O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O país que perdeu quase tudo sem dar por isso

O país amanhece hoje com mais um banco controlado por capitais chineses. O grupo privado Fosun passa a deter 16.7% do capital do BCP, tornando-se o maior acionista individual, através de uma operação de aumento de capital, pelo qual paga 175 milhões de euros. Fica aberto o caminho para chegar aos 30% e conta já com a luz verde do BCE para esse efeito. Também os direitos de voto vão subir do atual limite de 20% para 30%. A entrada dos chineses mereceu o acordo dos outros principais investidores, nomeadamente os angolanos da Sonangol e os espanhóis do Sabadell. A Fosun já controla a companhia de seguros Fidelidade e a Luz Saúde. Mas a entrada no BCP far-se-à através de uma entidade chamada Chiado.

O negócio é excelente para o banco, que precisava de estabilidade acionista e de aumentar capital, até porque ainda deve 700 milhões ao Estado da ajuda que recebeu durante o período da troika. Mas… o BCP é o maior banco privado português. A EDP é a maior empresa elétrica do país. A REN – Redes Elétricas Nacionais gere as principais infraestruturas de transporte de eletricidade e de gás natural. A ANA controla todos os aeroportos nacionais. A TAP é fundamental na captação de turistas para o país. Todos foram vendidos ou estão concessionados a investidores estrangeiros, assim como o porto de Sines (detido pela PSA de Singapura) e todos os outros (Lisboa, Setúbal, Leixões, Aveiro e Figueira da Foz, controlados pela empresa turca Yilport).

Ora um país que não controla os seus portos, os seus aeroportos, a sua energia (quer a produção quer a distribuição) nem o seu sistema financeiro na quase totalidade (escapa a CGD) é seguramente um país que terá no futuro cada vez mais dificuldades em definir uma estratégia nacional de desenvolvimento.

Provas? A TAP quer comprar oito aeronaves para fazer face à procura crescente resultante das rotas que abriu para os Estados Unidos mas a ANA responde-lhe que não tem espaço para o seu estacionamento no aeroporto Humberto Delgado. Na verdade, os franceses da Vinci, que controlam a ANA, deveriam ter já arrancado com a construção de um novo aeroporto porque o número de passageiros na Portela está muito próximo do limite definido no acordo para que esse passo seja desencadeado. Mas preferem a solução Portela mais Montijo, que lhes sai mais barata e que só deverá estar pronta dentro de três anos, a construir um novo aeroporto, uma decisão obviamente de importância estratégica para o país.

Mais provas? Como se disse, o porto de Sines foi concessionado à PSA de Singapura. Ora, os chineses estão interessados em Sines, onde se propõem aumentar os cais e as plataformas de apoio, mais uma plataforma industrial para montarem os produtos cá e obterem o “made in Portugal”, podendo assim entrar sem problemas no mercado europeu. Só que a PSA de Singapura opõe-se e faz valer a sua opinião por ser dona da concessão. E as autoridades portuguesas pouco podem fazer porque infraestruturas deste tipo são únicas: não se podem construir outras ao lado.

É este o Estado que temos: sem poder para mandar naquilo que é verdadeiramente essencial para definir uma estratégia de desenvolvimento. E o que é espantoso é que quase tudo tenha acontecido em tão pouco tempo (entre 2011 e 2015, pouco mais de quatro anos) e que estivéssemos tão anestesiados que o não conseguíssemos evitar.

POR NICOLAU SANTOS
21 de Novembro de 2016

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Estudo dá a conhecer o perfil do turista que visita o Algarve


Encomendado pelo Turismo do Algarve, foi realizado o estudo “O perfil do turista que visita o Algarve”, com o objectivo nuclear de perceber a essência do turismo na região, permitindo identificar as principais características psicográficas, motivacionais, sociodemográficas e os graus de satisfação e fidelização dos vários tipos de visitantes.
O estudo foi realizado pela Universidade do Algarve, sob a coordenação técnica dos professores António Correia e Paulo Águas, responsáveis que explicam que “existe todo um fluxo de oferta e procura que importa quantificar”. Foi realizado com base numa amostra de 2.400 inquéritos, centrando-se no fluxo turístico que ocorreu no Verão e tendo em conta quatro segmentos de visitantes, os turistas nacionais, estrangeiros, residenciais e tradicionais.
Os turistas tradicionais e residenciais passaram férias na região em igual proporção, com os últimos, com uma estada média de 13 dias, a gerar 3,7 vezes mais dormidas que os primeiros. A maior parte dos turistas residenciais, 68%, viaja em viatura própria, com o avião a representar um peso menor, de 30%. Como meio de alojamento privilegiam a sua própria habitação de férias, 29%, o arrendamento privado, 47%, que 25% reserva online, ou a casa de familiares ou amigos, 23%.
Grande parte dos turistas residenciais, 95%, visita o destino entre uma a duas vezes por ano, e pretendem continuar a visitar. O turismo residencial tem um potencial de crescimento de 47%, sendo as férias, a reforma e o investimento os três principais factores na decisão dos turistas de fixar a sua base de férias no sul do país.
Já os turistas tradicionais alojam-se sobretudo em hotéis, 50%, ou resorts, 37%, por 9,5 dias em média. Chegam ao destino maioritariamente por avião, 58%, ou viatura própria, 36%, com uma reserva que 71%concretiza online. Destes, 85% são habituais na região, ainda que com uma cadência de visita menor, e 69% pretendem regressar.
O Barlavento é a zona algarvia preferida por 73% dos turistas tradicionais, seguindo-se o centro com 18%, e por fim o Sotavento com apenas 9% das preferências. No caso dos turistas residenciais as preferências alteram-se, com o Barlavento a pesar 55% das escolhas, recolhendo o Centro e o Sotavento o mesmo nível de preferência, de 23%.
A nível de características sociodemográficas, 55% reside permanentemente em Portugal, 16% no Reino Unido e 6% em Espanha. Quanto aos tradicionais, a percentagem de residentes em Portugal é de 27%, 25% no Reino Unido e 9% em Espanha.
O estudo vai, numa próxima fase, a incorporar uma análise aos fluxos turísticos durante a época baixa. Para o capítulo reservado ao Inverno serão realizados 1.600 inquéritos, o que eleva a amostra global para 4.000 inquéritos.

in:"Sul informação"


Um tempo dos diabos...


terça-feira, 15 de novembro de 2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

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