O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Tudo o que sempre quis saber sobre as contas públicas mas teve vergonha de perguntar

Uma opinião pública inquinada por falsidades ou meias verdades não está em condições de formar um juízo válido sobre as alternativas políticas que lhe são propostas.

1. Para começar, 47% da chamada despesa pública de 2011 consistiu em transferências, ou seja, redistribuição de recursos que o estado opera de uns cidadãos para outros, incluindo pensões e outras prestações sociais. Não é pois verdade que o estado se aproprie de metade da riqueza do país, visto que metade dessa metade é devolvida às famílias.

2. As despesas de funcionamento das administrações públicas (salários mais consumos intermediários) representam 39% dos gastos totais. Porém, como abrangem a produção de serviços como a saúde, a educação ou a segurança, a verdade é que o custo da máquina burocrática do estado central se fica pelos 12 mil milhões (15,5% da despesa pública ou 7,2% do PIB). As gorduras do estado são afinal diminutas.

3. Os juros da dívida pública deverão absorver no próximo ano 5% do PIB. É imenso, mas em 1991 chegaram aos 8,5%.

4. O estado português foi recentemente obrigado a corrigir as suas contas incluindo nelas défices ocultos em anos anteriores, o que teve como consequência um aumento brusco da estimativa da dívida pública acumulada. O curioso é que essa dívida escondida foi praticamente toda contraída até 1989. Logo, as revisões recentes emendam falhas cometidas há muitíssimos anos.

5. A despesa pública em proporção do PIB atingiu um máximo em 1993 (46%), depois desceu ligeiramente e só voltou a esse nível, superando-o inclusive, na sequência da crise financeira mundial declarada em 2008. O país sabe conter eficazmente despesa pública, tanto mais que já o fez no passado.

6. O défice das contas públicas atingiu o seu máximo absoluto, segundo o Banco de Portugal, em 1981 – um legado de Cavaco Silva ao segundo governo da Aliança Democrática. Nunca mais se viu nada assim.

7. Em 1986, o sector público absorvia 71,7% do crédito total à economia. Em pouco mais de uma década a situação inverteu-se totalmente, de modo que, em 1999, as empresas e as famílias já absorviam 98% do crédito disponível. A economia não está hoje abafada pelo estado.

8. À data da entrada na CEE, o financiamento externo da economia representava apenas 14% do total. Em resultado da privatização da banca, a captação de recursos financeiros no exterior decuplicou entre 1989 e 1999 e a dívida pública passou a ser financiada esmagadoramente pelo estrangeiro. As instituições financeiras contribuíram para uma entrada líquida de fundos externos equivalente a 6,8% do PIB nesses anos. As responsabilidades dos bancos face ao estrangeiro passaram de 49% do PIB em 1999 para um máximo de 96% em 2007.

9. A baixa das taxas de juro decorrente da integração no euro propiciou a rápida expansão do crédito. Mas o investimento baixou em sete dos onze anos que terminaram em 2010 (variação acumulada de -20%), ao passo que o consumo privado só desceu num ano (variação acumulada de 19%). Quando havia dinheiro a rodos, o sector privado não investiu. Convém investigar porquê.

10. Também o investimento público foi baixando progressivamente até aos 3% do PIB em 2008. Em 2009 subiu um pouco, ficando ainda assim abaixo dos máximos do início da década. Como é possível continuar-se a invocar o excesso de investimento público para explicar as presentes dificuldades financeiras do estado?

11. As despesas do estado com pessoal caíram consistentemente em proporção do PIB a partir de 2002. O tão polémico aumento dos salários dos funcionários públicos em 2009 teve um impacto insignificante nas contas públicas. Em contrapartida, as prestações sociais passaram de 14% para 22% do PIB entre 2003 e 2010, sendo responsáveis por 95% do aumento da despesa corrente primária do estado entre 1999 e 2010.

12. Desmentindo a ideia de que as metas acordadas com a União Europeia nunca se cumpriram, os objectivos dos PECs entre 2006 e 2008 foram sempre confortavelmente atingidos, sem recurso a receitas extraordinárias, no que respeita a receitas, despesas, défice e dívida pública.

13. As medidas selectivas de combate à recessão em 2009 ascenderam a apenas 1,3% do PIB (quase metade pagos com fundos comunitários). O grande aumento do défice nesse ano deveu-se no essencial à quebra em 14% das receitas fiscais e ao crescimento das prestações em decorrência do agravamento da situação social. Acresce que esse aumento não se desviou significativamente do observado no resto da UE.

14. Cada um dos pontos anteriores contraria directa e taxativamente uma ou mais alegações quotidianamente escutadas nas televisões, nas rádios, nos jornais e, por decorrência, nos cafés e nos transportes públicos. Uma opinião pública inquinada por falsidades ou meias verdades não está em condições de formar um juízo válido sobre as alternativas políticas que lhe são propostas. Nestas condições, não admira que cresça descontroladamente o populismo e se degrade a qualidade da democracia.

Nota: (Os factos e números citado neste artigo foram extraídos do recentemente editado "Sem Crescimento Não Há Consolidação Orçamental: Finanças Públicas, Crise e Programa de Ajustamento", de Emanuel Santos, leitura indispensável para quem deseje documentar-se sobre o tema das contas públicas.)


Director Geral da Ology e docente universitário
jpcastro@ology.pt

terça-feira, 16 de julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A escolha responsável


O ladrão comum rouba: dinheiro, relógio, corrente, identificação, carta de condução, ou o telemóvel.
Os políticos roubam: felicidade, saúde, habitação, educação, pensões e/ou trabalho.
O primeiro ladrão... escolhe - te!
O segundo ladrão ... foi escolhido por ti!

Analisa, pensa nisso e age em conformidade, ESCOLHE, inteligentemente, OS TEUS REPRESENTANTES!

domingo, 14 de julho de 2013

O que pensam os candidatos a autarcas sobre a dívida da câmara de Silves?

A dívida da Câmara de Silves a médio/longo prazo, apesar de longe da dimensão da dívida pública da responsabilidade do Estado, é enorme, e tenderá a crescer exponencialmente quando for adicionada a dívida reclamada pelos bancos no âmbito do processo Viga d'ouro.

A sua constituição ainda que integrada em orçamentos e validada pela assembleia municipal, mantém-se como decisão da classe política, sem que se isentem as populações das suas sequelas.

A Câmara de Silves  só poderá pagar a dívida se existir redução de encargos, isto é, em prejuízo do serviço a prestar à população ou, aumentando os impostos, mormente o IMI ou ainda, com o recurso a novos débitos, mais juros, etc.

O IMI tende a concentrar toda a margem de manobra para o aumento das receitas camarárias e é para aí que apontam, quer o governo, quer a troika; esta com a imposição do fim do IMT em 2016. O fim do IMT poderá acarretar a uma subida de 16% no IMI.

Prevemos por isso que será a freguesia de Armação de Pêra a arcar mais uma vez com os custos do pagamento da dívida. Nesta freguesia reside a maior fatia da arrecadação do IMI de todo o município.

O que pensam os candidatos à nossa autarquia sobre este assunto?


sábado, 13 de julho de 2013

Candidato Paulo Vieira à "Algarve Mais"


 O Lixo é um ponto fraco em Armação de Pêra

Armacenense de alma e coração, 41 anos, gerente na cadeia de lojas Coznova, Paulo Vieira nunca desempenhou nenhum cargo político, mas é conhecido pelo trabalho realizado como presidente e presidente da Mesa de Assembleia da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Armação de Pêra/Pêra/Alcantarilha, para além de ter criado um centro de explicações inovador nesta freguesia. “Não sou político nem filho de políticos, nem nunca estive ligado a nenhum partido, é a minha estreia absoluta nestas andanças, mas decidi aceitar o desafio que a Cristina Santos e o João Palma me lançaram, depois de falar com algumas pessoas com as quais partilho muitas das minhas experiências. Esta mudança e projeto tem que ser de todos, nosso enquanto candidatos, mas também da população, se nos eleger, lançando-nos ideias e propostas para que as possamos concretizar”, explica o candidato à Junta de Freguesia de Armação de Pêra pelo PS.

Formada a equipa e elaborado o rol de carências da vila, Paulo Vieira garante que há coisas que se podem fazer sem dinheiro e que a escassez de verbas não é desculpa para se estar de braços cruzados. “Se bem que Armação de Pêra é capaz de ser a freguesia do concelho de Silves que tem mais receitas, porque possui três concessões de praia que, por dia, produzem vários milhares de euros. Apesar disso, estamos organizados de maneira a desenvolver projetos para a população local que não envolvam grandes custos e que tenham vida durante 365 dias por ano, e não apenas durante dois ou três meses no Verão. Atualmente, só há animação e atividades em Julho e Agosto e, no resto do ano, andamos aqui a ver passar a caravana”, critica.

Paulo Vieira não tem conhecimento como são aplicados os recursos financeiros gerados em Armação de Pêra devido ao turismo e à componente imobiliária e revela que nunca teve acesso a dados concretos. “No dia em que é feita, por exemplo, a venda dos toldos, gostaria de saber onde é que esse dinheiro vai ser gasto porque a realidade é que Armação de Pêra é sugada durante os meses de Verão e, no Inverno, tentamos recuperar para sermos sugados novamente no Verão seguinte. De setembro/outubro a maio não se vê acontecer nada na vila”, lamenta, avançando com os casos concretos do Reveillon e da Páscoa. “Os proprietários de boa parte dos apartamentos de Armação não residem cá, são habitações de férias, mas vêm passar uma semana ou duas na passagem de ano, na Páscoa, nos fins de semana prolongados, e nem sequer há iluminação na Fortaleza. Ainda ontem à noite dei um passeio pelas ruas e estão os caixotes de lixo a abarrotar e o lixo espalhado pelo chão. Aqui não é uma questão de dinheiro, mas sim de organizar os funcionários por turnos, de haver rotatividade de horários como na hotelaria”.
 
Se as falhas na limpeza são evidentes para Paulo Vieira, menos razões de queixa devem ter os armacenenses no que toca à qualidade e conservação das estradas e arruamentos, porque há poucas semanas foram tapados todos os buracos existentes no piso. “O alcatrão foi posto e ceifaram-se a erva e o pasto que havia na maior parte das bermas, possivelmente porque se trata de um ano de eleições. Não deve ser muito difícil manter uma limpeza constante, até porque estamos a falar de duas vezes por ano, na Primavera e no Outono. E convém recordar que a freguesia tem zonas de campo nas quais temos que circular no centro do alcatrão porque não existem passeios nem bermas definidas, como é de Armação para os Montes Mourinhos ou para a Torre”, indica o armacenense, voltando a salientar o problema do lixo, nomeadamente no Verão.

Entrevista completa na ALGARVE MAIS Especial: Armação de Pêra

Ricardo Pinto há quatro anos a arrumar a casa! Porque não estará ela arrumada?




Ricardo Pinto é uma figura bem conhecida em Armação de Pêra, deu aulas na Escola E.B. 2,3 Dr. António da Costa Contreiras, foi gestor desportivo no Clube de Futebol «Os Armacenenses», esteve envolvido em diversas associações e desde 2009 que integra o executivo da Junta de Freguesia. Foi, por isso, com naturalidade o escolhido para encabeçar a lista de candidatos do PSD nas eleições autárquicas de 29 de Setembro e força de vontade, empenho, ideias e projetos não faltam a este apaixonado por Armação de Pêra.

Texto e fotografia: João Pina

Embora tenha nascido em Beja, Ricardo Pinto é quase 100 por cento algarvio, uma vez que veio ainda bebé para Alcantarilha, onde viveu até aos 12 anos e iniciou o percurso académico. Quando passou para a terceira classe, mudou para a Escola Internacional de Porches, onde permaneceu até ao sexto ano. A ensino secundário foi todo feito em Lagoa e aí iniciou as suas atividades extracurriculares, tendo sido presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira e fundador da Federação das Associações de Estudantes do Ensino Secundário. “Foi nesse período que comecei a dedicar-me verdadeiramente à causa pública, tendo estabelecido uma série de contatos e criado bases para o que viria a ser a minha vida futura”, recorda o entrevistado.
O ingresso na universidade ditou o regresso à terra onde nasceu, apesar das suas médias lhe permitirem escolher destinos mais tradicionais como Lisboa, Porto ou Coimbra. Em Beja foi o melhor aluno do curso de Professores de Ensino Básico na variante de Educação Física e de imediato iniciou o seu percurso profissional, se bem que, ainda como estudante, tivesse tido alguns empregos de Verão em Armação de Pêra. “Trabalhei na loja de desporto dos meus pais, fui nadador-salvador e estive numa rent-a-car, onde desenvolvi competências de técnico de vendas, frequentei formações e, sobretudo, percebi que, para ter algo na vida, era preciso trabalhar e lutar por isso. Trabalhei sempre durante o Verão para ter dinheiro para estudar, não porque os meus pais não me ajudassem, mas por opção minha. Conseguia aguentar-me praticamente todo o ano letivo, só nos últimos dois meses é que normalmente lhes pedia algum apoio financeiro”, frisa.
Terminada a licenciatura em Beja, Ricardo Pinto entrou como funcionário para a Câmara Municipal de Silves para abraçar o projeto de gestão do Complexo das Piscinas Municipais, inauguradas no dia 1 de junho de 2003. Ao mesmo tempo, concorreu para professor de educação física e ficou colocado na Escola E.B. 2,3 de Armação de Pêra, onde lecionou durante dois anos letivos. Em 2005/06 foi professor na Escola E.B. 2,3 Jacinto Correia, em Lagoa, último ano em que deu aulas por opção própria. “Decidi dedicar-me a 100 por cento à Câmara Municipal de Silves e ao Desporto, nomeadamente na área da Gestão. Entretanto, tive um convite para treinar uma equipa no Clube de Futebol «Os Armacenenses», mas os meus horários não o permitiam e disponibilizei-me para ajudar o clube de outras formas. Propus-me fazer algo que nunca tinha sido feito e comecei aquela que foi a fase mais bonita da minha vida em termos profissionais, em que trabalhava na Câmara de Silves, era professor e estava no clube”, indica, sorridente.
O certo é que, quando Ricardo Pinto entrou ao serviço do C.F. «Os Armacenenses», esteve possuía três ou quatro modalidades e 100 a 120 atletas. Seis anos depois, deixou o clube com património muito mais valioso e, acima de tudo, com uma escala totalmente diferente. “Quando sai, eram 400 a 500 atletas, os treinadores tinham todos formação para aquilo que existia, o clube respirava saúde do ponto de vista financeiro e reúnia todas as condições para ter um futuro melhor do que tivera até àquele momento. Sou obsecado, no bom sentido, pela organização de qualquer sítio onde estou e a cereja no topo do bolo desse percurso foi ter conseguido que o «Armacenenses» obtivesse o estatuto de utilidade pública”, destaca, sem falsas modéstias.
Posteriormente a essa experiência, surgiu o convite de Fernando Santiago para ingressar numa lista para a Junta de Freguesia de Armação de Pêra e, apesar de nunca ter equacionado essa possibilidade, decidiu aceitar mais esse desafio. Infelizmente, o cenário que encontrou não foi o melhor. “Claro que era uma estrutura com mais funcionários na área administrativa, mas havia muito para fazer, um trabalho diferente. O que tenho feito nestes quatro anos é, como se costuma dizer, «arrumar a casa», juntamente com o Fernando Santiago e a Marta Prudêncio”, indica o agora candidato a presidente à junta nas eleições autárquicas do dia 29 de Setembro.

Entrevista completa na ALGARVE MAIS Especial: Armação de Pêra

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mas isto é o PREC, Assunção? Ou o que é isto?

Henrique Monteiro in Expresso



Eu gostava que os jornalistas estudassem o PREC, o Processo Revolucionário em Curso, quando o PCP dominava os jornais e todas as manifs eram grandiosas, justas e representativas e lideres políticos defendiam, a sério, que o partido que tinha ganho as eleições não era o partido que devia governar.Na altura, era o PS o partido maioritário.

Nas declaraçoes dos dirigentes ligados ao PCP e nas manifs o PS era tratado com desprezo, como se fosse antidemocrático. Um dia, o Parlamento foi cercado, os deputados foram impedidos de sair (salvo os do PCP) e, apesar disso, a maioria dos jornais - as excepções eram o Expresso e pouco mais - não se indignou por terem cercado a casa da democracia e por terem ameaçado os representantes do povo.

Ontem, pareceu-me que um bocadinho, felizmente ínfimo, desse tempo voltou. Um grupo de sindicalistas, que sabem perfeitamente que é proibido e antidemocrático manifestarem-se nas galerias de São Bento, desatou a gritar e a distribuir papéis. A Presidente mandou-os retirar e citou uma frase de Simone de Beauvoir que parece era destinada aos nazis. Foi este o ponto de vista de quase todas as notícias. A irritação da presidente e o escândalo da frase.

Não sei se ela conhecia o contexto em que Beauvoir usou aquelas palavras (sejamos sérios, todos nós utilizamos citações de que desconhecemos o contexto exato), mas por muito que o soubesse, e por muito desastrada que tenha sido, por muito perversa que seja, a primeira condenação tem de ir sempre, e em primeiro lugar, para os manifestantes que deslealmente fintam a regra democrática e se aproveitam dela para fazer o que sabem não poder fazer.

Se permitirmos que dentro do Parlamento se crie um clima de manifestação permanente contra o que é discutido ou aprovado, cedo teremos intimidação e minamos a democracia. O PCP, e os sindicatos que ontem organizaram a sarafusca, sempre jogaram na duplicidade. Nas bancadas os seus eleitos olham benevolentemente os manifestantes (que não são o povo português, como se dizia no PREC, mas apenas alguns indivíduos com os mesmos direitos e deveres do que os outros), porque para o PCP o Parlamento não é o centro da luta política, mas apenas mais um dos muitos palcos. No entanto, para quem defende a democracia, aquela é a casa dos representantes do povo. É um local que todos devem respeitar. Por maus ou péssimos que sejam, fomos nós - agora sim, o povo português - quem os elegeu.

O que me preocupa não são os manifestantes. Sem qualquer hesitação eu digo que certos senhores nunca tiveram grande apreço pelas normas democráticas e pelas suas formalidades, que do seu ponto de vista se devem submeter aos seus humores.

O que me preocupa é termos chegado a tal ponto que para muita Comunicação Social quem tem de justificar-se é a Presidente do Parlamento e não os que conscientemente violam a lei. Ou seja, não se pedem responsabilidades aos prevaricadores, mas a quem sofre com a sua ação. O que me preocupa é já quase ninguém pensar no significado das coisas nem notar as encenações que se fazem.

Mas isto é o PREC? Ou o que é isto?


quinta-feira, 11 de julho de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Está o baile armado!

Depois da intervenção de Cavaco Silva, só nos resta dizer que o baile está armado!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

sábado, 6 de julho de 2013

Luisinho...Luisinho! já te tenho dito que não é bonito andares a enganar-me!


Ontem falamos da situação escandalosa que se vive ao assistir-se à resposta das autoestradas face à redução da procura em resultado da crise.

Ora se é certo que uma asneira é sempre uma asneira, e que uma asneira pública ou na órbita pública, assume, invariavelmente, uma dimensão expressiva porquanto, em geral, tem como destinários uma enormidade de gente (habitualmente o público), diversamente de uma asneira privada, a qual se destina a um segmento muito menor de consumidores.

Outras diferenças existem, não de menor importância; Enquanto os custos de uma asneira privada são, em principio e se não for enorme como o BPN, suportados pelos asnos que gerem o seu negocio, os custos de uma asneira pública são suportados pelos asnos que somos todos nós, que o permitimos.

Sendo certo que uma asneira privada, vive em concorrência, com outras ofertas, melhores, piores ou iguais e confere ao cidadão-consumidor uma possibilidade de escolha que lhe dá alguma margem de defesa, contrariamente a uma asneira pública que, habitualmente imposta, reduz muito a capacidade de escolha do cidadão-utente.

Enfim, entre asneira pública e privada venha o diabo e escolha!

Vem isto a propósito de um email que nos foi dirigido por um visitante frequente com pedido de publicação depois de ser dada à noticia um tratamento jornalístico.

Como estamos em plena época balnear o assunto tem muita atualidade e não resistimos em trata-lo, uma vez que nos parece revelar, em concurso, comportamentos comerciais aberrantes e outros estimulantes.

Mais se nos impôs por vermos que Armação, neste concurso, ficou com a “fava” e Albufeira com o “brinde”.

O nosso visitante vive em Armação de Pêra e é cliente frequente, de há anos, da concessão de praia da Rocha da Palha (Rochinha do Luisinho).

Assistindo como assiste aos telejornais, se outras razões não existissem, que existem, convenceu-se que o preço das sombrinhas, este ano, não aumentaria, mantendo-se no €12,00/dia, do ano passado, preço este que já era desajustado em 2012 face à crise que então se sentia claramente.

Qual não foi a sua surpresa quando verificou que este ano, o famigerado 2013 da era cristã, de crise profunda, o preçário era outro. É hoje de €16,00, ao invés dos€12,00 de 2012. Repare-se que, mantendo-se o custo dos factores de produção, se é que alguns não se reduziram, registou-se um aumento de 33,33%! Extraordinário!!!

Ainda se poderia fundar numa melhoria no serviço? Não é claramente o caso! O serviço é prestado por amadores, nalguns caso muito pouco simpáticas, que parecem menores (se for esse o caso numa relação contratual de legalidade, pelo menos questionável);
Ainda se poderia fundar no aumento do IVA? Não é claramente o caso! O IVA o ano passado já era de 23% (do que não temos a certeza) mas ainda que fosse de 13%, não justificaria um aumento superior a 10%, enquanto o que se verificou foi de 33,33%!
Ainda poderia fundar-se no aumento do horário do usufruto e serviço à sombrinha? Não, o nosso visitante foi corrido às 18horas!
Ainda se poderia fundar num aumento desmesurado da procura? A procura não aumentou mantendo-se muitas sombrinhas por alugar!

O que justifica então o aumento do preço das sombrinhas na concessão da Rocha da Palha? A titularidade de uma concessão que dá ao concessionário a tez de pequeno imperador no reino do “beautiful people” do subúrbio em que ele pensa viver, sem enxergar que aquilo que nunca foi, já deixou de o ser e não voltará mais!

Danado, o nosso visitante decidiu procurar em Albufeira novo poiso.

Dá por si à primeira com um cartaz na praia informando que a sombrinha custava €12,00/dia, que quem alugasse sombrinha teria 25% de desconto nas bebidas, que havia uma “happy hour” com reduções substanciais do preço das bebidas, e um horário muito mais alargado.


Em Albufeira estamos numa economia de mercado e os agentes da mesma agem em conformidade.
Em Armação parece que se vive no espartilho da antiga economia de plano, tristemente celebre e inevitavelmente desaparecida por ter tentado ser alternativa e ter soçobrado aos vícios que gerou e procriou. É que só se dá bem com capelinhas e sem concorrência!

É bem conhecida a preferência do Luisinho por Albufeira para se divertir. Percebe-se bem porque nunca preferiu Albufeira para montar um negocio!

Provavelmente porque nunca se deu com a economia de mercado!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os monopólios do nosso descontentamento...

Gerir monopólios deve ser uma ciência...
É-nos muito difícil compreender, por exemplo, a gestão da auto estradas, uma espécie muito particular de monopólio gerado por concessão estatal.

São milhões já, o numero de utentes que deixaram, nos últimos doze meses, de utilizar as autoestradas.

Em resposta as concessionárias decidiram e conseguiram aumentar as tarifas, em 1 de Janeiro.

Esta realidade deixa-nos perplexos antes de nos sentirmos completamente enfurecidos... e mais tarde...absolutamente descrentes e ausentes.

Enquanto assistimos à concretização de um plano que se destina a empobrecer os portugueses, do lado do seu rendimento, quer pela via do mercado, pois enquanto a oferta aumenta desmesuradamente a uma velocidade estonteante, a procura reduz-se desmesuradamente à mesma velocidade, quer pela via da pressão e carga fiscais as quais aumentam na certeza de que os cidadãos-contribuintes tem todos uma arca carregada de ouro sob a sua cama, com a qual os iluminados governantes vão construindo os orçamentos do lada da receita, quer pelo lado dos bens essenciais dos quais depende a existência do cidadão-consumidor, os quais vão aumentando como se estes fossem afinal ricos cidadãos-consumidores de um pais desenvolvido da classe AAA, o que, agravado pelo conjunto, não pode deixar de constituir uma verdadeira aberração que só os responsáveis por esta experiência social e económica – o governo – não veem, apesar de estar escancaradamente à vista, assistindo-se, voltando às autoestradas, a aumentos das tarifas, como se os custos dos factores de produção estivessem vertiginosamente a subir em razão de um desenvolvimento económico invejável.

Não compreendemos como esperam estas alimárias tornar-nos pobres mas ativos, como parece ser o projeto, mantendo os custos de existência insuportáveis e, ao mesmo tempo, manterem os fornecedores de bens essenciais sustentáveis, já para não falar dos fornecedores de bens acessórios. Será que o projeto é mesmo convertermo-nos em plantadores de arroz?


Enfim parece-nos que a política conformadora do cenário a que chegámos é irracional, ou então somos, nós e uma centenas de observadores bem mais qualificados, absolutamente ignorantes.

Não tendo qualquer qualificação para gerir monopólios e muito menos aqueles que decorrem de concessões estatais, como as autoestradas, face à redução massiva de utentes, a qual se cifra em muitos milhões, tentaríamos inverter a tendência, melhorando a oferta, seduzindo a utilização enfim tentando vender mais autoestrada, como faz qualquer merceeiro nos dias – nos tempos - em que a venda vai menos bem!

É evidente que reduziríamos os preços durante os períodos do dia em que se verifica muito menos trafego, criando as “Happy Hours” por exemplo entre a 1hora e as 7horas da manhã!!!!

É evidente que criaríamos condições para instalar abastecedoras de combustível Low price!

É igualmente evidente que incentivaríamos os profissionais à utilização da autoestrada mediante a criação de passes profissionais para quem projetasse um certo numero mínimo de passagens frequentes!

É também evidente que reduziríamos as rendas das estações de serviço por forma a que um café não tivesse de custar €1,00!!!

Claro que só empreenderiam politicas de negocio deste tipo, gajos como nós que não percebemos nada da gestão de monopólios ou de concessões desta natureza.

Parece-nos igualmente claro que, quem não tem necessidade de ser criativo e de empreender politicas que acentuem as vendas, não o será por ser parvo, mas sim por ter a possibilidade de aumentar as tarifas até atingir o montante necessário à sua sustentabilidade. Isto é, se o numero de passantes continuar a diminuir, certamente que o preço das tarifas continuará a aumentar, qualquer que seja o estado da nossa economia ou do bolso do cidadão-automobilista-utente-consumidor!

De algum modo agem como o governo quanto à necessidade premente de ser criativo na redução da despesa, necessidade cuja satisfação vai atrasando porque tem à sua disposição uma máquina fiscal que cria a receita que for necessária.

Tal como as tarifas das autoestradas, quanto menos riqueza a economia criar e mais tempo se mantiver a despesa no nível acima do razoavelmente adequado, maior vai ser a pressão e a carga fiscais. Como se a capacidade de pagar do cidadão contribuinte não tivesse limite!

Por isso se diz que existem outros estados dentro do Estado. Funcionando como vasos comunicantes, dizemos nós!

Por isso o conjunto de alimárias que rege esta orquestra é merecedora da defenestração.


Correio para:

Armação de Pêra em Revista

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Património Natural

Algarve