Nunca é demais sensibilizar os cidadãos para a utilização de preservativo na sua relações sexuais, sobretudo nas ocasionais. O Verão está à porta e, dizem as estatisticas, que com ele estimulam-se as relações e as circunstâncias que as motivam. Este filme - uma peça de animação de grande qualidade - pretende fazer um apelo à protecção sexual, desvendando que a mesma pode até propiciar um enorme numero de experiências que, de outro modo (sem protecção) são impossiveis...
O défice de participação da sociedade civil portuguesa é o primeiro responsável pelo "estado da nação". A política, economia e cultura oficiais são essencialmente caracterizadas pelos estigmas de uma classe restrita e pouco representativa das reais motivações, interesses e carências da sociedade real, e assim continuarão enquanto a sociedade civil, por omissão, o permitir. Este "sítio" pretendendo estimular a participação da sociedade civil, embora restrito no tema "Armação de Pêra", tem uma abrangência e vocação nacionais, pelo que constitui, pela sua própria natureza, uma visita aos males gerais que determinaram e determinam o nosso destino comum.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Homem protegido vale mil experiências...
Nunca é demais sensibilizar os cidadãos para a utilização de preservativo na sua relações sexuais, sobretudo nas ocasionais. O Verão está à porta e, dizem as estatisticas, que com ele estimulam-se as relações e as circunstâncias que as motivam. Este filme - uma peça de animação de grande qualidade - pretende fazer um apelo à protecção sexual, desvendando que a mesma pode até propiciar um enorme numero de experiências que, de outro modo (sem protecção) são impossiveis...
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Saude Pública
terça-feira, 16 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
domingo, 14 de abril de 2013
Estamos, realmente, em tempo de um abraço amigo!
Soneto do Amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes
Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), um autor muito à frente!.
Nicholas
Georgescu-Roegen (1906-1994) foi um matemático e economista heterodoxo romeno
cujos trabalhos resultaram no conceito de decrescimento econômico. É
considerado como o fundador da bioeconomia.
Durante mais de um século,
multiplicaram-se teorias econômicas que não levavam em conta a natureza em
cálculo algum. Atualmente, porém, só cresce o número de economistas que começam
a olhar para a economia não como um sistema isolado, mas como parte de um todo,
submetida às leis da natureza e aos impactos que causa nos homens. São os
chamados economistas ecológicos, que propõem uma visão mais ampla de sistema.
Entre as principais
referências do tema no país está o economista e professor da Universidade de São
Paulo (USP) José Eli da Veiga,
autor de 21 livros, que assina a abertura do livro O Decrescimento – entropia, ecologia, economia,
lançado mês passado pela editora Senac. É primeira tradução em português da
obra do matemático e economista romeno Georgescu-Roegen,
cujo pensamento foi renegado por décadas entre os círculos da área e, agora,
está sendo retomado. Em entrevista à Camila
Nobrega do Canal Ibase,
10-04-2013, José Eli
fala não apenas da teoria de Georgescu,
como do crescimento da Economia Ecológica em si, em oposição à Economia Verde.
Eis a entrevista.
Eis a entrevista.
Qual o significado da chegada da obra de Georgescu-Roegen ao Brasil?
Muitos jovens ainda hoje
saem das faculdades de Economia do país sem ter lido a obra dele. Na década de
1970, Roegen publicou
livros e artigos importantes que não foram reconhecidos pela academia. A
incorporação da Lei da Entropia
(2ª lei da termodinâmica, cuja essência é a degradação energia em sistemas
isolados) na economia, proposta pela primeira vez por ele, não foi bem aceita e
Georgescu foi posto de
lado. Nos últimos tempos, ele tem sido revisto, mas no Brasil só havia obras
circulando em francês, o que dificultava o acesso de alunos. Consegui,
finalmente, que este autor fosse publicado em português. Ele foi um gênio,
precisa ser mais lido.
Embora ele
mesmo nunca tenha usado essa denominação, Roegen foi uma das principais
inspirações para o movimento da Economia Ecológica. Como o pensador via a
questão do limite da natureza para o crescimento da economia?
Não se trata exatamente de
limites, como alguns economistas falam hoje. O foco dele era outro. Georgescu teve, ainda nos anos 1960,
um estalo sobre a Lei da Entropia. Ele jogou luz sobre o fato de que os
economistas lidavam com a produção econômica como algo independente, isolado.
Os recursos naturais eram vistos como infinitos, e por isso não entravam na
conta. Só que este romeno percebeu a relação de interdependência entre ambos. A
Lei da Entropia não pode simplesmente ser descartada, porque ela age sobre a
economia.
Ou seja,
ele percebeu que existe uma perda de energia associada aos processos
econômicos, certo? E há energia dissipada que nunca se recupera…
Sim, o foco dele não é sobre o esgotamento de recursos. Ele é anterior à discussão sobre mudanças climáticas, que está em voga hoje. Georgescu se debruçou sobre o fato de que os recursos naturais têm uma energia que se dissipa, à medida que são usados pela economia. No início da carreira, ele tinha o foco de estudo voltado para o consumo. Depois, percebeu que precisava se dedicar à questão da produção. E concluiu que, uma vez utilizados para a produção de algo, os recursos terão uma parte de energia que nunca mais será utilizada. É uma parte que se perde no processo. Mas os cálculos de produção na economia não levam isso em conta. Tomemos como exemplo as energias fósseis. Para Georgescu, o limite do crescimento se daria ao passo que a utilização delas reduziria a quantidade de energia inicial do processo.
Mas o pensamento dele ainda não chegou à esfera prática da economia. Em conferências internacionais sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, como a Rio+20, Conferência da ONU realizada ano passado, esta abordagem não passou nem perto das salas de conferência…
Eu não esperava mesmo que um
encontro como a Rio+20 discutisse esse tipo de assunto. Ocorre que os prazos
dessa discussão proposta por Georgescu talvez
sejam séculos. Não sabemos quando vai acontecer, mas a perda gradual desses
recursos naturais vai levar a um ponto máximo. Na Rio+20, discutem-se soluções
mais imediatas. A transição de que se fala nessas salas de conferência é outra,
que as Nações Unidas chamaram de Economia Verde. Já Georgescu foi um dos pais da Economia
Ecológica, que defende uma outra transição, não apenas tecnológica. Ele
acredita também que, em algum momento, haverá decrescimento. A economia,
segundo ele, não poderá se manter apenas estável.
E, dentro
da Economia Verde, as propostas são de adequações mais simples. Não há uma
grande mudança de paradigma econômico, certo?
É outro foco. Na discussão
atual, existe uma crença de que vai haver descolamento entre crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a medida
de riqueza mais utilizada como parâmetro de comparação no mundo) e os impactos
ambientais. A ideia é que o avanço tecnológico vai permitir a manutenção do
crescimento econômico. Ou seja, a tese da Economia Verde é que, em determinado
momento, o PIB poderá continuar aumentando e os impactos vão diminuindo. Para
isso, economistas desta corrente apresentam dados sobre queda de emissões de
carbono por unidade de produção. Na prática, significa que para cada unidade
produzida, a quantidade de carbono usada diminuiu. Mas isso só serve em termos
relativos. Quando pegamos o conjunto total, como a produção aumenta, a
quantidade absoluta também cresce. O impacto na atmosfera, portanto, continua
aumentando e muito. O único argumento novo que deve ser analisado ainda é em
relação à Inglaterra. Estudos recentes mostram que o país está conseguindo
manter o PIB em crescimento, reduzindo as emissões.
Mas, nesse caso, estamos falando de um país com um desenvolvimento mais avançado, e com condições de apostar em inovações tecnológicas. No entanto, se as nações mais pobres dependerem de tecnologias que não podem bancar, sem que haja transferência, como elas farão?
Mas, nesse caso, estamos falando de um país com um desenvolvimento mais avançado, e com condições de apostar em inovações tecnológicas. No entanto, se as nações mais pobres dependerem de tecnologias que não podem bancar, sem que haja transferência, como elas farão?
Aí está o problema. Será que a humanidade resolverá os novos desafios tratando o problema com as mesmas receitas antigas. Nesse caso, não se atacam os sintomas. A Inglaterra é um caso de economia madura, e parece que o mesmo processo pode estar acontecendo também na Holanda. Mas o cenário encontrado lá não é o mesmo de países pobres. Será possível apostar nesse modelo, e que todos os países alcançariam uma maturidade que os permitiria crescer, reduzindo, por meios tecnológicos, os impactos ambientais?
Ainda
assim, este pensamento não leva em conta os impactos sociais associados ao
crescimento econômico desenfreado. Estas questões fazem parte da Economia
Ecológica?
Sim, a economia não pode ser
vista como um sistema isolado nem das questões ambientais, nem sociais. Estamos
falando sempre de uma mesma coisa. No caso da Inglaterra, por exemplo, estamos
falando de uma economia madura em vários sentidos. É uma sociedade cujo acesso
a serviços é outro, onde há um parâmetros de educação, saúde mais elevados e
compartilhados pela população. Não é a economia em si, isoladamente, que levará
nações a reduzirem impactos socioeconômicos significativos.
(Ecodebate, 12/04/2013) publicado
pela IHU
On-line, parceira estratégica do EcoDebate na socialização
da informação.
[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
sábado, 13 de abril de 2013
Na morte de Thatcher, amiga de Pinochet
MORREU Margaret Thatcher, uma das
principais responsáveis pela contra-revolução neoliberal que há mais de 30 anos
vem devastando os regimes democráticos ocidentais, distorcendo a economia,
tornando as sociedades democráticas cada vez mais desiguais, destruindo a
coesão social, impondo o «casino da especulação monetária» e a ditadura dos
mercados financeiros globais que hoje mandam em nós.
Morreu, além disso, a amiga de Pinochet, um dos
ditadores mais sanguinários e corruptos da América Latina, que permitiu que o
Chile se tornasse banco de ensaio das políticas ultraliberais preconizadas pela
famigerada «escola de Chicago» e levadas a cabo pelos «Chicago boys»,
apadrinhados por Milton Friedman e Friederich von Hayek, figuras tutelares do
pensamento de Margaret Thatcher, além da mercearia do pai.
Não faço esta acusação de ânimo leve. São factos
conhecidos, designadamente a sua acendrada admiração por Augusto Pinochet, como
se projectasse nele aquilo que ela desejaria impor, mas nunca poderia
conseguir, na velha democracia inglesa. Há muitas fotos em que aparecem ambos
sorridentes, lado a lado, quer quando o ditador estava no poder, quer quando o
detiveram em Londres na sequência do pedido de extradição efectuado pelo juiz
espanhol Baltazar Garzon, que o acusou de ser responsável, durante a ditadura,
pelo assassínio e desaparecimento de vários cidadãos espanhóis.
Esta mulher a quem chamaram «dama de ferro», como
poderiam ter chamado «de zinco» ou «de chumbo», nutria um profundo desprezo
pelos grandes intelectuais ingleses do seu tempo, designadamente Aldous Huxley,
John Maynard Keynes, Bertrand Russell, Virgínia Woolf e T. S. Eliot, conhecidos
como o «círculo de Bloomsbury» (do nome do famoso bairro londrino de editores e
livreiros e de boémia intelectual). A frustração dela perante o talento e a
inteligência que irradiavam deles, e que ela não conseguia captar, levaram-na a
considerá-los «intelectuais estouvados, que conduziram o Reino (Unido) pelos
caminhos nada recomendáveis da segunda metade do século XX».
Ao diabo as
«literatices» da «clique de Bloomsbury», dizia ela. «O meu Bloomsbury foi
Grantham» (onde o pai tinha a famosa mercearia) (…) Para compreender a economia
de mercado, não há melhor escola do que a mercearia da esquina». Deve ser por
isso que as mercearias estão a falir…
Thatcher considerava «a distância entre ricos e pobres
perfeitamente legítima» e proclamava «as virtudes da desigualdade social» como
motor da economia. A verdade dos números é, no entanto, bastante diferente.
Como salienta John Gray, um dos mais importantes pensadores contemporâneos, na
Grã-Bretanha da chamada «dama de ferro» os níveis dos impostos e das despesas
públicas eram tão ou mais altos, ao fim de 18 anos de governos conservadores,
do que quando os trabalhistas deixaram o poder, em 1979. Ao mesmo tempo, nos
EUA de Ronald Reagan, co-autor da «contra-revolução neoliberal», o mercado
livre e desregulado destruiu a civilização de capitalismo liberal baseada no New Deal de Roosevelt, em que assentou a
prosperidade do pós-guerra.
Convém dizer que John Gray, autor de vários livros
editados em português, entre os quais Falso
Amanhecer (False Dawn), chegou a ser uma das figuras dominantes do
pensamento da chamada «Nova Direita», que teve uma grande influência nas
políticas que Thatcher pôs em prática. Mas ficou desiludido e alarmado com as
terríveis consequências dessas políticas e tornou-se um dos críticos mais
lúcidos e implacáveis dos «mercados livres globais», cuja desregulação tem
causado os efeitos mais perversos nas sociedades contemporâneas, provocando a
desintegração social e o colapso de muitas economias. O capitalismo global
parece funcionar, segundo Gray, de acordo com as regras da selecção natural,
destruindo e eliminando os que não conseguem adaptar-se e recompensando, quase sempre
de maneira desproporcionada, os que se adaptam com sucesso. Estas são,
logicamente, as inevitáveis consequências do pensamento de Thatcher, ao pôr em
prática «as virtudes da desigualdade social» como motor da economia.
A pesada herança de Margaret Thatcher, tal como a de
Ronald Reagan - adoptadas não apenas pela direita ultraliberal, mas também por
uma certa esquerda neoliberal (Tony Blair, Gerhard Schröder e alguns discípulos
da Europa do Sul, designadamente lusitanos) - é esta crise brutal em que a UE e
os EUA estão mergulhados há já cinco anos. E o mais terrível é que é o
pensamento dos principais responsáveis por esta crise que continua e prevalecer
na maioria dos governos que prometem acabar com a crise através da austeridade,
do empobrecimento dos cidadãos e do confisco dos seus direitos sociais.
Thattcher foi um ser maléfico e não deixa saudades.
Por
Alfredo Barroso in tracogrosso.blogspot.pt
Lisboa,
8 de Abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Numa sexta-feira e em casa: A resposta ancestral dos vinhos portugueses ao desafio do Yoga e à taxa do IVA na restauração!
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Fig.1.Exercício:Pigeon (tonifica o seu corpo, aumenta a flexibilidade e desestressa a sua mente);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Vinho Verde |
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Fig.1.Exercício:Malasana (esta posição estira os tornozelos e músculos das costas);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Adamado Tinto. |
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Fig.1.Exercício Ananda Balasana (esta posição faz uma boa massagem na zona dos quadris);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto de Setubal. |
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Fig.1.Salambhasana(uma forma efectiva de fortalecer os músculos lombares, pernas e braços);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Espumoso Tinto de Cantanhede. |
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Fig.1. Dolphin(optima para os ombros.Também fortalece o torax, pernas e braços);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto do Douro. |
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Fig.1. Halasana posição do arado(optima para a dor nas costas e para a insónia);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Branco do Douro. |
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Fig.1. Marjayasana (esta posição provoca uma massagem suave na barriga e na coluna);Fig.2.Pode encontrar o mesmo efeito no Branco da Bairrada. |
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Fig.1. Setu Bandha Sarvangasana (esta posição acalma o cérebro e recupera pernas cansadas);Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Vinho Novo da Golegã. |
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Fig.1. Balasana (posição que traz uma sensação de paz e tranquilidade); Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto do Dão. |
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Fig.1. Savasana (é uma posição de total relaxamento); Fig.2. Pode encontrar o mesmo efeito no Tinto Alentejano (Borba). |
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Circulando na Net
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Nem a andorinha é a mesma d' outrora, nem o conceito de ninho é imutável! Só o estado de necessidade não se alterou!

O Portugal d'outros tempos voltou; Melhor: nunca de cá saiu!
Para aqueles que o viveram e sabem bem que as suas remessas sustentaram a economia do seu pobre pais durante parte substancial do século XX, o revivalismo que este velho anúncio da TAP invoca, sem embargo da sua beleza ingénua, constitui uma verdadeira cena de "terror" revisitado.
Para aqueles para quem aquele cartaz nada mais revela que uma peça de um grafismo d'outrora digno de um museu do design publicitário, que se cuidem pois este cartaz representa, hoje em dia, uma antevisão do futuro próximo de milhões de portugueses que se vêm ou verão na contingência de partir: Representando também a invocação à andorinha e a pendularidade do seu ciclo, um projecto de parte dos portugueses (a classe politica no poder) que ficam: a expectativa ingénua de que as poupanças dos que partem serão a sustentação desta economia, para que consiga prover os que ficam como forma de se manterem à tona de àgua.
Também aí, ontem como hoje, é na ingenuidade da mensagem expressa no poster daquele tempo que assenta a sua intemporalidade.
Sucede é que à certeza do "retorno ao ninho" d´outros tempos, sucedeu a certeza de que o pais que fica e dos que ficam com ele, se afastam, todos os dias e cada vez mais, do significado ancestral da expressão.
Como, de resto, também os que partem, que da andorinha do anúncio, se encontram cada vez mais dissociados!
Como, de resto, também os que partem, que da andorinha do anúncio, se encontram cada vez mais dissociados!
quarta-feira, 10 de abril de 2013
"O que fazer com esta Tiara", por Vasco Graça Moura, DN, 20/2/13
Como toda a gente que teve uma educação católica, mesmo sem depois ter tirado dela consequências de maior no plano das convicções religiosas, também eu, ao saber da renúncia de Bento XVI, fiquei com a impressão de estar a viver um momento histórico cujas consequências principais estão ainda muito longe de poder ser abarcadas.
Não foi apenas o ineditismo da situação, já tantas vezes referido e perspectivado, para trás e para a frente, que me impressionou. Também não direi que me tenha propriamente preocupado a discussão a lo divino, já a puxar as coisas para o plano híbrido em que o direito canónico e a área do sagrado se confrontam, sobre a liberdade plena do acto de renúncia ao vicariato de Deus ou as eventuais dificuldades de coexistência de quem "já foi" e de quem "passou a ser", num caso de tamanha envergadura.
O que me veio ao espírito foi a relação histórica tão profunda e tão antiga de Igreja de Roma com a Europa, a começar pelo sacro Império Romano-Germânico de que o Habsburgo Carlos V, após tê--lo vitoriosamente disputado ao Valois Francisco I, veio ainda a ser um poderoso símbolo moderno, não obstante o terrível saque de Roma que promoveu com os seus lansquenetes em 1527.
Pouco antes desses agitados e terríveis sucessos, tivera lugar a grande cisão da Igreja protagonizada por Lutero. Pouco depois, começaram as guerras de religião.
Passou a haver uma correspondência acentuada entre a Igreja romana e a Europa meridional. Os países do Norte, salvo o caso da Polónia, foram mais condicionados por uma matriz luterana e por uma devoção mais interiorizada. A ética protestante modelou o capitalismo, como diria Max Weber, e também lhe deu um sentido da solidariedade. A liturgia católica não dispensou pompas e cerimoniais, ritos externos e paramentos. Nas práticas sociais dos países do Sul, os homens continuaram a venerar o vil metal pelo vil metal, isto é, "amando cousas que nos foram dadas / não para ser amadas, mas usadas", como disse o Camões.
E todavia, nos tempos do capitalismo industrial, a Igreja de Roma surge a articular uma mensagem ética com uma profunda preocupação social. O processo foi muito lento e teve, no plano conceptual, momentos de ponderação e contestação, conflito e desvario. Vai de Leão XIII e da sua Rerum Novarum (1891) até à teologia de libertação, que pontua a mensagem evangélica junto dos desesperados do Terceiro Mundo, e aos católicos ditos progressistas, que tentaram encontrar na esquerda caminhos para uma Igreja que concebiam como agente da revolução.
Talvez não houvesse, em várias décadas ingenuamente ideológicas do século XX, a percepção da caixa de Pandora em que fervilhavam os fundamentalismos que vieram a traumatizar o espírito humano a partir do 11 de Setembro de 2001.
Duas guerras mundiais, vários totalitarismos e a guerra fria terão impedido que esse problema se percebesse mais cedo.
No extremo desse longo e cruel processo histórico, Bento XVI é um grande intelectual europeu de um tempo menor ainda europeu. Surge num momento em que, pela sua personalidade, é levado a enquadrar racionalmente esses inúmeros conflitos e tensões do seu tempo. Logo em inícios de mandato foi miseravelmente atacado por radicalismos de vária ordem, a propósito de uma sua intervenção em Ratisbona.
Na sociedade de hoje, há processos e tecnologias de comunicação, formas de circulação de informação em grande quantidade e velocidade, modalidades de saber e de transmissão do conhecimento, virtualidades empresariais e negociais à escala planetária, potenciais de sugestão e de manipulação imparáveis, hábitos de contacto humano em redes sociais e modelos de comportamento que não podiam conceber-se até há bem poucas décadas.
Nesse quadro, a Europa, seja a do Norte seja a do Sul, por muita importância que ainda consiga afirmar, está a perder terreno. A Igreja Católica também. O futuro, nessa dimensão vertiginosa, surge--nos cada vez mais interrogado e imprevisível.
O mundo escapa-nos.
A crise dos valores éticos e culturais que nasceram na nossa civilização é um factor de desagregação acelerada da Europa (e por culpa da Europa) e também atinge a Igreja e o seu magistério, ou, pelo menos, torna-o em grande medida ineficaz. O Papa teve a plena percepção disso mesmo.
Sendo assim, o que é que havia de fazer um ancião de 85 anos, que sente que as suas forças ficam esgotadas e as suas responsabilidades da chefia da Igreja se tornam cada vez maiores?
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
Não foi apenas o ineditismo da situação, já tantas vezes referido e perspectivado, para trás e para a frente, que me impressionou. Também não direi que me tenha propriamente preocupado a discussão a lo divino, já a puxar as coisas para o plano híbrido em que o direito canónico e a área do sagrado se confrontam, sobre a liberdade plena do acto de renúncia ao vicariato de Deus ou as eventuais dificuldades de coexistência de quem "já foi" e de quem "passou a ser", num caso de tamanha envergadura.
O que me veio ao espírito foi a relação histórica tão profunda e tão antiga de Igreja de Roma com a Europa, a começar pelo sacro Império Romano-Germânico de que o Habsburgo Carlos V, após tê--lo vitoriosamente disputado ao Valois Francisco I, veio ainda a ser um poderoso símbolo moderno, não obstante o terrível saque de Roma que promoveu com os seus lansquenetes em 1527.
Pouco antes desses agitados e terríveis sucessos, tivera lugar a grande cisão da Igreja protagonizada por Lutero. Pouco depois, começaram as guerras de religião.
Passou a haver uma correspondência acentuada entre a Igreja romana e a Europa meridional. Os países do Norte, salvo o caso da Polónia, foram mais condicionados por uma matriz luterana e por uma devoção mais interiorizada. A ética protestante modelou o capitalismo, como diria Max Weber, e também lhe deu um sentido da solidariedade. A liturgia católica não dispensou pompas e cerimoniais, ritos externos e paramentos. Nas práticas sociais dos países do Sul, os homens continuaram a venerar o vil metal pelo vil metal, isto é, "amando cousas que nos foram dadas / não para ser amadas, mas usadas", como disse o Camões.
E todavia, nos tempos do capitalismo industrial, a Igreja de Roma surge a articular uma mensagem ética com uma profunda preocupação social. O processo foi muito lento e teve, no plano conceptual, momentos de ponderação e contestação, conflito e desvario. Vai de Leão XIII e da sua Rerum Novarum (1891) até à teologia de libertação, que pontua a mensagem evangélica junto dos desesperados do Terceiro Mundo, e aos católicos ditos progressistas, que tentaram encontrar na esquerda caminhos para uma Igreja que concebiam como agente da revolução.
Talvez não houvesse, em várias décadas ingenuamente ideológicas do século XX, a percepção da caixa de Pandora em que fervilhavam os fundamentalismos que vieram a traumatizar o espírito humano a partir do 11 de Setembro de 2001.
Duas guerras mundiais, vários totalitarismos e a guerra fria terão impedido que esse problema se percebesse mais cedo.
No extremo desse longo e cruel processo histórico, Bento XVI é um grande intelectual europeu de um tempo menor ainda europeu. Surge num momento em que, pela sua personalidade, é levado a enquadrar racionalmente esses inúmeros conflitos e tensões do seu tempo. Logo em inícios de mandato foi miseravelmente atacado por radicalismos de vária ordem, a propósito de uma sua intervenção em Ratisbona.
Na sociedade de hoje, há processos e tecnologias de comunicação, formas de circulação de informação em grande quantidade e velocidade, modalidades de saber e de transmissão do conhecimento, virtualidades empresariais e negociais à escala planetária, potenciais de sugestão e de manipulação imparáveis, hábitos de contacto humano em redes sociais e modelos de comportamento que não podiam conceber-se até há bem poucas décadas.
Nesse quadro, a Europa, seja a do Norte seja a do Sul, por muita importância que ainda consiga afirmar, está a perder terreno. A Igreja Católica também. O futuro, nessa dimensão vertiginosa, surge--nos cada vez mais interrogado e imprevisível.
O mundo escapa-nos.
A crise dos valores éticos e culturais que nasceram na nossa civilização é um factor de desagregação acelerada da Europa (e por culpa da Europa) e também atinge a Igreja e o seu magistério, ou, pelo menos, torna-o em grande medida ineficaz. O Papa teve a plena percepção disso mesmo.
Sendo assim, o que é que havia de fazer um ancião de 85 anos, que sente que as suas forças ficam esgotadas e as suas responsabilidades da chefia da Igreja se tornam cada vez maiores?
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
terça-feira, 9 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Estado pôe à venda Fábrica do Inglês
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) lançou um leilão eletrónico para a venda da Fábrica do Inglês, em Silves. O equipamento foi penhorado por dívidas ao Estado e apresenta um preço base de venda de quase 1,9 milhões de euros.
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politica municipal
domingo, 7 de abril de 2013
ABC dos "MERCADOS" (contado às crianças e lembrado ao povo): COMO FUNCIONA O MERCADO DE ACÇÕES?
Estava-se no Outono e, os Índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave. Tratando-se de um Chefe Índio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.
Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou: "O próximo Inverno vai ser frio?" -"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu o meteorologista de serviço.
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico: "Vai ser um Inverno muito frio?" "Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".
Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional: "Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?" "Absolutamente" respondeu o homem "Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre."
"Como podem ter tanto a certeza?" perguntou o Chefe. O meteorologista respondeu "Simples, porque os Indios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos."
É assim que funciona o mercado de acções.
sábado, 6 de abril de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
“HIPOCRISIA, FISCALIDADE, ASTERIX E... AS PME’S”
Pessoalmente, considero a hipocrisia a
característica de personalidade menos tolerável, tão baixo que é o limiar da
sua metamorfose de virtude em defeito.
Há, contudo, uma forma muito usual de se
manifestar nestas tribunas: doutrinar, catequizar sobre consequências sem análise
de causas, em clara violação da sabedoria do filósofo chinês Confúcio quando
estipulou “Não pretendo conhecer todas as
respostas mas, tento compreender as perguntas...”.
“Mas o que tem isto a ver com a evasão
fiscal?”, questionará o leitor.
Ora, é exactamente aqui que entra
Asterix.!!...


Até que, um dia, a aldeia soçobra; O exército
romano exige o tributo dos conquistadores, a contribuição para o financiamento
da Via Apia, ao que os Gauleses retorquem: “Mas, porquê?... Nunca lá iremos
passar!!...”
César respondeu, secamente: “Porque sim...
E, ficais sabendo: tal vos é imposto!!...”
Depois, a estória já é conhecida: o humanismo
conceptualizou a redistribuição inter-pessoal de riqueza, o “estado-providência”
agilizou a redistribuição inter-temporal do rendimento... E, pronto, aí está o IMPOSTO
como entidade referencial da sociedade moderna! Para uns, bactéria, vírus; Para
outros, elixir de juventude...
... Do que não restam dúvidas é que, a
partir do momento em que o Estado começa a sentir a necessidade de justificação
do processo de colecta, o cidadão começa a pressentir a utilidade da formulação
da questão “Para onde é que vai o meu dinheiro...” ... Daí que, hoje por hoje,
a motivação básica da evasão fiscal não seja, em minha opinião, a da propensão
excessiva à ilegalidade decorrente duma certa sensação de impunidade, ou a
demissão da contribuição para o bem comum ou, sequer, a irresponsabilidade da não
ponderação do próprio futuro...
A questão central é mesmo: até que ponto é
que o rendimento que hoje é retido está a ser bem administrado, até que ponto é
que o valor a redistribuir não estará a ser destruído por um Estado despesista
no consumo, laxista no investimento, ineficaz na gestão e ineficiente na produção
de bens e serviços públicos...
Não pretendo, desta forma, forçar a lógica
de “preço dum serviço” no conceito de Imposto; Mas questiono frontalmente a
qualidade do Estado que temos no processo de redistribuição inter-pessoal e/ou
inter-temporal do rendimento!!... É aí que se deve colocar a questão: “Para que
servem os impostos??...” !!...
Questão à qual o psicólogo laociano Phiouphanh Ngaosyvathn
respondeu desassombradamente:
“A fraude está para o imposto como a sombra
está para o homem...” (1).
Então, qual o espanto, num país ensolarado como Portugal,
com défices profundos de cidadania e participação, exemplos abundantes de
despesa pública exorbitante malbaratada, legislação fiscal a que os mais
respeitáveis cidadãos apodam de terror fiscal, se menos de 40% das PME’s pagam
impostos independentemente da sua rendibilidade real, seja esta positiva ou até
negativa?
Quando o processo de redistribuição de riqueza se
manifesta injusto e não evidencia sinais de regeneração o que esperar,
lucidamente, do contribuinte?
O engajamento, senão mesmo cumplicidade dos cidadãos-contribuintes
nos elevados propósitos de um Estado Social que administra eficientemente os
tributos que recolhe proporcionadamente da riqueza gerada por uma economia sã
ou a obediência que o Rei Absoluto exige ao súbdito e a sua inevitável resistência?
Paulo Modesto Pardal in blogdoprofpaulomodestopardal.blogspot.com
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