O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Boys, Jobs e os vicios que nos assaltam os bolsos, para os manter...

Houve um tempo em que o jobs for the boys era um slogan com alguma nobreza e era usado por empresas norte-americanas para prometer emprego aos boys ou soldados, quando estes regressassem da Grande Guerra. Hoje, a expressão perdeu qualquer conotação patriótica e assumiu a sua conotação partidária, de cunha, de partidarização e de colonização da coisa pública.

Faz agora 20 anos que António Guterres, acabado de ganhar as legislativas, anunciava a boa nova: "Acabaram-se os jobs for the boys.”
Mas não, não acabaram. Dar um tacho a um militante dedicado continua ser o pão nosso de cada dia. No ano passado, uma investigadora da Universidade de Aveiro analisou 11 mil nomeações para cargos públicos feitas durante dois governos do PS (Guterres e Sócrates) e um governo do PSD-CDS (Durão Barroso/Santana Lopes).

A conclusão, sem surpresas, é que a maioria das nomeações serviu para recompensar lealdades partidárias.
Foi em 2012, e para tentar acabar com os jobs for the boys, que Pedro Passos Coelho criou a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CRESAP). Este novo organismo tinha como principal objectivo tornar o processo de recrutamento para cargos públicos mais dependente da meritocracia e menos dependente da fidelidade partidária.
Ter cartão partidário está longe de ser sinónimo de competência. Como fez questão de lembrar Paulo Morais, da Transparência e Integridade, “só por milagre um boy de uma juventude partidária, habituado a organizar jantares e comícios, consegue fazer um bom trabalho num organismo público”.

Passos Coelho ousou fazer aquilo que nenhum outro líder partidário fez no passado. E tem esse mérito. E merece esse reconhecimento. Mas da teoria que tentou aplicar à prática vai uma grande distância.

A CRESAP sempre funcionou aos solavancos e desde que foi criada já teve episódios que pouco a dignificaram. Ainda todos se lembrarão do caso de Francisco Almeida Leite, o ex-secretário de Estado de Paulo Portas. Quando Portas subiu a vice-primeiro-ministro, Francisco Almeida Leite ficou sem emprego e o seu nome foi então proposto para ser administrador da Sofid.

Apesar de não ter experiência no sector financeiro e bancário, a CRESAP aceitou o seu nome para desempenhar o cargo, mas recomendou “vivamente” que ele fosse tirar um curso de Gestão para se inteirar das matérias financeiras. Resumindo, Francisco Almeida Leite foi ocupar um cargo para o qual, segundo a CRESAP, não tinha qualificações, mas em todo o caso foi aceite desde que fosse estudar.

Ainda bem que não estamos a falar de um médico. Imaginem o que era estar a estudar Medicina de manhã e ter de ir ao hospital à tarde operar algum desgraçado.

O tema dos boys regressou esta semana à agenda depois de o Jornal de Negócios ter noticiado que o Governo tinha feito 14 nomeações definitivas para as direcções dos centros distritais da Segurança Social, em que todos os nomeados tinham algo em comum: um cartão do CDS ou do PSD. Nos concursos terão participado quase três centenas de candidatos. Claro que haverá nomeados com alguma ou bastante experiência no sector, outros nem por isso. Daí a serem todos militantes dos partidos da maioria é uma grande coincidência.

E coincidência é o facto de a Segurança Social estar agora a ser tutelada por Pedro Mota Soares do CDS que em 2011 foi ao Parlamento reclamar contra José Sócrates e contra as nomeações de boys feitas pela ministra Helena André. Na altura, o CDS apresentou um powerpoint em que mostrava que muitas das nomeações, precisamente para os centros distritais, se referiam a pessoas ligadas ao PS e questionava: “Mas quem são estas pessoas?” “Qual a ligação ao Partido Socialista?” Três anos volvidos, e agora no Governo, devemos perguntar a Pedro Mota Soares: “Mas quem são estas pessoas?”

O que aconteceu na Segurança Social e o que está a acontecer em quase todas as nomeações deste Governo, é relativamente fácil de explicar.
Quando se criou a CRESAP, não houve tempo para se fazer concursos em simultâneo para todos os cargos de chefia de uma assentada. Logo, o Governo aproveitava o chamado "regime de substituição" para nomear dirigentes de forma temporária até que se realizassem os concursos da CRESAP. Foi uma inundação de boys e girls. O problema é que grande parte dessas nomeações acabou por servir para dar currículo aos boys que mais tarde vieram a participar nos concursos da CRESAP numa situação mais vantajosa. Os próprios ministérios muitas vezes pediam candidatos com exigências feitas à medida dos que já lá estavam ou dos que queriam que lá fossem parar. E assim foi.

Da short list de três candidatos que a CRESAP é obrigada a fazer, o membro do Governo em questão escolhia invariavelmente, claro está, aquele que vinha com um cartão de filiação partidária.

Resumindo, é uma forma legal e mascarada de continuar a fazer as coisas à moda antiga. João Bilhim, presidente da CRESAP, confrontado com a inundação de boys nos centros distritais da Segurança Social reconhece que “usou-se e abusou-se da figura do regime de substituição”. Mas defende-se dizendo que “os boys antigos não passavam previamente por nenhum crivo". "E estes senhores e senhoras nomeados para a Segurança Social têm uma vantagem relativamente às anteriores nomeações: é que pelo menos tiveram um selo de qualidade dado por uma entidade administrativa independente.”

A tese de Bilhim – de que os boys de hoje, com um carimbo oficial, não são os boys de antigamente – faz lembrar aquela música da homenagem ao malandro do Chico Buarque:

Agora já não é normal

O que dá de boys regular, profissional

Boys com contrato, com gravata e capital

Que nunca se dá mal

Uma homenagem aos boys do PS, PSD e CDS
PEDRO SOUSA CARVALHO
13/02/2015 - 01:31
“Mas quem são estas pessoas?”, perguntava o CDS em 2011 para criticar osboys do PS. E agora, Mota Soares?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Real de Madrid: Em nome de quêm?

Após contrato milionário de patrocínio com banco árabe o Real Madrid modifica o seu símbolo para não ofender os muçulmanos.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Já Jesus dizia que é mais difícil um rico entrar no reino nos céus que um camelo passar num buraco de uma agulha.

Aos 69 anos, Teresa Paiva é a maior especialista portuguesa em sono. A neurologista lançou esta semana uma revista digital onde espera recuperar o interesse dos portugueses pelo tema. Diz que a crise provocou mais noites em claro mas defende que pode ser uma oportunidade para pensar o que andamos a fazer às nossas vidas, já que diagnostica um problema de fundo: esquecemo-nos de que temos limites.

Como surgiu o seu interesse por esta área?
Era neurologista em Santa Maria e no início dos anos 80 havia uns equipamentos novos para monitorizar os comas. Como pesavam e das primeiras vezes que os levei para os cuidados intensivos fiz uma ciática, deixei de os usar. Calhou acompanhar dois doentes no hospital, um que fez uma paragem respiratória e outro que tinha uma grande sonolência. Voltei a pegar nas máquinas e descobri que tinham apneia do sono. A partir daí especializei-me.

Puro acaso então?
Sim e ainda bem. As coisas são mais bonitas quando surgem. O sono tornou-se a minha paixão. Passamos um terço da vida a dormir e durante esse tempo exercem-se funções essenciais à nossa sobrevivência. O sono resulta de anos e anos de aperfeiçoamento biológico, não é trivial.

E está cada vez mais ameaçado?
Sem dúvida. Tenho cada vez mais doentes. Cada vez mais as pessoas pelas dificuldades da vida e pelos traumas que experienciam não dormem bem.
Não existe também um problema cultural? É normal haver comentadores em estúdio nas televisões noite dentro?
Também me faz muita confusão. Ainda estou à espera que um dia se comparem os nossos horários televisivos com outros países europeus. Na Alemanha ou em Inglaterra, a partir de certa hora passam repetições, não há programas em directo. Parece-me que será uma característica muito nossa. E lesiva, porque depois acordamos à mesma hora que os nossos congéneres dos países nórdicos. 70% dos portugueses deitam-se depois da meia-noite. Estou interessada em encontrar uma explicação.

Tem alguma suspeita?
Pode haver uma explicação biológica mas penso que perdemos um bocadinho a noção de que temos limites. Os portugueses acham que têm os poderes de Deus Nosso Senhor, que podemos fazer tudo o que nos dá na real gana.

Só os portugueses?
Sei que fazemos coisas que não se vêem tanto lá fora. Muitas pessoas chegam a casa às dez da noite do trabalho, temos os ginásios sempre abertos, treinos depois das nove, mesmo dos miúdos. Parece-me que há uma falta de bom senso. Eu, mesmo sendo noctívaga, sei que tenho de ter cuidado e não posso ficar acordada até às 3 ou 4 da manha, se não no dia seguinte não trabalho de manhã ou não estou em condições. Esta noção de que temos de ter bom senso e há limites é essencial e acho que a esquecemos. Digo portugueses pois parece-me que isso se tem verificado noutras áreas: falou-se disso com os créditos, com os empréstimos, parece que algo nos faz perder o autocontrolo. Não sei se o nosso clima, termos sido descobridores...

Está a dizer que estamos a viver acima das nossas possibilidades biológicas?
É isso. Há coisas que nos deviam fazer pensar. Olho para um indivíduo como o Ronaldo, que admiro imenso, e faz-me pensar. Sabe que tem limites e que respeitá-los é importante para ter sucesso. Dorme a sesta, não anda no forrobodó.

Surpreende-se com o estilo de vida das pessoas?
Ainda me surpreendo, o que é incrível passados 30 anos a trabalhar nesta área. Há pessoas que não têm qualquer tipo de horário ou padrão, o que é uma catástrofe em termos de saúde. Outra coisa que acho assustadora nos últimos tempos é a quantidade de filhos a dormir com os pais. Agora com os divórcios isso aumentou muito. Vai achar esquisito, mas temos pessoas com 25, 27 e 30 anos a dormir com os pais, o que tem efeitos devastadores em termos psicológicos.

Pensei que estivesse a falar de crianças...
Mesmo se fossem crianças já era mau. As crianças devem ficar autónomas no sono nos primeiros dois anos de vida para serem adultos autónomos. Não devem adormecer na cama dos pais, quando muito ao fim-de-semana de manhã, uma excepção. Mas há mais problemas: pessoas que se deitam de manhã e depois não fazem nada todo o dia. Há pessoas assim porque têm uma doença, mas temos também pessoas que ficaram assim resultado de uma situação de desemprego. Outro problema comum é a dança das camas. A mãe adormece na cama do filho, depois vai para cama dela, depois o filho vai para lá, depois o pai sai da cama. A trapalhada completa. Portanto, primeira dica: cada um na sua cama.
Sim, é essencial. Mas acho que isto mais uma vez tem a ver com a nossa dificuldade em impor limites. Muitos pais, pela culpa de chegarem tarde a casa, depois têm dificuldade em ser assertivos e isto repercute-se na educação das crianças.

A privação de sono causa o quê?
Pessoas mais infelizes, com problemas de memória, maior risco de depressão. Não é irrelevante. Gera mais risco de acidentes, menos rendimento. Um estudo norueguês provou no ano passado que as mulheres que trabalham muitos anos por turnos nocturnos têm risco acrescido de cancro. Não estamos a falar de coisinhas... Sabe-se também que os depósitos de amilóide, ligados às demências e doenças como o Alzheimer, só se criam quando estamos acordados. Temos notado um aumento das queixas de falta de libido. Também isto pode estar ligado ao sono: os homens produzem a testosterona durante a noite.

Dormir de mais também é mau?
Sim, mas menos comum. Um adulto deve dormir oito horas. Dormir mais de dez, ou é doença ou vai dar doença. Principalmente, tem de ser pensar que o sono é importante mas sem dramatismos. Não se pode dormir de mais nem de menos, como não se pode comer de mais nem de menos. A única diferença é que se quiser comer três bifes, pode ser difícil mas esforça-se e come. No sono, quanto mais se esforça para dormir menos dorme. Agora, ficar uma noite sem dormir não tem problema, ninguém morre por isso e não é preciso ir a correr tomar remédios.

Há alguma privação de sono mortal?
Nos humanos não é conhecida. Há uma associação a maior risco de doenças consoante a duração da privação, mas não há uma overdose. Eu própria já estive três meses sem dormir quando parti uma perna, com as dores.

Três meses? E não tomou nada?
Deus me livre! Eu sabia por que é que era, tinha dores e aquilo havia de passar.

Mas prescreve medicação, certo?
Sim, com certeza. Mas pessoalmente só tomo quando é mesmo necessário. Acredito que o estilo de vida é essencial.
Mas ter passado três meses sem dormir…Não transformei aquilo em agonia. Ficava sossegadinha a deixar passar a noite. E aquilo passou. Um dos conselhos é não embandeirar. Quando as pessoas entram em pânico por não conseguir dormir então é que passam a dormir mal. Não se deve andar a falar disso mas procurar ajuda. Hoje sabe-se que os problemas de sono não são só psicológicos, podem resultar de tensão alta, problemas renais.

Mais conselhos?
Não se deve levar preocupações para a cama. Se está muito agitado, pode anotar tudo antes de se ir deitar, ter um “caderno de preocupações”. Não se deve estar a trabalhar até à última. Não se deve fazer actividades muito activas, ginástica.

E o sexo?
Sexo é das poucas excepções, até é recomendado. Dá prazer e ajuda a relaxar. A maioria dos conselhos são do senso comum, o pior é que as pessoas não os seguem. Jantar duas horas antes de ir dormir, até a Oprah Winfrey diz isso! Se tem apneias não deve beber vinho ao jantar. Não deve haver chazinhos, sobretudo se a pessoa faz xixi a meio da noite. Não se deve ir para a cama com os pés frios.

E quando se acorda a meio da noite?
Pense em qualquer coisa agradável. Quem tem insónias não deve ficar na cama a matutar, deve sair e ler ou fazer alguma coisa. Estar com o telemóvel na cama a jogar é do pior.

Lançou esta semana uma revista digital, “iSleep”. Vão dar esses conselhos?
Também mas a ideia é ter uma abordagem diversificada sobre o sono. Vai haver entrevistas a figuras públicas nacionais e internacionais, peculiaridades, notícias da investigação, testemunhos de doentes, referências literárias. O sono é uma preocupação da humanidade desde que existimos, mas temos estado a perder isso.

É um tema adormecido?
[Risos]. Em termos culturais, sim. Tornou-se dominante a ideia de que temos de dormir pouco e quem dorme oito horas é uma aberração. Eu durmo e tenho grande prazer nisso. Mas a investigação clínica em Portugal aumentou, tivemos o primeiro mestrado em sono do mundo. Há coisas boas, mas de facto ainda não se conseguiu mudar hábitos de forma significativa. Esta crise potencialmente veio agravar os problemas mas também pode ser fonte para a sua resolução: as pessoas têm de pensar sobre o que querem para as suas vidas.

O que tira o sono aos portugueses?
O excesso de trabalho, de preocupações e de responsabilidades são as coisas mais comuns. E muito isto de termos passado de uma sociedade onde era tudo garantido para uma sociedade de completa incerteza. É um ambiente um bocadinho ansiogénico e acho que devíamos pensar mais sobre a grande agressão que está a ser feita às famílias, que tem como indicadores claros o aumento dos divórcios e a baixa natalidade. Antes deste atentado de Paris, que me angustiou muito, mandei para os meus amigos uma imagem do mundo de pernas para o ar. É a sensação em que vivemos. Dominam os valores financeiros. Já Jesus dizia que é mais difícil um rico entrar no reino nos céus que um camelo passar num buraco de uma agulha.

Assusta-a um dia não conseguir dormir tão bem? Com idade, por exemplo?
Não, não tenho essa vertigem da idade, mesmo a nível profissional. Vejo-me como estando aqui para ajudar as pessoas e fá-lo-ei enquanto puder. Aceito as coisas da vida bem. Queixamo-nos do que se passa no nosso mundo, mas quer dizer, imagine que estava na Síria! Ou na Nigéria!
Mas já teve a sua dose de traumas, como ter sido refém no assalto ao BES em 2008.
Sim e há menos de ano e meio a explosão aqui. O que é engraçado na vida é que o que importa não é o problema mas a forma como o encaramos. A minha casa e o consultório ficaram destruídos.

Como aconteceu essa explosão?
Foi o gás do vizinho. Não morri por pura sorte. Ia a sair do meu quarto e se tivesse saído segundos antes tinha apanhado com todos os estilhaços. As janelas caíram, as portas explodiram. O meu neto estava no jardim e no sítio onde tinha estado uns minutos antes caiu uma porta de vidro que o teria morto. Sobrevivi, graças a Deus ninguém ficou afectado e agora temos melhores janelas, está tudo mais bonito.

Essas experiências ajudaram-na a lidar melhor com os doentes?
Muito melhor. Hoje percebo muito melhor os traumas dos outros. Durante uns tempos não dormi, como depois do assalto ao BES não dormi. Aliás nessa altura considerei a hipótese de tomar remédios. Encostaram-me uma arma a cabeça! Mas depois passou: tive um único pesadelo com isso.

Como se ultrapassam esses pesadelos?
Temos de sonhar que ganhamos aos ladrões, aos maus. Quando isso acontece ficamos curados. Temos de adoptar estratégias para pensar nisso, foi isso o que fiz. Mas não foi pêra doce: durante uns meses aproximavam-se de mim na rua e tinha medo. Só me senti completamente curada quando entrou aqui uma pessoa estranha no consultório e fui eu que a pus na rua. Mas acima de tudo, só ficamos curados quando encaramos os problemas de forma construtiva. O grande problema é ficar-se presa numa experiência negativa, fixado no lado mau do que se viveu. E a minha experiencia ajuda-me a transmitir melhor isso. Quer dizer, ver o que fazem às miúdas lá na Nigéria é bastante pior. Pôr as coisas em perspectiva, indignarmo-nos, é essencial para vencermos os nossos traumas.

Reformou-se da função pública aos 60. Preocupam-na as notícias sobre o SNS?
Muito. Estou feliz com a decisão de me ter reformado, faz nove anos. Hoje consigo ter uma clínica organizada, consigo fazer o meu trabalho com a máxima qualidade. Mas não chega a todos os doentes. Sim, mas fazemos muitas borlas... No Serviço Nacional de Saúde hoje há consultas de sono, há muito bons profissionais. O problema é que as pessoas estão cada vez mais limitadas. Não é nada que não fosse previsível: o sistema começa a esboroar resultado de redução de recursos e desinvestimento. É pena, tínhamos o 14º serviço de saúde do mundo em termos qualidade, era muito bom. E agora piorou.




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