O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sexo nunca a menos de um euro por minuto

Expressão financeira de uma vida inteira de sexo, na optica do movimento.
Postamos este artigo publicado In correio da manhã 28/4/2014 visando complementar a informação ínsita no "Dossier Prostituição" que iniciámos há tempo.


Na defesa do reconhecimento das profissões de teor sexual as prostitutas, atores de filmes pornográficos e funcionários de call centers eróticos irão abrir chapéus de chuva vermelhos na Praça dos Leões, no Porto, e na rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré, em Lisboa.

Alexandra Lourenço do movimento ‘Somos Todos Um' disse ao CM que "a iniciativa visa juntar o máximo de trabalhadores no sentido de levar a sociedade a adotar medidas que criem condições laborais dignas". Membro do Comité Internacional sobre os Direitos dos Trabalhadores Sexuais na Europa, Alexandra Lourenço estima em "cem mil, os trabalhadores sexuais em Portugal".

"Como todos os outros trabalhadores somos seres humanos, temos de ter direitos e garantias nas atividades de teor sexual. Queremos fazer descontos para a Segurança Social, pagar e ter benefícios fiscais.
Queremos ter obrigações e exigimos respeito", sustentou Alexandra Lourenço, conhecida por Madame X. A dirigente associativa admite que há prostituição ligada a redes de tráfico e exploração de seres humanos.

Mas, acrescenta que a maior parte das prostitutas, nomeadamente o seu caso, não são vítimas dessas redes. Alexandra Lourenço adianta que com a regulamentação destas profissões haverá maior proteção por existir um enquadramento legal.

A profissionalização da prostituição levaría à criação de uma tabela de preços dos serviços. Segundo explicou Alexandra Lourenço essa é uma questão já discutida. "Sexo nunca a menos de um euro por minuto.

Defendemos só sexo oral e vaginal, mas sempre com preservativo." Com a crise muitas mulheres foram para a prostituição sem o mínimo de preparação e sem quaisquer conhecimentos sobre o trabalho que é vender o corpo.

Alexandra Lourenço defende que é necessária formação. "As mulheres têm de saber o que é andar na rua. Ter conhecimentos para se saberem proteger", disse. Interrogada sobre se ainda há um longo caminho a percorrer até à profissionalização das profissões ligadas ao sexo, Alexandra Lourenço pensa que não: "A sociedade está mais que preparada para mudar de um dia para o outro e adotar legislação."

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/sociedade/sexo-nunca-a-menos-de-um-euro-por-minuto

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A "tesón" espanhola é, muitas vezes, retemperadora! No dia 25 de Abril de 2014, neste estado de coisas, um exemplo destes ganha ainda mais "élan"!

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 Publicado hoje no blogue francês abaixo identificado, um artigo de opinião acerca de uma decisão do governo espanhol face à intenção de um grupo economico estrangeiro de adquirir o dominio de uma empresa produtora de azeite, lider de mercado.
"O governo espanhol desmotivou investidores estrangeiros que pretendiam assumir o controle da maior produtora de azeite, Deoleo, sob o pretexto de que se trata de um sector estratégico."


Made in Spain
Mis en ligne le 25.04.2014 à 13:14
Guy Sorman

Le gouvernement espagnol a dissuadé des investisseurs étrangers de prendre le contrôle du premier producteur d’huile d’olive, Deoleo, sous le prétexte qu’il s’agirait d’une entreprise stratégique autant que symbolique. Est-ce vraiment un combat qui mérite d’être livré à l’heure où toute économie est mondiale? Il me semble plutôt que dans cette affaire, on se trompe d’enjeu. Reprenons donc tout depuis le début.

Le destin économique des nations se joue sur le marché mondial. Adam Smith - La richesse des nations - avait pressenti cela dès 1776: il constatait que les nations qui n'avaient rien à vendre de distinct se condamnaient à rester pauvres. Deux siècles ont passé avant que cette leçon de base pour économiste débutant ne soit universellement adoptée. Au temps d'Adam Smith, on échangeait des oranges tropicales contre des cotonnades de Manchester. En notre temps, au nom de la loi dite des avantages comparatifs, on échange plutôt de la main-d'œuvre à bas prix contre de la technologie avancée. Mais cette interprétation classique de l'échange me semble trop matérialiste, trop réductrice pour représenter toute la mondialisation contemporaine: sur le marché s'échangent des produits, mais aussi des rêves. Un rêve en économie se traduit dans une marque: il est des marques qui séduisent (L'Oréal, Apple) et d'autres qui rassurent (Boeing, Mercedes). On pourrait indexer la prospérité des nations sur leur nombre de marques reconnues: chacun, s'il consomme, sait citer vingt marques américaines, dix allemandes, cinq françaises et zéro russe ou indienne.

Les pays aussi sont des marques: un amateur de luxe automobile se portera spontanément vers le Made in Germany, vers le Made in France pour la mode, le Made in Japan pour l'esthétique, le Made in USA pour l'avance technique, le Made in Switzerland pour les montres. Les produits et services issus de ces pays à marque forte, bénéficient de ce que j'appelle une "valeur culturelle ajoutée": le consommateur mondial est prêt à les payer très au-dessus de leur prix de revient parce qu'il acquiert, en sus du produit et du service, une part de rêve. Certaines nations qui n'eurent jamais de connotation significative, telle la Corée du Sud, longtemps, ne s'imposèrent que grâce à leurs prix cassés (ce fut à l'origine le cas du Japon et cela reste celui de la Chine). Mais une marque nationale peut être créée et promue: la Corée du Sud y parvient par un marketing habile (inspiré initialement par le Japon) qui associe les institutions culturelles, le soutien gouvernemental à la culture et les grandes entreprises privées. Celui qui, il y a dix ans, achetait un téléphone Samsung parce qu'il était bon marché, le paye plus cher aujourd'hui - en partie - parce qu'il est coréen. À l'instar de la Corée du Sud, on pourrait citer le Chili: la marque nationale associant rêve et qualité y a été délibérément construite. Il existe aussi des cas de marques dormantes. L'Espagne est un cas exemplaire: sortie de l'autarcie il y a peu - 1986, entrée dans l'Union européenne - tout le monde situe l'Espagne, mais Made in Spain évoque des images surannées de flamenco, de tauromachie et de vacances bon marché. Cette faible valeur ajoutée culturelle - hormis le tourisme - pèse sur la croissance. Nul consommateur ne sait, par exemple, que l'Espagne est en quantité le premier producteur d'huile d'olive, de vin, de sacs à main et de souliers de qualité: à peu près tous ces produits sont exportés vers des pays tiers comme la France, l'Italie et les États-Unis qui les revendent sous leur propre marque. L'amateur européen ou américain, et chinois demain, d'huile d'olive ou de vins fins serait étonné de lire sur l'étiquette de cette huile ou de ce vin, la mention Made in Spain. Et il n'y attacherait aucun prix. On comprendra que la marge bénéficiaire la plus substantielle, avec les richesses et emplois qu'elle induit, va aux marchands de rêves plus qu'aux fabricants de la matière première. Ce n'est pas le producteur de l'olive qui en profite le plus mais celui qui y appose sa marque.

Grâce à ses exportations qui représentent maintenant 34% de la production nationale contre 24% en 2009, l'Espagne a retrouvé la croissance (rappelons qu'en dehors des pages du journal ABC, peu de commentateurs envisageaient en 2009 cette sortie de crise par des méthodes libérales). Mais la valeur culturelle ajoutée de ces exportations reste faible: combien de marques espagnoles, un consommateur mondial citerait-il? Certainement, Zara inventée par l'entreprise Inditex; la banque Santander peut-être.
Les stratèges en charge des économies nationales devraient emprunter à la géopolitique les notions de "soft power" et de "hard power". Par comparaison avec ses grands voisins européens, l'Espagne a, ces dernières années, renforcé son "hard power" (un meilleur contrôle des coûts de production en particulier), mais son "soft power" n'a pas fait l'objet d'une grande politique. L'Espagne offre pourtant un exemple fameux de création de "soft power » ex nihilo: le musée Guggenheim à Bilbao. Imaginons un geste de portée équivalente à l'échelle nationale: il conduirait tout consommateur d'huile d'olive à exiger la marque Made in Spain. Et pas seulement pour les olives.

http://www.hebdo.ch/les-blogs/sorman-guy-le-futur-cest-tout-de-suite/made-spain

terça-feira, 22 de abril de 2014

Poema de Passos Coelho

Poema de Passos Coelho

Chamo-me Passos Coelho
Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu corto
a Bem da Nação



(anónimo)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Quem não quer ser lobo(a) não lhe vista a pele....

"Ir à Assembleia comemorar o quê, 40 anos depois?
Ter um fóssil como presidente da República; Uma tonta como presidente da Assembleia da República; Um barítono amador como presidente do governo da República; Um lusito da Mocidade Portuguesa como presidente da Comissão Europeia; Uma senhora do Movimento Nacional Feminino como presidente da caridade e das sopas dos pobres; Um soba movido a cachaça como presidente do governo da Madeira; Um homem invisível como presidente do BPN, a maior cloaca financeira da Europa; Um relojoeiro adamado como presidente da comissão de restauração da independência contra a troika; Um cervejeiro como presidente da televisão pública; Um funcionário do BES como presidente da comissão dos negócios do Estado; Um compère de revista de cabaret manhoso como presidente da Cultura?
Não, obrigado!"
Coronel Carlos de Matos Gomes, Capitão de Abril e escritor português de pseudónimo Carlos Vale Ferraz, natural de Vila Nova da Barquinha.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O problema, de facto, é seu Dona Esteves! Porque não ajustar-se também?

Chegou ao nosso conhecimento um texto, anónimo, que merece divulgação. Aqui está ele:

Os meios de comunicação social, quando a si se referem, costumam usar a expressão “segunda figura do Estado”. E percorrendo os atinentes artigos da Constituição, parece que é isso mesmo que a senhora é. Pois é.

A Portugal e aos portugueses daria algum jeito se, já que têm a primeira figura que têm, tivessem uma segunda figura que soubesse imprimir ao seu cargo um pouco de dignidade. E a senhora não sabe.Digamos que é o seu “inconseguimento”, mas é mesmo isso https://www.youtube.com/watch?v=sx_k3bSzCTo ..

Dir-se-ia que a senhora não consegue (inconsegue) “projectar para a Assembleia e para o país o seu softpower sagrado”, e, seja lá isso o que for, é uma pena.Não sei se a senhora sabe que, nessa cadeira onde se senta, ou pelo menos no local onde ela está, se sentaram homens como Henrique de Barros, Vasco da Gama Fernandes, Leonardo Ribeiro de Almeida, Fernando Amaral, para falar apenas destes. Que a senhora herdou a cadeira de Jaime Gama, não de Albino dos Reis.

A Senhora Esteves, disse ontem que, se os militares de Abril queriam falar (na sessão solene que em breve vai assinalar os 40 anos da Revolução), e não falam, o problema é deles.

Não, senhora Esteves, o problema não é deles, é seu!
Vou explicar-lhe uma coisa.

O Vasco Lourenço que a senhora desconsiderou não é apenas um Vasco de apelido Lourenço. O Vasco Lourenço que a senhora desconsiderou é um homem que fez a guerra e fez a Paz. O Vasco Lourenço que a senhora desconsiderou é um dos operários da Liberdade em que queremos viver e da Democracia que lhe permite a si, mulher, ser a segunda figura do Estado.

Sei que isso pouco lhe importa, que não teria pejo em ser o que tem sido e ocupar os cargos que tem ocupado se o regime fosse aquele que o Vasco ajudou a derrubar.

Duvido é que, sem a obra do Vasco e de outros corajosos militares, esse tal regime a tivesse deixado ser, a si mulher, juiza do Tribunal Constitucional, eurodeputada, lusodeputada e agora segunda figura do Estado.

O Vasco Lourenço que a senhora desconsiderou é presidente da Associação 25 de Abril. Que essa associação congrega militares e também civis que fizeram Abril, que gostam de Abril, que gostam da Liberdade que Abril trouxe ao nosso país. Que por lá andam também Garcia dos Santos, Martins Guerreiro, Soares Rodrigues e outros tantos Homens de ideais. Que tem como associados de honra Fernando Salgueiro Maia, Ernesto Melo Antunes, Fernando Valle, Sarmento Pimentel e, uma mulher. Sabia? Chama-se Maria de Lurdes Pintasilgo.
E até um Homem cuja vida foi um século de combates e que chegou a liderar o seu partido, senhora Esteves.

O Vasco Lourenço que a senhora desconsiderou fez a guerra, fez a Paz, com outros cujos nomes talvez nada lhe digam, corrigiu-lhe o rumo na altura em que tal foi necessário.

Falo de Franco Charais, de Pezarat Correia, do Ernesto Melo Antunes.Sabe que entre todos eles e a senhora Esteves há uma diferença abissal? E é esta: Eles serviram o Estado e o Povo português, a senhora sempre viveu a expensas do Estado e do Povo português. Nunca fez mais nada.

A senhora Esteves acumula pensões; eles, tal como eu próprio, acumulam cortes nas pensões. Isto para não falar do Salgueiro Maia, a quem o seu mentor ideológico, cavaco de seu nome, negou uma pensão ao mesmo tempo que as atribuia a dois pides, talvez os que lhe tinham prometido emprego.

Não foi o Vasco que a senhora Esteves ofendeu. Ofendeu todos os Portugueses que amam Abril, que amam a Liberdade e a Democracia.
Alguns estão até no seu partido, embora sejam cada vez menos.

O problema, de facto é seu, senhora Esteves!

Nesta época de ajustamentos, talvez não fosse despiciendo – pelo menos enquanto tiver o papel de primeira figura da assembleia da República – ajustar-se à história do pais que é o seu e porque não também à comunidade portuguesa de que é a segunda figura representativa?

Ontem foi o dia grande do seu inconseguimento.Passar bem.




Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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