O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Sereia de Armação: Raptada por Indianos ou Farta da Junta? Um Mistério que Ecoa nas Ondas

Armação de Pêra acordou esta semana com um silêncio ensurdecedor vindo do mar. A Sereia — sim, Aquela Sereia, musa mística das selfies turísticas e dos pescadores reformados — desapareceu. Sumiu. Evaporou-se nas ondas do desencanto. O povo, habituado à sua pose estoica e à sua voz hipnótica que cantava promessas vagas de um futuro glorioso para a vila, está em choque. Uns juram que viram luzes estranhas no céu. Outros garantem que foi levada por uma traineira espanhola. Mas a teoria que mais ganha força é... foram os Indianos. Sim, segundo fontes não identificáveis mas muito barulhentas, um grupo de nacionalistas locais do Chega garantem “a pés juntos, de peito feito e cérebro em modo de espera” que a Sereia foi levada por Indianos — talvez como vingança por Camões ter estado na Índia em 1553 sem visto Schengen. “Se ele lá foi sem autorização, por que é que agora eles não podem vir cá buscar uma sereia? É tudo culpa do Camões!” – bradou um senhor de bigode e bandeira na varanda, enquanto consultava o “Facebúquio” para confirmar os factos históricos. Outros, porém, acreditam numa explicação mais triste — ou mais sensata. Dizem que a Sereia regressou à mítica Ilha dos Amores, porque já não aguentava ver Armação tratada como o anexo balnear do abandono. “Mesmo virada para o mar, ela via tudo”, sussurrou uma idosa que lhe deixava sardinhas aos pés em dias de vento leste. “Via os buracos nas ruas, as promessas enterradas nas areias da junta, os concertos cancelados e os bancos de jardim que mais parecem armadilhas para hérnias discais.” A Sereia cantava. Mas ninguém a ouvia. E quando uma sereia canta e ninguém a escuta, até o mar perde a vontade de ser salgado. Dizem que partiu numa onda silenciosa. Que deixou um bilhete escrito com espuma: "Não fui levada. Fui embora. Cansada de ver tanto sol mal aproveitado e tanta sombra mal intencionada." Mas há esperança. Talvez volte. Talvez, quando os discursos deixarem de ser apenas espuma das marés eleitorais, e os responsáveis perceberem que uma vila não se governa com selfies e promessas de verão, ela regresse. Até lá, resta-nos olhar o mar e ouvir... o silêncio.

Limpeza Urbana no Algarve: Quando a Comparação Fala Mais Alto

Vídeo mostra a diferença gritante entre o serviço de limpeza de um concelho vizinho e o estado de abandono nos pontos de recolha de resíduos em Armação de Pêra. Nas imagens recentes captadas num concelho vizinho do Algarve, é visível um serviço de limpeza urbana exemplar: contentores limpos, áreas envolventes cuidadas e ausência de lixo fora dos recipientes. O contraste com a realidade em Armação de Pêra é, no mínimo, preocupante. Enquanto noutros pontos da região os serviços camarários demonstram organização e eficácia, em Armação de Pêra – sob responsabilidade da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal de Silves – os locais junto aos contentores de lixo revelam um cenário desolador: sacos espalhados no chão, odores intensos, resíduos a céu aberto e limpeza praticamente inexistente. Este vídeo comparativo expõe de forma clara a urgência de uma intervenção mais eficaz por parte das entidades responsáveis. A falta de manutenção e limpeza regular compromete não só a saúde pública, mas também a imagem de uma vila turística que, especialmente no verão, recebe milhares de visitantes. A população local e os empresários da zona têm vindo a manifestar a sua indignação, exigindo mais atenção e transparência na gestão dos serviços básicos de higiene urbana. Em tempos em que a sustentabilidade e o bem-estar urbano são prioridades em vários municípios algarvios, é inadmissível que Armação de Pêra continue a apresentar este tipo de cenário. Fica a pergunta: se outros concelhos conseguem manter as suas ruas limpas, porque continua Armação de Pêra a falhar?

Armação de Pêra Cresce, Mas Fica para Trás

Nos últimos anos, Armação de Pêra tem-se destacado como a freguesia com maior crescimento populacional no concelho de Silves, registando, de acordo com os Censos de 2021, um impressionante aumento de 23,4%. Com uma área territorial de apenas 8 km² e uma densidade populacional de 751,4 hab/km², Armação aproxima-se, em termos de compactação urbana, de cidades como Lisboa, Atenas ou Nápoles. Esta concentração populacional, longe de ser um problema, representa uma oportunidade rara para a eficiência da gestão urbana. Quanto mais densa for uma cidade, mais barato se torna manter os serviços básicos como abastecimento de água, drenagem e recolha de resíduos. No entanto, essa vantagem estrutural está a ser desperdiçada. Enquanto Silves e São Bartolomeu de Messines, apesar de representarem metade da população do concelho, registam uma taxa de crescimento negativa (-3,2%), continuam a absorver a maior parte do investimento público municipal. Silves concentra os principais serviços públicos, os equipamentos culturais e as infraestruturas mais bem cuidadas. Na cidade de Silves, as ruas não cheiram a lixo nem têm buracos nas calçadas. Armação de Pêra, pelo contrário, paga mais do que recebe. Com um forte peso no turismo, no comércio e na atividade económica local, é um motor de receita para o concelho — mas não é tratada como tal. Apesar do crescimento e da densidade, não se verifica o correspondente investimento em equipamentos públicos, mobilidade, espaços verdes, ou reforço dos serviços essenciais. Nos últimos 12 anos, é legítimo perguntar: 👉 Qual foi o investimento estrutural significativo feito pela Câmara Municipal em Armação de Pêra? 👉 Onde estão os equipamentos públicos que acompanham o crescimento da freguesia? 👉 Por que razão as decisões continuam a ser tomadas em gabinetes distantes dos cidadãos, com pouca escuta ativa e ainda menos ação concreta? A gestão municipal não pode continuar a ignorar os dados e a realidade do território. Governar não é apenas manter o centro histórico arranjado, mas garantir coesão territorial, equilíbrio nos investimentos e justiça social entre freguesias. O crescimento de Armação de Pêra precisa de ser acompanhado de investimento — não apenas por razões de equidade, mas por uma questão de visão estratégica. Se Armação cresce, é porque tem potencial. E esse potencial merece ser reconhecido, respeitado e sustentado.

domingo, 20 de julho de 2025

Praia de Armação de Pêra: o problema não está só nas concessões

A recente publicação do jornal Terra Ruiva, sob o título “Na Praia de Armação de Pêra – Sobe o mar, falta areal e sobram concessões privadas e públicas”, traz à tona um problema que há muito se sente, mas que poucos têm coragem de enfrentar com profundidade: o crescente aperto da praia frente ao aumento da procura e à diminuição do espaço disponível. Mas será que acabar com as concessões é mesmo a solução? É inegável que o espaço útil na praia está cada vez mais reduzido. A subida do mar, as alterações climáticas e a configuração natural da baía tornam a situação ainda mais complexa. No entanto, culpar apenas as concessões – sejam elas privadas ou públicas – parece simplista. Quem hoje utiliza uma concessão com toldos, caso esta desapareça, não deixará de vir à praia; apenas competirá por um espaço ainda mais escasso no areal livre. Além disso, não se discute o tamanho dos chapéus-de-sol, a quantidade de espaço que cada família ocupa ou o comportamento dos utilizadores. Tudo isso influencia o usufruto coletivo da praia, mas raramente entra no debate. A solução, portanto, deve ser mais ampla e estrutural. É preciso olhar para além da linha do mar. A norte da Praia do Olival, observando imagens do Google Earth ou fotografias antigas da década de 70, é possível ver a mudança radical no território: uma densificação urbana acelerada, incentivada por sucessivas decisões camarárias que priorizaram receitas imediatas em detrimento da sustentabilidade da vila. Hoje, Armação de Pêra conta com cerca de 11 mil alojamentos. Durante a época alta, a população flutuante pode atingir os 50 mil habitantes. A pergunta impõe-se: há espaço de praia suficiente para todos durante a praia mar? Claramente, não. E o problema não está na concessão de 1,8 m2 de sombra com espreguiçadeiras. Está, sim, na forma como se permitiu – e continua a permitir – a ocupação do território sem planeamento urbano coerente. Entre o minigolfe e a praia do Olival, a faixa de areia é ainda mais exígua, emparedada pela falésia. A pressão sobre esta zona é enorme, e qualquer solução que se limite a “acabar com as concessões” será apenas um paliativo. Talvez esteja na hora de pensar em alternativas mais criativas e sustentáveis: criar zonas balneares alternativas ao longo do concelho, investir em transportes e acessos que facilitem a distribuição dos banhistas por outras praias menos sobrecarregadas, repensar o urbanismo local e criar mais espaços públicos de lazer fora da linha costeira. Armação de Pêra não pode continuar a crescer em população e construções enquanto a sua frente marítima permanece limitada e vulnerável. É hora de pensar o futuro com seriedade, pois areia não se fabrica e o mar não recua.

sábado, 19 de julho de 2025

Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes: Tradição, Fé e o Desejo de um Regresso ao Mar

De 7 a 10 de agosto, Armação de Pêra volta a vestir-se de fé e tradição com as celebrações em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos homens do mar. Este evento, que há décadas une a comunidade local, emigrantes e visitantes, culmina no dia 10 com a procissão solene, ponto alto de um programa carregado de simbolismo e devoção. Mas há um sentimento partilhado por muitos armacenenses: a saudade da procissão marítima. Durante anos, foi pelo mar que a imagem da Senhora dos Navegantes percorria a enseada, acompanhada por embarcações engalanadas e centenas de fiéis em terra, numa cena de rara beleza e emoção. Porque terá deixado de se realizar no mar? Segundo vozes da comunidade, a mudança coincidiu com a entrada de uma nova equipa na gestão da Junta de Freguesia. Embora não haja uma explicação oficial clara, alguns apontam para questões logísticas, de segurança marítima, ou até de custos associados à organização de uma procissão no mar. A verdade é que, para muitos, a alma desta celebração parece incompleta sem o mar como pano de fundo. A ligação entre a fé e a vida piscatória de Armação de Pêra é inegável, e a imagem da Santa sobre as águas era, para muitos, uma expressão máxima dessa união. Será possível o regresso da procissão ao mar? A resposta dependerá, certamente, de vários fatores — desde o envolvimento das autoridades marítimas até à vontade política local e, acima de tudo, da mobilização da própria comunidade. O desejo existe, está bem vivo nas conversas de rua e nas partilhas nas redes sociais. Talvez seja hora de abrir o diálogo. Porque as tradições só vivem se forem cuidadas — e adaptadas com respeito ao seu passado — talvez seja tempo de perguntar: Nossa Senhora dos Navegantes voltará um dia a navegar sobre as águas de Armação de Pêra?

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Compromisso com a Verdade e a Transparência

Nos últimos dias, temos sido questionados por vários armacenenses sobre qual o valor do salário do presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, um dos quatro candidatos ao cargo nas próximas eleições autárquicas. Porque acreditamos que a política local deve ser feita de forma transparente, com respeito pelos cidadãos e pelos recursos públicos, esclarecemos: De acordo com a Lei nº 169/99, de 18 de setembro, e a Lei nº 11/96, de 18 de abril, nas freguesias com entre 5000 e 10 000 eleitores ou com mais de 3500 eleitores e uma área superior a 50 km², o presidente da junta pode exercer o seu mandato em regime de meio tempo, com remuneração assegurada pelo Orçamento de Estado. No caso de Armação de Pêra, essa condição aplica-se. Assim, o presidente da junta, caso opte pelo regime de meio tempo, recebe anualmente, entre salário, subsídios de férias e Natal, e despesas de representação: 13.490,98 euros pagos pelo Estado. Este valor não é fixado localmente, nem resulta de qualquer decisão dos candidatos — é definido por lei e pago com dinheiro público. Porque acreditamos que os armacenenses merecem saber quem os representa e em que condições, não fugimos a esta e a nenhuma outra pergunta. Estamos aqui para servir — com responsabilidade, com seriedade e com total transparência.

Noite de Alegria e União: Baile na Fortaleza anima Armação de Pêra

A histórica Fortaleza de Armação de Pêra encheu-se de vida na noite de ontem com o animado baile organizado pelo Agrupamento de Escuteiros 598. O evento, marcado por muita alegria, música e espírito comunitário, reuniu dezenas de pessoas num ambiente acolhedor e festivo à beira-mar. A iniciativa, que já começa a tornar-se uma tradição no calendário local, teve como principal objetivo fortalecer os laços entre a comunidade e angariar fundos para as atividades escutistas. Desde famílias inteiras a visitantes de férias, todos foram contagiados pela energia positiva e pela boa disposição que se fez sentir do início ao fim. A música ao vivo garantiu que a pista de dança estivesse sempre cheia, enquanto as bancas de petiscos e bebidas tradicionais ofereciam sabores irresistíveis. O pôr do sol sobre o mar deu o tom perfeito ao início da festa, tornando o cenário verdadeiramente inesquecível. "É maravilhoso ver a nossa Fortaleza transformada num espaço de convívio e celebração. Os escuteiros estão de parabéns pela organização impecável e pela forma como acolheram todos com tanto carinho," afirmou uma das participantes. O Agrupamento 598 de Armação de Pêra demonstrou, mais uma vez, o seu compromisso com a comunidade local, promovendo não apenas momentos de diversão, mas também valores como união, solidariedade e serviço. A noite terminou com muitos sorrisos e memórias felizes — e a promessa de que, haverá mais.

Sugestão Cultural de Última Hora!

Dado o estado das ruas, do lixo, das ervas e da insegurança em Armação de Pêra... Achamos que só falta uma coisa para fechar este mandato com chave de lata: Bruno Alves podia muito bem pedir ao ilustre José Vieira, dirigente da ACRAP, que incluísse a nossa "Marcha da Esperança (Ou Não!)" como o testamento oficial de fim de mandato! Afinal, se há cheiro a lixo, buracos nas calçadas e ervas até aos joelhos... que seja ao menos com música e rima! Porque se é para rir para não chorar, que seja com coreografia! Armação de Pêra merece mais que promessas: merece uma marcha que diga tudo… a cantar! Marcha da Esperança (Ou Não!) (Refrão) Bruno Alves, oh vem ver, O que há em Armação de Pêra a acontecer! Junto acreditamos, Mas já nem sabemos se choramos! Lixo nas ruas a cheirar tão mal, Calçadas com buracos — que infernal! Ervas por cortar, parece o matagal, E a insegurança já virou normal! (Estrofe 1) Em Armação de Pêra há sol e mar, Mas também há lixo por todo o lugar! A cada passo, buraco no chão, E erva alta até no paredão! (Refrão) Bruno Alves, oh vem ver, O que há em Armação de Pêra a acontecer! Junto acreditamos, Mas já nem sabemos se choramos! Lixo nas ruas a cheirar tão mal, Calçadas com buracos — que infernal! Ervas por cortar, parece o matagal, E a insegurança já virou normal! (Estrofe 2) À noite o medo é companhia, Na terra onde devia haver alegria. Até os turistas já vão reclamar, Do cheiro a lixo junto ao calçadão do mar! (Refrão final) Bruno Alves, há solução? Ou Armação vai ficar na desilusão? Junto acreditamos, Mas agora, será que acordamos? Lixo, insegurança e matagal, A vila merece algo sem igual! Com marchas vamos recordar, Que o povo canta... até limpar!

quinta-feira, 17 de julho de 2025

"Radhica Tira Média de 20 no Secundário — Nacionalistas Sofrem Reação Alérgica à Excelência Alheia"

Armação de Pera, 2025 — Radhica, filha de emigrantes, chegou a Portugal há apenas seis anos, sem saber uma palavra de português. Esta semana, ao divulgar-se que terminou o 12.º ano com média de 20 valores nos exames nacionais, iniciou-se o que já está a ser chamado de “Crise Nacional da Autoestima Lusitana”. A Reação Nacional: Um Misto de Choque e Ressentimento "É um escândalo! Isto não é meritocracia, é bruxaria socialista multicultural!", afirmou um popular opinionista de sofá com um diploma tirado em PowerPoint durante uma conferência do Chega em Santa Comba Dão. “Como é que uma filha de estrangeiros, sem padrinhos nem quotas de canal de YouTube, consegue ultrapassar o Joãozinho, que há três anos estuda para Filosofia com vídeos do Tiago Paiva?” Radhica, que chegou a Portugal sem saber distinguir ‘carro’ de ‘caril’, agora sabe mais gramática portuguesa que muitos deputados da Assembleia. Os resultados impressionaram até a máquina de correção dos exames, que inicialmente sinalizou as respostas como “estatisticamente impossíveis dentro do sistema de ensino público”. A pandemia de acéfalos: uma realidade bem portuguesa Enquanto isso, nas redes sociais, rebentam em fúria os comentários de “patriotas”, “nacionalistas” e “amantes de Portugal com aversão à leitura”. A média de Radhica parece ter causado uma onda de dissonância cognitiva — condição neurológica que, segundo especialistas, se agrava em contacto com dados, factos ou pessoas que leem livros. “Esta gente vem para cá tirar os nossos 20’s!”, exclamou outro crítico online, que frequentou três semanas de um curso de filosofia numa universidade privada e ainda pensa que Camões lutou nas trincheiras da Segunda Guerra Mundial. Portugueses no estrangeiro: 40 anos na Suíça, francês ao nível de menu de restaurante "Não é justo!", diz também o Sr. Manuel, emigrante há 42 anos na Suíça, que se orgulha de nunca ter aprendido mais do que “croissant” e “bonjour madame”. “A gente lá fora não precisa dessas coisas. A língua é uma arma de opressão, e se aprendermos francês, depois temos que pagar impostos.” Ciência, dados, e o eterno problema do “achismo patriótico” O caso Radhica trouxe também à tona a verdadeira clivagem do país: não entre esquerda e direita, mas entre quem respeita dados e evidências científicas e quem constrói o mundo a partir de vídeos de TikTok e grupos de WhatsApp com teorias sobre como o português médio já nasce com doutoramento no ADN. A última palavra: de Radhica, claro. Confrontada com o alarido em seu torno, Radhica limitou-se a dizer: “Estudem. Leiam. E não achem que amor a Portugal é fechar portas — é abrir livros.” Fontes do Ministério da Educação confirmam que estão a estudar transformar esta frase no novo lema das escolas públicas. Fontes do Chega confirmam que estão a estudar se ela poderá ser deportada por excesso de méritos.

Quatro rostos para o futuro de Armação de Pêra: conheça os candidatos à Junta de Freguesia

Nas próximas eleições autárquicas, a freguesia de Armação de Pêra será palco de uma disputa entre quatro candidatos com percursos distintos, experiências diversas e propostas que prometem marcar o futuro da comunidade local. Dois nomes já foram apresentados publicamente, enquanto outros dois estão em fase de confirmação por parte das respetivas forças políticas. Bruno Miguel Alves (PSD – Coligação Juntos Acreditamos) Aos 39 anos, Bruno Miguel Alves é gestor de marketing e comunicação e desempenha atualmente funções como tesoureiro da Junta de Freguesia. Apresentado pela Coligação Juntos Acreditamos, liderada pelo PSD, Bruno Alves surge como o candidato da continuidade, apostando numa imagem moderna e na valorização da experiência adquirida ao longo do atual mandato. A sua candidatura promete “proximidade, eficiência e inovação na gestão local”. António Morgado (Chega) Com 63 anos, aposentado da Polícia de Segurança Pública (PSP), António Morgado representa o partido Chega nesta corrida autárquica. Apresentado já oficialmente, o seu discurso tem-se centrado na defesa da ordem, da segurança e da transparência nos assuntos da Junta. Morgado apresenta-se como uma “voz dos cidadãos descontentes” e diz querer “recuperar a confiança dos armacenenses na política local”. Manuel Nobre Oliveira (Independente pelo PS) Embora ainda não tenha sido oficialmente apresentado, é já certo que o Partido Socialista irá apoiar a candidatura independente de Mário Nobre Oliveira, aposentado da função pública. Com um perfil discreto mas conhecido entre vários setores da comunidade, Nobre Oliveira pretende representar uma alternativa centrada na limpeza urbana, coesão social e no reforço dos apoios às famílias e aos idosos. Francisco Alberto (CDU) Francisco Alberto é pescador e canalizador, conhecido pelo seu envolvimento ativo na vida cultural e tradicional da freguesia. Foi um dos organizadores dos jogos tradicionais realizados durante as Festas de Nossa Senhora dos Navegantes e é um dos rostos da tradicional procissão pelo mar. A sua candidatura pela CDU pretende dar voz aos trabalhadores e promover o reforço dos serviços públicos, com especial atenção à habitação, pesca e cultura local. Um futuro em aberto A freguesia de Armação de Pêra prepara-se para escolher entre quatro caminhos diferentes. Jovens e experientes, técnicos e populares, todos os candidatos trazem consigo visões distintas para o desenvolvimento local. Resta agora aos eleitores analisar as propostas, comparar os percursos e decidir quem será o próximo presidente da Junta de Freguesia.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A Matemática e o Futuro de Portugal: Uma Reflexão Necessária

Os resultados da 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário revelam uma realidade preocupante: enquanto disciplinas como Português e Biologia registaram melhorias significativas nas médias — passando, respetivamente, de 11,1 para 12,6 valores e de 9,9 para 12,4 — a disciplina de Matemática A sofreu uma descida acentuada. A média desceu de 12,1 para 10,5 valores, e 42% dos alunos não conseguiram sequer alcançar a positiva. Este dado não pode ser ignorado, sobretudo num país que ambiciona crescer sustentadamente e afirmar-se num mundo cada vez mais competitivo e tecnológico. A Matemática é muito mais do que uma disciplina escolar: é uma linguagem universal, uma ferramenta de pensamento crítico, de resolução de problemas e de inovação. Está na base de áreas estratégicas como a engenharia, a economia, a medicina, a inteligência artificial, a cibersegurança, entre muitas outras. Um país que negligencia a formação matemática dos seus jovens compromete o seu próprio futuro. Estes resultados devem servir de alerta, não apenas para o sistema educativo, mas para toda a sociedade. Não se trata de culpabilizar os alunos, os professores ou os programas curriculares, mas de refletir profundamente sobre o que está a falhar. Será o ensino demasiado teórico e descontextualizado? Será a pressão dos exames um entrave à aprendizagem significativa? Teremos políticas de apoio eficazes para alunos em dificuldades? Se queremos uma sociedade mais justa, preparada e competitiva, é imperativo valorizar a Matemática desde os primeiros anos de escolaridade, promovendo metodologias ativas, o uso de tecnologias educativas e um ensino que mostre a aplicação prática do conhecimento. Também é fundamental investir na formação contínua de professores e reforçar o apoio aos estudantes que apresentam maiores dificuldades. Portugal precisa de jovens capazes de pensar de forma lógica, crítica e criativa — e a Matemática é uma das chaves para essa capacidade. Melhorar os resultados nesta disciplina não é apenas uma questão académica: é uma questão de desenvolvimento nacional.

Ussumani Djumo volta a brilhar e sagra-se Campeão Nacional nos 110m Barreiras

Ussumani Djumo, natural de Armação de Pêra, voltou a conquistar o lugar mais alto do pódio. Desta vez, a vitória aconteceu no Campeonato Nacional de Atletismo de Clubes da 3.ª Divisão masculina, onde o jovem atleta, em representação do Clube de Atletismo Olímpico Vianense (CAOV), venceu os 110 metros barreiras com um excelente tempo de 14,36 segundos. A competição, que ficou marcada por grandes momentos de emoção, dedicação e espírito de equipa, teve em Ussumani um dos seus maiores destaques. A sua prestação foi decisiva para os 122 pontos alcançados pelo CAOV, contribuindo para o sucesso coletivo da equipa de Viana do Castelo. O desempenho de Ussumani Djumo confirma o seu talento, a sua disciplina e a paixão com que encara cada prova. Com determinação e orgulho, vestiu a camisola do CAOV e demonstrou, mais uma vez, por que é considerado uma promessa do atletismo português. Com esta conquista, o nome de Ussumani Djumo volta a colocar Armação de Pêra e o Algarve em evidência no panorama nacional do desporto. A sua terra natal agradece e não esquece — Ussumani é, sem dúvida, motivo de orgulho para toda a comunidade.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Mais de 40% do IMI arrecadado em Silves vem de Armação de Pêra, mas a vila continua a ser deixada para trás

Armação de Pêra é, sem dúvida, uma das maiores fontes de receita do concelho de Silves. Só em impostos municipais sobre imóveis (IMI), estima-se que a vila contribua com mais de 40% do total arrecadado pelo município. Este número impressiona, sobretudo quando se percebe que os custos de manutenção e exploração de infraestruturas na freguesia são, proporcionalmente, mais baixos do que em outras zonas do concelho. Isto deve-se, em grande parte, à elevada densidade habitacional da vila e ao seu desenvolvimento urbano mais verticalizado. Edifícios multifamiliares concentram um maior número de contribuintes por área, o que gera receitas mais elevadas para a autarquia com menos custos por habitante em termos de infraestruturas (ruas, iluminação, saneamento, entre outros). No entanto, quando se olha para os investimentos realizados pela Câmara Municipal de Silves, o retorno para Armação de Pêra está muito aquém do que seria esperado. Falta de manutenção adequada, poucos equipamentos culturais e desportivos, insuficiente ordenamento urbanístico, ausência de estacionamento estruturado e escassez de espaços verdes são queixas recorrentes dos residentes. A explicação, ainda que não oficial, parece ser política: Armação de Pêra tem menos peso eleitoral. O que conta, na prática, para decisões estratégicas e orçamentais do município é o número de eleitores e não o volume das receitas. Sendo assim, freguesias com mais votantes, mesmo que contribuam menos para os cofres da autarquia, acabam por receber mais atenção e investimento. Este desequilíbrio levanta uma questão fundamental de justiça territorial e de gestão pública eficiente: é aceitável que uma freguesia que tanto contribui para o município seja constantemente relegada nas prioridades políticas? Os moradores e contribuintes de Armação de Pêra têm razões legítimas para exigir mais. Mais transparência na aplicação das verbas, mais equidade na distribuição de investimentos e, acima de tudo, mais respeito pelo papel essencial que a vila desempenha na economia do concelho de Silves. A continuar assim, Armação de Pêra corre o risco de ser vista apenas como uma fonte de receita — e não como uma comunidade que merece qualidade de vida e desenvolvimento à altura daquilo que entrega.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Corrida à Câmara de Silves com novas coligações e rostos conhecidos

A corrida autárquica em Silves ganha forma com a confirmação de novos candidatos e coligações que prometem dinamizar o debate político local. Entre as novidades destaca-se a criação da coligação “Juntos Acreditamos”, que junta o PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal. A aliança é liderada por João Garcia, de 46 anos, engenheiro agrónomo, que assume o desafio de conquistar o município com uma proposta de mudança e gestão reformista. No campo da esquerda, está em articulação a possibilidade de uma coligação inédita entre o Livre, Bloco de Esquerda e PAN, que poderá apresentar uma candidatura conjunta com foco em políticas ambientais, justiça social e participação cidadã. O Partido Socialista aposta em Sofia Belchior, advogada de 50 anos, que pretende dar continuidade a projetos estruturantes e reforçar o investimento social no concelho. Já a CDU será representada por Luísa Conduto, nome histórico do partido na região, mantendo a tradição comunista de presença ativa no município. O Chega apresenta José Paulo Sousa, advogado de 63 anos, como cabeça de lista. A candidatura aposta num discurso de rutura com o sistema político atual, defendendo uma maior segurança e redução da carga fiscal local. Com este leque de candidaturas, Silves prepara-se para um ato eleitoral marcado pela diversidade ideológica e pela entrada de novas forças e alianças no panorama autárquico local. A campanha promete debates intensos sobre o futuro do concelho, especialmente em áreas como habitação, turismo sustentável, agricultura e serviços públicos.

Apagão em Armação de Pêra Deixa Vila às Escuras e Prejudica Economia Local

Falta de energia elétrica durante 3 horas causou caos na restauração, afetou turistas e levanta questões sobre a responsabilidade da E-Redes. Na noite de ontem, Armação de Pêra viveu mais um duro golpe à sua frágil economia local: um apagão elétrico que durou cerca de três horas, entre as 20h e as 23h, deixou a vila literalmente às escuras. O incidente afetou milhares de residentes e turistas, interrompeu o funcionamento de dezenas de restaurantes e cafés, e provocou transtornos de ordem social e segurança. Restauração obrigada a fechar: prejuízos avultados O corte de energia ocorreu num dos horários mais críticos do setor da restauração — a hora do jantar. Muitos estabelecimentos foram obrigados a fechar as portas, devolvendo reservas e recusando clientes, num momento em que a vila recebe milhares de veraneantes. Segundo alguns empresários locais, os prejuízos desta única noite podem atingir centenas ou mesmo milhares de euros por estabelecimento. “Já tínhamos a sala cheia e a cozinha a funcionar quando tudo parou. Ficámos sem luz, sem fogões elétricos, sem caixas registadoras, sem nada. Tivemos de mandar os clientes embora”, lamenta António Caixinha, proprietário de um restaurante no centro da vila. “Depois dizem que o Algarve está cheio, mas com prejuízos destes, não sei como aguentamos.” Impacto social: pessoas presas em elevadores Além dos danos económicos, o apagão teve também consequências sociais significativas. Houve relatos de várias pessoas presas em elevadores de edifícios residenciais e turísticos, incluindo idosos e crianças. A avaria elétrica aconteceu numa hora em que muitos veraneantes ainda regressavam da praia, criando um clima de insegurança e confusão. “Foi um susto tremendo. Estava com as minhas filhas no elevador quando a luz foi abaixo. Ficámos ali às escuras durante 15 minutos até conseguirem abrir a porta manualmente”, contou uma turista do Alentejo, hospedada num apartamento turístico. Uma vila em dificuldades: mais um golpe Armação de Pêra tem enfrentado desafios económicos nos últimos anos, agravados pela sazonalidade e pela concorrência de outras zonas turísticas. Este apagão vem agravar ainda mais uma situação já frágil, onde muitos pequenos negócios dependem do curto verão para equilibrar as contas do ano inteiro. E-Redes: e agora? A empresa responsável pela distribuição de energia elétrica, a E-Redes, ainda não divulgou um comunicado oficial detalhado sobre as causas da avaria. No entanto, a população e os comerciantes locais exigem respostas. É legítimo perguntar se há um plano de contingência eficaz e se a manutenção da rede elétrica na zona tem sido feita com o rigor necessário para evitar incidentes desta magnitude. “O que aconteceu ontem foi grave. Não foi só um incómodo, foi um prejuízo direto e uma falha num serviço essencial. A E-Redes tem de explicar o que correu mal e garantir que não volta a acontecer”, afirma o presidente da associação de comerciantes locais. Conclusão O apagão de ontem em Armação de Pêra foi mais do que um simples contratempo: foi um reflexo de vulnerabilidades técnicas, económicas e sociais que precisam de ser urgentemente discutidas. Com o verão em pleno e os turistas a encherem a vila, é essencial garantir estabilidade e confiança — algo que ontem, infelizmente, falhou. Se quiser, posso adaptar este texto para um tom mais informal, para redes sociais, ou mais técnico, para uma análise crítica mais aprofundada sobre infraestrutura elétrica. Deseja alguma dessas versões também?

domingo, 13 de julho de 2025

Magia, Energia e Espírito de Equipa Marcam a I Gala de Ginástica Acrobática em Armação de Pera

O Pavilhão Desportivo da Escola Básica 2,3 Dr. António da Costa Contreiras, em Armação de Pera, encheu-se de cor, ritmo e talento no passado dia 12 de julho, ao acolher a I Gala de Ginástica Acrobática. O evento, promovido pela Associação de Ginástica de Silves (AGS), contou com o apoio da Junta de Freguesia de Armação de Pera e da Câmara Municipal de Silves, e reuniu dezenas de espetadores numa vibrante celebração do desporto e da arte do movimento. Ao longo da gala, clubes convidados como o Acro Albufeira, o Acro Lagoense e o Acro Ourém encantaram o público com atuações repletas de coordenação, força e expressividade, demonstrando o alto nível da ginástica acrobática nacional. Para Nuno Silva,presidente da AGS, o balanço foi claramente positivo. “Foi muita magia, foi muito bonito. É ter aquele orgulho entre os clubes, entre os miúdos, entre o presidente, é espetacular”, afirmou, manifestando ainda a vontade de repetir a experiência: “Para o ano, se Deus quiser, vamos voltar outra vez.” O responsável destacou ainda a singularidade desta disciplina: “A acrobática tem uma coisa que as outras modalidades não têm: é feita em equipa, um atleta não pode entrar sozinho.” A gala ficou assim marcada não só pela beleza das performances, mas também pelo espírito de união e cooperação que caracteriza a ginástica acrobática. Com a promessa de regressar no próximo ano, a iniciativa deixou no ar a certeza de que este será apenas o primeiro de muitos momentos de celebração da modalidade no concelho de Silves.

Governo recua: Bolas de Berlim mantêm cotação livre nos areais do país

Ministério do Ambiente confirma que, apesar da especulação, a economia das bolas continuará a ser regulada pelo “mercado e pelo calor”. Depois de meses de debate aceso entre consumidores, concessionários e um grupo informal de senhores de chapéu de palha e geleira azul, o Governo decidiu não tabelar o preço das bolas de Berlim vendidas nas praias portuguesas. O Ministério do Ambiente declarou que “a liberdade de preço das bolas é um pilar do nosso modelo costeiro-liberal”. A proposta, que chegou a ser discutida em círculos internos como "PLBB" (Plano de Limitação da Bolacha com Berlim), foi abandonada após um estudo indicar que tabelar bolas de Berlim podia provocar “instabilidade térmica e açucarada” nos areais. “Se o calor está nos 35ºC e a bola vem com creme fresco, isso é um luxo — e o luxo paga-se”, afirmou um vendedor de bolas com 20 anos de experiência e uma tendinite crónica no ombro. “Além disso, é o único produto que resiste ao sol sem derreter a dignidade.” Medidas corretivas: sim, mas com moderação O Governo confirmou, no entanto, que irá avançar com medidas corretivas para garantir que as praias cumprem requisitos básicos: segurança balnear, casas de banho funcionais, limpeza do areal, e a mítica presença de um gabinete de primeiros socorros onde ninguém nunca foi visto, mas cuja existência é reconfortante. No meio destas exigências, há quem questione: e as bolas de Berlim? Estão incluídas na categoria de “bens essenciais”? Para já, o Ministério é cauteloso. “Estamos a analisar o papel da bola de Berlim na dieta estival do cidadão médio. Não descartamos integrá-la no cabaz de calorias públicas”, declarou fonte oficial. A reação da oposição A oposição acusou o Governo de “inércia açucarada” e exige uma “estratégia nacional para a bolaria balnear”. “Não podemos continuar a viver num país onde uma bola custa 1,50€ em Espinho e 3,20€ em Carcavelos”, disse um deputado entre duas lambidelas num gelado de morango. Mercado livre, cintura apertada Enquanto isso, os banhistas continuam a ser surpreendidos pela economia de mercado comestível. “Aceito pagar o que for pela bola — mas exijo que venha com a areia incluída”, diz uma veraneante resignada, já habituada ao crocante extra entre os dentes.

sábado, 12 de julho de 2025

Tudo se Pode em Armação de Pêra?

Armação de Pera, terra mágica onde tudo é possível. Hoje, sábado, assistimos a mais um episódio da série “Faz o que te der na real gana”, com o fecho da Avenida Beira-Mar por obra e graça de um empreiteiro iluminado. Sim, leu bem: uma das principais vias da vila foi fechada sem polícia, sem sinalização, sem vergonha na cara — apenas porque, aparentemente, era mais cómodo para quem lá anda a martelar paredes. Agora, sejamos justos: quem somos nós, meros cidadãos, para exigir respeito por regras básicas? Afinal, para que servem as autorizações da Câmara de Silves, a presença da GNR ou aquela coisa aborrecida chamada “licença de ruído”? Burocracias, claro. Impedimentos inúteis para os verdadeiros donos da vila. E a fiscalização? Provavelmente a descansar depois de uma semana exaustiva a não fiscalizar coisa nenhuma. Porque em Armação de Pera é assim: se tiveres uma obra, tens passe livre. Fecha ruas, incomoda os moradores, barulha o sábado inteiro — ninguém te chateia. É um privilégio viver num local onde o espaço público pode ser transformado em estaleiro privado com um simples gesto de arrogância. Onde o interesse individual atropela o coletivo com a naturalidade de quem sabe que não vai acontecer… nada. Parabéns à Câmara de Silves pelo novo modelo de gestão urbana: “cada um faz como quiser”. Funciona lindamente — para uns poucos. Os outros que desviem caminho e aprendam a conviver com o ruído e o desrespeito. Afinal, é verão. Está sol. E tudo se pode em Armação de Pera.

Ritmos Contagiam Armação de Pêra em Festival de Percussão


Desfile vibrante pela Avenida Beira Mar reúne quatro grupos de excelência Armação de Pêra foi ontem palco de uma explosão de ritmo e energia com a realização de um animado festival de percussão, que trouxe à Avenida Beira Mar quatro dos mais entusiasmantes grupos do panorama nacional. O desfile, que decorreu à noite, atraiu milhares de curiosos e amantes da música de percussão, que se deixaram contagiar pelo pulsar dos tambores e pela vibração envolvente das batidas. Participaram no evento: Clube da Batucada de Messines – conhecidos pela sua energia contagiante e ritmos afro-brasileiros, deram início ao desfile com grande entusiasmo; Bombos do Paço de Canas de Senhorim – representantes da tradição popular portuguesa, marcaram presença com o seu inconfundível som poderoso e marcial; Porbatuka de Almada – trouxeram uma fusão moderna de estilos e uma coreografia envolvente, demonstrando grande dinamismo; Percutunes de Tunes, os anfitriões da noite – encerraram o desfile com um espetáculo vibrante, demonstrando a força da percussão local e a hospitalidade da freguesia. O evento, foi um verdadeiro sucesso, promovendo não só a cultura musical como o convívio entre grupos de diferentes regiões. "É muito bom ver a rua cheia, a população envolvida, e os grupos a darem o seu melhor", disse um dos organizadores. Muitos presentes expressaram o desejo de que o festival se torne uma tradição anual. Com o som dos tambores ainda a ecoar nas ruas, Armação de Pêra despede-se de mais uma noite inesquecível, celebrando a união, a arte e o poder da percussão.

Armação de Pêra: Ficou de Fora Outra Vez?

Então o Presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, veio ao Algarve. Grande iniciativa — chama-se “Parlamento Próximo”. A ideia é aproximar os políticos das pessoas. (Sim, também me ri um bocadinho quando li isso.) No meio do passeio, esteve na Praia Grande, Lagoa dos Salgados, e falou-se muito de ambiente, biodiversidade e natureza. Tudo temas importantes, claro. Mas e Armação de Pêra? Ah, pois é… parece que esteve incluída na visita. Mas só no papel. Porque na prática, ficou mais uma vez ali no cantinho, tipo primo que ninguém convida para a ceia de Natal. Agora a pergunta: onde estavam os nossos representantes locais? O presidente da junta? O tal tesoureiro que quer ser candidato nas próximas autárquicas? Foram apanhados pelo GPS avariado? Estavam a fazer contagem de gaivotas? Ou simplesmente acharam que não valia a pena aparecer? Porque os armacenenses cá andam — e não são invisíveis (apesar do lixo nas ruas parecer estar a tentar engolir-nos). A verdade é que perdemos uma bela oportunidade. Tínhamos políticos de topo a passear cá, a ver coisas e a fazer aquela pose de “estamos muito atentos”. Era o momento perfeito para dizer: “Olá, bom dia, bem-vindos à realidade!” Mostrar o lixo nas ruas, os contentores a rebentar pelas costuras, os passeios que são mais trampolins do que passeio. Mas não. Ficámos caladinhos. Discretos. Quase zen. Ou ausentes, vá. Se o objetivo era parecer que está tudo bem em Armação de Pêra... parabéns, missão cumprida. Mas para quem cá vive, está longe de estar tudo bem. E o pior é que não foi por falta de oportunidade. Foi por falta de comparência. E não me venham com desculpas, que o trânsito estava normal. Enquanto se fala de recifes e peixinhos felizes no fundo do mar (e ainda bem que se fala!), por cá tentamos não tropeçar nos sacos de lixo enquanto vamos comprar o pão. A biodiversidade de Armação de Pêra neste momento resume-se a ratos, gaivotas e turistas perdidos a tentar perceber se isto é mesmo um destino de férias ou um episódio do “Lixo Total”. Por isso, da próxima vez que vierem cá falar de ambiente, tragam também quem nos representa de verdade. E tragam vassouras. Muitas.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Por uma Armação de Pêra mais Sustentável: Um Apelo à Participação no Programa Eco-Freguesias XXI

Caro Presidente da Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Enquanto cidadã e residente atenta à realidade da nossa freguesia, venho por este meio expressar a minha preocupação com o estado atual de vários aspetos que impactam diretamente a qualidade de vida da nossa comunidade: a manutenção dos espaços verdes, a conservação das calçadas, a limpeza urbana e a gestão de resíduos. São áreas essenciais que, infelizmente, carecem de maior atenção, planeamento e eficácia na sua gestão. Nesse sentido, gostaria de sugerir à Junta de Freguesia a inscrição no Programa Eco-Freguesias XXI, uma iniciativa promovida pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) que visa reconhecer as freguesias que trabalham ativamente para se tornarem mais sustentáveis, quer do ponto de vista ambiental, quer social e económico. A participação neste programa não só permitiria à Junta diagnosticar áreas críticas e definir um plano de ação concreto, como também abriria portas à mobilização da população em torno de um objetivo comum: tornar Armação de Pêra uma Eco-Freguesia. O processo de candidatura é exigente mas enriquecedor, baseado em 10 indicadores que abrangem temas como: Cuidado e valorização dos espaços verdes; Qualidade da gestão de resíduos e limpeza urbana; Envolvimento da comunidade e transparência; Promoção da cidadania ativa e educação ambiental. Esta poderia ser uma excelente oportunidade para inverter a perceção negativa que muitos fregueses têm da atual gestão do espaço público, mostrando um compromisso sério com a melhoria contínua, a responsabilidade ambiental e a participação dos cidadãos. Enquanto freguesa preocupada e interessada em contribuir, coloco-me à disposição para colaborar, voluntariar-me em ações, ou integrar grupos de trabalho que possam vir a ser criados no âmbito desta iniciativa. Armação de Pêra tem potencial para mais. Com vontade política, envolvimento comunitário e um plano claro, podemos dar passos firmes em direção a uma freguesia mais limpa, verde e cuidada. Apelo, assim, à Junta de Freguesia que abrace este desafio.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Enquanto uns agem, outros calam-se: Armação de Pêra esquecida no combate à insegurança

Enquanto o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, se desloca a Lisboa para reivindicar mais segurança e policiamento para a Praia do Carvoeiro, em Armação de Pêra — uma das zonas balneares mais frequentadas do concelho de Silves — reina o silêncio das autoridades locais. A iniciativa do autarca de Lagoa, que fez questão de reunir pessoalmente com o Comandante Operacional da GNR, Tenente-General Borlido da Rocha, demonstra uma postura ativa, responsável e preocupada com o bem-estar dos residentes e turistas. A reunião visou dar resposta à crescente sensação de insegurança, impunidade e revolta que se vive entre os moradores e empresários locais da vila de Carvoeiro. Enquanto isso, em Armação de Pêra, os relatos de comportamentos ilícitos, desacatos, estacionamento abusivo e a ausência visível de patrulhamento policial continuam a ser ignorados. Nem a Câmara Municipal de Silves, nem a Junta de Freguesia de Armação de Pêra demonstram qualquer tipo de reação ou esforço para reverter este cenário preocupante. Num verão em que o Algarve volta a encher-se de turistas, é inaceitável que localidades com alta densidade populacional sazonal não tenham um plano de reforço de segurança eficaz. Armação de Pêra é, todos os anos, um dos destinos mais procurados por famílias, jovens e visitantes estrangeiros — mas a perceção de segurança tem vindo a degradar-se. Enquanto em Lagoa já se discute policiamento a cavalo, reforço de investigação criminal e patrulhas de apoio ao turista, em Armação de Pêra, a população vê-se sozinha e desprotegida. A passividade dos responsáveis políticos locais, face à evidente degradação do sentimento de segurança, é preocupante e exige uma resposta imediata. A segurança pública não pode ser uma questão secundária nem sazonal, e muito menos um tema ignorado por quem tem o dever de representar e proteger a comunidade. Armação de Pêra não pode continuar esquecida.

Ritmos que Ecoam: RUFALGARVE 2025 Traz a Magia da Percussão a Armação de Pêra

Nos dias 11 e 12 de julho, o Algarve volta a vibrar ao som da percussão com mais uma edição do RUFALGARVE – Festival de Percussão, que este ano promete encher de ritmo as localidades de Armação de Pêra e Tunes. O Festival arranca na noite de 11 de julho (sexta-feira), em Armação de Pêra, com um animado Desfile de Percussão pela Avenida do Mar, marcado para as 21h30. Logo depois, às 23h, a festa continua com uma Atuação no espaço do Mini-Golfe, onde o público poderá desfrutar da energia contagiante dos grupos participantes. Este ano, o RUFALGARVE orgulha-se de contar com a participação do grupo anfitrião, os PercuTunes, representando com entusiasmo a prata da casa. A eles juntam-se três grupos convidados, que trarão diferentes estilos e tradições da percussão, prometendo um espetáculo diversificado, enérgico e envolvente. Além de celebrar a música e a cultura popular, o RUFALGARVE tem vindo a afirmar-se como um ponto de encontro entre músicos, público e comunidades locais, criando um ambiente de festa e partilha intergeracional. Fique atento à programação completa e venha sentir o pulsar do verão algarvio ao som da percussão! RUFALGARVE 2025 – Sinta o Ritmo. Viva a Festa.

Armação de Pêra: Onde a Cultura é Espontânea (porque pagar por ela é que era um exagero!)

Junta e Câmara assistem de camarote (gratuito, claro) ao espetáculo gratuito proporcionado por quem realmente faz alguma coisa. Ah, o verão em Armação de Pêra! O cheiro a sardinha na brasa, o barulho ritmado das havaianas a bater no passeio e… a cultura! Ou melhor, aquela cultura que acontece apesar de todas as entidades oficiais. Sim, é verdade: a animação de rua da nossa vila não está nos cartazes, nem nas brochuras da Câmara, muito menos nos orçamentos. É uma manifestação pura de vontade própria — da parte dos artistas, claro, não das autoridades, que já gastaram toda a sua energia a decidir onde plantar palmeiras artificiais. Enquanto a Junta de Freguesia pondera se “evento cultural” rima com “dor de cabeça logística”, os nossos artistas de rua enchem a avenida Beira Mar de música, cor, talento e suor — tudo isso sem receber um cêntimo, porque, convenhamos, quem é que precisa de pagamento quando se tem exposição? (Aquela velha moeda mágica que não paga renda, mas alegra o ego.) Temos estátuas humanas que se mantêm mais imóveis que a agenda cultural da Câmara. Malabaristas que arriscam a vida entre carrinhos de bebé e velhotas decididas. E músicos que tocam com a mesma alma com que o executivo camarário aprova a pintura de mais um muro com cores “alegres”. E se não fossem eles, o que restava? A já tradicional procissão dos passantes, de um lado para o outro na avenida, num ritual hipnotizante que só é interrompido por paragens estratégicas para tirar selfies ou ver se o restaurante da esquina já tem mesa. Aliás, o verdadeiro espetáculo é ver como a Junta e a Câmara conseguem manter-se completamente imóveis e silenciosas perante esta movida cultural. É um talento, diga-se. Se houvesse medalhas para “Observação Passiva de Arte Pública”, já tínhamos atletas olímpicos locais. Portanto, aqui fica o nosso sincero agradecimento — com uma pitada de ironia e uma gargalhada cúmplice — a esses heróis da animação de rua. Obrigado por fazerem aquilo que ninguém vos pediu, ninguém vos paga, mas todos adoram fingir que apoiam. Se precisarem de algo, falem com a Junta. Eles não vão fazer nada, mas pelo menos fingem que tomam nota.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

"O Sonho Verde da Presidente de Silves"


 

Era uma vez uma presidente do município de Silves que, numa noite particularmente inspirada — talvez depois de um chá de lúcia-lima ou de um pastel de nata mais fermentado do que devia — teve um sonho. Sonhou que Armação de Pêra não era apenas um postal de betão racha-ossos, de estradas com mais buracos que queijo suíço e calçadas tão lisas e inúteis que até um caracol escorregava. Sonhou, imagine-se!, que o dinheiro ali arrecadado era... aplicado ali mesmo! Um conceito radical, quase perigoso. Uma utopia fiscal com cheiro a realidade. Eis que, nesse devaneio encantado, surge o lendário Coelhinho Relvinhas — mascote da boa gestão e das zonas verdes, outrora exilado algures entre uma rotunda mal ajardinada e uma promessa eleitoral esquecida. Mão dada com a senhora presidente, lá foram os dois, de saltinho leve e sorriso maroto, passear pelo tão desejado Parque Verde de Armação de Pêra. Um paraíso de árvores felizes, flores sem secura e bancos que não se desmanchavam ao sentar. Riam-se, dançavam, talvez até ensaiassem o hino do concelho, reinventado à base de ukulele e indignação suave. Pela primeira vez, os armacenses no sonho respiravam... oxigénio! E não o fétido perfume dos contentores a abarrotar em pleno verão. Mas, como todos os sonhos bons em terra de má gestão, a presidente acordou. E puff! — o parque sumiu. O coelhinho desapareceu. O cheiro aos contentores voltou mais intenso, talvez ofendido por ter sido ignorado. E os armacenses, como sempre, lá foram passear... aos parques dos concelhos vizinhos, onde a relva não só existe, como é cortada. Fica, pois, a lição: sonhar não paga imposto. Mas a gestão, essa sim, devia pagar multa quando é má. E talvez, só talvez, um dia o Coelhinho Relvinhas troque os sonhos pelas obras. Até lá... força no incenso e no ambientador.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Portugal vai investir mil milhões na Defesa – mas quem protege quem está cá dentro?

Nos últimos dias, o Primeiro-Ministro Luís Montenegro anunciou um reforço de cerca de mil milhões de euros para a Defesa Nacional até ao final de 2025. O objetivo é acelerar aquisições de equipamento militar, modernizar infraestruturas e valorizar os recursos humanos das Forças Armadas, antecipando o que já estava previsto na Lei de Programação Militar. É, sem dúvida, um passo estratégico no atual contexto internacional. A Europa vive tempos de incerteza, a guerra na Ucrânia não dá sinais de trégua, e o reforço da capacidade militar nacional é visto como uma necessidade. Mas há uma questão que não pode continuar a ser ignorada: Onde entra a segurança interna nesta equação? A defesa nacional começa dentro de portas É fácil pensar em Defesa como sinónimo de tanques, caças ou submarinos. Mas a defesa de um país começa no seu próprio território, todos os dias, através das forças de segurança que patrulham ruas, protegem populações, combatem o tráfico e mantêm a ordem. A GNR, por exemplo, é uma peça-chave desta segurança. E, no entanto, os seus postos por todo o país contam com efetivos reduzidos, viaturas obsoletas e instalações degradadas. Um exemplo claro é o posto da GNR de Armação de Pêra. Uma vila que recebe milhares de pessoas no verão e que, ainda assim, conta com poucos militares e um parque automóvel que envergonha qualquer país desenvolvido. Há viaturas a "cair de podre", que precisam de cobrir dezenas de quilómetros. Situação parecida ocorre em várias regiões do país, especialmente no interior e no litoral fora dos grandes centros. Dependência da União Europeia: um alerta vermelho O que é ainda mais preocupante é que a aquisição de viaturas e outros equipamentos básicos tem sido feita, muitas vezes, com fundos da União Europeia. As últimas viaturas entregues às forças de segurança, em 2025, vieram quase todas de projetos financiados por Bruxelas. Isto levanta uma pergunta fundamental: Se a nossa segurança interna depende da aprovação de fundos europeus, o que acontece quando esses fundos não estão disponíveis? Esta dependência não é sinal de uma gestão eficaz — é sinal de um problema estrutural. O risco de esquecer quem está cá dentro Enquanto os olhos do Governo estão postos na aquisição de novos sistemas para a Defesa Nacional, milhares de militares da GNR, da PSP e outros agentes enfrentam desafios diários com meios que envergonhariam qualquer força europeia moderna. É importante reforçar as Forças Armadas, claro. Mas não podemos esquecer que a segurança começa no território nacional, nas vilas, nas aldeias, nas cidades. Sem uma base sólida de segurança interna, qualquer esforço de defesa externa fica incompleto — ou até ineficaz. A conclusão é simples: Portugal precisa investir, sim, mas de forma equilibrada. Não há Defesa Nacional sem segurança interna forte, presente, bem equipada e devidamente valorizada. É hora de olhar para dentro. Porque proteger o país também é proteger quem está cá dentro.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Armação de Pêra em Alerta: A Insegurança Aumenta e a Junta Continua em Silêncio

No dia 26 de junho, publicámos aqui um alerta sob o título “Chega de promessas: Armação de Pêra precisa de segurança”. Infelizmente, desde então, em vez de vermos medidas concretas, o que assistimos é a uma escalada preocupante de criminalidade na nossa terra — e à indiferença total por parte dos responsáveis. A população está alarmada e com razão. Só na última semana, tivemos conhecimento de um espancamento brutal na Rua Álvaro Gomes, junto ao restaurante Tinirose. A vítima ficou em coma, com sequelas gravíssimas. É uma situação que ultrapassa todos os limites da tolerância. Também nos chegaram relatos de assaltos a estabelecimentos comerciais, como a loja do cidadão chinês na Rua Vasco da Gama, n.º 30, e ainda o roubo de dinheiro e jóias num apartamento do Edifício Vilamar I. Esta sucessão de crimes está a gerar medo e revolta entre os armacenenses. Enquanto isso, os responsáveis pela Junta de Freguesia mantêm-se “impávidos e serenos”, como se tudo estivesse bem. O atual tesoureiro e candidato à presidência da Junta parece mais empenhado em subir a palcos como apresentador de espetáculos do que em enfrentar a realidade dura que se vive nas ruas. Armação de Pêra não precisa de mais show — precisa de ação, liderança e segurança. A pergunta que se impõe é: quantos casos mais terão de acontecer até que algo seja feito? Estamos a tempo de mudar este rumo. A segurança não pode continuar a ser tratada como um tema secundário. O povo armacenense e os muitos turistas que nos visitam merecem respeito, tranquilidade e proteção. Chegou a hora de exigir mais de quem tem responsabilidades públicas. Não queremos um animador cultural à frente da Junta. Queremos um verdadeiro líder — alguém com coragem, visão e compromisso com a segurança de todos. Chega de silêncio. Chega de omissões. Armação de Pêra exige respostas. E exige já.

Emigrantes, integração e a defesa da nossa gastronomia

Quando se fala de emigração e integração, o debate costuma concentrar-se na língua, nos costumes, ou no respeito pelas leis e valores do país de acolhimento. Mas raramente se fala da integração ao contrário: do impacto da falta de integração do próprio país — neste caso, Portugal — no seu quotidiano, na sua identidade, e, em particular, na sua gastronomia. Em Armação de Pêra, como em muitos outros destinos turísticos do país, os restaurantes enfrentam uma escassez gritante de cozinheiros portugueses. A resposta tem sido recorrer a trabalhadores emigrantes, muitas vezes sem formação na cozinha tradicional portuguesa. Fazem o melhor que podem — e devem ser reconhecidos por isso — mas a verdade é que a nossa cozinha sofre com esta ausência de continuidade. A Dieta Mediterrânica, de que tanto nos orgulhamos e que é reconhecida como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, está a ser lentamente diluída. Em vez do filete de pescada com arroz de tomate, clássico das casas portuguesas, servem-se pratos de peixe indefinido com batatas fritas congeladas. A ditadura da batata frita tomou conta dos menus, como se Portugal tivesse aderido em massa ao “fish and chips”. E não, sardinhas assadas e lulinhas fritas não combinam com batatas fritas. Outro sintoma desta aculturação é a invasão das “tapas” nos menus. Em Portugal sempre se petiscou — com identidade própria, com produtos e receitas únicas. Temos salada de polvo, carapaus alimados, ovas de pescada com cebola e salsa, entre tantos outros. Para que nos serve adotar termos e conceitos de outras culturas, quando a nossa é tão rica e, muitas vezes, ignorada? É importante esclarecer: não se trata de rejeitar a presença de cozinhas internacionais, muito menos dos imigrantes que vivem e trabalham entre nós. Pelo contrário, a diversidade é bem-vinda. Mas há uma linha entre promover essa diversidade e permitir que ela substitua aquilo que é nosso, sobretudo em restaurantes que se apresentam como “tradicionais portugueses”. O turismo é, sem dúvida, um motor económico essencial para Armação de Pêra. Mas ele deve apoiar — e não apagar — a autenticidade local. Os turistas não nos visitam para comer o que já conhecem dos seus países, mas para experimentar o que nos torna únicos. Se deixarmos de ser nós próprios, se destruirmos o nosso património gastronómico, perdemos uma das nossas maiores riquezas. É urgente investir, de forma consistente, na formação dos trabalhadores das nossas cozinhas. Se não temos portugueses suficientes para estas funções, então cabe-nos formar os que cá estão. Integrar também é ensinar. E transmitir a cultura gastronómica local é uma forma poderosa de preservar a identidade. A defesa da nossa gastronomia não se pode limitar a festivais sazonais ou campanhas pontuais. Precisa de uma estratégia a longo prazo, de políticas públicas locais, de envolvimento da comunidade e, acima de tudo, de orgulho no que somos. Porque se não formos nós a cuidar da nossa identidade, ninguém o fará por nós.

domingo, 6 de julho de 2025

12 de Outubro: O Dia em Que Armação de Pêra Pode Mudar de Rumo

Chegou o momento de decidir. No próximo 12 de outubro, os mais de 5.000 eleitores de Armação de Pêra têm uma missão essencial: votar. Não é apenas mais uma eleição. É a oportunidade de pôr fim à estagnação e abrir caminho a uma nova visão para a nossa terra. Armação de Pêra merece mais. Merece liderança, ação e compromisso com as pessoas. Merece uma freguesia cuidada, viva, com oportunidades reais para quem cá vive e trabalha. Merece escutar os seus cidadãos – não apenas em tempos de campanha, mas todos os dias. 🚨 Chega de promessas vazias. Chega de mais do mesmo. 📅 Marque esta data: 12 de outubro. Este é o dia em que pode virar a página e dizer: basta! É tempo de mudança. Cada voto conta. Cada escolha tem peso. E é com a força de todos que podemos devolver esperança, dignidade e progresso a Armação de Pêra. 🔁 Está na hora de mudar. Está na hora de fazer história. Está na hora de escolher um novo rumo.

sábado, 5 de julho de 2025

"Mais no fim do mês, menos no fim do ano: o efeito perverso da nova retenção de IRS"

O governo anunciou com pompa e circunstância a descida do IRS e a alteração das tabelas de retenção na fonte, uma medida que, à primeira vista, agradou a muitos portugueses. Com mais dinheiro disponível todos os meses, muitos celebraram o alívio imediato no orçamento familiar. Mas agora, passados os meses de euforia silenciosa, chega a ressaca: milhares de portugueses estão a descobrir que deixaram de receber o tão esperado reembolso de IRS — e, em muitos casos, ainda têm de pagar. Durante anos, os reembolsos foram vistos como uma espécie de “subsídio de férias involuntário” — um balão de oxigénio para despesas imprevistas, para a poupança, ou para aquela escapadinha de verão. Ora, com as novas regras, esse dinheiro deixou de ser “retido em excesso” ao longo do ano, o que significa que os contribuintes o receberam antecipadamente... e gastaram-no. Resultado: agora que o fisco faz as contas finais, o reembolso desapareceu e, para muitos, deu lugar a uma fatura inesperada. A maioria dos portugueses não tem formação fiscal e não acompanha as alterações técnicas às tabelas de retenção. Não é por ignorância, é porque não tem de ser obrigação de cada cidadão ser especialista em impostos. Cabe ao Estado — neste caso, ao Governo — comunicar de forma clara, transparente e pedagógica as consequências destas mudanças. Isso não aconteceu. Em termos macroeconómicos, é verdade que o consumo privado não desceu. O dinheiro que antes era retido pelo Estado foi usado ao longo do ano. Mas, ironicamente, regiões como o Algarve — particularmente zonas como Armação de Pêra, que dependem do consumo sazonal e do turismo interno — estão agora a sentir o impacto. Se as famílias gastaram mais no dia a dia, há menos margem para férias e escapadinhas. A medida que dava a sensação de “dinheiro extra” acabou por minar o próprio setor que mais beneficia do rendimento disponível no verão. Mais preocupante ainda é o desequilíbrio psicológico que esta alteração criou: muitas famílias fizeram planos com base no hábito — “no IRS recebo sempre uns trocos” — e agora veem-se a braços com contas por pagar ou férias por cancelar. Isto não é apenas um problema económico, é uma questão de confiança entre o Estado e o cidadão. Sim, a lógica da nova retenção é tecnicamente mais justa — paga-se o imposto mais próximo do que se deve realmente — mas é essencial que mudanças deste tipo venham acompanhadas de informação clara, campanhas públicas e até simuladores acessíveis. Porque mais de 50% da população portuguesa, segundo os dados, tem dificuldades em compreender conceitos básicos da fiscalidade. E não podemos legislar como se todos fossem especialistas. Uma boa política fiscal não é só aquela que alivia o bolso. É a que protege o contribuinte da surpresa — e o informa com verdade. Mais do que baixar impostos, é preciso não baixar os braços no dever de explicar.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Não Aconteceu no Algarve, Mas Podia Ter Acontecido: Um Espelho Trágico do SNS

Quando a burocracia e a frieza substituem o cuidado e a empatia, morrem mais do que vidas — morre a confiança. Não aconteceu no Algarve. Mas podia. E, com o estado a que chegou o Serviço Nacional de Saúde, é quase certo que voltará a acontecer — em qualquer ponto do país. Uma mulher grávida andou mais de três horas à procura de uma urgência que a recebesse. No final, o bebé morreu. E o que ouvimos da boca da responsável governamental? Que a assistência foi "adequada" e que os procedimentos foram "cumpridos". Dizer isto já seria grave na boca de qualquer político. Mas ouvir tais palavras frias e burocráticas de uma mulher, uma mãe — alguém que se presume compreender o drama de outra mulher em desespero — é profundamente monstruoso. A resposta desumaniza, não só o caso concreto, mas todos os que enfrentam diariamente um sistema que já não responde, já não protege, já não cuida. Não costumo escrever sobre política nacional. Mas há momentos que transcendem a política. Há respostas que não podem passar em branco. Há omissões que são, por si só, atos de violência. A política de saúde não pode ser uma máquina de desculpas. Quando um bebé morre por falta de resposta do Estado, não há relatório que justifique. Não há protocolo que conforte. O mínimo que se exige é empatia. O mínimo. Quando governar se torna uma questão de gerir danos de imagem e não de cuidar das pessoas, o problema não é só do SNS. É um problema de humanidade. E, honestamente, alguém que responde a uma tragédia destas com frieza técnica e frases ensaiadas não merece continuar a ocupar um cargo de responsabilidade pública. Não por vingança. Mas por justiça. Por dignidade. Por respeito às vidas que se perderam — e às que ainda se podem perder.

Armação de Pera: De olhos postos na areia: esgotos de terraços continuam a correr para a praia – agora através de um tubo enterrado

Depois das denúncias públicas feitas nos dias 14, 22 e 28 de junho sobre os esgotos provenientes da limpeza de terraços a correr diretamente para a praia, verificámos recentemente uma "solução" que mais parece uma tentativa de encobrimento do problema: os resíduos continuam a ser descarregados, mas agora através de um tubo discretamente enterrado na areia. A situação, longe de estar resolvida, levanta ainda mais preocupações ambientais e legais. A aparente tentativa de esconder o escoamento de águas residuais não resolve a questão da contaminação do solo e da orla costeira – apenas a dissimula. Recorde-se que qualquer solução que envolva a infiltração de esgotos nos terrenos arenosos junto à praia poderá estar sujeita à aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), especialmente tratando-se de zona costeira e de eventual contaminação de águas subterrâneas. Coloca-se agora uma nova questão: Estão a Câmara Municipal de Silves e a Junta de Freguesia informadas desta alteração? E, se sim, concordam com esta solução subterrânea que apenas desvia o problema da vista, sem o eliminar? Os cidadãos têm o direito de exigir respostas. É fundamental garantir que práticas deste tipo não se tornem norma e que o ambiente costeiro seja devidamente protegido. Pedimos esclarecimentos às autoridades competentes e apelamos à intervenção da APA para avaliar a legalidade da solução implementada.

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