O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sábado, 6 de agosto de 2011

Plano de pormenor da Praia Grande: a ignorância e a frieza de verdadeiros inimigos públicos!






A divulgação, por iniciativa do vereador Fernando Serpa, da acta da reunião extraordinária realizada em 30 de Julho de 2011 sobre o plano de pormenor da Praia Grande, voltou a colocar na ordem do dia a discussão sobre o ordenamento do território em Armação de Pêra.

Fica mais uma vez demonstrado que a preocupação da câmara de Silves e dos seus responsáveis políticos consiste em esgotar os recursos naturais da freguesia com manifesto prejuízo, no imediato para quem cá reside durante todo o ano e, mediatamente para a economia nacional que no turismo tem um activo essencial.

O seu único objectivo é sacarem as mais-valias provenientes das licenças de construção e do IMI e não o desenvolvimento integrado do concelho.

Estes autarcas vereadores ainda não entenderam que a crise da infra-estrutura urbana que desenhou e sustentou o actual desenvolvimento urbano chegou ao fim de um ciclo.

É verdade que o turismo é a actividade económica que, mesmo em crise, tem sustentado a economia nacional, mas também é verdade que o Algarve tem perdido visitantes.

A economia da região não se consegue sustentar se se continuar a basear o “desenvolvimento” no betão e no turismo de Sol e praia, bastando olhar para a taxa de desemprego que afecta a nossa região para se perceber que assim é.

Os decisores políticos, entre muitas outras ocupações, têm de ser capazes de ver mais longe, integrando no seu quadro de decisão factores, como as alterações climáticas, o aumento da classe média que hoje se verifica a nível mundial e o aumento dos custos dos combustíveis, que vão provocar alterações substanciais na forma como nos organizamos e como a economia da nossa região vai ser afectada.

Os responsáveis devem conseguir distinguir entre o que é estruturante e o que é conjuntural na consolidação do ordenamento do território – entre "estrutura"e “acção” e a sua aplicação à actividade do planeamento (dos sistemas e das praticas) e da separação entre o espaço da política e das políticas.

E se não forem capazes, têm o dever de reconhecer as suas limitações, conformando-se a procurarem ajuda de quem sabe! Como qualquer ignorante responsável!

Claro que muito ajudaria, para que tal conhecimento determinasse a acção desses responsáveis, que o sistema de governança fosse aberto, inclusivo, e legítimo como o processo de consolidação dos espaços urbanos.

Mas também para isso precisavamos de gente de outra qualidade. Poderiam continuar ignorantes embora não necessariamente, mas teriam de ser responsáveis e intelectualmente sérios.

Para a prática do planeamento, a legibilidade do sistema significa capacidade de "transportar" a visão, os desafios e os princípios estratégicos para as políticas e para os projectos que conformam essa visão, garantindo a sua credibilidade e legitimidade, ou seja, o respeito a parâmetros que asseguram direitos e deveres dos "stakeholders", a distribuição de competências, a definição de critérios (de avaliação, de responsabilização) e o controlo na distribuição de recursos, coisa que esta administração não têm, nem dá mostras de querer vir a ter.

O problema é que é esta gente que vai decidindo o futuro colectivo convencida que na legitimidade politica, que obviamente têm, cabe até o próprio suicidio!

É falso! Contribuir, directa ou indirectamente, expressa ou tácitamente, para a delapidação dos recursos naturais de Armação de Pêra, não cabe materialmente nos poderes que lhes foram conferidos e constitui um crime, tão mais grave quanto aqueles são mais escassos em resultado do conjunto de abusos anteriores.Tão mais grave quanto mais a economia nacional carece de meios, designadamente de exportação.

Trata-se, nesta conformidade, de mais uma acção de verdadeiros inimigos públicos!

7 comentários:

Corre Costas disse...

A actuação do município de Silves; mais concretamente da sua presidente, na gestão do património público, sobretudo o natural, é muito mais perversa do que as mentes bem intencionadas possam pensar! por detrás da cada atitude, despacho ou aprovação está sempre presente o golpe!, a ilegalidade! A execução apressada do Plano de Pormenor da Praia Grande, ao arrepio das queixas do proprietários lesados e dos processos em curso no Ministério Público contra a referida execução, são um incentivo extra para a Sra Presidente fazer acelerar mais esta negociata. O polvo do BPN também aqui está presente, já não chega os 2.5 mil milhões que os portugueses têm de pagar pelas falcatruas dos(as) amigos(as) do(a) presidente, querem também ficar com o nosso património natural!!! Ninguém faz para esta canalha?!! A justiça não funciona nesta País??!!
Chega de de lapidação!! Roubo!!! em bom português!!
Os milhões sacados ao BPN (a nós!)para as negociatas da Marina de Albufeira e a megalómana construção nas dunas e zonas naturais da Praia Grande ainda mexe!! o monstro tentacular continua vivo!! não haverá justiça que ponha fim a esta malfadada Hidra? que nos destruiu, descaracterizou, vendeu e se apropriou do mais valioso património que nos legaram!!????
Chega!!!

Anónimo disse...

Pessoas que não querem que armação se desenvolva é que fazem afirmações destas.
Ou será antes ignorância?

Corre Costas disse...

Já cá temos tanto desse "desenvolvimento" que para além das monstruosidades urbanas, destruição desta que já foi considerada a melhor praia de Portugal, o fez foi encher as contas bancárias de alguns "pato-bravos" e de gente sem escrúpulos, cujo único objectivo é enriquecer à custa da degradação de Armação de Pêra, hoje considerada o paradigma nacional da aberração e caos urbanístico.
Eu compreendo que seja "ignorância" não defender os seus objectivos, senhor anónimo, mas porque sou armacenense e amo a minha terra, não quero que parasitas ou ratos como você, a continuem a destruir.

Anónimo disse...

ò Sr. Anónimo, se este projecto for prá frente, Armação de Pera fica para Pêra como Quarteira para Vilamoura! Devia de ter visto a ganância que os advogados dos investidores apresentaram na Cãmara! ( Deve ser sinal que este empreendimento " não vale nada" )Abra os olhos!!!!!Ou acha que quem lá vai investir, depois vem passear a Armação ou gastar cá o seu dinheiro! Vai para Albufeira ... Informe-se antes de questionar os armacenenses sobre o que é bom para a nossa Terra!

Corre Costas disse...

O que para a Praia Grande está previsto, é outro monstruosidade como a que fizeram na Praia dos Salgados.
A ganância dos advogados dos pseudo-investidores é a de querem justificar ai, o desaparecimento dos milhões de euros em incumprimento no BPN, em cujo processo, os Irmãos Cavaco, são arguidos. Os tentáculos do polvo procuram apoderar-se do escasso património natural ainda não destruído, com a participação activa da presidência da Câmara de Silves! vá-se lá saber quais os interesses particulares em jogo!?

Anónimo disse...

CORRE COSTAS VE SE VAIS É TRABAHAR EM VEZ DE ANDARES A TE METER NA VIDA DE QUEM QUER TRABALHAR E FAZER ALGO...............

Corre Costas disse...

Trabalhar é coisa que sempre fiz, sem tramar a comunidade, nem viver à custa dos outros. Esse trabalho a que se refere; Sr Anónimo, deve ser qualquer coisa como. "sacar o que for possível, à custa da destruição do património público e do acimentar a Praia e Vila de Armação de Pêra e arredores" Estamos fartos desses agiotas e oportunistas!!!

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