segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
O carnaval está a chegar!
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O crescimento económico tal como o conhecemos: no fio da navalha!
As Nações Unidas para um cenário de médio crescimento estimam que a população mundial que hoje ronda os 6,5 mil milhões atinja nos próximos 40 anos os 9 mil milhões de habitantes este crescimento populacional incidirá sobretudo nos países menos desenvolvidos.
A classe média mundial também tem vindo a aumentar particularmente nas economias emergentes, a depleção de energia (petróleo), as mudanças climáticas que estão a perturbar o ciclo hidrológico da água e os efeitos da rápida urbanização, tem provocado uma pressão insustentável sobre os recursos naturais disponíveis. Para termos uma noção do problema, em 2000 a população mundial era de quatro vezes maior do que em 1900, mas utilizava 16 vezes mais recursos.
Consumindo os países desenvolvidos muito acima das possibilidades do planeta e procurando os países em vias de desenvolvimento recuperar o seu atraso, a capacidade, que os ecossistemas têm de produzir materiais biológicos úteis, e em simultâneo a de absorverem os resíduos gerados pela actividade do ser humano, não será suficiente para sustentar o crescimento e os recursos existentes, incluindo a água, esgotar-se-ão rapidamente.
O modelo de desenvolvimento que temos seguido baseia-se na perspectiva de que os recursos naturais e especialmente os energéticos eram infinitos e baratos. Já todos percebemos e sentimos que isso não é verdade, a energia “barata” baseada nos hidrocarbonetos especialmente o petróleo tem os dias contados e as energias provenientes de outras fontes, representam neste momento só cerca de 17% do total da energia utilizada a nível mundial.
Tradicionalmente a riqueza dum país ou região é medido através do Produto Interno Bruto (PIB), este indicador pode medir a riqueza de um país ou região, mas não consegue avaliar problemas com o congestionamento ou a poluição, subprodutos do PIB.
Estamos sobre o fio da navalha, não será possível manter por mais tempo este tipo de crescimento infinito num planeta finito, porque os combustíveis fósseis e muitos minerais estão a esgotar-se e menos energia implica menos actividade económica. Por outro lado os impactes provocados no ambiente, devido à extracção ou ao uso desses recursos, incluindo a queima dos combustíveis fósseis tem provocado um aumento significativo nos custos, devido aos esforços que são feitos para os evitar e na reparação de estragos provocados por eventos extremos que são hoje cada vez mais frequentes.
O sistema financeiro não foi capaz de se ajustar a esta realidade, onde à escassez de recursos e o aumento dos custos ambientais são hoje uma certeza. Demonstrou também uma incapacidade intolerável para lidar com a dívida que se acumulou ao longo das últimas décadas.
Neste paradigma por muito que não queiramos interiorizar é hoje uma realidade, o petróleo barato acabou e como a nossa economia funciona essencialmente com petróleo, entramos num túnel, onde dificilmente e com este modelo de desenvolvimento se verá uma luz lá no fundo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Excerto de "Os Lusiadas", na mais recentemente conhecida versão popular!
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Ao recebermos esta "preciosidade" não podémos deixar de a partilhar convosco!
Naturalmente que não o fazemos por mal querer ou à obra ou ao seu autor, mas por admirar sinceramente todos aqueles que se sabem rir de si próprios!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Crónica: Um segredo de um casamento feliz.

Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.
Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.
O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.
O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.
Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.
O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.
Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.
Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.
O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.
Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.
Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.
Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.
Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.
Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!
Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.
É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.
Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.
Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.
Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.
Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.
E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.
Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.
Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.
Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.
Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.
Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.
As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.
As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.
Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.
Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.
Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.
No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.
Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.
A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.
Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.
Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.
Uma verdadeira revolução pode iniciar-se convidando “o Outro” para almoçar...
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Viagens no tempo...na economia doméstica e na pública.


Independentemente da disciplina que as "boas contas" obrigava a tudo e a todos, convenhamos que o resultado da ortodoxia das contas públicas, concedia a Portugal um crédito, nesta sede, hoje, invejável.
Sem pretender, de todo, fazer, a apologia desses tempos de má memória no que ao direito e ás liberdades pessoais e politicas disse respeito, não podemos deixar de reconhecer que, em matéria de credibilidade das contas públicas, tarda a ver-se, e em democracia, uma eficiência equiparável!
Se o mal não é da democracia, como é compreensível e imperativo, será então de quem?
Como curiosidade histórica, reproduzimos o texto que se segue, elucidativo acerca de um dos resultados, em sede de politica externa, dessa politica de "boas contas". As conclusões e o balanço será de cada um dos leitores.
O texto, naturalmente, é da responsabilidade do seu autor.
Quinta-feira, 22 de Abril de 2010
MEMÓRIAS DE UM "PORTUGAL" QUE ERA RESPEITADO
Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.
O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.
Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente.
Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.
Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo numa altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir, a esta distância, a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.
Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - Não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.
Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.
Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral "perpétuo" da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas, ao tempo, por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".
Lembrei-me desta gente e destas máximas quando, há dias, vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado, pública e grosseiramente, pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.
Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses, de hoje, nem esse consolo tem.
Estoril, 18 de Abril de 2010

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
The show must go on!...:Orçamento por môr da Santa ou do Mandrake!!
Achamos que, na blogoesfera concelhia, já quase tudo foi dito sobre a santa aliança entre o PSD e a CDU, no que concerne à aprovação do orçamento concelhio.
No entanto, por temos, inúmeras vezes, assente a lógica do nosso discurso no desvirtuamento do contrato de representação celebrado ciclicamente entre o cidadão eleitor e o seus mandatários políticos, os cidadãos eleitos, ao qual, amiúde, apodamos de deslealdade (que é um crime devidamente tipificado), não podemos, quanto à matéria, ficar-mo-nos pela fábula do Ratinho, recentemente publicada.
O entendimento do PSD, com a CDU, constitui, deveras, um exemplo paradigmático e nuclear de como o pais tem sido gerido.
Acerca do resultado dessa gestão, não valerá a pena falar, pois isso é, de há vários anos a esta parte, noticia diária de telejornal, cujo matraquear, tendo muitos defeitos, parece não ser suficiente para atemorizar os timoneiros da desenfreada navegação em direcção ao “ triangulo das Bermudas”, para onde os espasmos da vertigem suicidária de que padecem os encaminham com vista ao repouso final.
Temos que voltar ao assunto e algo nos diz que este retorno, continuará a verificar-se, uma vez que, os principais interessados, os cidadãos contribuintes, por omissão, continuam a permiti-lo e os seus representantes, por acção, continuam a agir de igual forma.
Poderíamos, usando a lógica einsteiniana, chamar-lhes incompetentes e ou idiotas, com base no facto de continuarem a proceder de igual forma, esperando resultados diferentes..., mas, infelizmente, já é tarde para perdermos tempo com análises que já foram feitas e refeitas, com presunções de inocência que aguardam condenações que o eleitorado não dá ou não pode, no presente contexto, dar, e não vale a pena, uma vez que a degradação do erário público já não se fica só pelo que o português pode reunir em resultado do trabalho e produção própria, mas ultrapassa-o significativamente.
De facto, numa avaliação estática, Portugal encontra-se em estado de insolvência.
Só pelo recurso a uma avaliação dinâmica da nossa economia poderemos pensar que, com uma gestão conservadora e muita sorte ( que é filha do muito trabalho e da produção efectiva) poderemos continuar um estado e economia sustentáveis, numa palavra: um pais independente.
Sim porque do Estado Social já não valerá a pena falar porquanto seria tão insano acreditar que se manterá tal como o conhecemos – a manter-se tanta irresponsabilidade por parte da classe dirigente – tanto quanto jurar a pés juntos que o Pai Natal existe!
Revisitando as entranhas do tumor deste cancro:
As receitas inscritas no orçamento de 2010 andavam pelos 57, 5 milhões de euros e aquelas que efectivamente se realizaram foram de 32,5 milhões de euros.
Sem curar de saber qual foi o défice de 2010, questão que não é de somenos, naturalmente, mas que, para já, para o que aqui interessa, não é o que mais importa, gostaríamos de saber em que é que a prestimosa inteligência da snra presidenta faz assentar a justificação para, em 2011, existirem recursos da receita que possam fazer face a uma despesa de 48,5 milhões de euros?
Certamente que num poder sobrenatural que desconhecíamos encontrar-se ao seu alcance, ou, no mínimo pelo recurso a um prestidigitador cuja contratação irá realizar a expensas próprias, uma vez que tal custo, pelo menos transparentemente, não se encontra inscrito do lado da despesa no orçamento concelhio para 2011. Na situação económica é que não será concerteza!
(À laia de inconfidência e certamente por via da má língua, já nos tinha constado que a grande ambição da senhora, não se quedava pela Assembleia da República, mas, atenta a milagrosa gestão do concelho durante os seus mandatos, ascendia a vir a ser santificada. Se calhar pela via da crucificação??? O seu próprio nome de baptismo – Isabel - sempre o augurou, terá confessado à boca pequena! E a constante transformação do dinheiro que tem tido à disposição no seu regaço, em rosas, doçura e ilusão, também deixam adivinhar que por ali existe uma vocação evidente que aguarda o reconhecimento de Roma!

Segundo os mais seculares, é na sua queda para a magia que a sua vocação se resta!
Vá lá saber-se quem tem razão!

Que já se constou que contratou os serviços do lendário Mandrake para a apoiar na criação de ilusões no concelho, enquanto por cá andar, é um facto e a evidência imediata está no deve e haver do orçamento de 2011.)
Na verdade tem sido com estas artistíces que se tem malbaratado a parca riqueza nacional, exactamente na distribuição das parcelas orçamentais que permitem a manutenção dos pequenos interesses paroquiais, cuja disponibilidade permite aos caciques locais fazer ver aos seus acólitos (e mantê-los) que merece a pena fazerem os que eles mandam, porque são sempre recompensados. Enfim:"The show must go on!..."!
Nesta marmelada (quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte)(toma lá o presunto, deixa-me ficar com o porco)(não comas amanhã aquilo que podes comer hoje)(o melhor é servires-te já porque amanhã não há) é fácil a gente entender-se! Quem vier atrás que feche a porta!
A soma de milhões destas pequenas concessões orçamentais e de outras por exemplo no emprego asilar na administração pública é, a nível nacional, ABISSAL!
E o buraco que cava nas nossas contas é já quase do tamanho da fossa do MINDANAU!
Estas são as causas próximas de todos os males económicos e financeiros do nosso estranho Pais!
Mas a causa remota está em nós, que o permitimos por omissão!
Em conclusão: se você não guarda o seu lixo em sua casa, porque razão o conserva na casa de todos nós?
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