I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Ao recebermos esta "preciosidade" não podémos deixar de a partilhar convosco!
Naturalmente que não o fazemos por mal querer ou à obra ou ao seu autor, mas por admirar sinceramente todos aqueles que se sabem rir de si próprios!
1 comentário:
Bem haja a Direcção do Blog pela partilha desta preciosidade.
Valham-nos uns eruditos que têm a coragem de "Camoniar" - (nem sei se o verbo existe,contudo remeto o erro para o acordo ortográfico, e assim absolvo-me) - a fatalidade de ser Português, agora Tuga.
Luis Vaz de Camões, homem de grande valor e nobreza, certamente se gongratulará ao saber que 421 anos depois da sua morte um novo "poeta" prenuncia uma nova epopeia literária e nacionalista à raça Lusitana.
Perto estará o dia em que o Hino Nacional será também ele objecto de cuidada revisão, questionando onde está o Nobre Povo da Nação Valente onde nasceram os Herois do Mar quem duma qualquer ocidental praia lusitana partiram na procura de gente remota para edificarem um novo reino.
Consta-se que já partiram, agora em jacto pago pelos naufragos, os sarnas de barões todos inchados, eleitos pela plebe lusitana, não para procurar a gente remota de outrora, isso é coisa de passado, mas para mostra à gente próxima que a divida Soberana é um bom investimento.
Valha-nos São Capito
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