O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Pobrezinhos mas organizadinhos!


Pouco importa a riqueza que a nossa economia, no colete de forças que lhe impõem, pode gerar. De nada importa portanto que a receita que a mesma gera seja pouca ou muita: Quanto maior for a necessidade do Estado, maiores serão os impostos, ponto final.

De que servem então os politicos se não empreendem politicas? Não nos bastariam cobradores de impostos, tribunais para quem prevarica e policias para protegerem ambos?

A despesa do Estado reduzir-se-ia substancialmente e o défice também! O problema resolver-se-ia e iamos directamente para uma nova Idade Média que é aquilo que nos querem fazer crer que merecemos!

Produzir riqueza, que é tão dificil, deixaria de ser um desafio, que de resto nunca cumprimos plenamente, para ficarmos na economia de subsistência e uma feira ou outra, para trocas.

Quem não se ficaria a rir seria a classe politica que, nesses termos, ficaria sem meios de se sustentar, isto é, sem se alapar a um Estado que transfigura as suas necessidades em obrigações contributivas a pretexto de ser um Estado Social.

O que Passos Coelho e sus muchachos estão a fazer é, para além da tentativa de nos recolocarem no subdesenvolvimento, ameaçar também o seu futuro e o dos seus pares!

Para nós pouco importa este dano colateral, mas não será de concluir que a sua (deles) incompetência é tal que nem o seu futuro conseguem acautelar? Ou pior, será que sabem mesmo do que se trata isso do futuro.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O “May be man” – Por Mia Couto (ou... de como o fruto nunca cai longe da arvore...)


 Existe o “Yes man”. Todos sabem quem é  e o mal que causa. Mas existe o "May be man".

E poucos sabem quem é. Menos  ainda sabem o impacto desta espécie na vida nacional. Apresento aqui essa  criatura que todos, no final, reconhecerão como  familiar.

O "May be man" vive do “talvez”.

Em  português, dever-se-ia chamar de “talvezeiro”. Devia tomar decisões. Não  toma. Simplesmente, toma indecisões.

A decisão é um risco. E obriga a  agir. Um “talvez” não tem implicação nenhuma, é um híbrido entre o nada e  o vazio.
A diferença entre o "Yes man" e o "May be  man" não está apenas no “yes”. É que o “may be” é, ao mesmo tempo, um “may  be not”.

Enquanto o "Yes man" aposta na bajulação de um chefe,  "May be man"  não aposta em nada nem em ninguém.
Enquanto o primeiro suja a língua numa  bota, o outro engraxa tudo que seja bota  superior.

Sem chegar a ser chave para nada, o "May  be man" ocupa lugares chave no Estado.
Foi-lhe dito para ser do partido.  Ele aceitou por conveniência. Mas o "May be man" não é exactamente do  partido no Poder. O seu partido é o Poder. Assim, ele veste e despe cores  políticas conforme as marés. Porque o que ele é não vem da alma. Vem da  aparência.

A mesma mão que hoje levanta uma bandeira, levantará outra  amanhã. E venderá as duas bandeiras, depois de amanhã. Afinal, a sua  ideologia tem um só nome: o negócio.

Como não tem muito para  negociar, como já se vendeu terra e ar, ele vende-se a si mesmo. E  vende-se em parcelas. Cada parcela chama-se “comissão”. Há quem lhe chame  de “luvas”. Os mais pequenos chamam-lhe de “gasosa”. Vivemos uma  nação muito gaseificada.


Governar não é, como muitos pensam,  tomar conta dos interesses de uma nação. Governar é, para o "May be Man",  uma oportunidade de negócios. De “business”, como convém hoje, dizer. 

Curiosamente, o “talvezeiro” é um veemente crítico da corrupção.

Mas  apenas, quando beneficia outros. A que lhe cai no colo é legítima,  patriótica e enquadra-se no combate contra a  pobreza.


Afinal, o "May be man" é mais cauteloso  que o andar do camaleão: aguarda pela opinião do chefe, mais ainda  pela opinião do chefe do chefe. Sem luz verde vinda dos céus, não há luz  nem verde para ninguém.


O "May be man" entendeu mal a máxima  cristã de “amar o próximo”. Porque ele ama o seguinte. Isto é, ama o  governo e o governante que vêm a seguir.

Na senda de comércio de  oportunidades, ele já vendeu a mesma oportunidade ao sul-africano. Depois,  vendeu-a ao português, ao indiano. E está agora a vender ao chinês,  que ele imagina ser o “próximo”.

É por isso que, para a lógica do  “talvezeiro” é trágico que surjam decisões. Porque elas matam o terreno do  eterno adiamento onde prospera o nosso indecidido personagem.


O "May be man" descobriu uma área mais  rentável que a especulação financeira: a área do não deixar fazer. 

Ou numa  parábola mais recente: o não deixar. Há investimento à vista? Ele  complica até deixar de haver. Há projecto no fundo do túnel? Ele escurece  o final do túnel. Um pedido de uso de terra, ele argumenta que se perdeu a  papelada. 

Numa palavra, o "May be man" actua como polícia de trânsito  corrupto: em nome da lei, assalta o  cidadão.


Eis a sua filosofia: a melhor maneira  de fazer política é estar fora da política. Melhor ainda: é ser político  sem política nenhuma. Nessa fluidez se afirma a sua competência: ele sai  dos princípios, esquece o que disse ontem, rasga o juramento do passado. E  a lei e o plano servem, quando confirmam os seus interesses. E os do  chefe. E, à cautela, os do chefe do  chefe.


O "May be man" aprendeu a prudência de  não dizer nada, não pensar nada e, sobretudo, não contrariar os poderosos. 

Agradar ao dirigente: esse é o principal currículo. Afinal, o "May be  man" não tem ideia sobre nada: ele pensa com a cabeça do chefe, fala por  via do discurso do chefe. E assim o nosso amigo se acha apto para tudo.  Podem nomeá-lo para qualquer área: agricultura, pescas, exército,  saúde.

Ele está à vontade em tudo, com esse conforto que apenas a  ignorância absoluta pode  conferir.


Apresentei, sem necessidade o "May be  man". Porque todos já sabíamos quem era.
O nosso Estado está cheio deles,  do topo à base. Podíamos falar de uma elevada densidade humana.

Na  realidade, porém, essa densidade não existe. Porque dentro do "May be man"  não há ninguém. O que significa que estamos pagando salários a fantasmas.  Uma fortuna bem real paga mensalmente a fantasmas. Nenhum país, mesmo  rico, deitaria assim tanto dinheiro para o  vazio.


O "May be Man" é utilíssimo no país do  talvez e na economia do faz-de-conta. Para um país a sério não serve.  

domingo, 6 de outubro de 2013

Bem hajam a Esperança Sustentada e o regresso do Bom Senso!

Tal como a maioria –testada- dos cidadãos-eleitores do concelho de Silves, também nós esperamos muito trabalho, seriedade e empenho na governação do município por parte da Dra. Rosa Palma.

Também esperamos, sinceramente, maior competência, por esperarmos outro tipo de preparação nos atores políticos e, apesar de sabermos que tal patamar não será difícil de atingir, atentos os baixos níveis da mesma alcançados pelo presidente deposto, estamos cientes que o mérito, a racionalidade e a razoabilidade terão uma palavra a dizer no dia-a-dia futuro da administração autárquica.

Esperamos, numa palavra, o regresso do bom senso!

Renasce pois, uma nova esperança sustentada para o concelho, na qual Armação de Pêra, naturalmente, participa e o qual, na justa medida, integra.

Neste sentido, congratulamo-nos pela expressão da vontade dos cidadãos-eleitores do município e declaramos o nosso bem haja à cidadã eleita Rosa Palma e sua equipa.

Por nós, continuaremos a cooperar com os poderes centrais concelhios, especialmente na atenção prestada aos problemas de Armação de Pêra e ao seu desejável desenvolvimento, crentes de que será o melhor contributo para qualquer cidadão-eleito atingir na ação política, o rigor da coerência com o programa do cidadão-candidato.

Continuaremos por conseguinte a pugnar com o empenho e a veemência que se justificarem pelas causas de Armação de Pêra, bem como pelas do restante concelho, no contexto de um “jogo” livre e democrático no qual os cidadãos-eleitores-consumidores-contribuintes têm o poder de participar e o dever de jogar.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Terceira idade: o que podia ser o completar de um ciclo virtuoso e é a exclusão, mesmo num Estado Social.



O escritor Knud Romer fala sobre a morte de seu pai e a solidão dos idosos na Dinamarca, um país várias vezes eleito o mais feliz do mundo.

domingo, 29 de setembro de 2013

Resultados para a Freguesia de Armação de Pêra



Votantes: 1.781
Inscritos: 4.376

Lista            %         Votos

PPD/PSD  53,62        955
PS             26,56        473
PCP          12,86        229
Totais        93,04     1.657


BRANCO    4,04       72
NULOS       2,92       52

Reflectindo com Charlie Chaplin...



sábado, 28 de setembro de 2013

Reflectindo com Natália Correia...


"Quando a crise não é geradora de grandes audácias, mais indicado é dar-lhe o nome de agonia."


Natália Correia

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Impoluto? Só quem nunca foi eleito ou teve nas mãos as rédeas do poder!


Já escrevemos que na dúvida será melhor optar por votar no candidato que não tenha sido alguma vez eleito.

A velha tese de que “este já conheço, o outro não sei do que será é capaz” está carregada de apatia e por essa via não se pode augurar melhor futuro!

Sendo indiscutível que todos precisamos de um futuro melhor!

Para nós, cuja opinião é escutada, pelo menos, pelos nossos visitantes – que não são assim tão poucos – a questão, no concelho de Silves, coloca-se de uma forma cristalina.

Comecemos por onde “mais nos dói”: Armação de Pêra.

É escusado dizer que apoiamos Paulo Vieira. Mas é importante sublinhar alguns argumentos:

-É nado e criado em Armação de Pêra;

-Tem profissão, trabalha na economia real e é empenhado e dinâmico nas suas actividades;

-Tem iniciativa e incorpora a geração de armacenenses que terá de lidar e liderar o futuro imediato;

-Apesar de se candidatar na lista PS, é um independente!

-É-lhe reconhecido o amor à terra e estabeleceu com as várias sensibilidades da Vila uma ponte de diálogo e uma plataforma que propiciará a participação no futuro da comunidade.

-Nunca teve cargo(s) na administração pública, não podendo de facto ser-lhe imputada qualquer responsabilidade na gestão do passado.

-A falta de experiência política (saber chamar de ouro ao chumbo e se alguma coisa corre mal, ter a coragem de atribuir responsabilidades a quem nem sabe do que se está a passar), quanto a nós, é uma extraordinária vantagem para quem quer desenvolver uma política de verdade e responsabilidade – exatamente o que a comunidade dos cidadãos exige -.

Por tudo isto, com o devido respeito por todos os outros candidatos, não se apresenta ao escrutínio candidato mais dotado para o lugar em disputa que o Paulo Vieira!


Seguindo para o caso da Câmara:

-Do leque de candidatos que se apresentam a escrutínio, dificilmente poderemos encontrar algum que mais tenha entendido e feito por Armação de Pêra, que o Dr. Fernando Serpa! É tão sincera esta convicção que desafiamos qualquer um a contradizer esta afirmação com factos.

-Deu particular atenção e empenhou-se nalgumas causas exclusivamente armacenenses, quando foi solicitado: De entre outras, no caso da qualificação do Casino como imóvel de interesse concelhio, no caso da Lota e do trator e outras justas reclamações dos pescadores, as que mais “mediaticamente” revelaram o seu empenho no exercício do dever do eleito de “acudir” na Câmara, ao acautelar dos interesses das populações.

-Por muitos anos que conheça os corredores do poder na Câmara, nunca dispôs do poder efetivo, pelo que não pode ter sido “corrompido” por ele! Se merecer o poder por o povo decidir atribuir-lho, não terá sido pela manipulação que as rédeas do poder permitem (não é por ter comprado os votos com obras e favores). E, não o tendo tido, não somos susceptiveis de ser surpreendidos pela existência de eventuais cadáveres ocultos dentro dos armários da Câmara.

Por estas razões, mas também pelas omissões de uns e sobretudo pelas verdadeiras agressões de outros aos mais elementares interesses de Armação de Pêra, consideramos, com o devido respeito a todos os restantes candidatos, o Dr. Fernando Serpa a escolha mais prudente e acertada.

Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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