ms. Alexandra is moving to Brazil, where she says she has job offers.
O site do "The New York Times" publicou uma fotogaleria comentada que dá a conhecer ao mundo os números que dão conta do colossal agravamento das condições de vida dos portugueses.
Retratos de sem abrigo, de idosos, de imigrantes pobres e de jovens de malas feitas para emigrar, das manifestações e dos confrontos em frente à Assembleia, ou de um cemitério e um edifício devoluto, surgem na fotogaleria intitulada "Portugal aprova mais um pacote de austeridade".
Realidade, que cá por Armação não é muito diferente do resto do país.
Etiquetas:
politica nacional
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Um governo de "chicos espertos"
Governo impôs esta quinta-feira que 50% dos subsídios de férias e de Natal do próximo ano sejam pagos em duodécimos no setor privado. Os restantes 50% de ambos os subsídios continuarão a ser pagos nas datas e nos termos habituais.
Esta medida é mais uma a juntar às portagens na Via do Infante, ao aumento do IVA na restauração,e do IMI, que só vêm agravar ainda mais, a débil economia da vila de Armação de Pêra, que vive essencialmente do turista nacional.
Quando um Governo determina como devem as empresas gerir a sua tesouraria, quer dizer que estamos em termos económicos, mais perto de um regimes como o da Correia do Norte.
Este Governo está mais preocupado consigo e com os efeitos que terão nas folhas salariais o brutal aumento de impostos previstos para 2013, do que com as empresas ou com as famílias.
A esperteza saloia afirmou-se mais uma vez, estes governantes pretendem desta forma atenuar a revolta, que cresce de dia para dia,e que, com esta subida colossal será ainda maior.
No final do ano de 2013, os contribuintes vão perder cerca de 30% do seu rendimento por via fiscal. E isto vai provocar uma ainda maior redução do consumo, que só trará mais pobreza para a região.
Etiquetas:
classe politica
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
domingo, 25 de novembro de 2012
Um tornado que serve o canditato Rogério Pinto
Rogério Pinto, que substituiu recentemente Isabel Soares na presidência do executivo de Silves, aproveita o tornado para lançar a sua candidatura à Câmara de Silves.
Em declarações ao barlavento afirma que: “Sei que tenho muita simpatia na comunidade não só do concelho de Silves, mas também dos próprios colaboradores da autarquia”.
Sobre as suas palavras recordamos Séneca
"Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável."
Etiquetas:
politica municipal
sábado, 24 de novembro de 2012
Uma queixa incompleta...
Responsabilidade, transparência, coerência, eficiência e eficácia, são os cinco princípios básicos da boa governação, perfilhados por instituições supranacionais, consagrados nos manuais de ciência politica e comummente aceites como valores integrantes da constituição material de um Estado de Direito.
São assim de reter estes conceitos. Recordemo-los:
Responsabilidade: obrigatoriedade de cumprir princípios e deveres derivados de um cargo, assunção das consequências dos actos praticados;
Transparência: carácter do que deixa transparecer toda a realidade das coisas, do que exprime a verdade de um facto ou acontecimento sem o alterar;
Coerência: ligação, harmonia lógica, nexo entre diversos elementos de um conjunto de factos;
Eficiência: relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados;
Eficácia: medida em que as actividades planeadas foram realizadas e conseguidos os resultados planeados.
Digamos que a queixa que gentilmente nos chegou, via mail, foi bem estruturada, revela um posicionamento de cidadania e funda-se num leque de valores e princípios que têm pautado grande parte das intervenções deste Blog.
Não havia como, sabendo da sua existência, ignorá-la!
A limitação temporal para a prática do crime objecto da queixa, entre 1998 e 2011, porém, introduz um elemento de banalidade que contrasta vivamente com a elevação dos princípios e valores invocados para a sua fundamentação.
Na verdade, exclui propositadamente através daquela datação, por exemplo a gestão de Cavaco Silva, a qual, no entender de muitos, não só não correspondeu a uma “good governance”, como contribuiu decisivamente enquanto causa estrutural e geométrica do crescimento da despesa pública, bem como da degenerescência de sectores essenciais da nossa economia como a agricultura e pescas, por exemplo.
Ao sonegar expressamente o cavaquismo do folclore da gestão pública da classe politica portuguesa, o(s) autor(s) introduziu um vírus vulgar, muito comum na vida politica nacional: a partidarite, doença fatal desta democracia, que assume múltiplas formas, como a da partidocracia, que acantona os valores e os princípios do estado de direito nos livros de ciência politica e promove os desvalores do comércio eleitoral, dos postos institucionais, da desorçamentação e outros que tais, aos valores da democracia real!
Tendo a queixa dado entrada em 11 de Julho de 2012, excluiu também propositadamente, um conjunto de governantes com mais de um ano de governação que já tinham revelado suficientemente irresponsabilidade porquanto foram eleitos com base em propostas eleitorais que contrastaram com as medidas de gestão empreendidas, em absoluta incoerência.
Não constitui por conseguinte, uma queixa tão isenta quanto a natureza da sua fundamentação necessariamente exige!
São assim de reter estes conceitos. Recordemo-los:
Responsabilidade: obrigatoriedade de cumprir princípios e deveres derivados de um cargo, assunção das consequências dos actos praticados;
Transparência: carácter do que deixa transparecer toda a realidade das coisas, do que exprime a verdade de um facto ou acontecimento sem o alterar;
Coerência: ligação, harmonia lógica, nexo entre diversos elementos de um conjunto de factos;
Eficiência: relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados;
Eficácia: medida em que as actividades planeadas foram realizadas e conseguidos os resultados planeados.
Digamos que a queixa que gentilmente nos chegou, via mail, foi bem estruturada, revela um posicionamento de cidadania e funda-se num leque de valores e princípios que têm pautado grande parte das intervenções deste Blog.
Não havia como, sabendo da sua existência, ignorá-la!
A limitação temporal para a prática do crime objecto da queixa, entre 1998 e 2011, porém, introduz um elemento de banalidade que contrasta vivamente com a elevação dos princípios e valores invocados para a sua fundamentação.
Na verdade, exclui propositadamente através daquela datação, por exemplo a gestão de Cavaco Silva, a qual, no entender de muitos, não só não correspondeu a uma “good governance”, como contribuiu decisivamente enquanto causa estrutural e geométrica do crescimento da despesa pública, bem como da degenerescência de sectores essenciais da nossa economia como a agricultura e pescas, por exemplo.
Ao sonegar expressamente o cavaquismo do folclore da gestão pública da classe politica portuguesa, o(s) autor(s) introduziu um vírus vulgar, muito comum na vida politica nacional: a partidarite, doença fatal desta democracia, que assume múltiplas formas, como a da partidocracia, que acantona os valores e os princípios do estado de direito nos livros de ciência politica e promove os desvalores do comércio eleitoral, dos postos institucionais, da desorçamentação e outros que tais, aos valores da democracia real!
Tendo a queixa dado entrada em 11 de Julho de 2012, excluiu também propositadamente, um conjunto de governantes com mais de um ano de governação que já tinham revelado suficientemente irresponsabilidade porquanto foram eleitos com base em propostas eleitorais que contrastaram com as medidas de gestão empreendidas, em absoluta incoerência.
Não constitui por conseguinte, uma queixa tão isenta quanto a natureza da sua fundamentação necessariamente exige!
Etiquetas:
cidadania,
politica nacional,
Valores e Desvalores
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Os Pobres que cortam a cabeça aos "reis"...
«Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres.
Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam.
Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:
- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.
O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente».
No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, a uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre.
Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto (esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro) de forma deletéria e irresponsável.
O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico:-- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho, o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeo.
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros
- O que é que o menino quer?, esta gente é assim, e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno.
O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais.
A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, eu tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse:
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar, e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.
Na minha ideia o padre Cruz e a Saõzinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me.
E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis.»
António Lobo Antunes, Livro de Crónicas.
Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam.
Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:
- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.
O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente».
No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, a uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre.
Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto (esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro) de forma deletéria e irresponsável.
O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico:-- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho, o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeo.
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros
- O que é que o menino quer?, esta gente é assim, e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno.
O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais.
A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, eu tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse:
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar, e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.
Na minha ideia o padre Cruz e a Saõzinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me.
E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis.»
António Lobo Antunes, Livro de Crónicas.
Etiquetas:
Antonio Lobo Antunes,
politica nacional
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Correio para:
Visite as Grutas

Património Natural