Muitos do problemas que assolam as sociedades contemporâneas, de forma mais sofisticada, não passam de lugares comuns na história da humanidade, mais concretamente na história das sociedades ocidentais.As comunidades e os cidadãos que as integram têm memoria curta e é exactamente na história e nas suas múltiplas versões parcelares que vão ficando registados os factos, as reacções aos mesmos, os avanços e os saltos que se foram verificando ao longo dos tempos.
Sucede que a memória histórica, que se encontra ali mesmo à disposição de qualquer um, é muito menos consultada, muito menos estudada, numa palavra, muito menos útil que aquilo que deveria ser.
De qualquer forma os avanços civilizacionais (nem todos)vão-se consolidando e um Estado democrático zela por fazer reproduzir na sua legislação, a grande parte dessas conquistas.
Sendo igualmente certo que os inimigos destes avanços e da liberdade, desde muito antes do incêndio da Biblioteca de Alexandria, que passou a constituir um exemplo de atentado ao conhecimento, à cultura e ao desenvolvimento e por isso mesmo citado a este propósito desde então (645 d.c.), assumindo formas diversas caracterizadas consoante os tempos, são, na verdade, da mesma estirpe dos amigos da opacidade ou mesmo da ignorância dos outros, nas quais veem as condições ideais para agirem impunes, a seu bel prazer, de acordo com as suas próprias regras, as únicas que conhecem.
Vem tudo isto a propósito de transparência na administração!
A declaração dos direitos do homem e do cidadão, de 1789, no seu artigo 15º refere que:
“A sociedade tem o direito de pedir contas a todo o agente público da sua administração”.
A sociedade civil, que tomou o seu destino nas próprias mãos, tratou de garantir direitos que nunca existiram na esfera juridica dos cidadãos, porquanto constituíam privilégio do déspota, Chefe Soberano, o Rei Absoluto.
Cautelarmente e para que não restassem dúvidas os inspiradores teóricos da revolução francesa, que instituiu o estado democrático moderno, trataram de assegurar esse direito elementar, atenta a nova construção do estado e do facto do poder soberano assentar no povo.
Esta sim uma verdadeira revolução!
Num ápice, caindo na real e na micro realidade do nosso concelho, não conseguimos descortinar como é possível, na sociedade da comunicação, as actas das reuniões da câmara e da assembleia municipal, dos documentos de prestação de contas e o plano e orçamento, não se encontrem difundidas publicamente, designadamente através do portal da Câmara Municipal, como seria natural e expectável por qualquer observador moderadamente atento, em Portugal, no ano de 2010!
Esta politica de opacidade, mãe de todos os obstáculos à transparência têm raízes históricas e na história do exercício do poder, que remontam (para dar sentido à introdução deste texto) pelo menos ao incêndio da Biblioteca de Alexandria.
São, por isso, bem conhecidas, pelo que, quem as prossegue só pode enganar os tolos!
Pode no entanto suceder que, quem as prossegue, seja só...ineficiente e pouco preparado democraticamente!
Na verdade, temos muita vez a noção que tal opacidade não passa de uma falta grave de cultura cívica, de consciência dos deveres e direitos de cidadania da comunidade e são baseados numa prática politica perversa assente no segredo e, naturalmente, numa grande resistência à mudança por parte desta administração caduca.
Certamente que a não divulgação dos documentos referidos no portal do Município, não terá sucedido por falta de recursos, por ausência de competências ou por dificuldades tecnológicas.
Se até ao mandato anterior ainda se compreendia, dentro da mesma lógica então apurada pela maioria objectiva do PSD, que a divulgação desses documentos fundamentais tivesse que ser feita através do blogue do Dr. Manuel Ramos, actualmente, não tendo Isabel Soares a maioria na Câmara, temos grande dificuldade em aceitar que a oposição não se consiga unir e exigir que estes documentos sejam tornados públicos para que todos os cidadãos tenham a possibilidade de os conhecer, acedendo à informação de forma fácil, promovendo assim uma cultura de participação e proactividade.
Os vereadores da oposição têm, hoje como ontem, deveres para com os seus representados que não se podem diluir na pequena politica e eclipsarem-se da sua prestação. De entre eles, aqueles que integram o conceito de administração aberta, aliás dever consignado constitucionalmente.
Dantes já tinham esses deveres, embora talvez não dispusessem de poder para os implementar.
HOJE, para além dos deveres que sempre tiveram, têm o poder para cumprir o seus mandatos em conformidade com os valores democráticos consignados na Constituição da República.
Só lhes falta exercê-los, o que não é pouco, nem aceitável ou tolerável!
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
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6 comentários:
Eis um exemplo, bem actual da pertinência da questão levantada:
Está marcada para o próximo dia 06 de Julho, pelas 21h30,em Armação de Pêra, uma Assembleia de Freguesia Ordinária? - A Lei 219/99 diz que deveria acontecer durante o mês de Junho - O ponto único da ordem de trabalhos é: Informação geral sobre a actividade da Junta de Freguesia. O Relatório e Contas referentes ao ano de 2009, que por Lei, deveriam ter sido apresentados na Assembleia Ordinária realizada no passado mês de Abril, ainda não são desta que a Assembleia de Freguesia e a população em geral têm conhecimento de como foram geridos os dinheiros e o património da autarquia. O Relatório e Contas do ano de 2008, só foram apresentados em 08 de Janeiro de 2010, quase um ano depois do que a Lei obriga.
É esta prática de desrespeito perante os deveres de transparência, dignidade e democracia, no exercício dos cargos públicos, que tem que ser erradicado, acabando de vez com o despotismo do "Quero, posso e mando". Já seguiu uma queixa para o IGAL perante tão anómala situação, mas só com a participação activa de todos os cidadãos na defesa dos interesses da sua comunidade, será possível pôr cobro a esta "pouca vergonha"
Festival da Caldeirada CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES PROMOVE 12º EDIÇÃO DE FESTA GASTRONÓMICA EM ARMAÇÃO DE PÊRA
A 11ª edição do Festival da Caldeirada de Armação de Pêra, organizado pela Câmara Municipal de Silves, com a colaboração da Junta de Freguesia e dos empresários de restauração desta vila, tem lugar nos próximos dias 2, 3 e 4 de Julho.
Ao longo destes dias haverá animação musical, mas precisamente:
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no dia 2 de Julho, pelas 22h00, estará presente, junto à Lota, o Grupo Folclórico Amigos de Montenegro;
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no dia 3 de Julho, à mesma hora e no mesmo local, será a vez de actuar o grupo de Música Tradicional portuguesa Nem Truz Nem Muz;
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no dia 4 de Julho haverá um festival de percussão, designado RUFALGARVE, com os grupos Percutunes, Bomboémia e Ecludir Azul, que percorrerão a vila, desde o Hotel Garbe até à Lota, a partir das 21h30.
Esta festa, na qual o Município promove uma das mais significativas marcas culturais gastronómicas da vila de Armação de Pêra, congrega diversos restaurantes, que durante os dias do evento incluirão, nas suas ementas, a Caldeirada feita à moda dos pescadores de Armação de Pêra. Habitualmente comida a bordo das embarcações, numa vasilha colectiva, acompanhada do bom e suculento pão caseiro e dos vinhos produzidos no concelho – “Vinhos de Silves”-, ou feita em casa, por mulheres cheias de saber, como a conhecida “Ti Chica Serol” (uma cozinheira armacenense já falecida, famosa pela confecção deste prato), a caldeirada é, por excelência, o acepipe mais marcante da gastronomia tradicional desta localidade.
Promover este saber tradicional e a preservação das receitas e das memórias do povo do concelho é o grande objectivo da autarquia, ao promover mais uma edição deste Festival.
Para mais informações sobre esta acção, os interessados deverão contactar o Sector de Turismo da Câmara Municipal de Silves, através do telefone 282 440 800.
Este festival não passa de mais um insulto aos Armacenenses.
Este ano resolveram abrir esta fantochada,com um ranchinho.
Isto é o que Silves têm para oferecer às centenas de pessoas que vêm para Armação de Pêra e aos contribuintes da vila,e só,depois vem os bailaricos,tão "pimbalhões" quanto os nossos deslumbrados governantes.
Quando vi o olhar tresloucado e eufórico do sr. Rogério Pinto a dirigir-se à meia dúzia de pessoas que se juntaram a observar este pobrezinho evento,não pude deixar de, mais uma vez,sentir que esta gente perdeu, por completo, a noção do ridiculo.
Estamos entregues à bicharada,isso é que é, a vergonha é tão pouca que ainda se põem a fazer propaganda.
Não gostamos,os turistas fartaram -se de gozar com a situação,perguntam para quando um investimento sério em termos de espectáculos.
Moços,tenham vergonha!!!
Armação de Pera como a que conhecemos e onde desde crianças passamos férias já não existe........
cada novo artigo é mais uma acha para a fogueira de algo que não para de arder mas que ninguem deixa apagar que tristeza
Peço desculpa, mas no que respeita ao rancho, julgo que o sr residente não percebe nada de tradição e se calhar até julga que a caldeirada é o último grito da moda
Não peça desculpa,deixe isso para quem têm essa obrigação.
Não é bem de tradição que falei,o sr. anónimo faz lembrar os nossos representantes ,passam a vida a desconversar,tem dificuldade em entender as mensagens que lhes transmitimos.
É um absurdo o que se passa em A. de Pêra,esta terra está entregue a ninguém,mas têm dono.
Estes pobrezinhos acontecimentos ,que teimam em apelidar de eventos só servem para expôr a vila ao ridiculo.
De qualquer forma aceito as suas desculpas,pode bem ser um dos culpados...
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