O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Navegabilidade do Rio Arade

O pulmão do Barlavento ou o balde e a pá de Isabel Soares?



A Sr.ª Presidente da Câmara de Silves, Dr.ª Isabel Soares deu uma entrevista ao Jornal do Algarve em 6 de Setembro de 2010 onde afirma “que está disposta a lutar até ao fim pelo desassoreamento do rio Arade”, pois, para ela, é a única forma de Silves escapar à decadência e dar um novo fôlego ao município.

Nesta entrevista o único argumento que ela utiliza para reivindicar o desassoreamento do rio Arade é a da cidade de Silves poder escapar à decadência, como se isso já não fosse uma realidade. Para quem quer convencer um governo central que gere recursos cada vez mais escassos e que devem ser aplicados em projectos realmente viáveis, que promovam o desenvolvimento sustentável, a investir dinheiro no desassoreamento do rio Arade, consideramos um fraco argumento.

À falta de melhor, Isabel Soares agita a velha luta do corte de estradas ou das marchas lentas, para se fazer ouvir junto do poder central.

Isabel Soares ainda não entendeu que o Mundo mudou e que o dinheiro do contribuinte não deve ser desbaratado em “festarolas”, ou em projectos de duvidosa rentabilidade, por isso devemos encontrar novas “receitas” para resolvermos os problemas.

Se queremos convencer alguém de que a navegabilidade do rio Arade é importante para a região, devemos começar por entender, que é a realidade económica que pode sustentar um projecto de navegabilidade e não o corte de estradas ou outras ideias mirabolantes.




Devemos continuar a olhar só para o troço do rio entre Silves e Portimão ou devemos analisar todos os activos que existem na bacia e tomar depois sim as decisões acertadas?

Que estratégia devemos utilizar para a valorização dos activos?

Compatibilização com outros fins, requalificação ambiental, controlo de cheias e enxugo dos terrenos agrícolas, aproveitamento energético, recursos piscícolas, exploração de inertes, captação de água ou ainda o recreio e lazer.

E se começássemos por definir os aspectos de ordenamento e ocupação das margens, os possíveis interfaces com outros meios de transporte. É que o enquadramento terrestre é importante para o uso que vamos dar ao rio.

A navegabilidade do rio Arade deve ser pensada, tendo por base só Silves, ou um território mais alargado, ou mesmo toda uma região?

Devemos ter presente, que a forma mais eficiente de transportar mercadorias em termos económicos e ambientais é através da água, por isso as questões ambientais, a energia e o clima em particular devem também estar presentes na decisão de promover ou não a navegabilidade do rio Arade.

É também um facto que a navegabilidade pode vir a promover a diversificação do produto turismo, mas deve ser este o argumento principal?

Ou devemos colocar os nossos argumentos na necessidade de desenvolvermos a economia do mar, abandonando de uma vez por todas a economia do betão, colocando o rio Arade no seu lugar, passando a ser um espaço capaz de gerar comunicação e oportunidades.
Há cinco séculos 74% dos navios existentes no mundo eram portugueses, hoje são 0,4%, quando o nosso maior armador é a Transtejo, aquela empresa que transporta a “malta do sul do Tejo”, para Lisboa, está tudo dito.

Afinal para que queremos assegurar a navegabilidade do rio Arade?

Para que nele naveguem uns barquinhos que vão chegar a Silves com uns turistas, que vão dar uma voltinha pelo castelo e voltam rio abaixo, deixando por cá uns trocos, que vai permitir a sobrevivência de meia dúzia de cafés e restaurantes e nos vai tirar da decadência, segundo a ideia da Sr.ª Presidente.

O Mundo obriga-nos a andar mais depressa, se em Silves queremos apagar do dicionário a palavra decadência, vamos transformar este rio no pulmão do barlavento, criando um”novo” território urbano alargado, juntando as sinergias do que representam hoje Silves e Portimão.



Vamos pensar em novas plataformas de governo, legislação facilitadora, novos modelos de produção, que permitam repor a nossa passagem pelo planeta e trazer a memória antiga de tratar do rio.

5 comentários:

Anónimo disse...

Hoje Silves não representa nada,amanhã representará ainda menos.
Conseguiram arruinar todo o concelho,a grande obra que todos teremos de recordar!

Corre Costas disse...

O desassoreamento do Rio Arade deve ser feito na sua foz, isto no Porto de Portimão, é ai que se desenvolvem as sinergias que o mar nos pode proporcionar. É transformando aquela barra, permanentemente assoreada, num verdadeiro Porto de pesca e turismo, de forma a que todos aqueles paquetes que transportam milhares de turistas, ai possam atracar sem quaisquer constrangimentos. É ai que o Rio Arade é importante, o resto são efabulações da Isabel Soares, que sonha com a possibilidade de ter mais uns milhões para desbaratar a seu belo prazer e sobre tudo na sua afirmação pessoal e familiar, que já conheceu melhores dias de áurea e espavento.

adelina capelo disse...

Custa-vos um bocado a engolir não É?
É que ainda existem pessoas como a Dra Isabel Soares, que o que lhes interessa é a defesa dos interesses de Silves, ao contrário de outras que o que lhes interessa é colocar Silves no fundo, só sabem é dizer mal e mais nada.

Anónimo disse...

Não é colocar silves no fundo ó capelo, não precisa, já está!

Corre Costas disse...

É o dinheirinho! é o dinheirinho que ela quer. Não está preocupada com o bem de Silves nem do concelho, está preocupada é com a sua afirmação pessoal e com a possibilidade de ter mais uns milhões para elevar o moral da família - que anda por baixo - bem como salvaguardar o futuro em bens e património bem resguardados. Ainda não te deram um tacho, Oh Adelina/o? tem calma, não pode ser para a família toda. E tu que tens cá jeito para lidar com estas coisas de dinheiro......era como manteiga em focinho de cão!... O Rogério é mais manhoso e não tem vergonha! vai encaixando toda a família, mesmo que corram com ele, o pecúlio já está garantido, ele não perde a oportunidade de cobrar a sua comissão em tudo o que pode tocar. A esses presumíveis fundos para desassorear o Rio Arade, chamava-lhe um figo. Já chega de corruptos e corrupção! não tentem tapar as vossa espúrias intenções com o manto de "querer fazer bem a Silves" Já não enganam ninguém e o processo BPN está ai a chegar!!! vamos ter novidades!!!!

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