O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
António Marinho e Pinto eurodeputado, in CM
24.11.2014
A detenção do antigo primeiro-ministro
José Sócrates levanta questões de ordem política, de ordem jurídica e de
cidadania. Mais do que a politização da justiça, ela alerta-nos para a judicialização
da política que está em curso no nosso país.
José Sócrates acabou, enquanto
primeiro-ministro, com alguns dos mais chocantes privilégios que havia na
sociedade portuguesa, sobretudo na política e na justiça. Isso valeu-lhe ódios
de morte.
Foi ele quem, por exemplo, impediu o
atual Presidente da República de acumular as pensões de reforma com o
vencimento de presidente. A raiva com que alguns dirigentes sindicais dos
juízes e dos procuradores se referiam ao primeiro-ministro José Sócrates evidenciava
uma coisa: a de que, se um dia, ele caísse nas malhas da justiça iria pagar
caro as suas audácias.
Por isso, tenho muitas dúvidas de que o
antigo primeiro-ministro esteja a ser alvo de um tratamento proporcional e
adequado aos fins constitucionais da justiça num estado civilizado. É mesmo
necessário deter um cidadão, fora de flagrante delito e sem haver perigo de
fuga, para ser interrogado sobre os indícios dos crimes económicos de que é
suspeito?
É mesmo necessário que ele, depois de
detido, esteja um, dois, três ou mais dias a aguardar a realização desse
interrogatório? Dir-me-ão que é assim que todos os cidadãos são tratados pela
justiça. Porém, mesmo que fosse verdade, isso só ampliava o número de vítimas
da humilhação. Mas não é verdade.
Há, em Portugal, cidadãos que nunca
poderão ser humilhados pela justiça como está a ser José Sócrates: os
magistrados. Desde logo porque juízes e procuradores nunca podem ser detidos
fora de flagrante delito.
Em Portugal, poucos, como eu, têm
denunciado a corrupção. Mas, até por isso, pergunto: seria assim tão
escandaloso que um antigo primeiro-ministro de Portugal tivesse garantias
iguais às de um juiz ou de um procurador? Ou será que estes, sim, pertencem a
uma casta de privilegiados acima das leis que implacavelmente aplicam aos
outros cidadãos?
A justiça não é vingança e a vingança
não é justiça. Acredito que um dia, em Portugal, a justiça penal irá ser
administrada sem deixar quaisquer margens para essa terrível suspeita.
Carlos Alexandre - Está há vários anos
no Tribunal Central de Instrução Criminal e por lá ficará o tempo que quiser,
pois os juízes são inamovíveis. Tempos houve em que um juiz não podia
permanecer num tribunal mais do que seis anos (era a regra do sexénio) e, por
isso, recebia um subsídio para a habitação. Porém, desses tempos, só resta,
hoje, o dito subsídio, bem superior, aliás, ao salário mínimo nacional e
totalmente isento de impostos.
Duarte Marques - Este deputado do PSD
veio manifestar publicamente júbilo pela detenção e humilhação pública de
Sócrates, com o célebre ‘aleluia’. Era evitável a primária manifestação de ódio
quando até a ministra da Justiça nos poupou ao habitual oportunismo político.
Talvez mais cedo do que tarde se cumpra a sentença de Ezequiel: "Os
humildes serão exaltados, e os exaltados serão humilhados."
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/marinho_pinto/detalhe/justica_e_vinganca.html
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Marinho e Pinto
domingo, 23 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
Portas e Porteiros....
Porteiro do Ritz apresenta currículo à Tecnoforma
Exmos. Srs.,
Desejo candidatar-me a um lugar na V. excelente empresa beneficiando do inovador modelo remuneratório que consiste na substituição do salário pelo pagamento de despesas de representação. Proponho representar a V. excelente empresa em vários sítios e ocasiões, a saber: em três refeições diárias; em todas as minhas deslocações; e num escritório localizado em minha casa, cujas renda, água, luz e telefone ficarão, por isso, a vosso cargo.
O facto de abdicar por completo de um salário não significa que o trabalho que desenvolverei não tenha valor - muito pelo contrário.
Tenho várias ideias que gostaria de pôr em prática ao serviço de V.Excas. Acompanhei com interesse o processo através do qual a V. excelente empresa obteve financiamento no valor de 1,2 milhões de euros com o objectivo de formar cerca de 500 técnicos municipais para trabalharem em sete pistas de aviação e dois heliportos que têm hoje, no total, sete funcionários. O projecto falhou, e a Tecnoforma terá acabado por receber apenas 311 mil euros para formar 122 pessoas.
Creio que o problema podia ter sido resolvido com facilidade acrescentando à formação a formação de formadores. A formação é extremamente importante. Nessa medida, é fundamental garantir que os formadores estão aptos a ministrá-la correctamente. Como? Através da formação de formadores. Neste ponto, coloca-se um problema: como garantir que os formadores dos formadores recebem formação de qualidade? A resposta é evidente: através da formação de formadores de formadores. E assim sucessivamente, numa espécie de mise en abyme formativo. Esta matrioska educacional permitiria não só esgotar o subsídio europeu de 1,2 milhões como também candidatar a empresa a novos subsídios, na medida em que a formação de formadores, por ser mais especializada, é mais cara do que a mera formação. O mesmo vale para a formação de formadores de formadores, em comparação com a simples formação de formadores.
Acresce a tudo isto que a V. excelente empresa formou funcionários para trabalharem em aeródromos sem actividade, ou com actividade residual. Ora, como é sabido, a gestão e controlo de aviões provoca enorme ansiedade. Mas a gestão e controlo de aviões que não existem tem potencial para provocar ansiedade ainda maior. Trata-se de uma espécie de «À espera de Godot» aeronáutico. É uma tarefa muito inquietante, e nessa medida deve requerer formação adicional.
Por último, li com muito agrado a entrevista do antigo proprietário da V. excelente empresa, na qual elogia o vosso ex-funcionário Pedro Passos Coelho por, e cito, «abrir todas as portas». Confesso que me comovi quando constatei que a abertura de portas era, finalmente, valorizada como merece. Tendo em conta a minha experiência de cerca de 20 anos precisamente nessa área, creio que sou um bom candidato a desempenhar funções na Tecnoforma.
Aguardo notícias de V. Excas.
Exmos. Srs.,
Desejo candidatar-me a um lugar na V. excelente empresa beneficiando do inovador modelo remuneratório que consiste na substituição do salário pelo pagamento de despesas de representação. Proponho representar a V. excelente empresa em vários sítios e ocasiões, a saber: em três refeições diárias; em todas as minhas deslocações; e num escritório localizado em minha casa, cujas renda, água, luz e telefone ficarão, por isso, a vosso cargo.
O facto de abdicar por completo de um salário não significa que o trabalho que desenvolverei não tenha valor - muito pelo contrário.
Tenho várias ideias que gostaria de pôr em prática ao serviço de V.Excas. Acompanhei com interesse o processo através do qual a V. excelente empresa obteve financiamento no valor de 1,2 milhões de euros com o objectivo de formar cerca de 500 técnicos municipais para trabalharem em sete pistas de aviação e dois heliportos que têm hoje, no total, sete funcionários. O projecto falhou, e a Tecnoforma terá acabado por receber apenas 311 mil euros para formar 122 pessoas.
Creio que o problema podia ter sido resolvido com facilidade acrescentando à formação a formação de formadores. A formação é extremamente importante. Nessa medida, é fundamental garantir que os formadores estão aptos a ministrá-la correctamente. Como? Através da formação de formadores. Neste ponto, coloca-se um problema: como garantir que os formadores dos formadores recebem formação de qualidade? A resposta é evidente: através da formação de formadores de formadores. E assim sucessivamente, numa espécie de mise en abyme formativo. Esta matrioska educacional permitiria não só esgotar o subsídio europeu de 1,2 milhões como também candidatar a empresa a novos subsídios, na medida em que a formação de formadores, por ser mais especializada, é mais cara do que a mera formação. O mesmo vale para a formação de formadores de formadores, em comparação com a simples formação de formadores.
Acresce a tudo isto que a V. excelente empresa formou funcionários para trabalharem em aeródromos sem actividade, ou com actividade residual. Ora, como é sabido, a gestão e controlo de aviões provoca enorme ansiedade. Mas a gestão e controlo de aviões que não existem tem potencial para provocar ansiedade ainda maior. Trata-se de uma espécie de «À espera de Godot» aeronáutico. É uma tarefa muito inquietante, e nessa medida deve requerer formação adicional.
Por último, li com muito agrado a entrevista do antigo proprietário da V. excelente empresa, na qual elogia o vosso ex-funcionário Pedro Passos Coelho por, e cito, «abrir todas as portas». Confesso que me comovi quando constatei que a abertura de portas era, finalmente, valorizada como merece. Tendo em conta a minha experiência de cerca de 20 anos precisamente nessa área, creio que sou um bom candidato a desempenhar funções na Tecnoforma.
Aguardo notícias de V. Excas.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Peço à Galp e à REN que façam um grande favor aos contribuintes
Exmos Srs Presidentes executivos da Galp e da REN, Engenheiro Ferreira de Oliveira e Dr. Rui Vilar:
Peço-vos encarecidamente que divulguem, o mais rapidamente possível, os pareceres jurídicos que vos levam a não pagar a contribuição extraordinária sobre o sector energético de 2014.
Será um grande favor, um verdadeiro serviço público, que farão a todos os contribuintes portugueses.
Os juristas que trabalharam para as vossas empresas, pagos a preço de ouro, são, certamente, grandes especialistas. Tão bons especialistas que conseguem arranjar argumentos para não cumprir uma lei da República, a Lei do Orçamento do Estado de 2014, onde o imposto extraordinário está previsto.
Por favor, divulguem esses pareceres para todos nós, contribuintes portugueses, podermos deixar de pagar a sobretaxa de IRS ao Estado. Sabem, é que os contribuintes normais não têm possibilidade de pagar estudos desses. E certamente que os argumentos invocados para não pagar a sobretaxa de IRC, são certamente utilizáveis para nós não pagarmos a sobretaxa de IRS. Basta copiá-los.
E sabem, cada um de nós até tem muito mais autoridade moral para utilizar esses pareceres e não pagar a sobretaxa de IRS do que as vossas empresas. É que, quando nós instalamos um pequeno negócio, não temos à partida uma rentabilidade garantida dos capitais investidos como a REN tem garantida por lei; e não temos a possibilidade de andar anos a fio a vender gás natural nos mercados internacionais e encaixar 500 milhões de euros de mais valias, por os contratos de abastecimento terem condições vantajosas, enquanto os consumidores portugueses continuam a pagar o gás nas suas casas a preço de ouro, como fez a Galp Energia.
De facto, a crise quando nasce não é para todos.
A pouca vergonha e a falta de decência chegaram a um nível inimaginável no meu País.
E têm carimbo de eficiência dado pelos melhores advogados portugueses.
Por José Gomes Ferreira
Peço-vos encarecidamente que divulguem, o mais rapidamente possível, os pareceres jurídicos que vos levam a não pagar a contribuição extraordinária sobre o sector energético de 2014.
Será um grande favor, um verdadeiro serviço público, que farão a todos os contribuintes portugueses.
Os juristas que trabalharam para as vossas empresas, pagos a preço de ouro, são, certamente, grandes especialistas. Tão bons especialistas que conseguem arranjar argumentos para não cumprir uma lei da República, a Lei do Orçamento do Estado de 2014, onde o imposto extraordinário está previsto.
Por favor, divulguem esses pareceres para todos nós, contribuintes portugueses, podermos deixar de pagar a sobretaxa de IRS ao Estado. Sabem, é que os contribuintes normais não têm possibilidade de pagar estudos desses. E certamente que os argumentos invocados para não pagar a sobretaxa de IRC, são certamente utilizáveis para nós não pagarmos a sobretaxa de IRS. Basta copiá-los.
E sabem, cada um de nós até tem muito mais autoridade moral para utilizar esses pareceres e não pagar a sobretaxa de IRS do que as vossas empresas. É que, quando nós instalamos um pequeno negócio, não temos à partida uma rentabilidade garantida dos capitais investidos como a REN tem garantida por lei; e não temos a possibilidade de andar anos a fio a vender gás natural nos mercados internacionais e encaixar 500 milhões de euros de mais valias, por os contratos de abastecimento terem condições vantajosas, enquanto os consumidores portugueses continuam a pagar o gás nas suas casas a preço de ouro, como fez a Galp Energia.
De facto, a crise quando nasce não é para todos.
A pouca vergonha e a falta de decência chegaram a um nível inimaginável no meu País.
E têm carimbo de eficiência dado pelos melhores advogados portugueses.
Por José Gomes Ferreira
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terça-feira, 18 de novembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
sábado, 15 de novembro de 2014
Portugal à venda
“Disseram aos chineses que em Portugal estava tudo à venda.
Começaram a comprar diretores-gerais”
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Museu da Cortiça: assine!
Recebemos este email com implicito pedido de publicação visando a difusão da petição
Como cidadão atento e
preocupado com a preservação do passado histórico-cultural e das memórias e
vivências de Silves e dalgumas Freguesias do seu Concelho, entendi por bem
dever subscrever a petição pública sobre o Museu da Cortiça que se encontra a
circular, com vista a poder ser apresentada à Assembleia da República, a curto
prazo, assunto esse a que se reporta o site infra.
Todavia, são
necessárias 4.000 assinaturas. Por isso, afigurou-se-me dever apelar à sua
participação cívica, no sentido de poderem ser sensibilizados o maior número
possível de amigos e conhecidos, mormente, entre a comunidade de pesca de
Armação de Pêra, para aderir a tão importante e meritória iniciativa
considerada vital para o futuro do emblemático Museu da Cortiça.
Nesse sentido, basta
que me remeta uma listagem dos aderentes interessados em subscrever aquela
petição, da qual deverá constar os seus nomes e respectivos BI/CC, que eu
próprio reencaminharei para o Dr. Manuel Ramos, tal como tem vindo a suceder
com algumas dezenas de subscritores por mim entretanto mobilizados.
Obrigado pela sua
colaboração e apoio em relação a esta tão nobre como justa causa.
Um abraço amigo,
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