O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

domingo, 10 de janeiro de 2016

Algarve pode vir a ser o paríso dos reformados americanos


O Algarve voltou a ser destacado na imprensa americana como um dos melhores lugares do Mundo para se passar a reforma. O portal US News & World Report, especializado em publicar rankings, listas e sugestões de investimento, sugere a região do algarve como um dos melhores locais de 2016, para os americanos passarem a sua reforma “além-mar”.

Num artigo assinado por Kathleen Peddicord, fundadora do grupo Live and Invest Overseas, considerou o Algarve como a melhor região do mundo para se desfrutar da reforma, refere que «o Algarve tem um custo de vida baixo, mercado imobiliário barato e um bom clima».

A região tem uma a lindíssima costa, cidades medievais, aldeias piscatórias, bem como mercados ao ar livre e vinho regional. Tem ainda ruas calcetadas e casas caiadas de branco com chaminés com entrelaçados.

A questão do bom tempo é reforçada por Kathleen Peddicord: «o clima é muito bom, com 3300 horas de sol por ano. São mais dias de sol do que em qualquer outro lugar na Europa, o que permite desfrutar de praias bem preservadas. O Algarve tem 100 milhas de costa com formações rochosas rendilhadas e praias premiadas. Adicionalmente, é um destino de topo no golfe, com 42 campos em menos de 100 milhas».

Sobre o custo de vida, «um dos mais baixos da Europa Ocidental», a publicação refere que «um casal de reformados pode viver confortavelmente com 1500 dólares (cerca de 1400 euros) por mês. Com um orçamento de 2000 dólares (cerca de 1800 euros) por mês, ou mais, pode-se desfrutar de um estilo de vida europeu mais luxuoso».

A juntar a todos estes fatores, os americanos que tomem a decisão de viver no Algarve, não se vão sentir sozinhos: «uma mudança para o Algarve será facilitada pela comunidade de expatriados já instalada. […] O Algarve é casa de mais de 100 mil reformados estrangeiros residentes».

sábado, 9 de janeiro de 2016

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Vacina

Um estudo recente, realizado por uma conceituada universidade portuguesa, concluiu que a ingestão moderada de vinho e presunto reduz, em quase 100%, o risco de poder vir a tornar-se um terrorista islâmico!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

domingo, 3 de janeiro de 2016

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Os Emídios Catuns que nos pregaram um calote de 6,3 mil milhões e andam à solta

Bom dia.

Desculpem, mas não há peru, rabanadas e lampreias de ovos que me façam passar o engulho da fatura que neste final do ano veio parar outra vez aos bolsos dos contribuintes por mais um banco que entrega a alma ao criador, no caso o Banif, no caso mais 3 mil milhões. É de mais, é inaceitável, é uma ignomínia para todos os que estão desempregados ou caíram no limiar da pobreza por causa desta crise e mais uma violência brutal para os que continuam a pagar impostos (e que são apenas cerca de 50% de todos os contribuintes).

Todos nos lembramos do cortejo dos cinco maiores banqueiros portugueses (Ricardo Salgado, Fernando Ulrich, Nuno Amado, Faria de Oliveira e Carlos Santos Ferreira) a irem ao Ministério das Finanças e depois à TVI exigir ao então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para pedir ajuda internacional. Todos nos lembramos como o santo e a senha da altura era o da insustentável dívida pública portuguesa por erros de gestão do Governo de José Sócrates. Todos nos lembramos das sucessivas reafirmações de que a banca estava sólida por parte do Banco de Portugal e do governador Carlos Costa. Todos nos lembramos dos testes de stress aos bancos conduzidos pela Autoridade Bancária Europeia – e como os bancos nacionais passaram sempre esses testes. E depois disso BPI, BCP, CGD e Banif tiveram de recorrer à linha de crédito de 12 mil milhões acordada com a troika. E depois disso o BES implodiu – e agora o Banif também. E depois disso só o BPI pagou até agora tudo o que lhe foi emprestado. E antes disso já o BPN e o BPP tinham implodido. E a Caixa vai ter de fazer um aumento de capital. E o Montepio é uma preocupação. É de mais! Chega! Basta!

No caso do Banif, é claro que o governador Carlos Costa tem enormes responsabilidades na forma como o problema acabou por ter de ser resolvido. No caso do BES foi ele também que seguiu a estratégia da resolução, da criação do Novo Banco e do falhanço total dessa estratégia – a venda rápida que não aconteceu, a venda sem despedimentos que também não vai acontecer, os 17 interessados que afinal eram só três, as propostas que não serviam, e o banco que era para ser vendido inteiro e agora vai ser vendido após uma severa cura de emagrecimento. É claro também que a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem responsabilidades diretas no caso, por inação ou omissão. E é claro que o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, geriu politicamente o dossiê.

Mas não confundamos os políticos e o polícia com os bandidos, com os que levaram a banca portuguesa ao tapete. E para isso nada melhor do que ler o excelente texto que o Pedro Santos Guerreiro e a Isabel Vicente escreveram na revista do Expresso da semana passada com um título no limite mas que é um grito de alma: «O diabo que nos impariu» - ou como os bancos nacionais destruíram 40 mil milhões desde 2008. Aí se prova que houve seguramente muitos problemas, mas que a origem de tudo está no verdadeiro conúbio lunar que se viveu entre a banca e algumas empresas e alguns empresários do setor da construção. Perguntam os meus colegas: «Sabe quem é Emídio Catum? É um desses empresários da construção, que estava na lista de créditos do BES com empresas que entretanto faliram. Curiosamente, Catum estava também na lista dos maiores devedores ao BPN, com empresas de construção e imobiliário que também faliram». E como atuava Catum? «O padrão é o mesmo: empresas pedem crédito, não o pagam, vão à falência, têm administradores judiciais, não pagam nem têm mais ativos para pagar, o prejuízo fica no banco, o banco é intervencionado, o prejuízo passa para o Estado». Simples, não é, caro leitor?

A pergunta que se segue é: e o tal de Catum está preso? Não, claro que não. E assim, de Catum em Catum, ficámos nós que pagamos impostos com uma enorme dívida para pagar que um dia destes vai levar o Governo a aumentar de novo os impostos ou a cortar salários ou a baixar prestações sociais. Mas se fosse só o Catum… Infelizmente, não. Até as empresas de Luís Filipe Vieira deixaram uma dívida de 17 milhões do BPN à Parvalorem, do Estado, e tinham ainda por pagar 600 milhões de crédito do BES. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD, Duarte Lima, deixou perdas tanto no Novo Banco como no BPN. Arlindo Carvalho, ex-ministro cavaquista, também está acusado por ilícitos relacionados com crédito concedido pelo BPN para compra de terrenos. E um dos homens fortes do cavaquismo, Dias Loureiro é arguido desde 2009 por compras de empresas em Porto Rico e Marrocos, suspeita de crimes fiscais e burlas. Mas seis anos depois, o Ministério Público ainda não acusou Dias Loureiro, nem o processo foi arquivado.

Dos 50 maiores devedores do BES, que acumulavam um crédito total de dez mil milhões de euros, «o peso de construtores e promotores imobiliários é avassalador». No BPN, «mais de 500 clientes com dívidas iguais ou superiores a meio milhão de euros deixaram de pagar». E a fatura a vir parar sempre aos bolsos dos mesmos. Por isso, o artigo de Pedro Santos Guerreiro e Isabel Vicente é imperdível. Para ao menos sabermos que o que aconteceu não foi por acaso. Que muita gente não pagou o que devia ou meteu dinheiro ao bolso – e esperou calmamente que o Estado viesse socializar os prejuízos enquanto eles privatizaram os lucros.

POR Nicolau Santos

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