Os figos são da Turquia. As amêndoas são americanas. Desconhece-se a origem do cesto, a qual terá sido, muito provavelmente a Indonésia. O processo de embalamento ocorreu em Portugal.
A produção e secagem do figo e amêndoa, que têm tão profundas raízes na nossa economia agrícola de base mediterrânica encontram-se pelas "ruas da amargura". A tradição do seu consumo continua a mesma e a identificação de tais produtos com o Algarve é de tal ordem que justifica perpectuá-la a qualquer custo, pois, aparentemente, são produtos com procura e geradores de lucro.
A exemplo do azeite, que os nossos parcos agricultores foram deixando de produzir, mas que os espanhois não descuraram, encontra-se demonstrado que é possivel criar riqueza cultivando produtos tradicionais, gerar emprego e mais valias, em terra portuguesa.
É certo que, nada mudando, teremos dificuldade em competir com os salários turcos e a capacidade industrial americana; mas isso, é uma certeza para tudo na vida.
Nuestros hermanos provaram que, pelo menos quanto à oliveira, mudando alguma coisa, pode vir a ser-se competitivo e até o mais competitivo.
Não estará na altura de mudar alguma coisa no figo e na amêndoa?
A nossa economia agradeceria!
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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