O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Ejaculadores Precoces e a alimentação da Galinha!

Ainda a propósito do último post e sobretudo de alguns comentários recolhidos, será útil adiantar algo mais.


Um dos problemas do regime menos defeituoso que o homem concebeu – o regime democrático – é o da duração dos mandatos.


Se por um lado, a natureza da democracia tem implícita a renovação ou a sonegação da confiança concedida aos eleitos, pendularmente, ao fim de períodos considerados suficientes – no caso português, de quatro anos – por outro, os eleitos, na ânsia de se reelegerem, durante esses períodos privilegiam os resultados visíveis, ainda que muitas vezes, materialmente falsos, em detrimento de politicas cujo resultado somente seja visível alguns anos depois da conclusão dos seus mandatos, habitualmente mais consistentes que aportariam resultados mais amadurecidos e perenes.


Daí que sejam por sistema procurados grandes investimentos, e, ou, grandes investidores, pois serão eles que, ao nível do emprego ou da balança comercial, mais probabilidade têm de apresentar resultados estatísticos significativos, num curto espaço de um mandato.


Muitas vezes, sem se saber por quanto tempo, uma vez que os investidores “profissionais” têm a tendência – que se compreende – de optar pelo que for melhor para as suas organizações, mantendo-se activamente atentos pelas ofertas que outros estados lhes possam apresentar na mira de captarem esses mesmos “motores” de produção de números estatísticos.


Não têm por isso tempo, nem paciência, para perder na análise do pequeno investimento da micro, pequena e média empresa!


Acontece é que, é exactamente este núcleo da actividade empresarial que emprega quase 70% (setenta por cento) do emprego! Em Portugal como, aliás na Alemanha, ou Estados Unidos!

Estranho não é? Esta importância é transversal, pelo menos, no mundo Ocidental!

Mind-of-an-entrepreneur

Porque será então que não se perde mais tempo com esta gente? Porque se legisla e obriga esta gente a uma panóplia de obrigações como se de grandes empresas, cheias de meios, se tratassem? (Esta é não só a nossa opinião como a de muitos pequenos empresários que conhecemos, mas também de Ferraz da Costa, ex líder da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa) e industrial com alguma dimensão, a quem ouvimos recentemente em programa televisivo exactamente o que acabamos de afirmar)?


Porque a classe politica tem a paciência e a diligência de um jogador e não de um empresário!


Enfim, autênticos ejaculadores precoces!


Só lhes interessa o Euromilhões e não uma estruturação paciente de uma economia sustentável!


Porque o tempo que assumem ter para mostrar resultados é curto e querem mostrá-los (independentemente da sua efectiva materialidade) a tempo de se reelegerem!

( o que aliás constitui, curiosamente ou não, a causa primeira desta crise: os resultados a qualquer custo)


Não compreendem que qualquer agente económico, qualquer que seja a sua dimensão, produz riqueza, rendimento e receita para o Orçamento do Estado Social que todos gostam de preservar.


Qualquer que seja a sua dimensão! Uma vez que: “É grão a grão que a galinha enche o papo!


Por isso, nunca esperemos por um investimento que a todos resolva todos os problemas porque isso é a esperança de um viciado no jogo!


E sabemos bem onde esse vicio conduz os seus dependentes!

Pescadores: um dia poderemos querê-los e não tê-los...

Por conseguinte, a melhoria das condições de exploração da actividade piscatória de Armação de Pêra, se conseguirmos conservar a sensatez e nos mantivermos sãos, é uma batalha dos sensatos contra o império dos alucinados que têm confiscado a decisão comunitária, malbaratando-a num permanente jogo de fortuna ou azar que têm sido os seus mandatos!

3 comentários:

Fernando M. disse...

Excelente análise. Não posso estar mais de acordo!

Anónimo disse...

Porém, nada se altera no comportamento dos nossos responsáveis políticos, inchados com seus poderes e impunes quanto às tremendas asneiras com que nos presemteiam.
A isto os Romanos
diziam "margaritas ante porcos"

Anónimo disse...

Os comportamentos dos políticos são sem dúvida, em geral,de arrogância e distância do povo real, mas digamos que há comunidades que não se deixam propriamente ajudar pelas pessoas que tentam fazê-lo. Não estou a dizer que não querem ser ajudados, mas não se abrem a quem lhes quer ser próximo e dar o rosto por eles.Tenho um respeito enorme pela comunidade piscatória, mas constato que não se mostram disponíveis para ser ajudados. Não falam, não aderem a propostas, não colocam em ninguém a confiança necessária para os representar sem atitudes carnavalescas e conversas de dureza precária. Quero-lhes todo o bem, mas com o devido respeito, têm que dizer e mostrar que existe em vós, de forma declarada, vontades de representatividade aleadas a quem vos defenda e pugne por vós de forma realista, junto de donzelas e reis de fachada mal pintada.

Correio para:

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