O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A Matemática e o Futuro de Portugal: Uma Reflexão Necessária

Os resultados da 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário revelam uma realidade preocupante: enquanto disciplinas como Português e Biologia registaram melhorias significativas nas médias — passando, respetivamente, de 11,1 para 12,6 valores e de 9,9 para 12,4 — a disciplina de Matemática A sofreu uma descida acentuada. A média desceu de 12,1 para 10,5 valores, e 42% dos alunos não conseguiram sequer alcançar a positiva. Este dado não pode ser ignorado, sobretudo num país que ambiciona crescer sustentadamente e afirmar-se num mundo cada vez mais competitivo e tecnológico. A Matemática é muito mais do que uma disciplina escolar: é uma linguagem universal, uma ferramenta de pensamento crítico, de resolução de problemas e de inovação. Está na base de áreas estratégicas como a engenharia, a economia, a medicina, a inteligência artificial, a cibersegurança, entre muitas outras. Um país que negligencia a formação matemática dos seus jovens compromete o seu próprio futuro. Estes resultados devem servir de alerta, não apenas para o sistema educativo, mas para toda a sociedade. Não se trata de culpabilizar os alunos, os professores ou os programas curriculares, mas de refletir profundamente sobre o que está a falhar. Será o ensino demasiado teórico e descontextualizado? Será a pressão dos exames um entrave à aprendizagem significativa? Teremos políticas de apoio eficazes para alunos em dificuldades? Se queremos uma sociedade mais justa, preparada e competitiva, é imperativo valorizar a Matemática desde os primeiros anos de escolaridade, promovendo metodologias ativas, o uso de tecnologias educativas e um ensino que mostre a aplicação prática do conhecimento. Também é fundamental investir na formação contínua de professores e reforçar o apoio aos estudantes que apresentam maiores dificuldades. Portugal precisa de jovens capazes de pensar de forma lógica, crítica e criativa — e a Matemática é uma das chaves para essa capacidade. Melhorar os resultados nesta disciplina não é apenas uma questão académica: é uma questão de desenvolvimento nacional.

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